O projeto "Acústicos RS" é recomendado para avaliação coletiva.
01. O projeto Acústicos RS, com realização prevista entre 22 de dezembro de 2016 e 29 de dezembro de 2016, inscrito na área de Música – Eventos, será realizado em três cidades do Rio Grande do Sul: no Theatro Guarany de Pelotas em 22 de dezembro, no Teatro Municipal de Novo Hamburgo, em 27 de dezembro, e no Gran Palazzo, centro de eventos em Passo Fundo.
Seu produtor cultural é a Mais Além Produções Artísticas Ltda., CEPC 2119, que tem como responsável legal Cláudia Cavaliere D’Mutti, com a função de coordenação de produção do projeto. Integram a equipe principal a Primeira Fila Produções, tendo como responsável Letícia Vieira, que atuará na direção geral e distribuição de senhas, e o contador Leonardo Melleu Duarte.
Em sua segunda edição, o projeto Acústicos RS apresenta seis shows totalmente gratuitos, sendo dois por dia nas cidades mencionadas, da seguinte forma: Ian Ramil e Renato Borghetti em Pelotas, Jéf e Rock de Galpão em Novo Hamburgo e Antônio Villeroy e Papas da Língua em Passo Fundo, somando um público de 5.700 pessoas.
O projeto prevê ainda uma oficina de composição musical, intitulada “É preciso fazer uma canção”, que vai ser ministrada nas cidades de Passo Fundo e novo Hamburgo pelo artista Antônio Villeroy. A carga horária é de seis horas, com a participação de até 20 pessoas em cada cidade.
O objetivo do projeto Acústicos RS é democratizar o acesso a shows de grandes artistas e, especialmente, descentralizar os espetáculos, estendendo para regiões diferentes, como a Região Metropolitana de Porto Alegre, o noroeste e o sul do estado. Tem também como objetivo apresentar e incentivar novos talentos na área musical, como Ian Ramil e Jéf.
Os proponentes têm convicção de que o projeto vai colaborar com o aumento do consumo de bens culturais locais, produzidos por importantes artistas gaúchos e que as atividades relacionadas com o terceiro setor também serão beneficiadas de forma direta, pois uma série de fornecedores, prestadores de serviço e empresas serão necessárias, movimentando o mercado cultural e os setores ligados economicamente a ele, aumentando a arrecadação tributária.
Como todos os seis shows serão realizados em teatros, não há necessidade, de acordo com o relato do projeto, de plano de redução de impacto ambiental. Os proponentes ainda afirmam: “Para o plano de acessibilidade, os espaços contam com entradas e acesso para pessoas com deficiência física e teremos a produção do evento “preparados” para recepcionar, orientar e conduzir deficientes visuais”.
Constam, em anexo, currículos dos artistas, cartas de anuência de todos os participantes diretamente envolvidos no projeto, incluindo os teatros, especialmente o Teatro Municipal Pachoal Carlos Magno, no Centro Municipal de Cultura de Novo Hamburgo, com carta assinada pelo secretário de Cultura da cidade, Carlos Mosmann. No entanto, não há qualquer aporte financeiro das três prefeituras onde os shows serão realizados.
O projeto, no valor total de R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais), tem como financiamento único o Sistema LIC-RS. Deste valor pretendido, 76,46% são destinados à produção e execução.
É o Relatório.
02. A música “Nos Bailes da Vida”, de 1981, composição de Milton Nascimento e Fernando Brant, contém, em uma de suas estrofes mais belas, as frases: “Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão, todo artista tem de ir aonde o povo está”.
No entendimento desta conselheira, o povo está em todo lugar, desde as grandes cidades até os mais distantes recantos. A ideia de descentralizar shows de artistas mais consagrados sempre será interessante, tirando um pouco de cena o núcleo central dos espetáculos médios ou maiores, que costumam ocorrer na capital.
O projeto tem seus méritos ao estender espetáculos de porte às Regiões Metropolitanas, Sul e Noroeste do estado. Artistas consagrados como Antônio Villeroy e Renato Borghetti, além das bandas Papas na Língua e Rock de Galpão, sempre atraem um público interessado e participativo.
Ao mesmo tempo, dá espaço a artistas novos e em franca ascensão. O músico, cantor, compositor e escritor Jéf tem influências variadas e traz em seu repertório músicas de fácil audição, com vocais suaves e melodias envolventes. Ian Ramil, mesmo sendo fruto de uma família de grandes artistas, tem sua própria personalidade e traz ao público o show “Derivacivilização”, que deu nome a seu último disco. Suas músicas são classificadas como “punk-progressivas”.
As oficinas de composição musical, ministradas por Antônio Villeroy, têm carga horária de seis horas, com um mínimo de quatro participantes até 20 no máximo. Os alunos serão divididos em grupos de quatro pessoas para criarem, coletivamente, uma canção. Antes, porém, receberão todos os conceitos básicos de como compor uma música.
Mesmo que seis horas possam parecer insuficientes para aprender a compor, noções básicas, pinceladas que sejam, são importantes para todos aqueles que têm o sonho de se tornar compositores. O início será dado. O restante é estudo, prática diária, muito trabalho e inspiração. Chama a atenção, porém, que a oficina não será estendida à cidade de Pelotas, berço de tantos talentos da cultura nacional. Sugiro que a Oficina de Composição Musical, ministrada pelo consagrado compositor Antônio Villeroy, contemple também a “Princesa do Sul”, título historicamente recebido pela cidade de Pelotas.
Em face da grave crise econômica do Estado do Rio Grande do Sul, porém, o projeto terá uma glosa linear de 30% (R$ 72.000,00), com exceção dos cachês dos artistas, sugerindo que os proponentes façam uma adequação nos demais valores apresentados ou busquem estes recursos em outras fontes.
03. Em conclusão, o projeto "Acústicos RS" é recomendado para avaliação coletiva, em razão de seu mérito, podendo receber incentivos até o valor de R$ 168.000,00 (cento e sessenta e oito mil reais) do Sistema Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 22 de setembro de 2016.
Erika Hanssen Madaleno
Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10 horas do dia 22 de outubro de 2016.
Presentes: 20 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Ivo Benfatto, Paula Simon Ribeiro, Ruben Francisco Oliveira, José Mariano Bersch, Luiz Armando Capra Filho, Élvio Pereira Vargas, Erika Hanssen Madaleno, Marco Aurélio Alves, Dael Luis Prestes Rodrigues, Maria Silveira Marques, Ieda Gutfreind, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Luciano Fernandes, Vinicius Vieira, Lucas Frota Strey e Walter Galvani.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 31/10/2016 e considerados prioritários.
Contrários: Gilberto Herschdorfer, Rafael Pavan dos Passos e Marlise Nedel Machado.
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