O projeto “CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA DO RIO GRANDE DO SUL – 40ª EDIÇÃO” é recomendado para a Avaliação Coletiva.
1. O Projeto “Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul – 40ª edição”, habilitado pela Secretaria de Estado da Cultura e encaminhado a este Conselho nos termos da legislação em vigor, trata da realização de um festival de musica a ser realizado no município de Uruguaiana.
O produtor, na apresentação, diz que se trata “da realização da 40ª edição deste que é o festival pioneiro do Rio Grande do Sul, sendo realizado desde 1971 e foi declarado Patrimônio Cultural do Estado. (...). Será realizado nos dias 8, 9, e 10 de dezembro de 2017 no Teatro Municipal Rosalina Pandolfo Lisboa de Uruguaiana e serão realizados 05 shows musicais com grandes artistas da música gaúcha e nacional. Será realizada uma palestra no salão da Biblioteca Pública para as escolas de Uruguaiana sobre os ritmos regionais gaúchos aplicados à percussão com o percussionista Marco Michelon”.
Justificando o projeto, no campo da Dimensão Simbólica, diz: “A Califórnia da Canção Nativa do RS é um marco histórico para a música gaúcha, foi a partir de sua primeira edição no ano de 1971 que nossa música teve uma mudança significativa. A Califórnia surgiu para ser um modelo onde os compositores, instrumentistas e intérpretes gaúchos pudessem ter um lugar para mostrar seus trabalhos. Foi após o surgimento da Califórnia da Canção Nativa que a música gaúcha tomou um novo rumo. A Califórnia revelou, ensinou, promoveu, consagrou, reafirmou e glorificou diversos nomes da nossa música e diversos clássicos da música gaúcha”. Segue dizendo das dificuldades encontradas ao longo dos anos decorridos, que levaram a interromper o festival e do desejo de retomada, colocando que: “Queremos agora reviver nosso festival que é Patrimônio Cultural do Rio Grande do Sul e pouco a pouco ir caminhando para o rumo que a Califórnia precisa ir, para que as novas gerações possam conhecer e valorizar nosso festival, e, em conhecendo e valorizando a Califórnia da Canção Nativa do RS, haverá ganho para todos os festivais gaúchos e, consequentemente, para toda a música nativista gaúcha, pois a Califórnia não se trata somente do berço da música nativista gaúcha, mas também é a âncora de todos e sem ela, poderemos perder o rumo e o horizonte”.
Na Dimensão Econômica, o produtor discorre sobre o momento de instabilidade política e econômica que o país vive e as consequências desta crise na área da cultura e das artes. Relata que as empresas reduzem gastos com publicidade e as alternativas de movimentar o mercado são bem poucas. Mostram o festival como um “grande produto na área da cultural que este poderá ser o carro chefe para que empresas possam direcionar seus investimentos em publicidade para a área musical e cultural, pois, em se tratando de um festival de uma marca conhecida nacional e internacionalmente, temos a convicção que reabilitaremos, não somente a Califórnia da Canção Nativa do RS, mas também todo um mercado cultural, porque, assim como fomos o pioneiro dos festivais, poderemos ser também a bandeira de retomada do crescimento da área cultural. (...) um festival movimenta diversos setores do mercado cultural, além da área artística, área das estruturas, das mídias, da produção e também dos empregos temporários diretos e indiretos, sendo assim um festival como a Califórnia poderá ser um alento para diversos profissionais da área cultural e afins, ainda mais com sua realização no mês de dezembro, podendo significar um final de ano melhor para centenas de gaúchos”.
Dimensão Cidadã: na dimensão cidadã, o produtor diz: “o nosso projeto terá a prática de meia entrada para estudantes, deficientes e idosos. 10% dos ingressos será doado para a Secretaria Municipal de Educação para que seja distribuído gratuitamente para as crianças da rede pública municipal, a fim de criar público e também atingindo as camadas menos favorecidas da população. Através da palestra gratuita do projeto estaremos colaborando para a formação de novos públicos, dando a chance para que jovens possam conhecer um pouco mais de nossa cultura.” Segue dizendo que a Califórnia é um “patrimônio cultural e afetivo de todos os uruguaianenses” e, sendo assim, que ao realizarem o festival estariam resgatando o amor e o orgulho que a sociedade de Uruguaiana tem por ele.
