O projeto “JACUÍ O RIO QUE CORRE COM O TEMPO” é recomendado para a Avaliação Coletiva.
1. O produtor Hoffmann entretenimento e audiovisual ltda, tendo por responsável legal Johnny Hoffmann, apresenta o projeto JACUI – O Rio que Corre com o tempo”, com realização prevista para 01.05.2017 a 20.12.2017, inscrito na área de Audiovisual, produção de cinema em curta ou média metragem, o filme tem a duração de 48 minutos, sendo sob a forma de média metragem, tendo como CEPC 5503 No plano de distribuição das cópias do documentário está previsto que 170 cópias serão entregues a instituições.
A equipe principal do projeto cultural é composta pela empresa Intersigno, tendo Pedro Zimmermann como roteirista: fazendo a primeira versão do texto que acompanha as imagens e fará os demais tratamentos do texto até a finalização do mesmo para as filmagens. Também exerce a função de escrever o texto que acompanha a edição e finalização do documentário, como pesquisador: desenvolverá as pesquisas previstas no roteiro, uso do material adquirido que forneça referencias bibliográficas, mapas e desenhos com o intuito de enriquecer a conclusão do documentário, como diretor do filme, acompanhará todas as fases da realização do mesmo, pesquisa, roteirização, produção, filmagens, edição e finalização..
Compõe ainda a equipe, Eduardo Amorim, fotógrafo profissional, diretor de fotografia e ministrante do Curso de Fotografia para Documentários, Diego Bertini, Assistente de Câmera e encarregado da operação da câmera de filmagem, Carmem Curval, Coordenação Administrativa e financeira e prestação de contas, Fernando Marques como diretor de produção. A contabilidade será exercida pela Empresa Sancal de Contabilidade.
Baseia-se nos contextos histórico-sociais, cultural e ambiental que margeiam o percurso do Rio Jacuí, de sua nascente a sua foz. O rio passa pelas cidades de Porto Alegre, Triunfo, Rio Pardo, Agudo, Salto do Jacuí e Passo Fundo. O Rio Jacuí tem como comprimento 800 quilômetros, sua nascente fica na cidade de Passo Fundo, próximo de meio quilometro da nascente do Rio Passo Fundo. É navegável desde o Rio Guaíba até Cachoeira do Sul, sendo um rio de grande importância para os municípios pelos quais passa, sendo fonte de irrigação para as lavouras, sustento para a pesca e ainda possui diversas áreas licenciadas para a extração de areia, componente da engenharia civil e da fabricação de vidros.Também se presta para lazer através de seus passeios e esportes náuticos.
Segundo o projeto, será oferecido um curso de fotografia para documentários, segundo o Art. 21 da lei 14.310/2013, para 20 pessoas com duração de 3 dias, com carga horária de 24 horas/aula , conforme detalhes inseridos nos conteúdos programáticos.
A previsão da pré-produção diz respeito aos meses de maio e junho de 2017, a produção do filme especificamente, com as necessárias e devidas viagens, locações de barco, contratação de pessoal, hospedagens, alimentações, entrevistas, diz respeito ao mês de julho 2017 e a previsão de pós-produção indica como datas os meses de julho e agosto de 2017.
A programação prevê exibições no período de outubro e novembro e ainda informa que o Curso de Fotografia para Documentários acontecerá no mês de dezembro 2017.
Menciona o Proponente que a democratização do acesso, como plateia para assistir ao filme, está assegurada pela inclusão de áudio descrição, legendagem descritiva e janela de LIBRAS.
Os objetivos da realização do filme documentário de média metragem com duração de 48 minutos sobre o Rio Jacuí desde a sua nascente até a sua foz, promover junto à população e instituições a consciência cultural, social e ambiental da importância dos nossos recursos hídricos, enfatizar a conscientização e ações para manter o equilíbrio ambiental, contribuir para o desenvolvimento da cadeia cinematográfica do Rio Grande do Sul, valorizar a produção de documentários voltados aos temas de consciência cultural, social e ambiental e estimular através da preservação ambiental a importância da economia auto-sustentável, valorização ecológica e principalmente o resgate da cultura.
As imagens captadas passarão pelo processo de edição e finalização para o formato “full HD”. Utilizarão além das imagens captadas, imagens de arquivos e depoimentos dos moradores das localidades filmadas, além de entrevistas com profissionais dos temas abordados, documentando assim a importância do Rio Jacui para o Rio Grande do Sul, focando na sua história, cultura, economia, fauna, flora, pesca, turismo e lazer.
