O projeto “EXPOSIÇÃO DO ARTISTA JOSÉ PATRÍCIO” é recomendado para a avaliação coletiva.
1. O projeto Exposição José Patrício Passou pela análise técnica do sistema Pró-Cultura e foi habilitado pela Secretaria, sendo encaminhado a este Conselho nos termos da legislação em vigor. O produtor cultural é INSTITUTO LING, situado na Rua João Caetano, 440, no bairro Três Figueiras em Porto alegre. O período de realização não está vinculado a data fixa. O produtor cultural é o Instituto Ling, sendo WILLIAM LING o responsável legal, que submete o projeto na área de Artes Visuais. Integra ainda a equipe principal Carolina Rosado dos Santos como administradora do projeto, Ana Adams de Almeida na função de Coordenadora Geral de Produção e Eleonora Raquel Joris como Produtora Executiva.
O projeto encaminhado tem como objetivo geral realizar uma programação de artes visuais com exposição individual do artista plástico pernambucano José Patrício, com curadoria de Eder Chiodetto no Instituto Ling, de dezembro de 2015 até março de 2016; contemplando o acervo e pesquisa curatorial sobre o acervo do artista José Patrício, além de uma exposição de fotografia inédita na carreira do artista e também uma palestra com a presença do artista e do curador da exposição e a impressão de 2500 catálogos da exposição. Também está prevista a execução de ação educativa com mediação da exposição e oficinas para o público escolar. Os valores totais do projeto são de R$ 251.587.30 (duzentos e cinqüenta e um mil, quinhentos e oitenta e sete reais e trinta centavos), sendo que R$ 207.987.32 (duzentos e sete mil, novecentos e oitenta e sete reais e trinta e dois centavos) são solicitados Sistema Estadual de Financiamento e Incentivos às Atividades Culturais, e o restante de recursos do proponente.
É o relatório.
2. O projeto Exposição do artista José Patrício possui relevante mérito e relevância, pois proporcionará ao público do Rio Grande do Sul o contato com a obra de um destacado artista contemporâneo brasileiro e também por incluir na equipe de trabalho o curador Eder Chiodetto, um profissional com reconhecida atuação e experiência, que é mestre em Comunicação pela ECA/ USP, jornalista, professor e curador independente. Além disso, o projeto prevê ações de inclusão da comunidade acadêmica das universidades locais e escolas públicas, com atividades educativas mediante a realização de quatro oficinas. Assim como a exposição de José Patricio e a mostra fotográfica, todas as atividades de reflexão e do programa educativo serão gratuitas e abertas para a comunidade, assim como acontece com a distribuição dos catálogos da exposição que serão 100% gratuitas. De uma maneira geral pode se afirmar que o projeto está bem formatado, de fácil compreensão. Predomina uma abordagem qualitativa na proposta, sendo ela dividida em etapas, com pesquisa, exposição, ações educativas, divulgação e material impresso.
Cabe ressaltar que o Instituto Ling, situado na zona norte da capital, desde a inauguração de seu espaço expositivo, vem se diferenciando como um lugar alternativo para as manifestações de arte contemporânea realizadas no Rio Grande do Sul, procurando promover a circulação de artistas com atuação no cenário nacional, oportunizando que a comunidade local tenha possibilidade de estabelecer trocas com artistas de outras regiões do País. Nesse contexto, o Instituto Ling também assume um papel de preenchimento de uma lacuna no cenário das artes visuais do Rio Grande do Sul e mais especificamente em Porto Alegre, que ainda carece de espaços que possam estabelecer diálogos e trocas semelhantes aos que já ocorrem na Fundação Iberê Camargo, localizado na zona sul da cidade.
Já é admirável a inclusão de escolas no presente projeto. Contudo, no que diz respeito a oportunidade, propostas dessa ordem ainda carecem de uma maior aproximação com as comunidades em situação de vulnerabilidade social, podendo em uma próxima oportunidade o produtor incluir mais ações complementares de incentivo à inclusão de novos grupos, mediante facilitação do transporte e divulgação em veículos alternativos. Nesse contexto, vale mencionar a professora Isaura Botelho para que se possa abordar de maneira mais aproximada o que seria uma política pública de cultura, sendo necessário fazer uma distinção entre a dimensão antropológica e a sociológica sobre o assunto, pois cada uma das abordagens implica estratégias e investimentos diferentes. Para a autora citada, do ponto de vista antropológico, a cultura se insere no plano do cotidiano, aquilo que o ser humano elabora e produz simbólica e materialmente por meio de suas interações sociais, constituindo seus modos de pensar e sentir, seus valores, suas rotinas, as instituições. Assim para ela o ponto de vista antropológico, Cultura é tudo, diz respeito a um conceito holístico. No plano sociológico, para Botelho, a cultura deve ser tratada como aquilo que ocorre no circuito organizado e especializado das artes. Para a autora, do ponto de vista das políticas públicas tratar cultura sob a visão antropológica é problemático, uma vez que devido à amplitude do conceito, as políticas culturais, sozinhas, jamais conseguirão atender à totalidade social. (BOTELHO, Isaura. Dimensões da cultura e políticas públicas. São Paulo em perspectiva vol. npp73.83.). De toda forma, tais sugestões não diminuem a importância da proposta em questão, que se apresenta de maneira clara e com ações de amplo retorno de interesse público. Ficam esses itens acima elencados, que objetivam maior interação com o cotidiano local, apenas como sugestões do presente relator para os possíveis novos projetos culturais apresentados pelo produtor ao Sistema.
3. Em conclusão, o projeto “Exposição do Artista José Patrício” é recomendado para avaliação coletiva, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo vir a receber incentivos no valor de até R$ 207.987.32 (duzentos e sete mil, novecentos e oitenta e sete reais e trinta e dois centavos) do Sistema Estadual de Financiamento e Incentivos às Atividades Culturais.
Porto Alegre, 27 de outubro de 2015.
Vinicius Vieira
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10 horas do dia 05 de novembro de 2015.
Presentes: 17 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Jaime Antônio Cimenti, Aldo Gonçalves Cardoso Junior, Adriana Donato dos Reis, Élvio Pereira Vargas, Antônio Carlos Côrtes, Fabricio de Albuquerque Sortica, Lisete Bertotto Corrêa, Maria Silveira Marques, Rafael Pavan dos Passos, Neidmar Roger Charão Alves, Jacqueline Custódio, Susana Fröhlich e Walter Galvani.
Ausentes no Momento da Votação: Ruben Francisco Oliveira e Luiz Carlos Sadowski da Silva.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária dos dias 30/11/2015, 21/12/2015 e 15/01/2016 e considerados não prioritários, retornam para arquivo.
Dael Luis Prestes Rodrigues
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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