O Objetivo geral é: Realizar a 40ª Edição da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul, reunindo os melhores compositores, instrumentistas e intérpretes do rio Grande do Sul, reabilitando nosso pioneiro festival.
Objetivos específicos:
- Desenvolver e reabilitar o mercado musical gaúcho através da reabilitação da Califórnia da Canção Nativa;
- Reunir 20 composições de grande qualidade musical em um só evento;
- Realizar 5 shows de grande qualidade musical, ajudando a desenvolver a música gaúcha;
- Criar público novo para a música gaúcha através da palestra do projeto.
O produtor cultural é VH Produções Culturais e Artísticas Ltda, CEPC 3241, cujo responsável legal é Fabrício de Oliveira Pereira.
Na equipe principal consta Maico de Armas Araújo como produtor executivo.
A contadora é Lauren Scasso Colman, CRC 083.247/0-0.
Outro participante: Prefeitura Municipal de Uruguaiana, cujo responsável legal é Ronnie Peterson Colpo Mello, com função de apoio.
Apresenta o seguinte quadro de financiamento:
Total do projeto: R$ 435.900,00;
Solicitação ao Sistema LIC: R$ 240.000,00.
Não tem recursos próprios.
Estão previstas receitas de comercialização de R$ 130.900,00.
Patrocínios ou doações sem incentivo fiscal R$65.000,00.
É o relatório.
2. O projeto está adequadamente formatado, instruído com os documentos necessários para a apreciação do seu mérito, tais como o contrato entre produtor, plano de divulgação, programação, orçamentos, currículos e anuências. Apresenta carta de autorização da Prefeitura para uso do local e plano de redução de impacto ambiental. Não localizamos plano de prevenção de incêndios, nem de acessibilidade.
Todas as composições classificadas na triagem receberão prêmio de R$ 6.000,00, recebendo ainda as finalistas R$ 1.000,00.
O CD será distribuído gratuitamente conforme plano de distribuição conforme rubrica 12.2.
Seus objetivos, geral e específicos, têm características próprias. Por ter sido o primeiro festival realizado no estado, teve grande influência na criação de outros festivais de música de onde inúmeros artistas foram consagrados. O Festival é reconhecido como patrimônio cultural do estado.
É um evento tradicional que privilegia a música regional em três diferentes linhas: Linha Campeira, Linha de Manifestação Riograndense e Linha Livre, oferecendo possibilidades para compositores, instrumentistas e intérpretes participarem com temática variada e de maneira diversificada, desta forma incentivando a criação de novas composições e o surgimento de novos intérpretes. O projeto pretende retomar um festival que teve muito sucesso em anos passados e que por dificuldades financeiras e outras foi interrompido e retomado algumas vezes.
Seu custo é compatível a outros projetos similares. O show com artista de fora do estado não é custeado com Incentivos da LIC.
Por fim, condiciona-se a liberação da verba ao rígido cumprimento das normas de segurança e de acessibilidade junto ao gestor do Sistema.
3. Em conclusão, o projeto “Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul – 40ª Edição” é recomendado para a Avaliação Coletiva em razão do seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo receber incentivos no valor de R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) do Sistema Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 15 de agosto de 2017.
Paula Simon Ribeiro
Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 15 de agosto de 2017.
Presentes: 21 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Ivo Benfatto, Ruben Francisco Oliveira, José Mariano Bersch, Plínio José Borges Mósca, Élvio Pereira Vargas, Erika Hanssen Madaleno, Paulo Cesar Campos de Campos, Marco Aurélio Alves, Gilberto Herschdorfer, Maria Silveira Marques, Liana Yara Richter, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Marlise Nedel Machado, Claudio Trarbach, Dalila Adriana da Costa Lopes, André Venzon e Walter Galvani.
Ausentes no Momento da Votação: Luciano Fernandes e Dael Luis Prestes Rodrigues.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 22/08/2017 e considerados prioritários.
Marco Aurélio Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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