O projeto “ANTÔNIO CHIMANGO” é aprovado.
1 – O projeto é apresentado por Alpheu Ney Godinho, também responsável legal.
Foi submetido à análise técnica do sistema Pró-Cultura e habilitado pela Secretaria, tendo sido encaminhado a este Conselho, para parecer, nos termos da legislação em vigor.
Responde pela contadoria Fernanda Estorti de Castro.
Trata-se de projeto sem data fixa de realização.
Consiste na “apresentação de três récitas do Musical Antônio Chimango, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre – OSPA, coral sinfônico e solistas, e com ingresso a preços populares”. Assina o libreto Alpheu Godinho, enquanto que a composição musical é de autoria de Arthur Barbosa, em um conceito de ópera-bufa ou comédia musical.
Na apresentação e nos objetivos, que estão claros e bem sustentados pelo projeto, destaca-se a importância do poema, no seu sentido histórico e na sua capacidade simultânea de expressar a contemporaneidade.
Para sua completa realização, os custos do projeto alcançam o valor de R$ 110.350,00, sendo 79,93%, ou R$ 88.200,00, solicitados ao sistema LIC. Os restantes R$ 22.150,00 advirão da comercialização.
É o relatório.
2 – Muita pólvora gastou-se por esse Chimango. Literária (na imprensa, na tribuna, na historiografia) e literal (particularmente na revolução de 1923, mesmo que ainda ali tenha tido muita valia a arma branca – no combate e na vilania bárbara da degola – e a carga de lança, embora sem o protagonismo dos tempos do Coronel Prates).
Não mereceu a mesma atenção o Poemeto Campestre de Ramiro.
É bonito e definitivo o que dizem sobre sua importância Carlos Reverbel e, principalmente, Augusto Meyer, que o coloca ombro a ombro (ou mesmo algo acima) das principais obras da gauchesca platina.
Foi importante a gravação da versão musicada por Martin Coplas, no início dos anos oitenta.
Mas certamente faltam muitas “rondas” para que o vigor da marcha dessa pequena tropa de 1278 versos gordos e de pelo fino, que dão conta com estro, sentido popular e literário, coragem e humor, daquele período que viria a ser chamado “modernização autoritária”, receba a justiça que merece. Aquele “mulato velho mui sério, cria da Dona Maruca” – o Tio Lautério, de existência documentada, como o também escuro Don Segundo e muito mais à sombra do que este –, dizia, em sua lida imemorial:
“...Que um bom fogo é o galardão
De um pobre que anda tropeando.”
Enxuto em seus custos, mas empapado de consistência e boa proposta estética – como o poncho de um tropeiro quando “a chuva bate de açoite” –, o presente projeto pode ajudar a manter aceso esse fogo.
É de se destacar o valor acessível dos ingressos e a devida distribuição de parcela destes, em contrapartida.
3. Em conclusão, o projeto “ANTÔNIO CHIMANGO” é aprovado para receber incentivos até o valor de R$ 88.200,00 (oitenta e oito mil e duzentos reais) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura/RS.
Porto Alegre, 02 de agosto de 2014.
Demétrio de Freitas Xavier
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Em razão do Of. Nº 06/2014 da SEDAC, os projetos aprovados por este Conselho são considerados prioritários, sendo, portanto, dispensados da Avaliação Coletiva.
Sessão das 10 horas do dia 02 de setembro de 2014.
Presentes: 17 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Adriana Donato dos Reis, Élvio Pereira Vargas, Fabrício de Albuquerque Sortica, Hamilton Dias Braga, Leoveral Golzer Soares, Daniela Carvalhal Israel, Rafael Pavan dos Passos, Jacqueline Custódio, Walter Galvani da Silveira (09)
Não acompanharam o Relator: Luiz Carlos Sadowski da Silva (01)
Ausentes no momento da votação: Maria Eunice Azambuja de Araújo, Leandro Artur Anton, Lisete Bertotto Corrêa, Franklin Cunha, André Kryszczun (05)
Neidmar Roger Charao Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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