O projeto “PALCO TREZE - 2017” é recomendado para avaliação coletiva.
1. O processo trata do pedido de financiamento, pelo sistema Pró-Cultura/LIC, para a realização PALCO TREZE - 2017, cujo projeto foi devidamente habilitado. O projeto se enquadra no segmento de Artes Cênicas: teatro, encaminhado para realização no ano de 2017.
O proponente informa que o projeto Palco Treze foi criado em 1998, com o objetivo de possibilitar que o Theatro 13 de Maio pudesse receber grandes espetáculos de outras regiões do Rio Grande do Sul mas principalmente de outras capitais do Brasil e também contribuir com a manutenção da casa. O projeto foi aprovado na Lei de Incentivo à Cultura do Município e até 2004 possibilitou que inúmeros espetáculos se apresentassem em Santa Maria. Assim, o Palco Treze colocou no palco do Treze de Maio espetáculos como “É”, com Elizabeth Savalla; “Romance dos dois soldados de Herodes” com Nelson Xavier e Via Negromonte; “A Partilha”, com Nívea Maria, Stela Miranda, Nina de Pádua e Magaly Evangelista, sob a direção de Miguel Falabella; “Otelo”, com Norton Nascimento; “Feliz Ano Velho”, com direção de Paulo Betti; “O Avarento”, com Jorge Dória; “Gata em teto de zinco quente”, com Vera Fischer; “As sereias da zona sul”, de Miguel Falabella; “Minha futura Ex”, com Cecil Thiré; “Órfao”, com Herson Capri, Luigi Baricelli e Gabriel Gracindo; “Quadrante”, com Paulo Autran, entre muitos outros.
A partir de 2004, o Projeto não recebeu mais o incentivo da LIC Municipal. Santa Maria, a partir daí, recebeu poucos espetáculos nacionais. A dificuldade de se obter patrocínio direto para viabilizar tais produções fez com que o palco do Palco Treze saísse de cena. Num esforço conjunto de produtores culturais da cidade e da Associação buscamos dar continuidade ao projeto que em 2016 obteve o financiamento do Sistema Pró-Cultura RS, possibilitando a realização de 3 espetáculos nacionais: A Voz Humana, com Cláudia Ohana; Enfim, Nós, com Fernanda Vasconcellos e Cássio Reis e Autobiografia Autorizada, com Paulo Betti. Para 2017, encaminhamos o projeto para obtenção de incentivo à Lei de Incentivo à Cultura de Santa Maria e também para o Sistema Pró-Cultura, em função da situação econômica que se apresenta no Estado e no País. Entendemos que compartilhando os custos, teremos maior sucesso tanto na captação quanto na realização plena dos objetivos propostos. Compreendemos que é preciso dar nova visibilidade à cidade e devolver a autoestima da comunidade. Entendemos que a ação local deve fazer a mediação cultural entre as coisas existentes no mundo e as demandas dos indivíduos e dos grupos no cotidiano da cidade. Afinal, um lugar só se reconhece como lugar porque dialoga com outro. Por tudo isto, pensamos que é preciso valorizar o local sem deixar de ver e fazer conexões com outros produtos ou obras culturais. Sabemos que não existe cidade sem cultura e essa constatação nos leva a ideia de que, a cultura de uma cidade é a anfitriã para a cultura que vem de outra cidade. Nesse sentido, de modo colaborativo, plantamos as bases de um projeto que com o financiamento da LIC Santa Maria, do Sistema Pró-Cultura RS e o incentivo de parceiros locais poderá ser viabilizado. ESPETÁCULOS PROPOSTOS: DEPOIS DO AMOR, último espetáculo com Direção Marilia Pera; Elenco Danielle Winits e Maria Eduarda de Carvalho. ALÉM DO QUE OS NOSSOS OLHOS REGISTRAM, Direção Henrique Tavares; Elenco: Silvia Pfeifer, Zezé Motta e Agatha Moreira IMPERATRIZ EM SEUS DOMINIOS, com texto de Fernando Duarte, Direção de Luis Arthur Nunes, com Claudia Ohana e Alessandra Verney. Salientamos que a democratização do acesso é realizada por meio da distribuição dos ingressos, da seguinte forma: 10% (34) são destinados ao Sistema Pró-Cultura RS que beneficia instituições locais por meio da doação de cortesias: Curso de Artes Cênicas e de Comunicação Social (Relações Públicas) da UFSM; TV OVO; EMAET. 10% (34) são destinados a Lei de Incentivo à Cultura de Santa Maria. 10% (34) para os patrocinadores (do Sistema Pró-Cultura) 18 ingressos para apoios locais e imprensa. Total de Cortesias: 120 ingressos Os valores dos ingressos são os seguintes:
R$80,00 público geral R$40,00 Sócios do Theatro R$40,00 estudantes e idosos (legislação); professores e atores que apresentarem a carteira profissional (registro). Cálculo da Bilheteria: Para a venda: 210 ingressos – Cálculo de venda de 70% = 147 ingressos Média de 147 ingressos vendidos x 53,00 (média) = 7.791,00 (a bilheteria paga a produção executiva, assistente de produção e a assessoria de divulgação, carregadores, colação de cartazes e distribuição de folhetos, outdoors, anúncios redes sociais, camarin e serviço de fotografia, bem como o ISSQN de 3% que já é deduzido direto do borderô). A Oficina de Retorno de Interesse Público será ministrada pelos atores Jader Guterres e Camila Borges. O Tema é Do Texto á Cena: adaptando-se ao palco. Será ministrada para jovens e adultos envolvidos em espetáculos teatrais. A turma será formada por meio de inscrições prévias.
Com o objetivo de desenvolver de forma plena e com qualidade o projeto Palco Treze 2017, no Theatro 13 de Maio, em Santa Maria, envolver 3 espetáculos em 6 apresentações. Os custos de 78.059,20 (Setenta e oito mil e cinquenta e nove reais e vinte centavos) pelo Financiamento Sistema LIC RS.
É o relatório.
2. Podemos verificar o esforço em manter produções nacionais neste teatro tão importante para Santa Maria ao pesquisar na internet sobre o teatro podemos ver depoimentos como esse “Lugar de Cultura, onde se respira História! Todas as vezes que frequentei este espaço de cultura, posso dizer que cresci. Cresci culturalmente, musicalmente, socialmente” são depoimentos que levam a pensar sobre a importância local do espaço e sua necessidade de se manter vivo e preservado. Em outro depoimento “Principal palco de espetáculos de Santa Maria, para apresentações de arte e cultura. Foi fundado em 1890 e está localizado na Praça Saldanha Marinho, bem na área central da cidade. É um teatro simples e pequeno, mas muito confortável e dono de uma acústica impecável. Seu prédio tem uma arquitetura bonita e está muito bem conservado.”
Por se tratar de uma das únicas opções de teatro da cidade se mostra relevante o planejamento de uma programação de apresentações. Além de ser o mais tradicional seguidamente traz espetáculos gratuitos ou com custo bem acessível.
Importante destacar que terá R$ 90.390,00 com fontes de Receitas Originárias de Prefeituras e que R$ 46.746,00 são Receitas previstas com a comercialização de bens e serviços.
Devido a organização do projeto e todos os parceiros envolvidos o mérito a relevância e a oportunidade já estão intrínsecas na proposta levando mais cultura e arte para essa cidade tão importante e que já esteve em foco nacional por outros motivos. Mas que desejamos e motivamos que cada vez mais seja pela valorização da vida, arte e cultura de seus moradores.
De acordo com a Lei 6.533/78 que dispõe sobre a regulamentação das profissões de Artistas e de técnico em Espetáculos é importante dizer que se trata de profissionais da área com registros, formação e experiência.
A empresa proponente “Chilli Producoes Culturais” tem larga experiência na área contando com profissionais que ja atuaram em grandes produções do RS, trabalhando com Cida Planejamento Cultural, tem profissionais com formação em Relações Públicas, e projetos criados, elaborados e executados nas áreas de teatro, teatro infantil, circo, dança, música, feira do livro e tradicionalismo. Tem acessória contábil profissional executada pela empresa Exitun auditoria e contabilidade Ltda, entre esses serviços tão importantes destaco alguns, cálculo dos impostos e encargos sociais relativos ao projeto cultural, entrega de declarações junto aos órgãos fiscalizadores, referente ao projeto, elaboração dos relatórios contábeis, assessoria na prestação de contas, elaboração da prestação de contas e emissão de relatórios e a responsabilidade técnica contábil junto ao projeto e ao empreendedor cultural até a finalização do projeto com prestação de contas para os órgão patrocinadores.
O teatro conta com opções de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais. Lembrando que estes locais devem estar em constante adaptação e melhoria para atender a crescente demanda de inserção desta comunidade nas atividades culturais. Recomendamos que em um próximo projeto haja folders em um sistema de leitura para cegos (Braille), recomendamos também algumas apresentações com tradução simultânea em linguagem de sinais (Libras) assim como áudio descrição e outras opções de acessibilidade.
Entre outras informações verificamos que o teatro possui elevador para cargas e cenários com capacidade para 600 kg, sistema de ar condicionado, segurança contra incêndio, alvará e registro de PPCI sob o numero 73.491.
São importantes esses projetos que fomentam ações de deslocamento e buscam espetáculos que circulam pelas capitais brasileiras, mas que desconhecem as potencialidades do interior gaúcho. Essas iniciativas promovem a realização de espetáculos teatrais nacionais com reconhecidos artistas em cena. Este teatro é um espaço qualificado e com estrutura necessária para bem receber ou atender diferentes públicos e iniciativas movimentando uma cadeia criativa e econômica, possibilita a sustentabilidade do lugar e um crescente vínculo com a comunidade. Lembrando que Santa Maria possui um dos cursos gaúchos de graduação em Artes Cênicas na área de Teatro.
Sobre a Idealização e fundação do teatro em 1889, um grupo de amigos da sociedade santa-mariense, uniu-se em torno de um objetivo comum: construir um teatro em Santa Maria, uma antiga aspiração dos moradores desta cidade interiorana. Em reunião, foram subscritos 20 contos de réis para a sua construção. Os primeiros recursos foram destinados às providências iniciais de comprar o terreno na Praça Saldanha Marinho, centro da cidade, fazer o lançamento das ações, projetar a planta, adquirir a madeira que havia sobrado da demolição da Igreja Matriz e, finalmente, edificar o prédio. Foi organizada uma sociedade dramática, da qual era composta por diretores e atores. O dinheiro adquirido com a realização dos espetáculos era utilizado para pagar a construção e equipamentos. Assim, em 1890, foi inaugurado o Theatro Treze de Maio, dando início a uma intensa atividade cultural durante os 23 anos que se seguiram. O prédio foi comprado em 1913 pela Intendência Municipal, que passou a utilizá-lo para outras finalidades. Serviu como cinema, sede da Redação do Diário do Interior e Foro da Cidade até a década de 1940, Biblioteca Pública e Centro Cultural até 1992. Atualmente luta para sobreviver como um verdadeiro teatro e para isso contam com parceiros como a LIC. Uma curiosidade: o espaço foi assim denominado em homenagem à Abolição da Escravatura no Brasil.
Sobre a infra-estrutura do Theatro Treze de Maio, prédio com 2120 metros quadrados de área construída, com capacidade para público de 335 pessoas A ambientação envolve hall de entrada, bilheteria, chapelaria, cafeteria, banheiros, saguão, camarins, sala administrativa e cozinha, além de todo o espaço dedicado à recepção do público - plateia e mezanino - e, claro, o principal elemento de um teatro: o palco. Juntamente com a parte cênica e técnica, compõem uma estrutura mantida cuidadosamente através da manutenção anual da edificação e dos equipamentos. Possui camarins 1 individual e 3 coletivos, todos com sanitários e box, araras para figurinos, bancadas com espelhos e iluminação para maquiagem. Possui poltronas no mezanino, com acesso para pessoas com necessidades especiais. Gostaria de destacar os equipamentos de palco, para que possamos ter idéia dos investimentos neste teatro e a importância de ter grandes apresentações para utilização e valorização de toda essa estrutura, Cortina mestra de veludo, Cortina de corte de veludo, Bambolina mestra de veludo, com capacidade de carga de 500 kg, 04 Bambolinas intercambiáveis de veludo, 02 Reguladores verticais rígidos, 08 Reguladores verticais intercambiáveis – pernas, 13 Varas de suspensão de cenários, com capacidade de 500 kg de carga cada, 06 Varas de iluminação com capacidade de 600 kg de carga cada, 04 varas motorizadas no palco e 02 fixas na platéia, 01 Rotunda com 6,55 metros de altura x 9,20 metros de largura, 03 Praticáveis em madeira. De instrumentos possui 2 pianos, 1 alemão de cauda e um americano vertical. Dos recursos de iluminação, Mesa 96 canais, torres moveis para refletores, 16 projetores elipsoidais de 1000w, 24 projetores de lente plana convexa 1000w, 9 projetores fresnel 1000w, 12 refletores par numero 2, 24 refletores par numero 5, e quadro geral de iluminação. Dos recursos de sonorização, mesa digital Yamara, 4 retornos ativos, 2 retornos passivos, 4 fones de ouvido para retorno, 4 amplificadores, 4 caixas ativas selenium de 400w, 1 01 CDJ Pioneer 350 com entrada USB e leitor de MP3, 01 CDJ Numark com leitor de CD, 01 Blu-Ray Semp Toshiba, 2 equalizadores, 1 Crossover digital DBX, 05 Pedestais de microfone modelo girafa, 05 Microfones Shure, 04 Microfones Sennherser com fio, 01 Microfone Sennherser sem fio, 01 Microfone AK sem fio, 01 Kit Leson de bateria com: 01 microfone para bumbo e baixo acústico, 04 microfones para tons e caixa, 2 microfones a condensador para pratos, piano, violão e corais, 01 Kit AKG com 6 microfones para bateria, 1 bumbo e baixo acústico, 150 metros de multicabos 22 vias, 20 com conectores XLR e 2 linhas P10, 50 metros de multicabos 8 vias para microfonação de palco. Tudo isso para explicar a complexidade e planejamento de uma caixa cênica, e assim preservar e abrir cada vez mais espaço para arte na cultura gaúcha.
3. Em conclusão, o projeto “Palco Treze - 2017” é recomendado para Avaliação Coletiva, em razão de seu mérito, relevância e oportunidade, podendo vir a receber incentivos até o valor de R$ 78.059,20 (Setenta e oito mil e cinquenta e nove reais e vinte centavos) do Sistema Unificado Estadual de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura – RS.
Porto Alegre, 24 de maio de 2017.
Luciano Fernandes
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 24 de maio de 2017.
Presentes: 22 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Jaime Antônio Cimenti, Ivo Benfatto, Ruben Francisco Oliveira, José Mariano Bersch, Plínio José Borges Mósca, Élvio Pereira Vargas, Erika Hanssen Madaleno, Marco Aurélio Alves, Dael Luis Prestes Rodrigues, Gilberto Herschdorfer, Maria Silveira Marques, Liana Yara Richter, Rafael Pavan dos Passos, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Marlise Nedel Machado, Vinicius Vieira, Lucas Frota Strey e Walter Galvani.
Ausentes no Momento da Votação: Paula Simon Ribeiro e André Venzon.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 25/05/2017 e considerados prioritários.
Antônio Carlos Côrtes
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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