O Projeto "TERRA & COR DA CANÇÃO NATIVA – FASE REGIONAL 2017" é recomendado para avaliação coletiva.
1. Inscrito na área de Música, o projeto em tela será realizado nos dias 15 e 16 de setembro de 2017 no CTG Fogo de Chão, no município de Pedro Osório. Seu produtor cultural é a Confraria da Produção, com CEPC 5394, tendo como responsável legal Jamile Barbosa Pereira, na função de produção administrativa e assistência administrativa.
Fazem parte da equipe principal a empresa Rosa Morena Produções na captação de recursos e o contador Darlan Soares Pintado. A Prefeitura de Pedro Osório consta no item “Outros Participantes” e entra com apoio financeiro.
O projeto tem como objetivo manter vivo o espírito dos grandes festivais nativistas e resgatar aquele que era um dos três maiores do Rio Grande do Sul, de acordo com o proponente, em uma época em que havia cerca de 100 festivais semelhantes no estado.
A ideia é retomar o evento em sua grandiosidade e importância, já que ficou diminuído por alguns anos, mas chega agora a XXI Edição do Terra & Cor da Canção Nativa – fase regional. O festival, de composições inéditas, pretende trazer uma competição musical de qualidade ao município e à região.
A fase regional acontecerá nas dependências do CTG Fogo de Chão e contemplará participantes das cidades de Pedro Osório e Cerrito e dos municípios limítrofes com eles – Arroio Grande, Herval, Capão do Leão, Piratini, Canguçu e Morro Redondo.
Aos participantes, haverá premiação em dinheiro para todas as 12 composições classificadas a concorrer de acordo com o regulamento previamente disponibilizado, bem como para os 1º, 2º e 3º lugares, além das premiações de Música Mais Popular, Melhor Letra, Melhor Melodia, Melhor Intérprete e Melhor Instrumentista. Da fase regional, os vencedores dos 1º, 2º e 3º lugares estarão classificados automaticamente para a fase estadual, que pretende ser realizada em dezembro no Ginásio Municipal Três de Abril, aos moldes das antigas edições.
Os ingressos serão vendidos a preços populares, respeitando a lei da meia-entrada, e as noites contarão com os shows de Quarteto Moldura e Galponeando, além de encerrar a programação com show-baile da banda Portal 4.
No que se refere à dimensão econômica, o proponente lembra que os palcos dos festivais ainda são os maiores divulgadores e promotores da música nativista e tradicionalista do estado. São parte do mercado de trabalho, pois além de um difusor cultural, movimentam empresas de som, luz, estruturas, profissionais da área, mobilizam prefeituras e comunidades em volta desta festa, e atualmente contam um elenco de mais de mil nomes cadastrados como compositores, músicos e intérpretes deste gênero musical só no Rio Grande do Sul.
No dia 16 de setembro, às 16 horas, será disponibilizada uma oficina intitulada “Trabalhando com Ritmos Gaúchos”, a cargo da flautista e pedagoga Charlise Bandeira. O público alvo são crianças entre cinco e 11 anos, que serão selecionadas por ordem de chegada até completar as 40 vagas previstas.
O valor total do projeto é de R$ 150.081,00, sendo R$ 14.270,00 oriundos de receitas previstas com a comercialização de bens e serviços e R$ 16.200,00 de apoio financeiro da Prefeitura de Pedro Osório. O valor solicitado ao Sistema Pró-Cultura /RS é de R$ 119.611,00.
É o relatório.
2. Para quem tem mais idade, ou acompanha a música regional atentamente, os festivais nativistas tiveram seu ápice nas décadas de 80 e 90, levando compositores, intérpretes e instrumentistas de todas as querências a vários municípios do Rio Grande do Sul.
Na verdade, o mais conhecido e aplaudido é a Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, evento que surgiu em 1971 em meio aos anos de chumbo, reunindo as mais diversas variações musicais nativas do Estado.
Organizado pelo CTG Sinuelo do Pago e pela Prefeitura de Uruguaiana, não teve tanta repercussão na primeira edição, mas seu crescimento foi vertiginoso, reunindo público de até 60 mil pessoas em algumas edições. É considerado patrimônio cultural do Estado e seu prêmio máximo é a Calhandra de Ouro, conforme o grau de vitórias.
Revelou artistas inesquecíveis, como o saudoso cantor César Passarinho, que emocionava o público até as lágrimas, interpretando canções como O Guri, de João Batista Machado e Julio Machado, vencedora da 13ª edição, em dezembro de 1983.
O boom dos festivais nativistas estendeu-se a diversos municípios e todos os finais de semana caravanas de músicos se reuniam em uma ou outra cidade, às vezes tendo que escolher em qual evento valeria a pena participar. Entre eles, segundo o proponente, estava a Terra e Cor da Canção Nativa, considerado um dos três melhores festivais entre os 100 existentes no ápice destes eventos.
