O projeto “3° PELOTAS JAZZ” é recomendado para participar da Avaliação Coletiva.
1 - O projeto “PELOTAS JAZZ FESTIVAL”, habilitado pelo Setor de Análise Técnica da Secretaria de Estado da Cultura e encaminhado a este Conselho, nos termos da Legislação, em vigor trata uma mostra musical de variado gênero, com artistas gaúchos, nacionais e internacionais em shows para apresentações no Theatro Guarany e em 2 palcos a céu aberto, inseridos no contexto da arquitetura histórica da cidade, que é o entorno do Mercado Público Central e na Rua do Jazz (Lobo da Costa), durante 4 dias de programação contínua. Concomitantemente, será oferecido ao público 05 (cinco) oficinas gratuitas, com 30 vagas cada, conforme a grade de programação. O projeto Pelotas Jazz Festival, que teve início em 2010, com financiamento do SESC-RS, teve seguimento na segunda edição em 2013, financiado pelo Pró-cultura/LIC, patrocinado pela empresa TIM, também com apoio cultural do SESC-RS. O proponente é Gilnei Fernando Keiber (Gaia Cultura e Arte). Segundo o proponente, este evento trouxe um grande público tanto da região quanto do estado e do Brasil colocando a cidade na rota da música nacional ao agregar nomes como Yamandu Costa, Toninho Horta, João Donato, Hermeto Pascoal, Hamilton de Holanda, Raul de Souza, Mauro Senise, Gilson Peranzetta, Hugo Fatoruso, James Liberato, Delicatessen, entre outros. Isto fez com que a comunidade local recebesse de braços abertos este evento que, em apenas 2 edições, já se tornou referencial necessário para os amantes da música, que vieram (e seguirão vindo) de todas as partes do Brasil para apreciar uma programação riquíssima, de extrema qualidade musical, em um belo evento que valoriza também o centro histórico local e faz com que o cidadão pelotense se reconheça e se reconecte ao seu espaço, de beleza arquitetônica e cultural tão belos e por longos anos afastado da produção estadual e nacional. O 3° Pelotas Jazz Festival, portanto, objetiva trazer uma excelente programação musical em sua excelência no intuito de valorizar os recantos arquitetônicos da cidade e mover a engrenagem da economia da cultura. A ideia de transformar o evento num dos maiores festivais de música da América Latina fez com que os nomes escolhidos à programação artística representassem o melhor da música instrumental nacional.
Além dos shows, a comunidade poderá desfrutar, também gratuitamente, de ótimas oficinas também ministradas pelas estrelas presentes no evento, a saber: Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Naná Vasconcelos, Jaques Morelembaum e Arismar do Espírito Santo, e serão direcionadas aos músicos, estudantes de música e público em geral, selecionados através do preenchimento de ficha com campo INTUITO EM PARTICIPAR, onde os melhores argumentos serão contemplados às vagas. O plano de divulgação do 3° Pelotas Jazz Festival foi idealizado contemplando 4 eixos: 1- TV e rádios: Através da parceria com a TVE, serão transmitidos AO VIVO todos os dias a programação do Theatro Guarany e haverá inserções diárias, das 18h30min às 19h, no programa Radar, com entrevistas ao vivo. O plano de TV também contempla 12 vinhetas assinadas durante a transmissão, 4 vinhetas assinadas durante o programa Radar, 8 vinhetas assinadas no programa Estação Cultura, 50 inserções de cobertura ao vivo e 60 inserções comerciais de 30”. Nas rádios, a parceria com a Fundação Cultural Piratini abrangerá a rádio FM Cultura, da seguinte forma: Estação Cultura ao vivo, às 12h45min, diariamente, de Pelotas, Sessão Jazz com artistas participantes, 4 vinhetas de assinatura no programa Estação Cultura, 4 vinhetas de assinatura no programa Sessão Jazz, 80 chamadas de cobertura e 88 comerciais de 30”. Também haverá transmissão e acompanhamento integral por parte da Radiocom 104.5 FM e Federal FM, de Pelotas. Pela internet e redes sociais: Transmissão ao vivo pela web, através do site do festival, da programação dos palcos da rua e trechos do cotidiano do festival. Além disso, as redes sociais (flickr, facebook, instagram e twitter) manterão o público informado e atualizado. Em 2013, em uma semana de programação houve o alcance de mais de 110 mil pessoas através do facebook. Será divulgado em gráficos e jornais locais; uma forte comunicação visual no entorno do evento através de banneres, outdoors, faixas e cubos variados e na comunicação também será criada a Revista do Jazz, contendo programação, divulgação de marcas, colunas e fotos acerca do festival, restando numa espécie de manual do evento. Nos jornais, o investimento se dará com 16 mídias de ¼ de página, 8 mídias de meia-página e investimento em mídia jornalística em jornais da capital, conforme planilha orçamentária. Ao Acervo serão produzido vídeos-minuto e documentário da produtora Moviola (vencedora de diversos prêmios de cinema pelos festivais do mundo) sobre o evento e gravados fragmentos musicais que restarão em uma impressão-registro de Combo com CD e DVD, não comercializáveis, registrando este evento que entrará para a história do RS. A programação confirma o intuito da realização de um dos maiores festivais de música do Brasil, conforme consta abaixo:
1° Dia, Palco na Rua do Jazz, 19h, Trio Remi Panossian (França); Palco Theatro Guarany, 20h30min, o Clube do Jazz (um grupo local, idealizador independente deste evento); no do Palco Theatro Guarany, às 22h, Paquito d´Rivera.
