O projeto “O VIOLÃO DE GNATTALI: a obra para violão de Radamés Gnattali interpretada por Paulo Inda” é aprovado.
1 – O projeto é apresentado por Caio Amon, também responsável legal.
Foi submetido à análise técnica por parte do Sistema Pró-Cultura e habilitado pela Secretaria, tendo sido encaminhado a este Conselho, para parecer, nos termos da legislação em vigor.
Trata-se de evento não vinculado a data fixa e consiste em um “documentário musical sobre a obra violonística do compositor gaúcho Radamés Gnattali, interpretada pelo violonista Paulo Inda. O trânsito entre a música popular e erudita, o universo e sonoridade do violão, sua delicada combinação com outros instrumentos, o impacto de Radamés na música brasileira e internacional é remontada através de inusitados encontros musicais, documentos e depoimentos de músicos e personalidades da música brasileira, como: Turíbio Santos, Fábio Zanon, Yamandu Costa, Nelly Gnattali (viúva de Radamés), Maurício Carrilho, Roberto Gnattali, entre outros. Formato: programa para a TV (Filme-Documentário-Musical) de até 30-40 min. e web series (videoclipes comentados, como pílulas do documentário a serem disponibilizados em site do projeto).”
Estão previstos, ainda, dois recitais de lançamento de Paulo Inda e convidados, em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, com a exibição do filme.
Trata-se de projeto inscrito e qualificado no Natura Musical RS, Edital 2014.
Os dois recitais terão entrada gratuita; o documentário será liberado após um ano de lançamento para a TVE, e os episódios de web-série serão disponibilizados no site do projeto (a ser criado no seu âmbito e também mediante financiamento).
Os objetivos elencados são claros, e o processo está devidamente instruído.
Para sua completa realização, os custos do projeto alcançam o valor de R$ 272.390,40, integralmente solicitados ao Sistema Pró-Cultura.
É o relatório.
2 – Radamés Gnattali é um compositor fundamental, sobretudo, como bem sustenta o projeto, no que respeita ao melhor diálogo do popular com o erudito e, por seu intermédio, à divulgação deste último.
São reconhecidos no meio acadêmico e de concerto os dez estudos para violão do mestre porto-alegrense, mas sua influência e presença na melhor música brasileira do século XX se evidencia em muitas outras obras, como em suas “brasilianas” ou no Concerto para Harmônica de Boca. Da mesma maneira, Radamés é incentivador de toda uma geração de músicos populares, sobretudo no gênero do choro, em que tradicionalmente se busca excelência técnica e fundamentos na música culta. Na condição de arranjador para selos de gravação e orquestras, como a da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, da mesma forma, foi o responsável por trabalhos antológicos, em que se contam os arranjos do Carinhoso, de João de Barro e Pixinguinha (a este último Radamés substituiu, como arranjador da RCA Victor) e da versão original da Aquarela do Brasil de Ary Barroso.
Não há lugar para dúvida quanto à legitimidade de Paulo Inda para a realização desse trabalho. Seu currículo e reconhecimento o credenciam amplamente, e assim seria mesmo que o trabalho em exame não versasse sobre um compositor sobre cuja obra vem se debruçando há vários anos, pesquisa que culminou, no ano passado, no magnífico CD Gnattali.
De destacar, ainda, a presença, no documentário e nos recitais, de convidados que contam entre os melhores instrumentistas do país e que, diga-se de passagem, cobrarão nas atuações cachês simbólicos.
A planilha de custos, a propósito disso, dá conta de uma produção intensa, com valores aparentemente modestos.
Finalmente, ainda que haja previsão de cessão à TVE para veiculação após um ano, período inferior ao previsto na IN 01/2014, não estão contempladas outras contrapartidas previstas no parágrafo único do art. 13 daquele ato normativo, cuja observância se recomenda e que aqui se transcrevem:
“Art. 13 (...)
§ 1º Os projetos que produzam peças audiovisuais deverão:
I - Entregar 05 (cinco) cópias do filme finalizado ou vídeo, bem como cartazes, mídia contendo a arte, ficha técnica completa, sinopse e trailer de divulgação para o PRÓ-CULTURA RS, 05 (cinco) para o Instituto Estadual de Cinema – IECINE e 05 (cinco) para a Fundação Cultural Piratini – TVE-RS;
II - Ceder gratuitamente os direitos de exibição do filme para a SEDAC e para o IECINE, em eventos que sejam de natureza cultural, sem fins lucrativos, após 18 (dezoito) meses da entrega do filme finalizado ou vídeo...”
3. Em conclusão, o projeto “O VIOLÃO DE GNATTALI: a obra para violão de Radamés Gnattali interpretada por Paulo Inda” é aprovado por seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo vir a receber incentivos até o valor de R$ 272.390,40 (duzentos e setenta e dois mil, trezentos e noventa reais e quarenta centavos) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 6 de novembro de 2014.
Demétrio de Freitas Xavier
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Em razão do Of. Nº 06/2014 da SEDAC, os projetos aprovados por este Conselho são considerados prioritários, sendo, portanto, dispensados da Avaliação Coletiva.
Sessão das 10 horas do dia 6 de novembro de 2014.
Presentes: 17 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: André Kryszczun, Maria Eunice Azambuja de Araújo, Adriana Donato dos Reis, Élvio Pereira Vargas, Fabrício de Albuquerque Sortica, Hamilton Dias Braga, Leoveral Golzer Soares, Milton Flores da Cunha Mattos, Lisete Bertotto Corrêa, Rafael Pavan dos Passos, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Jacqueline Custódio, Susana Fröhlich, Walter Galvani da Silveira (14)
Ausentes no momento da votação: Franklin Cunha (01)
Neidmar Roger Charao Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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