Crises econômicas sucessivas, falta de apoio de Prefeituras e escassez de patrocinadores fizeram murchar o ímpeto dos festivais, embora ainda existam muitos eventos semelhantes até hoje. Em Pedro Osório, cidade com cerca de 8 mil habitantes, localizada na região sudeste do Estado, não foi diferente.
O projeto em tela pretende resgatar os bons tempos, trazendo novamente a beleza da festa, a união, os músicos, o turismo e a grandeza do festival nativista da cidade. Conta com boa vontade e apoio da Prefeitura, através de aporte financeiro de R$ 16.200,00, relatado em carta de ciência, em anexo, assinada pelo prefeito Moacir Otílio Alves.
O projeto está bem elaborado, contém todas as cartas de anuência, fotos do local do evento, currículos e release necessários. Haverá uma oficina de ritmos gaúchos para crianças entre cinco e 11 anos, com o oferecimento de 40 vagas. Embora não especifique quantas horas de duração, percebe-se a boa vontade da ministrante, a flautista e pedagoga Charlise Bandeira, que faz um relato minucioso e extenso da importância da música para a formação e cultura dos jovens participantes. Aponta objetivos, metas, nuances e mostra a bibliografia sobre o assunto.
As músicas concorrentes do festival deverão ser inéditas e uma equipe de triagem selecionará 12 canções, que serão apresentadas ao público na primeira noite do evento. Destas 12, oito serão selecionadas e seus intérpretes subirão ao palco no dia seguinte, para a escolha das três melhores, que participarão da etapa estadual, prevista para dezembro deste ano
Serão cobrados ingressos populares, nos valores de R$ 10,00 a inteira, estimada para um público de 720 pessoas, R$ 5,00 a meia entrada, para 480 pessoas e R$ 30,00 a mesa, para 120 pessoas. A receita prevista com a comercialização de bens e serviços é de R$ 14.270,00.
Para adequar o projeto aos tempos atuais, são necessárias pequenas glosas.
Rubrica 1.2 -Produção Executiva – Glosa de R$ 1.000,00
Rubrica 1.5 - Locação e prestação de serviço de sonorização e iluminação – Glosa de R$ 2.000,00
Rubrica 1.6 – Locação de Gerador – Glosa de R$ 1.000,00
Rubrica 1.34 – Cachê Show Galponeando – Glosa de R$ 1.500,00
Rubrica 1.40 – Painel de Palco – Glosa de R$ 290,00
Rubrica 1.41 – Saia de Palco – Glosa de R$ 150,00
Rubrica 3.1 – Produção Administrativa – Glosa de R$ 900,00
Rubrica 3.4 – Captador de Recursos – Glosa de R$ 2.000,00
Total das Glosas: R$ 8.840,00
O proponente informa que: "O local de realização – o CTG Fogo de Chão, está em dia com suas medidas de segurança e acessibilidade, possuindo acomodação para que idosos, gestantes, portadores de necessidades especiais possam aproveitar o evento de forma segura e confortável". (grifo da relatora)
Mesmo com esta informação, é importante haver um plano mais elaborado de acessibilidade. Como esclarecimento, convém lembrar que, desde 2006, a Organização das Nações Unidas (ONU) passou a utilizar o termo “pessoa com deficiência”, já que a pessoa não porta a deficiência.
A liberação dos recursos solicitados fica condicionada à comprovação do cumprimento das normas legais de prevenção a incêndio no CTG onde será realizado o evento, o que deverá ser feito pelo proponente junto ao gestor do Sistema.
3. Em conclusão, o projeto cultural “Terra & Cor da Canção Nativa – Fase Regional 2017” é recomendado para avaliação coletiva, em razão de seu mérito, relevância e oportunidade, podendo captar recursos do Sistema Pró-Cultura RS até o limite de R$ 110.771,00 (cento e dez mil, setecentos e setenta e um reais).
Porto Alegre, 01 de agosto de 2017.
Erika Hanssen Madaleno
Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 02 de agosto de 2017.
Presentes: 20 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Jaime Antônio Cimenti, Paula Simon Ribeiro, Ruben Francisco Oliveira, José Mariano Bersch, Plínio José Borges Mósca, Élvio Pereira Vargas, Paulo Cesar Campos de Campos, Marco Aurélio Alves, Dael Luis Prestes Rodrigues, Gilberto Herschdorfer, Maria Silveira Marques, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Marlise Nedel Machado, Luciano Fernandes, Claudio Trarbach, Dalila Adriana da Costa Lopes, André Venzon e Walter Galvani.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 22/08/2017 e considerados prioritários.
Marco Aurélio Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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