No 2° DIA, Casarão 6, às 9h30min, a oficina ministrada por Egberto Gismonti; no Bistrô da Secult, às 9h30min, oficina de Hermeto Pascoal; no Conservatório de música, às 9h30min, oficina de Jaques Morelembaun; na Bibliotheca Pública, 9h30min, oficina de Arismar Espírito Santo; no Foyer do Theatro Guarany, 9h30min, oficina ministrada por Naná Vasconcelos, no Palco Mercado Público, 15h30min, Show com Aloisio Rockembach; No Palco Mercado Público, 17h, o show de Arismar do Espírito Santo; no Palco Rua do Jazz, às 19h, o show da Organic Groove; Palco Theatro Guarany, às 20h30min, Cama de Gato; no Palco Theatro Guarany, às 22h, Elza Soares.
3° DIA, no Casarão 6, às 9h30, Oficina com Egberto Gismonti; no Bistrô da Secult, às 9h30min, Hermeto Pascoal; no Conservatório de música, 9h30min, Jaques Morelembaun; Bibliotheca Pública, às 9h30min, Arismar Espírito Santo; no Foyer do Theatro Guarany, às 9h30min, segue a oficina de Naná Vasconcelos. No Palco do Mercado Público, às 15h30min, Show com Cláudio Sander; no Palco Mercado Público, às 17h, Show com Naná Vasconcelos; no Palco Rua do Jazz, às 19h, Jaques Morelembaun; no Palco do Theatro Guarany, às 20h30, Show com João Bosco Quinteto, e às 22h é a vez de Hamilton de Holanda.
No DIA 4 segue a programação das oficinas e shows a partir das 09h30 da manhã com Egberto Gismonti Bistrô, Hermeto Pascoal, Jaques Morelembaun, Arismar Espírito Santo e Naná Vasconcelos. No Palco Mercado Público, às 15h30min, a Orquestra de Teutônia; 17h, Egberto Gismonti, Palco Mercado Público, e às 19h Hermeto Pascoal e Big Band e ainda a Orquestra de Teutônia.