O proponente afirma ainda que o Rio Grande do Sul se mantém em crescimento na qualidade das produções do Audiovisual no âmbito nacional, através dos fomentos recebidos pelas leis de incentivos fiscais.
É o relatório.
2. O projeto se justifica como importante para a cultura do estado, tendo em vista que praticará o resgate dos vestígios de memória relacionados com os locais e com a sua população. Afirma o Proponente que o mencionado concretizando a compreensão do presente e abrindo a possibilidade de assegurar que no futuro se conheça melhor a cultura da mencionada região, uma região plural, visto que as filmagens transcorrerão por diversas cidades bem diferentes e dirá respeito a moradores que têm diferentes vivências com o rio.
Não nos ficou muito claro, no discurso apresentado pelo proponente, o domínio das noções sobre em que ponto começa o que se conceitua como cultural e em que ponto começa o que se conceitua como ecologia e também como consciência social. As palavras têm peso e valor e palavras diferentes não obrigatoriamente são palavras desiguais. Notamos que as palavras “história”, “cultura” e “cidadania” são empregadas várias vezes no texto em questão, com noções confusas.
Entretanto é certo que se trata de um filme documentário no formato de média metragem com bom peso cultural. Talvez seja cabível mencionar que o filme documentário aqui mencionado também ponha no seu plano de filmagens e tomadas, os eventuais crimes ambientais que são praticados contra o ecossistema, como a extração irregular de areia, desmatamento, poluição de sua água por produtos agrotóxicos relacionados com o manejo do agro-negócio.
Em relação à Planilha de Custos, mencionamos que se por um lado pode parecer que a mesma pessoa física, Pedro Zimmermann, receberá R$ 33.000,00 (trinta e três mil reais) para exercer as três funções: roteirista, pesquisador e diretor do filme e levando-se em conta que o processo de trabalho como um todo, tem a duração de 8 meses, o valor mensal de remuneração para dar vida ao filme, não chega a representar o pagamento de um cachê de R$ 3.000,00 (três mil reais) mensais.
Há coerência nos valores mencionados para os pagamentos de hospedagem e alimentação para as 6 pessoas que compõe o eixo base da produção.
Ainda constatamos com alegria que em primeiro lugar existem as preocupações de oferecer um curso de fotografia para oferecer aos moradores das localidades que participarão das tomadas do documentário e que estiverem interessados em participar da mesma.
Em segundo lugar afirma-se a acessibilidade do produto cultural para o público com necessidades especiais através da legendagem descritiva e com janela para LIBRAS. Em terceiro lugar assegura-se a acessibilidade para o público portador de deficiência visual através da utilização da audiodescrição.
Todavia, propomos glosa nos valores das seguintes rubricas: 2.1: assessoria de imprensa, de R$ 6.000,00 (seis mil reais) para R$ 5.000,00 (cinco mil reais), redução de R$ 1.000,00(um mil reais); designer gráfico para a produção das peças de divulgação e capa do miolo do DVD, de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), para R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), redução de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais); sub-tópico: 3.1: coordenação e administração financeira e prestação de contas, de R$ 10.000,00 (dez mil reais),para R$ 6.000,00 (seis mil reais), com redução de R$ 4.000,00 (quatro mil reais); sub-tópicos 3.2 e 3.3 e 3.4: assessoria jurídica e confecção dos contratos da equipe e com os fornecedores, de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para R$ 3.000,00 (três mil reais); assistente administrativo e financeiro de R$ 6.000,00 (seis mil reais) para R$ 3.000,00 (três mil reais), com redução de R$ 3.000,00 (três mil reais). A totalidade da glosa resulta em R$ 12.500,00 (doze mil e quinhentos reais).
3. Em conclusão, o projeto “JACUI, o rio que corre com o tempo” é recomendado para a avaliação coletiva, em razão do seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo vir a receber incentivos do Sistema Pró-Cultura até o valor de R$ 191.020,00 (cento e noventa e um mil e vinte reais).
Porto Alegre, 11 de abril de 2017.
Plínio Mósca
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 11 de abril de 2017.
Presentes: 19 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Ivo Benfatto, Paula Simon Ribeiro, José Mariano Bersch, Élvio Pereira Vargas, Erika Hanssen Madaleno, Marco Aurélio Alves, Dael Luis Prestes Rodrigues, Gilberto Herschdorfer, Maria Silveira Marques, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Marlise Nedel Machado, Luciano Fernandes, Vinicius Vieira, Lucas Frota Strey, André Venzon e Walter Galvani.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 26/04/2017 e considerados prioritários.
Antônio Carlos Côrtes
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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