O projeto “JANGO” é aprovado.
Produtor: PANDA FILMES LTDA
CEPC: 2248
Período de Realização: Evento não vinculado a data fixa.
PROJETO - CADASTRO DE PROJETO CULTURAL
Identificação do projeto e equipe
1. Identificação do produtor cultural
Produtor Cultural: PANDA FILMES LTDA
Endereço: RUA MIGUEL TOSTES, 457
Bairro: RIO BRANCO
CEP: 90430061
Município: PORTO ALEGRE
Responsável Legal: LUIZ ALBERTO RODRIGUES
Função: Produtor Executivo
Área do Projeto: AUDIOVISUAL: Produção de cinema em LONGA-METRAGEM
1 – O filme “JANGO”, um longa-metragem de ficção com aproximadamente 120 minutos, baseado em fatos históricos, vai contar a história dos últimos dias do governo do ex-presidente João Goulart, sobretudo os dias que antecedem o Golpe de 64, até sua morte, em 1976. Quando a Guerra Fria colocava os dois grandes blocos mundiais como inimigos, o medo do comunismo incentivou uma febre de ditaduras militares na América Latina. O governo popular de João Melchior Marques Goulart foi uma de suas vítimas. “Não derramarei o sangue de brasileiros para defender meu governo”.
Jango resistiu ao ímpeto de seu cunhado Leonel Brizola e decidiu não resistir. Preferiu passar por fraco e submeter-se a um exílio que só terminou com a sua morte. Sua mulher e amigos enfrentaram mais uma vez a intransigência dos militares para enterrar em São Borja, sua cidade natal, o único presidente brasileiro a morrer no exílio. O longa conta o que foi esse exílio. Doze anos longe da pátria, sempre solidário com os que sofreram como ele as dores do exílio. Passou por diversos locais nesse período, morando no Uruguai e Argentina, além de visitas a outras cidades, especialmente na Europa. Como várias figuras importantes da política latino-americana barbaramente eliminadas, no último ano de sua vida, João Goulart esteve sempre na iminência de ser assassinado. Sua morte permanece envolta em mistério. Os brasileiros precisam reconhecer a importância de João Goulart na história de nosso país e o filme, buscando ir além, traz um Jango desconhecido. Cheio de amor pelo Brasil e pela família, sem esconder seus deslizes amorosos. Um projeto para que o grande público possa, enfim, conhecer a verdadeira alma de um dos maiores estadistas brasileiros, que a história oficial condenou ao ostracismo.
Entendemos que justamente neste ano, que coincide com os 50 anos do Golpe Militar de 1964, o tema do filme adquire a importância que seu significado histórico e cultural exige. Além de todas as revisões já feitas, que subtraíram com o passar dos anos o vocábulo “revolução” relacionado ao evento de 64, e todas as outras que se estão fazendo, em ações como as da “Comissão da Verdade”, este projeto adquire um papel de primeira grandeza. Praticamente nada se conhece da história do Presidente João Goulart , que vá além dos livros de história e este projeto pretende resgatar uma parte significativa de sua trajetória, sem com isso ser um filme personalista. E não há outro estado na federação onde este tema seja mais importante e tenha mais significação. O Personagem de João Goulart e grande parte dos personagens mais importantes dessa história nasceram e se criaram aqui, fazendo parte de um caudal político regional que ganhou dimensão nacional já no Século XIX com a Revolução Farroupilha, que obrigou o Império a mobilizar forças como não o havia feito antes. E ganha preponderância nacional quando Getúlio chega ao poder encabeçando um movimento que fecha o ciclo da “República Velha” em 1930. Jango significou a continuidade de um projeto histórico, em uma dimensão popular e social como nenhuma outra antes. Mas a história oficial, imposta de maneira avassaladora após 64, conseguiu que toda sua trajetória ficasse no limbo. Em 2013, com o ato público que deu início a exumação de seus restos mortais aqui mesmo no RS, em São Borja, finalmente volta à tona a discussão sobre os reais contornos da situação de deu origem ao golpe e reaparece o grande interesse em conhecer a situação e a real postura que teve o presidente eleito naqueles conturbado e violentos dias. Nosso estado precisa conhecer isso, da mesma maneira que o país necessita esta revisão histórica está condenado a repeti-la.
Através de um processo sério de pesquisa e criação, o roteiro do Jango traz uma história ainda desconhecida para os brasileiros. Passados 50 anos do golpe militar brasileiro, é necessário rememorar tais eventos e suas consequências. É preciso lembrar o período ditatorial não apenas como um período de crescimento econômico, mas também que era um regime autoritário, que torturou e matou diversos políticos e ativistas. Jamais deixar que a ditadura caia no esquecimento é um caminho para evitar a volta de regimes autoritários, e o cinema pode ajudar nessa tarefa. Um filme que traz a história de um presidente deposto em tais circunstâncias e toda a perseguição sofrida por ele, seus familiares e apoiadores busca deixar essa memória mais vívida e humana, próxima dos espectadores, o que reforça a importância dessa mensagem.