O conteúdo programático das oficinas: Egberto Gismonti promoverá um diálogo musical num encontro com jovens músicos, abordando temas como arranjo, técnica, improviso, composição e música em geral. Carga horária diária: 2 horas aula. Hermeto Pascoal, o Mago do som, fará uma abordagem dos temas gerais da música. Falará sobre produção, criação, arranjo e carreira, além de temas mais técnicos como harmonização, solo e improvisação. Carga horária diária: 2 horas aula. Arismar do Espírito Santo abordará o tema Criação Musical, instigando a desenvolver o potencial criativo e sonoridade. Através da seleção de motivos rítmicos, melódicos e harmônicos, serão montados vários “quebra-cabeças” sonoros, com combinações que resultarão em temas, prosas musicais e improvisos. Serão exploradas as inúmeras possibilidades de criação, composição e execução musical, formal e espontânea, através de seus vários caminhos e diferentes instrumentos. O workshop é destinado a músicos de instrumentos de base e sopro, compositores, arranjadores e cantores, pautando a apresentação de conhecimentos técnicos utilizando como parâmetro a originalidade. Carga horária diária: 2 horas aula. Jaques Morelembaum apresentará o Violoncelo Popular Brasileiro, de Villa Lobos até os dias de hoje – aspectos de interpretação e improvisação. Carga horária diária: 2 horas aula. Naná Vasconcellos Workshop – orgânico Autoconhecimento, sensibilização, relaxamento, senso de grupo e concentração são algumas práticas adquiridas por quem passa pela experiência de um workshop orgânico ministrado por Naná Vasconcelos, mestre da percussão mundial. “O corpo como instrumento é uma fonte inesgotável de descobertas”, lembra Naná. Somado ao trunfo de ser mundialmente reconhecido por sua música, já foi eleito oito vezes como melhor percussionista pela revista americana Down Beat. Segundo suas próprias palavras: a percussão é o entendimento dos ritmos através do corpo. Mais que isso, o workshop oferece infinitas possibilidades criativas, passando pelo autoconhecimento, conscientização respiratória, senso de grupo e até mesmo de relaxamento. “O que aprendemos através do corpo fica impresso no que podemos chamar de memória corporal. Por isso, não se esquece mais...”, ressalta Naná. O workshop se inicia com todas as pessoas dispostas num círculo e o percussionista no meio. Pelo próprio caminhar das pessoas, Naná começa passar seus conceitos de ritmo, espaçamento de tempo, respiração e as possibilidades sonoras que o corpo e suas funções propiciam. Os participantes marcam o ritmo com os pés, depois são estimulados a usar as mãos e, finalmente, a voz. Naná divide o conjunto em grupos de modo que apareçam diferentes desenhos rítmicos. Depois de um intervalo, no qual o percussionista troca impressões com o grupo, os participantes costumam voltar à atividade muito mais integrada e desinibida para os exercícios finais da experiência. “Das artes, a música é a mais imediata porque mexe com os sentimentos. Ela vai do silêncio ao grito. Muitas vezes, é numa atividade como essa que descobrimos a criança que habita em nós”. O workshop pode abranger vários tipos de grupo e, além de ser recomendado ao público em geral, não importando nem mesmo a idade, o trabalho pode ser feito tanto para pessoas do meio artístico, incluindo aí músicos (não necessariamente percussionistas), cantores, atores e bailarinos, como também para funcionários de empresas, como um trabalho de sensibilização em convenções específicas ou mesmo como inspiração para exercícios de relaxamento e senso de equipe praticados no dia-a-dia. Inúmeras vezes Naná provou capacidade para conduzir grupos numerosos de pessoas, tanto ministrando workshops em empresas, em convenções que chegaram a 500 participantes. Durante o workshop, Naná também conta um pouco de sua trajetória e revela aspectos da cultura africana miscigenada no Brasil, resultando em ritmos como o samba e o maracatu. Lembra que sua inspiração para montar esse workshop surgiu de um trabalho realizado na França, com crianças que apresentavam dificuldade de coordenação motora em suas atividades comuns. “O workshop tem a vocação de liberar sentimentos, expressões, movimentos e sons que a própria pessoa desconhecia em si mesma. Noto com frequência que os participantes saem leves e felizes dessa experiência orgânica”, conclui Naná. Carga horária diária: 2 horas aula.
O Projeto reúne documentação completa e argumentos condizentes com a realidade. O período de realização total do Projeto é de 11 meses. Para administrar os recursos, assina a assessoria contábil a DeConto Consultoria, cujo responsável legal é Milton De Conto, CRC/RS 43696.
O Valor solicitado ao Pró-Cultura é de R$ 1.571.614,57 (um milhão quinhentos e setenta e um mil seiscentos e quatorze reais e cinquenta e sete centavos), e o montante habilitado pelo SAT é de R$ 1.556.614,57 (um milhão quinhentos e cinquenta e seis mil seiscentos e quatorze reais e cinquenta e sete centavos).
É o relatório.
2 - À nossa sociedade de consumo, tão conectada em coisas vãs, fugazes, a arte, deveras vezes, passa despercebida pelo lado de fora de seus televisores. Há, com o modelo de desenvolvimento acelerado, que preza pelo lucro, pela pressa e pela competitividade, um distanciamento da população da arte e cultura de qualidade. O 3° Pelotas Jazz Festival deseja, assim como nas edições anteriores, inverter esta dinâmica e levar, novamente, música e um evento de qualidade de forma totalmente gratuita à comunidade não só pelotense, mas gaúcha e brasileira, espalhando música pelas praças e ruas, contagiando e emocionando milhares de pessoas, disseminando a ideia de que sonhos são, sim, possíveis. Resgatar a autoestima da cidade de Pelotas, tão artística e ao mesmo tempo excludente dos eixos econômicos nacionais. Tão distante da realidade da capital gaúcha. Realizar um festival que ilumina o centro histórico, que traz grandes nomes da música nacional, que transforma a tão sofrida e esquecida cidade sulina em pólo cultural novamente, que chame a atenção de todo um país por ter um festival tão bem organizado e tão bem fluido, com tamanha positividade que fora recebido e fazendo o pelotense reconhecer seu espaço e orgulhar-se de sua cidade e amá-la, com orgulho de pertencer e conviver com seus ídolos nas praças, restaurantes e bares respirando música por todos os cantos. Em caráter meritório este projeto contempla a diversidade ao acesso cultural e a ressignificação do cotidiano urbano. Os objetivos deste projeto são: a realização de 18 shows gratuitos em 3 palcos diferentes na cidade de Pelotas; 5 oficinas diárias desenvolvidas numa cidade universitária e de essência cultural incontestável que anseia o saber e envolvimento direto que este Projeto propicia; a valorização do centro histórico urbano de Pelotas, revitalizado em 2014 pelos programas do PAC - Cidades Históricas, que receberá iluminação e projeção cênica específica, com vistas no fomento a ressignificação e reconhecimento deste espaço urbano; o intenso intercâmbio entre a população em geral e os artistas convidados oferecendo arte de qualidade, de forma democrática, em espaços não habituais inserindo no cotidiano comum das pessoas uma brecha cultural que visa à conscientização do público para a importância da fruição da arte que neste caso também contempla um público que em sua maioria não frequenta espaços culturais, instigando neles a autoestima e a valorização do lugar onde vivem. Para finalizar, a relatora enfatiza o ineditismo na contratação da TVE para transmissão ao vivo a todo o estado do Rio Grande do Sul, em detrimento das emissoras comerciais, bem como das rádios Cultura (POA) e a Com 104.5 de Pelotas, fator que vem promover reserva alternativa de mercado às emissoras públicas que, elencadas as transmissões das rádios e internet, a previsão de abrangência estima um público de 600 mil pessoas. Este Projeto é relevante, contém mérito cultural e, com o apoio do Governo do estado, pode vir a titular a cidade de Pelotas promotora de um dos maiores eventos nacionais entre os grandes realizados do Rio Grande do Sul. Além de documentação completa para análise de seu mérito cultural esta proposta apresenta um Plano de Divulgação bem distribuído.
3. Em conclusão, “3° Pelotas Jazz”, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, é recomendado para participar da Avaliação Coletiva, podendo vir a receber financiamento do Sistema Pró-Cultura no valor de R$ 1.556.614,57 (um milhão, quinhentos e cinquenta e seis mil, seiscentos e quatorze reais com cinquenta e sete centavos). No entanto, condicionamos a liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas legais de prevenção a incêndios no local do evento.
Em razão da autorização da SEDAC, expedida pelo Of. Nº 06/14, o projeto é considerado prioritário, sendo dispensado de ser submetido à Avaliação Coletiva.
Porto Alegre, 24 de fevereiro de 2014.
Loma Berenice Gomes Pereira
Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, optou por: votar ( ), não votar (X) ou desempatar ( ).
Sessão das 14 horas do dia 24 de fevereiro de 2014.
Presentes: 20 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Graziela de Castro Saraiva, Maria Eunice Azambuja de Araújo, Alcy Cheuiche, Adriana Donato dos Reis, Paula Simon Ribeiro, Franklin Cunha, Gilberto Herschdorfer, Hamilton Dias Braga, Leoveral Golzer Soares, Daniela Carvalhal Israel, Milton Flores da Cunha Mattos, José Mariano Bersch, Maturino Salvador Santos da Luz, Vinicius Vieira de Souza, Gilson Petrillo Nunes, Susana Fröhlich (16)
Abstenções: Antônio Carlos Côrtes, Adriano José Eli (02)
Neidmar Roger Charão Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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