O projeto “Canto dos Cardeais – 6ª. Edição – 2015” é aprovado.
1 – O Município de Canguçu realiza desde 1973 um festival de música e canto nativista que já alcançou cinco edições, embora esteja no presente momento paralisado há onze anos. As lideranças culturais da região resolveram, no entanto, retomá-lo, considerando o significado que teve nas versões anteriores, quando se demonstrou o quanto estimulava a integração da população local, sempre muito participante, e os objetivos que levavam a comunidade a renovar suas intenções.
Em geral classificado como palco de fortes emoções, as primeiras edições realizadas em 1993, 1994, 1997 e 1998 tiveram esse dom de aproximar a comunidade de Canguçu e demonstrar publicamente do que seria capaz para representar a região no FEGART (Festival Gaúcho de Arte e Tradição). Primeiro realizada no CTG Sinuelo, e mais adiante, sempre com o apoio da Prefeitura Municipal e da maciça participação das lideranças locais, na Casa de Cultura do Município, com o apoio e o incentivo de funcionários de instituições de crédito, como Rivo Iruzum, da Caixa Econômica Federal e Alexandre Soares, do Banrisul.
Aos poucos a população local, onde há, aliás, um percentual muito grande de descendência dos pomeranos, foi se integrando na promoção e se emocionando a cada passo com o sucesso e a resposta aos ideais inicialmente propostos, de descobrir talentos para representar a região e até criando o logotipo que marcou o primeiro “Canto dos Cardeais”, aquele pássaro que se destaca por sua voz e pela penugem vermelha que circunda seu pescoço e o topo da cabeça.
Justamente a quarta edição recebeu carga emocional especial, pois estava classificado para participar como intérprete o cantor César Passarinho, que, doente com câncer faleceu no dia 14 de maio de 1998, abalando de tal forma os organizadores e o povo canguçuense, que resolveram homenageá-lo com o Troféu “César Passarinho”, para marcar a sua lembrança que se caracterizava pelo “uso de uma boina e um colete branco, em cima do ombro um pala e nos pés uma alpargata ou de botas combinando com a cor do lenço”.
Isso marcou profundamente a quarta edição que se deu em 1998 com o troféu homenageando especialmente sua bela voz. Mas enfraqueceu, de certa forma, as intenções locais, tendo se realizado mais um “Canto dos Cardeais” em 2003 e desde então nada mais.
Esta retomada em 2015, prevista para os dias 13 a 15 de março, tem também o objetivo de mostrar que está de pé em Canguçu a ideia de promover o fato de que o minifúndio é uma realidade local, considerando-se que nesse sentido o município detém números de liderança na América Latina.
Os meios artísticos rio-grandenses recordam com carinho a importância que teve para o município e a região esta manifestação cultural, que se apoia numa população participativa, com cerca de 60 por cento de ascendência pomerana, uma região alemã esmagada por questões políticas locais e que sempre teve na imigração um dos seus pontos fortes. A festa tem apoio em demonstrações dessa herança cultural, e às tradições rio-grandenses, com danças e cantos, shows musicais e músicas concorrentes a uma etapa local e uma etapa regional.
=A cantora Shana Muller faz o espetáculo de abertura e coordena a apresentação geral do festival, de que participam também nomes como Jairo Lambari Fernandes e Mauro Moraes. E tem o encerramento a cargo de “Canciones Cruzadas”, um conjunto coligando as expressões regionais com as dos vizinhos além da fronteira.
O espetáculo de abertura está a cargo de João Almeida Neto. A premiação e o encerramento do festival estão previstos para as 23 horas do dia 15 de março de 2015.
2 – Esperam os organizadores que, “adormecido há doze anos”, este que é considerado um dos maiores encontros regionais, desperte e, “ao som de gaitas e violões” ajude a trazer para o primeiro plano a música folclórica gaúcha em todas as suas expressões.
E isso com a riqueza e o colorido que começa na penugem dos cardeais e atravessa a história rio-grandense e assim possa demonstrar que a integração dos microprodutores rurais de Canguçu é um fato para ser aplaudido e celebrado.
Por isso a ideia da retomada e de levar adiante um dos mais valiosos projetos que sempre contou com o apoio dos munícipes, mas que esbarrou nesses anos passados nas dificuldades econômicas e no choque emocional que representou a perda de um dos seus maiores intérpretes.
Para a sua realização os proponentes contam com o apoio da prefeitura municipal, representado pela importância de R$ 32.740,00 (trinta e dois mil, setecentos e quarenta reais) e as receitas previstas na comercialização de bens e serviços, da ordem de R$ 48.548,00 (quarenta e oito mil, quinhentos e quarenta e oito reais), restando ainda 224.681,00 (duzentos e vinte e quatro mil, seiscentos e oitenta e um reais) a serem financiados através do Sistema LIC/RS. O SAT glosou a importância de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) que seriam transferidos para o Sr. Pércio Praxedes, diretor de palco, que não pode receber do estado, uma vez que é funcionário vinculado à Secretaria de Cultura do Estado do RS, e como tal não pode receber pois isso está vetado por lei.
3. Em conclusão, o projeto “Canto dos Cardeais – 6ª Edição – 2015” é aprovado por seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo vir a receber incentivos fiscais até o valor de R$ 224.681,00 (duzentos e vinte e quatro mil, seiscentos e oitenta e um reais) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Culura/RS.
Porto Alegre, 15 de dezembro de 2014
Walter Galvani da Silveira
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Em razão do Of. Nº 06/2014 da SEDAC, os projetos aprovados por este Conselho são considerados prioritários, sendo, portanto, dispensados da Avaliação Coletiva.
Sessão das 14 horas do dia 15 de dezembro de 2014.
Presentes: 21 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: André Kryszczun, Maria Eunice Azambuja de Araújo, Aldo Gonçalves Cardoso Júnior, Leandro Artur Anton, Élvio Pereira Vargas, Franklin Cunha, Fabrício de Albuquerque Sortica, Leoveral Golzer Soares, Milton Flores da Cunha Mattos, Lisete Bertotto Corrêa, Loma Berenice Gomes Pereira, Rafael Pavan dos Passos, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Jacqueline Custódio, Vinicius Vieira, Susana Fröhlich (16)
Ausentes no momento da votação: Demétrio de Freitas Xavier, Hamilton Dias Braga, Daniela Carvalhal Israel (03)
Neidmar Roger Charao Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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