O projeto “OPINIÃO JAZZ N´ BLUES FESTIVAL - 2016” não é recomendado para a avaliação coletiva.
1. O processo trata do pedido de financiamento, pelo sistema Pró-Cultura/LIC/SEDAC, cujo projeto foi devidamente habilitado pela Secretaria de Estado da Cultura – SEDAC.
O projeto se enquadra no segmento de MÚSICA (classificação: 2 - Novo projeto cultural), para a realização 13/12/2016 à 11/07/2017, no bar Opinião, na cidade de Porto Alegre/RS.
O proponente OPINIÃO TEATRO BAR LTDA (CEPC: 231) apresentou como equipe principal Rodrigo Vargas Machado na função de produtor, Beatriz Carolina Rorato na Elaboração de projeto e agenciamento, Egisto Dal Santo Junior na curadoria e Cesar Augusto Ferrão Marques (CRC: 35199) como contador.
Em sua apresentação consta que o “projeto “Opinião Jazz’n Blues” contribui para a formação e ampliação de novos públicos, através da pertinência da ação, sendo esta a segunda edição do evento, bem como pela abrangência de público alvo, pois, atualmente, este estilo musical desperta o interesse de jovens e adultos oriundos de larga faixa etária, de 20 a 50 anos de idade, formada por admiradores e fãs do jazz. Os ingressos para os shows, no Bar Opinião, com participação de artistas nacionais e internacionais, serão vendidos a preços populares, com descontos para estudantes e promocionais antecipados.”
Como dimensão simbólica consta que o projeto “representa fomento ao estilo musical que vem crescendo no estado e na capital gaúcha, com a propagação de novas casas de shows, com o surgimento de novas bandas, novos nomes de talento e a realização de grandes eventos como Canoas Jazz Festival e POA Jazz Festival que, juntos com este evento, são indicativos do constante crescimento do público de jazz e da necessidade da criação, continuidade e investimento em eventos neste segmento.”
Seu objetivo é “Promover e consagrar o jazz e o blues produzidos no Rio Grande do Sul, reunindo artistas gaúchos de destaque a grandes nomes internacionais, contemplando dezesseis bandas em oito shows, com apresentações na melhor casa de shows de Porto Alegre, o Bar Opinião”. Os objetivos específicos são: 1) “Estimular a produção da música jazz e blues no estado do Rio Grande do Sul. Fomentar a formação de novas plateias para o jazz, numa ação cultural continuada, com duração de 08 meses”; 2) “Ampliar o público alvo através da popularidade dos shows, artistas e convidados, com ingressos acessíveis em um espaço conhecido dos gaúchos, como o Bar Opinião, em Porto Alegre”; 3) “Promover e divulgar o jazz e o blues nas redes sociais através de ações de web marketing, atingindo fãs do estilo musical além de estimular o acesso de novos públicos”.
As metas do projeto preveem a realização de 8 espetáculos, 8 oficinas e subsidiar venda de 1600 ingressos.
A contrapartida proposta é a “realização nas dependências do bar e teatro Opinião de 8 oficinas a serem ministrados, para estudantes de música, com inscrição prévia e gratuita, com até 10 vagas e que serão ministradas por integrantes das bandas contratadas. Serão ministradas em 8 dias ao longo de 8 meses”
Na comercialização de ingressos estão previstos 320 ingressos para a SEDAC, 200 para o patrocinador, 100 para divulgação e 1600 para venda. Serão 1120 ingressos promocionais a R$ 45,00 (arrecadação de R$ 50.400,00), 480 ingressos de meia-entrada a R$ 40,00 (arrecadação: R$ 19.200,00) e zero ingressos venda-cheia a R$ 80,00 (nenhuma arrecadação).
O cronograma planeja 1 mês para pré-produção, 9 meses para divulgação, 9 meses para a produção e 2 meses para a pós-produção.
Os custos habilitados para a realização do projeto totalizam R$ 251.450,48 e destinam R$ 163.908,48 (65,19%) para produção e execução, R$ 51.992,00 (20,68%) para divulgação, R$ 14.000,00 (5,57%) para administração, R$ 21.550,00 (8,57%) para Impostos/taxas/seguros.
A receita de comercialização é R$ 69.600,00 que corresponde a 27,68% do valor do projeto e a receita solicitada ao Sistema Pró-cultura é R$ 181.850,48 e representa 72,32%.
É o relatório.
2. O projeto apresenta mérito e relevância importante quando apresenta um plano de oficinas musicais voltada aos artistas e técnicos da área musical bem detalhado e específico. Os gêneros musicais, público alvo beneficiado e a existência de outros festivais do mesmo gênero em Porto Alegre e Canoas fortalecem o entendimento de que esta ação apresentada deva ser oferecida a população da cidade de Porto Alegre.
No entanto falta oportunidade quando o proponente apresenta entre as metas o subsídio de 1600 ingressos sendo eles R$ 80,00 o valor inteiro, R$ 45,00 promocional e R$ 40,00 meia entrada.
Nenhum ingresso de R$ 80,00 (valor inteiro) está previsto para venda então o valor da meia entrada deveria ser calculado usando como referência o “valor promocional” de R$ 45,00, tonando o “valor promocional” em “inteiro” conforme o Art. 7º do DECRETO Nº 8.537/2015 que dispõe sobre o benefício da meia-entrada para acesso a eventos artístico-culturais:
“O valor do ingresso de meia-entrada deve equivaler à metade do preço do ingresso cobrado para a venda ao público em geral.”.
Isso causaria uma redução na receita prevista de comercialização, reduzindo o valor do projeto e a possivelmente a execução de suas metas. Fora a receita de comercialização, nenhuma outra fonte de financiamento é citada tornando o praticamente financiado pela LIC RS. Pelos mesmos motivos que encontramos na análise de mérito e relevância podemos entender que o projeto apresenta potencial para buscar outras formas de viabilizar essa programação como fez em sua edição anterior. O Bar Opinião tem uma história de sucesso com a comunidade musical de Porto Alegre, apresenta condições técnicas e experiência de mercado suficiente para viabilizar estes shows e oficinas com outro modelo de negócios que diminua a participação da LIC RS.
3. Em conclusão, o projeto “Opinião Jazz n´ Blues Festival - 2016” não é recomendado para a Avaliação Coletiva.
Porto Alegre, 28 de novembro de 2016.
Bibiana Mandagará Ribeiro
Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
Sessão das 10 horas do dia 01 de dezembro de 2016.
Presentes: 16 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: José Mariano Bersch, Luiz Armando Capra Filho, Élvio Pereira Vargas, Erika Hanssen Madaleno, Dael Luis Prestes Rodrigues, Gilberto Herschdorfer, Ieda Gutfreind, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Marlise Nedel Machado, Luciano Fernandes, Lucas Frota Strey e Walter Galvani.
Ausentes no Momento da Votaçao: Marco Aurélio Alves e Maria Silveira Marques.
Antônio Carlos Côrtes
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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