O projeto “CONSTRUÇÃO CULTURAL-RESGATE DO PATRIMÔNIO PÚBLICO-MONUMENTO AO LAÇADOR” é recomendado para a avaliação coletiva.
1. O projeto Construção Cultural-Resgate do patrimônio público-Monumento ao LAÇADOR objetiva a inspeção para diagnosticar as patologias existentes na obra e elaborar proposta de intervenção por meio da organização de ateliê-escola. A coordenação do detalhado trabalho será por dois profissionais especializados: Virginia Costa-engenheira metalúrgica e PhD em ciência dos materiais e o francês Antoine Amarger restaurador de esculturas metálicas cujos longos e qualificados currículos atestam a prospecção confiável na execução específica em metais que permitirá diagnóstico à altura da relevância que o monumento Laçador tem para o Rio Grande do Sul e Brasil. Ademais funcionará como “Canteiro Escola”, aberto a participação de um grupo de dez profissionais da área, a serem escolhidos em processo público organizado pela Coordenação da Memória Cultural da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre.
Proponente: Associação Sul Riograndense da Construção Civil
CEPC: 5840
Área do Projeto: Restauro de Bem Tombado(Art.4ºVII,Lei nº13.490/10)
Valor: LIC - R$ 227.646,98
Prefeitura de Porto Alegre: R$ 26.200,00
Total R$ 253.846,98
Responsável: Ricardo Antunes Sessegolo
Contador: Lourdes Scartezzini
É o relatório.
2. Recentemente pensei e escrevi na imprensa local sobre o tema ao ouvir a Diva BIBI FERREIRA - Cidadã do mundo, dizer possuir paixão pela estátua do Laçador. Elogia sensualidade dos sul rio-grandenses, seu vigor e virilidade. Foi a quase centenária BIBI saindo da coxia e subindo ao palco da naturalidade e do elogio espontâneo.
A estátua foi tombada como patrimônio histórico em 2001, e em 2007 foi transferida de seu pretérito lugar, o conhecido Largo do Bombeiro, para o novo Sítio O Laçador. Tudo ocorreu em face das obras do viaduto Eng.º Leonel de Moura Brizola.
Juremir Machado da Silva quando da transferência para proximidades do velho Aeroporto Salgado Filho - disse da sua inconformidade sob o argumento colocaram o monumento de costas para a cidade. Ainda sobre o tema o sempre conselheiro de cultura Manoelito Savaris e presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho me confidenciou:
“Não é estar de costas, é estar à frente. O comandante quando está à frente do seu contingente, não está de costas para ele: sabes que o laçador nasceu como “bombeador” (daí o Largo do Bombeiro). Foi nessa condição que ele foi exposto em São Paulo por conta dos 400 anos da cidade. Quando o prefeito Brizola comprou a estátua (ainda em gesso) convenceu ao Caringi fazer a transformação de bombeador, que normalmente está de a pé, para o laçador que dificilmente fica de a pé”.
BIBI, JUREMIR e o MANUELITO estão cobertos de razão por motivos diferentes. Explico: Ela apreciando a alma da criação do festejado e acatado escultor Antônio Caringi (Pelotas, 25 de maio de 1905 — Pelotas, 30 de maio de 1981) ao qual Paixão Côrtes serviu de modelo. Ele por dizer que esconderam o Símbolo Oficial de Porto Alegre desde 1992 o qual foi tombado pelo patrimônio histórico. O Savaris por trazer a colação aula de história que poucos conhecem. Enfim, compartilho aos conselheiros este pensar, pois entendo que o Laçador não é só símbolo de Porto Alegre/Rio Grande do Sul/ Brasil, mas da Região Sul da América.
O item 1.3 da planilha custeado pela Prefeitura de Porto Alegre diz ao Gerenciamento do Projeto- Arquiteta Verônica di Benedetti, contempla a vocação da Carta de Veneza (1964), aprovada no II Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos de Monumentos Históricos, documento balizador da prática de intervenção em edifícios e monumentos, leciona: “a conservação e a restauração de monumentos constituem disciplina que apela para todas as ciências e todas as técnicas capazes de contribuir para o estudo e a salvaguarda do patrimônio nacional, sob a direção de arquitetos especializados”.
Entretanto recomendamos que a prefeitura de Porto Alegre providencie meios para custear com recursos próprios a manutenção do monumento evitando-se assim que passados alguns anos, voltem a buscar apoio em lei estadual de incentivos.
A efetivação deste projeto revela o esforço na recuperação de importantes monumentos da cidade com especial atenção ao patrimônio histórico. O compartilhamento de conhecimento dos especialistasrepercute o interesse e valorização do investimento na cultura.
Todavia, condiciono que o objeto do projeto cultural, antes de sua execução, seja submetido à aprovação da Comissão Técnica Permanente de Gerenciamento e Avaliação das Obras de Arte, Monumentos e Marcos Comemorativos em espaços públicos, instituída no Município de Porto Alegre pelo DECRETO Nº 19.033, DE 13 DE MAIO DE 2015.
3. Em conclusão, o projeto “O projeto Construção Cultural-Resgate do Patrimônio Público-Monumento ao LAÇADOR”, é recomendado para avaliação coletiva, em razão do seu mérito, relevância e oportunidade, podendo receber incentivos até o valor de R$ 227.646,98 (duzentos e vinte e sete mil seiscentos e quarenta e seis mil reais com noventa e oito centavos) do Sistema Unificado de Apoio e Fomento as Atividades Culturais – Pró Cultura RS.
Porto Alegre, 19 de janeiro de 2016.
Antônio Carlos Côrtes
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10 horas do dia 19 de janeiro de 2015.
Presentes: 16 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Jaime Antônio Cimenti, Letícia Maria Lau, Aldo Gonçalves Cardoso Junior, Adriana Donato dos Reis, Élvio Pereira Vargas, Alessandra Carvalho da Motta, Marco Aurélio Alves, Lisete Bertotto Corrêa, Maria Silveira Marques, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Neidmar Roger Charão Alves, Jacqueline Custódio, Susana Fröhlich e Walter Galvani.
Dael Luis Prestes Rodrigues
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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