Metodologia:
Efeitos especiais serão utilizados para fazer as cenas em que teremos avião como veículo, bem como em outras cenas com a presença de multidão. Com o avanço das tecnologias digitais, poderemos reproduzir com fidelidade aspectos da arquitetura de Montevidéu, Buenos Aires, das fazendas, dos gabinetes e das construções dos anos 60 e 70, conferindo a todas as imagens a mesma textura. Ou seja, tanto as imagens registradas na câmara como as produzidas digitalmente poderão ser editadas em sequência, sem prejuízo da qualidade e homogeneidade. Imagens e depoimentos de arquivo para complementar e ilustrar algumas passagens estão no cenário como alternativa de uso. JANGO é destinado a jovens, adultos e idosos das classes sociais A, B e C. Com uma narrativa sensível e recheada de momentos instigantes que pretendem revelar parte de uma história não contada, embates políticos, num momento pelo qual toda a América Latina parecia estar sob o cerco de forças externas, aliado a um prestigiado elenco, formado pelos atores Murilo Benício e Maria Casadevall nos papéis de Jango e Maria Thereza, são elementos capazes de despertar o interesse em públicos de variadas faixas etárias e de poder aquisitivo diverso.
Além das formas de distribuição previstas, o acesso da população brasileira ao filme será ampliado por meio da exibição gratuita de ´JANGO´ em festivais, projetos de tela itinerante, escolas públicas, comunidades carentes, ONGs, Oscips e centros culturais. O filme também será exibido gratuitamente à população de São Borja, cidade onde acontecerá parte das filmagens com conteúdo significativo aquela população, a fim de retribuir o apoio dos moradores durante as filmagens. Estimamos que cerca de 10% do público que assistirá o filme no cinema o fará através de exibições gratuitas, seja em festivais, mostras ou exibições especiais através de projetos itinerantes para comunidades de baixa renda ou em comunidades desprovidas de salas de exibição”.
Análise do orçamento
Receitas originárias do MinC Nro.
11.878.737,12
Financiamento Sistema LIC RS
1.224.785,00
TOTAL 13.104.572,12
O Projeto está bem estruturado e suas informações adequadamente detalhadas e precisas
O Projeto entrou no sistema em data de 04/08/14, foi habilitado pelo SAT em data de 28/08/2014 e chegou às mãos deste relator em 04/09/2014.
É o relatório
2 – A nosso ver, o projeto “JANGO” se justifica não só pela relevância da ação política que teve o personagem central do filme, como também pelas lembranças que merecem ser relatadas do período histórico que o país viveu das décadas de 60 a 80.
3. Em conclusão, o projeto “JANGO” por seus méritos, relevância e oportunidade poderá vir a receber incentivos no valor de até R$ 1.224.785,00 (um milhão, duzentos e vinte e quatro mil, setecentos e oitenta e cinco reais), do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura, LIC/RS.
Porto Alegre, 18 de outubro de 2014.
Franklin João Marcantonio Cunha
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
Em razão do Of. N° 06/14 da SEDAC, os projetos aprovados por este Conselho são considerados prioritários, sendo, portanto, dispensados da Avaliação Coletiva.
Sessão das 14 horas do dia 6 de outubro de 2014.
Presentes: 19 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Aldo Gonçalves Cardoso Júnior, Adriana Donato dos Reis, Demétrio de Freitas Xavier, Élvio Pereira Vargas, Fabrício de Albuquerque Sortica, Hamilton Dias Braga, Leoveral Golzer Soares, Daniela Carvalhal Israel, Milton Flores da Cunha Mattos, Lisete Bertotto Corrêa, Loma Berenice Gomes Pereira, Rafael Pavan dos Passos, Jacqueline Custódio, Vinicius Vieira, Susana Fröhlich, Walter Galvani da Silveira (16)
Abstenções: Luiz Carlos Sadowski da Silva (01)
Neidmar Roger Charao Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
O projeto “Jango” é aprovado.
