O projeto “Memorial dos Festivais 2ª edição” é aprovado.
1 - O projeto Memorial dos Festivais 2ª edição, apresentado por Tabla Produções Artísticas Ltda. (CEPC 2369), devidamente habilitado pela Diretoria de Economia da Cultura da SEDAC, pretende “resgatar a tradição dos festivais realizados tanto em nosso Estado quanto em todo País, produzidos há mais de quatro décadas, fazendo uma relação com o que ocorreu de mais importante em nossa música e cultura nesse período, como a revelação de artistas e músicas, e o início da prática de exaltar o Rio Grande do Sul por meio de canções nativistas, trajes próprios e linguagem singular. O projeto visa realizar Encontros Musicados, mesclando essa diversidade cultural com palestras, de forma itinerante em 10 cidades do RS (Porto Alegre, Canoas, Esteio, Rio Grande, Osório, Uruguaiana, São Lourenço do Sul, Cruz Alta, Santa Maria, Taquara). O repertório exclusivo fica a cargo do Jornalista e Crítico de Música Juarez Fonseca, que no projeto assume a Direção Musical. As músicas serão interpretadas pelo trio Sperandires, Chico Saratt e Chicão Dornelles. A maioria dos municípios escolhidos tem significativa relação com festivais de extrema importância para o desenvolvimento de nossa cultura e produção musical. Ao relembrar a história desses festivais estamos dando uma nova roupagem a canções que se tornaram clássicos da música gaúcha e brasileira, quase todas, até hoje gravadas e regravadas, cantadas pelo público nos shows. Haverá também a confecção de um catálogo com o reforço das informações constantes nos painéis da exposição da 1ª edição, fotografias complementares sintetizadas da pesquisa realizada sobre os 40 anos dos festivais nativistas. Esse foi um produto que fez falta na 1ª edição, para que fique disponível junto à exposição, que após seu período de circulação inicial (setembro/2012 à julho/2013) ficará sob a tutela do IGTF (Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore), aberta a visitação. O catálogo poderá ser consultado tanto no IGTF, quanto nos locais que devem recebê-lo gratuitamente, conforme plano de distribuição.”
“O projeto é decorrência do sucesso de sua 1ª edição quando foi realizada uma extensa pesquisa referente à comemoração dos 40 anos dos Festivais de Musica Nativista realizados no Rio Grande do Sul, que resultou numa exposição que circula em alguns festivais como a Tertúlia Nativista em Santa Maria, o Festival Cesar Passarinho em Caxias do Sul, o Acampamento da Canção Nativa e Bivaque da Poesia Gaúcha em Campo Bom, o Reponte da Canção de São Lourenço do Sul, a Tafona da Canção em Osório e a Coxilha Nativista de Cruz Alta. A 2ª edição prevê também a confecção de um catálogo contendo uma remodelagem das informações colhidas durante a pesquisa de elaboração da exposição e constante nos painéis da exposição, para que fique disponível junto a essa, de livre acesso a população, assim como cada cidade visitada receberá uma cota do mesmo material a ser exposto em museus, bibliotecas, faculdades e/ou demais locais considerados de fácil acesso a comunidade.
A pesquisa realizada na 1ª edição teve como ponto de partida os festivais de música popular que marcaram época no Brasil dos anos 60, como o I Festival Nacional de Música Popular Brasileira (1965 - TV Excelsior São Paulo) e o II Festival da Música Popular Brasileira (1966 - TV Record São Paulo), foram rastilhos de pólvora, incendiaram a música brasileira, e eventos nos mesmos moldes passaram a ocorrer na maioria dos Estados. Em Porto Alegre, realizou-se em 1967 o I Festival Sul-Brasileiro da Canção Popular, com transmissão da Rádio e TV Gaúcha. A empolgação pela novidade era tanta, que em 1968 a capital gaúcha assistiu a duas realizações: em junho, o I Festival Universitário da Música Popular Brasileira, promovido pelo Diretório dos Estudantes da Faculdade de Arquitetura; e em julho, o II Festival Sul-Brasileiro da Canção Popular, novamente transmitido pela TV Gaúcha. Vencido por Túlio Piva com o samba Pandeiro de Prata este II Festival apresentou pela primeira vez uma música com temática regional do Sul ‘O Gaúcho’ de Raul Ellwanger, classificada em segundo lugar. E seguiram os festivais de MPB país a fora. Até que em 1971, aquela sacada de Raul Ellwanger em cantar a sua terra parece ecoar em outras cabeças e ganha corpo com a realização, em Uruguaiana, da 1ª Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul. No ano seguinte, Taquara realiza a 1ª Ciranda da Canção Teuto-Rio-Grandense. Logo viriam a Vindima (Flores da Cunha), a Tertúlia (Santa Maria), a Ronda (Alegrete), a Coxilha (Cruz Alta), a Guarita (Torres), o Musicanto (Santa Rosa), O Reponte (São Lourenço do Sul), a Moenda (Santo Antônio da Patrulha). E assim os festivais nativistas foram revelando artistas, lançando discos, criando modas, colocando marcos em todo o mapa do Rio Grande, configurando um movimento que revolucionou o panorama cultural do Estado. No final dos anos 80, auge dessa revolução, o Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore registrava mais de 50 festivais sendo realizados. O “Encontro Musicado no Tempo dos Festivais” vai contar um pouco dessa história, dando nova roupagem a canções que se tornaram clássicos da música gaúcha, quase todas até hoje gravadas e regravadas, cantadas pelo público nos shows. Para atualizar esse repertório reconhecido por três gerações, um jovem grupo formado no Litoral Norte, os Sperandires (Adriana, Adriano e Cristian) que tem levado sua música a festivais pelo Brasil, e dois artistas já veteranos dos palcos representando o Pampa e a Fronteira, Chico Saratt e Chicão Dornelles. Completa o show uma palestra prévia sobre o significado dos festivais para a cultura rio-grandense pelo jornalista e pesquisador Juarez Fonseca e, em alguns eventos, pelo Diretor Técnico do IGTF, Luiz Claudio Nunes Knierim.”
“Acreditamos que este encontro musicado, assim como o catálogo, considerado um acervo de documentos históricos reunidos na 1ª edição, terá grande utilidade para vários segmentos da sociedade. Servirá para realização de análises e reflexões relativas aos gêneros musicais, autores, gravadoras, etc. As informações apresentadas na 2ª edição do Memorial dos Festivais serão um facilitador para discussões e pesquisas acadêmicas, servindo de base para qualquer tipo de estudo na área, que venha a ser realizado.”
O objetivo do projeto é a “Realização da 2ª edição do projeto Memorial dos Festivais, através da circulação em 10 cidades do Rio Grande do Sul do ‘Encontro Musicado no Tempo dos Festivais’, com a participação do trio Sperandires e banda, Chico Saratt e Chicão Dornelles com Direção Musical de Juarez Fonseca e a confecção do catálogo da exposição Memorial dos Festivais Nativistas.” Os objetivos específicos são “Contribuir para o resgate da memória visual e sonora cultural do estado; Oportunizar a vivência de parte da história dos Festivais no Rio Grande do Sul; Despertar o sentimento de pertença cultural promovendo encontros gratuitos e de acessibilidade universal; Elaboração de catálogo para fins de referencial bibliográfico; Auxiliar na construção de novos meios de contribuir para a manutenção da memória cultural na sociedade”.
O projeto terá a duração de dez meses, e o custo total de R$ 199.982,00 é solicitado ao Sistema Pró-Cultura/RS.
2 – O processo está bem formatado, contendo os documentos necessários à sua análise, incluindo os termos de anuência do IGTF e dos artistas participantes, conteúdo programático das palestras, currículo dos palestrantes, termos de anuência das Prefeituras e das Instituições de Ensino Superior participantes, orçamentos, termos de anuência dos demais profissionais envolvidos, entre outros. Realizados há quase cinquenta anos, os festivais deixaram importantes marcas na música brasileira e gaúcha. Popularizaram compositores e cantores como Chico Buarque, Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Paulinho da Viola. No Rio Grande do Sul o movimento dos festivais nativistas não apenas renovou e multiplicou o repertório do regionalismo com uma série de canções que hoje já são consideradas tão clássicas como aquelas do tradicionalismo pioneiro. Expandiu o mercado de trabalho de maneira nunca vista na história da música regional, seja em número de gravações de discos (mais de 800 edições de festivais), seja em espaço de shows que revelaram e consolidaram o prestígio de nomes como Mário Barbará, Aparício Silva Rillo, Luis Coronel, Marco Aurélio Vasconcelos, Elton Saldanha, João Chagas Leite, Sérgio Napp, César Passarinho, Victor Hugo, Antônio Augusto Fagundes, Telmo de Lima Freitas, Leopoldo Rassier, Luiz Carlos Borges, Ewerton Ferreira, Leonardo, Eraci Rocha, João de Almeida Neto, Talo Pereyra, Dante Ramom Ledesma, Raul Ellwanger, Airton Pimentel, Humberto Zanatta, Luiz Felipe Delgado, Guilherme do Prado Veppo, Sérgio “Jacaré” Metz, Pery Souza, Vinicius Brum, José Fogaça, Kenelmo Alves, Hilário Retamozo, José Nenito Sarturi, Luis Bastos, Jorge Rios, Silvio Genro, Nito Padilha, Celso Bastos, José Claudio Machado, Neto Fagundes, Gilberto Carvalho, Miguel Bicca, Glênio Fagundes, Jerônimo Jardim, Daniel Morales, Vitor Ramil, e instrumentistas como Renato Borghetti, Gilberto Monteiro, Lúcio Yanel, Texo Cabral, além de conjuntos como Os Tapes, Canto Livre, Os Fronteiriços, Cantores dos Sete Povos, Tambo do Bando, Os Posteiros. E poderíamos citar muitos outros artistas e grupos.
O orçamento está adequado às dimensões do projeto e é assim distribuído: produção/execução = 73,5%; divulgação = 11,3%; administração = 13,2%; impostos/taxas/ seguros = 2,2%. Consideramos que a iniciativa de resgatar a história e a importância dos festivais de música no Brasil e em nosso estado – onde ainda se realizam cerca de 50 por ano – afirma o mérito cultural, relevância e oportunidade do projeto em análise.
3. Considerando o exposto, o projeto “Memorial dos Festivais 2ª edição” é aprovado, podendo vir a receber incentivos fiscais através do Sistema Pró-Cultura/RS até o valor de R$ 199.982,00 (cento e noventa e nove mil novecentos e oitenta e dois reais).
Porto Alegre, 26 de agosto de 2013
Hamilton Dias Braga
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, optou por: votar ( ), não votar (X) ou desempatar ( ).
Sessão das 14 horas do dia 26 de agosto de 2013.
Presentes: 20 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Alcy Cheuiche, Leandro Artur Anton, Adriana Donato dos Reis, Adriano José Eli, Franklin Cunha, Leoveral Golzer Soares, Daniela Carvalhal Israel, Milton Flores da Cunha Mattos, José Mariano Bersch, Manoelito Carlos Savaris, Vinícius Vieira de Souza, Gilson Petrillo Nunes, Susana Fröhlich, Gisele Pereira Meyer (14)
Abstenções: Antônio Carlos Côrtes (01)
Ausentes no momento da votação: Paula Simon Ribeiro, Loma Berenice Gomes Pereira, Gilberto Herschdorfer (03)
Neidmar Roger Charão Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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