Processo nº 1284-1100/16-0
Parecer nº010/2017 CEC/RS
O projeto "Duelo de Rimas – 2017” é recomendado para a Avaliação Coletiva.
1. O projeto “Duelo de Rimas - 2017”, habilitado pela Secretaria de Estado da Cultura e encaminhado a este Conselho, nos termos da legislação em vigor, trata de um evento competitivo de trova rio-grandense.
Produtor Cultural: JBA PRODUÇÕES CULTURAIS LTDA
Local de Realização: SAPIRANGA
Área do Projeto: TRADIÇÃO E FOLCLORE
Período deRealização: 01/07/2017 a 02/07/2017
Financiamento Sistema LIC: R$174.192,76 (100%)
O projeto consiste na realização da primeira edição do ´Duelo de Rimas´, nas
dependências do CTG Galpão Sentinela do Pago, em Sapiranga. Trata de uma mostra competitiva contemplando as modalidades de Trova Campeira (Mi-Maior de Gavetão), Trova Estilo Gildo de Freitas, Trova do Martelo e Trova Tordilhos.
Durante os dois dias de programação, o evento terá duas apresentações musicais dos cantores Nilton Ferreira e Jorge Guedes, além duma palestra sobre a gênese da trova no Rio Grande do Sul e uma oficina de repente, proferida pelo trovador Valter Portalete. Toda a programação será oferecida gratuitamente ao público, projetado em três mil pessoas.
O Projeto tem como objetivos: promover, na cidade de Sapiranga, um festival competitivo de trova gaúcha; estimular a participação de trovadores de todo o do Rio Grande do Sul; valorizar os trovadores protagonistas em uma manifestação artística, cultural e tradicionalista; realizar um importante evento para a cultura gaúcha, com entrada franca; premiar os melhores trovadores; proporcionar à população da cidade e arredores, uma programação cultural de qualidade, focada no regionalismo gaúcho, com a realização de um festival de trova e de trovadores talentosos, assim como dois espetáculos musicais apresentados por artistas de prestígio no estado.
A quantidade de versos (conjuntos que compõem uma estrofe com suas respectivas rimas) para cada competidor, na fase classificatória dos concursos, será: Trova Mi-Maior de Gavetão (Campeira), seis versos; trova Gildo de Freitas, quatro versos; trova Martelo, quatro versos; trova Tordilhos, quatro versos.
Critérios de avaliação: metrificação dos versos, dois pontos; fidelidade ao tema (trova campeira e estilo Gildo), dois pontos; deixa (trova martelo), dois pontos; rima (quebrada ou repetida), quatro pontos; dicção, um ponto; ritmo, um ponto.
Premiação será de cinco troféus, premiação em dinheiro entre os classificados e ao campeão dos campeões.
As atividades acontecerão em dois dias, no sábado pela manhã, tarde e noite, e domingo também pela manhã, tarde e noite. As inscrições serão gratuitas. Os trovadores concorrerão entre si, de forma individual (1 x 1). O tema a ser desenvolvido em cada enfrentamento, será sorteado no momento da contenda. A avaliação será feita por uma comissão constituída de três integrantes. Os critérios de julgamento serão os acima mencionados. Os campeões das modalidades Campeira, Martelo e Gildo de Freitas se enfrentarão na grande final, realizada no domingo, encerrando o evento, quando será definido o ´Campeão dos Campeões´. Para esta final, a modalidade dos versos a serem rimados é a "Campeira'.
É o relatório.
2. Conforme Gisela Reis Biancalana (Doutora em Artes – IA/Unicamp e Professora do Curso de Artes Cênicas/UFSM) em sua pesquisa sobre as performances de Trova Galponeira, diz que a Trova Galponeira no Rio Grande do Sul, é uma manifestação cultural popular e que se distingue em duas situações: as Rodas de Trova e os Eventos competitivos.
Ainda, conforme a professora Gisela, a Roda de Trova acontece a partir de formações livres de trovadores, em acontecimentos festivos, ou em reuniões de amigos e familiares. Estas performances são marcadas pela alegria e liberdade de expressão. Os Eventos Competitivos possuem regras gerando cobranças de pontos e, além de premiar financeiramente os vencedores, dotam-nos de status social perante o grupo. Os acontecimentos oriundos de reuniões ocasionais de trovadores são eventos inesperados e são chamados de folclore gaúcho pelos tradicionalistas. Já os eventos organizados com local e data determinados, com investimentos em som, palco, folders, premiações, entre outros, são denominados de projeção folclórica por escapar do seu caráter espontâneo e acontecer em situação predeterminada.
A Trova Galponeira em Evento Competitivo é a situação abordada no projeto em tela.
A palestra, constante das metas do Projeto, A Gênese da Trova no Rio Grande do Sul e a oficina sobre Repente, demonstram criatividade de parte dos organizadores do Evento, ao transformarem uma obrigação normativa do Sistema numa ação cultural eficaz, já que a experiência tem nos mostrado que essa obrigação, via de regra, é atendida apenas para cumprir a norma estabelecida pelo gestor do Sistema, sem maiores comprometimentos com a eficácia cultural da determinação.
Trata-se, portanto, como bem demonstra o proponente no conteúdo do Projeto, de um evento comprovadamente cultural, planejado e organizado por pessoas de real conhecimento do assunto relativo à proposta a ser implementada.
As referências ao trabalho científico acima citado, atestam a legitimidade cultural e a relevância que o Projeto apresenta.
Quanto à oportunidade, o Projeto apresenta um orçamento adequado ao que propõe realizar, tendo em vista a relevância de que se reveste. É um evento a ser realizado em dois dias, porém em três turnos diários, o que equivaleria a seis dias de um turno cada, como é praxe em eventos de natureza similar.
3. Em conclusão, o projeto “Duelo de Rimas - 2017” é recomendado para avaliação coletiva, podendo a vir a receber incentivos do Sistema Pró-Cultura até o valor de R$ 174.192,76 (cento e setenta e quatro mil, cento e noventa e dois reais e setenta e seis centavos).
Porto Alegre, 17 de janeiro de 2017.
Luiz Carlos Sadowski da Silva
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
Sessão das 13:30 horas do dia 17 de janeiro de 2016.
Presentes: 19 Conselheiros.
Antônio Carlos Côrtes
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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