O projeto “Porto Alegre Musical” é aprovado.
1. O projeto Porto Alegre Musical 2015 passou pela análise técnica do Sistema Pró-Cultura e foi habilitado pela Secretaria, sendo encaminhado a este Conselho nos termos da legislação em vigor. O produtor cultural é Diogo Severo Produções, e o período de realização da proposta não é vinculado a data fixa. A proposta foi submetida na área de Música: eventos, e a realização se dará no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre, no bairro Centro Histórico. O projeto tem Diogo Severo na função de captador de recursos, e constam ainda na ficha técnica a pessoa física de Pedro Longhi na função de coordenação geral e Adriano Bello na função de diretor administrativo.
Porto Alegre Musical 2015 tem como objetivo produzir a montagem de dois dias de show musical, totalmente gratuitos, em lugar público. Para os dois dias estão previstos Luiz Marenco, Os Fagundes e a Banda da Saldanha, e conta ainda com uma Escola de Samba com nome a definir. A pré-produção dos shows contará com ampla divulgação, com o trabalho de assessoria de imprensa, com anúncios em jornais, distribuição de cartazes e folders, colocação de faixas na cidade. Para o primeiro dia está prevista a montagem da estrutura do palco, telões, projetores, camarins, decoração e cenários. A equipe principal do projeto acompanha toda a montagem, e na parte da tarde do primeiro dia é feita a passagem de som com os participantes do show, ficando para a noite do primeiro dia a abertura oficial do evento com a realização do show do músico Luiz Marenco e Os Fagundes. Para o segundo dia do evento, a equipe de produção do projeto estará presente todo o tempo, com passagem de show à tarde, e à noite começa o show com a Banda da Saldanha e a Escola de Samba a ser definida. O custo total é de R$ 347.390,00 (trezentos e quarenta e sete mil, trezentos e noventa reais), sendo os valores integralmente solicitados ao Sistema Pró-Cultura RS.
É o relatório.
2. O projeto Porto Alegre Musical está bem formatado, de fácil compreensão e com o orçamento proporcional às ações elencadas. Além do fato de as atividades previstas serem gratuitas, como diferencial positivo pode-se citar ainda o lugar escolhido que, mesmo estando situado em uma área central da cidade de Porto Alegre de reconhecido valor histórico-cultural, apresenta-se como um ponto de encontro de diferentes comunidades, heterogêneo e de grande circulação, o que indica uma preocupação do proponente em realizar as ações em um lugar de real retorno de interesse público, assim fomentando a interação cultural. O projeto também apresenta-se positivamente por buscar estabelecer uma aproximação entre músicos destacados com o grande público, além de uma equipe participativa em todas as fases do projeto. Embora não tenha sido especificado o lugar onde serão colocados os cartazes e a distribuição dos folders, a divulgação se apresenta de maneira convincente.
Sem entrar no mérito inquestionável que diz respeito ao conteúdo das apresentações propostas, destaca-se o formato adotado, que não é comum se comparado a outros projetos similares, pois nessa proposição o produtor busca mesclar diversas vertentes em um mesmo projeto, integrando, na programação, músicas nativistas e samba, em horários distintos, buscando diversificar também a temática. Apesar de no projeto não estar contido qual das Escolas de Samba estarão se apresentando, isso não desqualifica a proposta, tendo em vista que é de conhecimento público a qualidade da produção das escolas de samba da capital. Também vale mencionar como ponto positivo a valorização da cultura local, primando por uma lógica de construção ou mesmo de manutenção de uma nação em construção, em detrimento de e fazendo frente a uma tendência contemporânea de universalização da cultura, o que nada contribui para a consolidação de nossa identidade. Entre outros aspectos importantes, acredito que o mérito dessa proposta reside principalmente no fato de ela buscar caminhar no sentido de aumentar a amplitude das ações viabilizadas com recursos públicos, demonstrando que é possível desenvolver ações culturais abrangentes sem a necessidade de privar do público a possibilidade de apreciação ou troca, rompendo com a dita bilheteria, apresentando o show na rua, sem limites pré-estabelecidos de poltronas, colocando os artistas em contato direto com as influências do meio, desconstituindo a ideia de ambiente fechado para aqueles que podem pagar. E o mais incrível: isso tudo acontecendo em uma área da região central que se caracteriza pela diversidade e pela grande concentração de população de baixa renda. Dessa forma, também se destaca pela oportunidade, pois, ao ver deste relator, os recursos públicos da cultura devem, prioritariamente, ser direcionados àquelas ações que não se sustentariam sozinhas com recursos da iniciativa privada, como tende a acontecer com as apresentações artísticas na rua. Assim, pode-se concluir que os shows buscam levar para os presentes atividades de valorização da música gaúcha e brasileira, com formação de público em momentos de lazer e convivência social, além de fomentar espaços culturais públicos da cidade.
3. Em conclusão, o projeto “Porto Alegre Musical” é aprovado em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo receber incentivos fiscais até o valor de R$ 347.390,00 (trezentos e quarenta e sete mil, trezentos e noventa reais) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 23 de abril de 2015.
Vinícius Vieira
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
Em razão do Of. Nº 06/2014 da SEDAC, os projetos aprovados por este Conselho são considerados prioritários, sendo, portanto, dispensados da Avaliação Coletiva.
Sessão das 10 horas do dia 23 de abril de 2015.
Presentes: 14 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Leandro Artur Anton, Maria Eunice Azambuja de Araújo, Fabrício de Albuquerque Sortica, Hamilton Dias Braga, Lisete Bertotto Corrêa, Jacqueline Custódio, Susana Fröhlich, Walter Galvani da Silveira (08)
Não acompanharam o Relator: Élvio Pereira Vargas (01)
Abstenções: Adriana Donato dos Reis, Loma Berenice Gomes Pereira, Luiz Carlos Sadowski da Silva (03)
Neidmar Roger Charao Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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