1 – Produtor: PANDA FILMES LTDA
O filme “JANGO”, um longa-metragem de ficção com aproximadamente 120 minutos, baseado em fatos históricos, vai contar a história dos últimos dias do governo do ex-presidente João Goulart, sobretudo os dias que antecedem o Golpe de 64, até sua morte, em 1976. Quando a Guerra Fria colocava os dois grandes blocos mundiais como inimigos, o medo do comunismo incentivou uma febre de ditaduras militares na América Latina. O governo popular de João Melchior Marques Goulart foi uma de suas vítimas. “Não derramarei o sangue de brasileiros para defender meu governo”. Jango resistiu ao ímpeto de seu cunhado Leonel Brizola e decidiu não resistir. Preferiu passar por fraco e submeter-se a um exílio que só terminou com a sua morte. Sua mulher e amigos enfrentaram mais uma vez a intransigência dos militares para enterrar em São Borja, sua cidade natal, o único presidente brasileiro a morrer no exílio. O longa conta o que foi esse exílio. Doze anos longe da pátria, sempre solidário com os que sofreram como ele as dores do exílio. Passou por diversos locais nesse período, morando no Uruguai e na Argentina, além de visitas a outras cidades, especialmente na Europa. Como várias figuras importantes da política latino-americana barbaramente eliminadas, no último ano de sua vida, João Goulart esteve sempre na iminência de ser assassinado. Sua morte permanece envolta em mistério. Os brasileiros precisam reconhecer a importância de João Goulart na história de nosso país e o filme, buscando ir além, traz um Jango desconhecido, cheio de amor pelo Brasil e pela família, sem esconder seus deslizes amorosos. Um projeto para que o grande público possa, enfim, conhecer a verdadeira alma de um dos maiores estadistas brasileiros, que a história oficial condenou ao ostracismo. Entendemos que justamente neste ano, que coincide com os 50 anos do Golpe Militar de 1964, o tema do filme adquire a importância que seu significado histórico e cultural exige. Além de todas as revisões já feitas, que subtraíram com o passar dos anos o vocábulo “revolução” relacionado ao evento de 64, e todas as outras que se estão fazendo, em ações como as da “Comissão da Verdade”, este projeto adquire um papel de primeira grandeza. Praticamente nada se conhece da história do Presidente João Goulart, que vá além dos livros de história e este projeto pretende resgatar uma parte significativa de sua trajetória, sem com isso ser um filme personalista. E não há outro estado na federação onde este tema seja mais importante e tenha mais significação. O Personagem de João Goulart e grande parte dos personagens mais importantes dessa história nasceram e se criaram aqui, fazendo parte de um caudal político regional que ganhou dimensão nacional já no Século XIX com a Revolução Farroupilha, que obrigou o Império a mobilizar forças como não o havia feito antes. E ganha preponderância nacional quando Getúlio chega ao poder encabeçando um movimento que fecha o ciclo da “República Velha” em 1930. Jango significou a continuidade de um projeto histórico, em uma dimensão popular e social como nenhuma outra antes. Mas a história oficial, imposta de maneira avassaladora após 64, conseguiu que toda sua trajetória ficasse no limbo. Em 2013, com o ato público
que deu início a exumação de seus restos mortais aqui mesmo no RS, em São Borja, finalmente volta à tona a discussão sobre os reais contornos da situação de deu origem ao golpe e reaparece o grande interesse em conhecer a situação e a real postura que teve o presidente eleito naqueles conturbado e violentos dias. Nosso estado precisa conhecer isso, da mesma maneira que o país necessita estaá revisão história está condenado a repeti-la.
Através de um processo sério de pesquisa e criação, o roteiro de Jango traz uma história ainda desconhecida para os brasileiros. Passados 50 anos do golpe militar brasileiro, é necessário rememorar tais eventos e suas consequências. É preciso lembrar o período ditatorial não apenas como um período de crescimento econômico, mas também por um regime autoritário, que torturou e matou diversos políticos e ativistas. Jamais deixar que a ditadura caia no esquecimento é um caminho para evitar a volta de regimes autoritários, e o cinema pode ajudar nessa tarefa. Um filme que traz a história de um presidente deposto em tais circunstâncias, e toda a perseguição sofrida por ele, seus familiares e apoiadores, busca deixar essa memória mais vívida e humana, próxima dos espectadores, o que reforça a importância dessa mensagem.
Além das formas de distribuição previstas, o acesso da população ao filme será ampliado por meio da exibição gratuita de JANGO em festivais, projetos de tela itinerante, escolas públicas, comunidades carentes, ONG’s, Oscips e centros culturais. O filme também será exibido gratuitamente à população de São Borja, cidade onde acontecerá parte das filmagens com conteúdo significativo àquela população, a fim de retribuir o apoio dos moradores durante as filmagens. Estimamos que cerca de 10% do público que assistirá o filme no cinema o fará através de exibições gratuitas, seja em festivais, mostras ou exibições especiais através de projetos itinerantes para comunidades de baixa renda ou em comunidades desprovidas de salas de exibição”.
Análise do orçamento:
Receitas originárias do MinC Nro: R$ 11.878.737,12;
Financiamento Sistema LIC RS: R$ 1.224.785,00;
TOTAL: R$ 13.104.572,12
O projeto está bem estruturado e suas informações adequadamente detalhadas e precisas. Entrou no sistema na data de 04/08/14, foi habilitado pelo SAT na data de 28/08/2014 e chegou às mãos deste relator em 04/09/2014.
2 - A nosso ver, o projeto “JANGO” se justifica não só pela relevância da ação política que teve o personagem central do filme, como também pelas lembranças do período histórico que o país viveu das décadas de 60 a 80 e que merecem ser relatadas.
3. O projeto “JANGO”, por seu mérito cultural, relevância e oportunidade é aprovado, podendo vir a receber incentivos no valor de até R$ 1.104.572,12 (um milhão, cento e quatro mil, quinhentos e setenta e dois reais e doze centavos), do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais- Pró-Cultura-RS.
Porto Alegre, 06 de outubro de 2014.
Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul Departamento de Fomento Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS