O projeto “RIO GRANDE DO SUL – HOMENS E MÁQUINAS” é recomendado para a avaliação coletiva.
1. O produtor cultural Salis e Salis Ltda, CEPC 4330, está sob a responsabilidade de Eurico Salis, que terá a função de coordenador geral e fotógrafo do projeto. O mesmo está inscrito na área de Literatura, com realização prevista para o período de 14 de outubro a 15 de dezembro de 2017 no município de Porto Alegre, no MARGS – Museu de Artes do Rio Grande do Sul. Também integram a equipe principal do projeto: Realiza Produção Cultural e Comunicação Ltda, que fará a captação de recursos; Alexandre José Vargas da Silva ME, responsável pela produção; e Marcelize Machado de Freitas, responsável pela contabilidade.
Segundo o proponente, o homem só dominou a natureza e evoluiu através da ferramenta. E da ferramenta se fez a máquina, um passo decisivo para a produção de bens materiais e culturais. A máquina a vapor nasce no século XVIII e, a partir dela, inicia-se o processo da revolução industrial. Depois dela virão outras descobertas e invenções fundamentais, como a eletricidade, o telefone e outros avanços que permitem a produção em massa, a agilidade da comunicação, o encurtamento das distâncias, até chegar numa sociedade tecnológica globalizada e no acesso de bens, valores, costumes e intercâmbio cultural.
A industrialização é um marco no desenvolvimento social e cultural do sul do Brasil. No Rio Grande do Sul, esse processo é fruto do trabalho de várias etnias, como a espanhola, a portuguesa, a árabe, a afrodescendente, a polonesa, a russa, a judia, entre outras. Essas etnias compõem o caleidoscópio de raças que dão identidade cultural ao gaúcho. Em cada região do estado, os trabalhadores mantêm suas culturas locais. Mostrar o retrato desses trabalhadores e contar suas histórias é o objetivo do projeto. Cabe ressaltar que esta relação homem–máquina permeia praticamente todas as atividades, desde as pastagens e lavouras no campo às indústrias da cidade e as novas tendências da sociedade moderna, como a produção de energia limpa, novas matérias-primas e tecnologia de comunicação. Isso engloba, também, a petroquímica, a indústria automotiva, o setor moveleiro e novos modelos sustentáveis de produção.
A fotografia documental pode, através da interferência do autor, mostrar essa relação do homem com a máquina, dos trabalhadores e suas ferramentas, com olhar criativo, texto poético e um tema sensível e contemporâneo. O retrato disso tudo é a demarcação material e cultural da sociedade gaúcha. O homem que domina a natureza, o tempo e o espaço com a máquina, sua ferramenta, faz surgir novos modelos de sociedade, de relações interpessoais e de laços culturais.
O fotógrafo Eurico Salis e o escritor Renato Lemos Dalto viajaram em busca de histórias que revelassem as influências do processo industrial na formação cultural da sociedade gaúcha e as registraram em livro. Para ampliar o acesso do público ao resultado deste trabalho, pretende-se realizar com este projeto uma exposição de fotografias selecionadas do livro, com novos textos, além de uma nova impressão do livro para distribuição. Registrar em imagens a relação do homem com a sua ferramenta de trabalho compõe um importante documento para as gerações futuras a respeito destas influências, tornando-se material de pesquisa e acervo de escolas, bibliotecas e outros espaços culturais ou de preservação.
O projeto RIO GRANDE DO SUL – HOMENS E MÁQUINAS, realizado durante o ano de 2016 com o financiamento da Lei Federal de Incentivo à Cultura, apresentou em livro, com fotografias e textos, o importante papel da industrialização na evolução do estado do Rio Grande do Sul e como esse processo interferiu diretamente na formação cultural do povo gaúcho.
Com o objetivo de ampliar o público beneficiado, é proposta a realização da exposição Rio Grande do Sul – Homens e Máquinas, a ser realizada no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, com as principais fotografias do livro e textos novos, produzidos especialmente para a exposição. Além disso, uma nova tiragem do livro, com 192 páginas em papel couchê opaco de 170g e impressão em 4 cores, incluindo sobrecapa e luvas, com tiragem de 2.000 exemplares, que serão distribuídos a escolas, bibliotecas e instituições do estado do Rio Grande do Sul, entre outros.
É o relatório.
2. O projeto está apresentado dentro dos padrões do Sistema Pró-Cultura, e através de seus anexos é possível compreender a que se propõe. Trata-se aqui de uma iniciativa que contempla a edição de um livro e de uma exposição que se complementam, permitindo maior abrangência da obra.
Solicito a correção das quantidades consideradas, pois, no Plano de Distribuição e no Orçamento, constam apenas 1.750 livros. Contudo, na apresentação, mencionam-se 2.000 exemplares.
Eurico Salis é um dos mestres da fotografia no Rio Grande do Sul e no Brasil, com currículo que inclui passagens por grandes empresas brasileiras de comunicação, além de ter sido autor de diversas capas de discos do rock gaúcho. Tem editado livros autorais e, por “Porto Alegre – Cenas Urbanas, Paisagens Rurais”, foi premiado com o Açorianos de Literatura de Melhor Projeto Gráfico em 2008, além de ter recebido, em 2012, o prêmio de Melhor Livro Gaúcho da Associação Brasileira da Indústria Gráfica.
A obra de Eurico está acompanhada dos textos de Renato Lemos Dalto, propondo uma reflexão sobre o trabalho, sobre o valor o homem e sua produção e sobre a máquina em seu estado mais poético. Isto nos chega justamente nestes tempos em que a tecnologia, atendendo a demandas do contexto, sobrepõe-se ao humano em tantos aspectos.
Eurico Salis capta com sua lente, que vai além da máquina, a sutileza da relação entre o trabalho, o trabalhador e o resultado disso. Pode-se compreender esta necessária complementaridade nas fotos que compõem o livro, que agora receberá uma reedição a fim de promover ampla distribuição a instituições culturais e educacionais.
A exposição, que terá lugar no MARGS, não poderia estar abrigada em local mais apropriado, considerando que ali no Museu de Arte pode ser efetiva esta compreensão do mundo do trabalho com o universo artístico assim como as sutilezas de luz e cor e suor e satisfação ou dor que permeiam o homem e os meios produção.
O mérito, oportunidade e relevância estão presentes neste projeto, que é uma contribuição para o entendimento das relações humanas. O projeto fortalece e enriquece a cultura do estado, cumprindo com aquilo que preconiza o Sistema Pró-Cultura e o Plano Estadual de Cultura.
3. Em conclusão, o projeto “Rio Grande do Sul - Homens e Máquinas” é recomendado para avaliação coletiva em razão do seu mérito, relevância e oportunidade, podendo captar recursos do Sistema Unificado Pró-Cultura RS até o limite de R$ 198.322,50 (cento e noventa e oito mil, trezentos e vinte e dois reais e cinquenta centavos).
Porto Alegre, 01 de julho de 2017.
Marco Aurélio Alves
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 03 de julho de 2017.
Presentes: 17 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Jaime Antônio Cimenti, Ruben Francisco Oliveira, José Mariano Bersch, Plínio José Borges Mósca, Élvio Pereira Vargas, Erika Hanssen Madaleno, Dael Luis Prestes Rodrigues, Gilberto Herschdorfer, Maria Silveira Marques, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Marlise Nedel Machado, Vinicius Vieira, Lucas Frota Strey e André Venzon.
Ausentes no Momento da Votação: Luciano Fernandes.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 21/07/2017 e considerados prioritários.
Antônio Carlos Côrtes
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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