Processo nº 0468-11.00/18-7
Parecer nº 134/2018 CEC/RS
O projeto AGORA RS – CRÍTICA TEATRAL – 2018 é recomendado para a avaliação coletiva.
1. O projeto cultural AGORA RS – Crítica Teatral – 2018, inscrito na área de Artes Cênicas: teatro, está proposto pela produção de F. Bonella Cunha projetos culturais –ME, CEPC 3928, sendo também o responsável legal Fabiano Bonella Cunha, na função de produção executiva. O período de realização é de 22 de setembro de 2018 a 29 de agosto de 2019 e os locais de realização são: Santa Maria, Uruguaiana, Canoas, Caxias do Sul e Pelotas, todas a serem definidas. A equipe principal é composta por: Bonella Produções (pessoa jurídica – CNPJ 09.117.895/0001-13), com a função de gerenciamento e produção executiva do projeto, Michele Bicca Rolim (pessoa jurídica – CNPJ 24.460.573/0001-66), com a função de coordenação, edição, produção de textos e dossiês, ministrante das atividades e participação nos eventos, Renato Duarte Mendonça (pessoa jurídica – CNPJ 13.183.867/0001-71) com a função de coordenação, edição, produção de textos e dossiês, ministrante das atividades e participação nos eventos, e no serviço de contabilidade, Pedro Paladino, CRC 091356/0-9.
O valor proposto é de R$ 210.910,00 (duzentos e dez mil e novecentos e dez reais) e o valor habilitado é de R$ 192.160,00 (cento e noventa e dois mil e cento e sessenta reais). Consiste na extensão do projeto AGORA que é um portal brasileiro de crítica teatral com alcance nacional, voltado à produção teatral gaúcha.
AGORA é um portal brasileiro de crítica teatral com alcance nacional, inicialmente apoiado pelo Instituto Goethe de Porto Alegre. O site: www.agoracriticateatral.com.br abriga avaliações e reflexões sobre espetáculos teatrais apresentados tanto no Brasil, como no estrangeiro, bem como textos de teoria, entrevistas e reportagens. Está no ar desde 28 de julho de 2015, reúne críticas escritas por Helena Carrieri do Paraná, Mateus Araújo de Pernambuco, Michele Rolim do Rio Grane do Sul, Patrick Pessoa do Rio de Janeiro, Renato Mendonça também do RS, Ruy Filho de São Paulo, Soraya Belusi de Minas Gerais, Jürgen Berger da Alemanha, Federico Zurita Hecht do Chile e Yannick Butel da França. Como portal que abrange uma seção para a crítica de espetáculos, uma seção para a divulgação de espetáculos e uma seção para as Oficinas sobre a crítica e avaliação de espetáculos, o portal AGORA mantém relações com os sites Hiedra do Chile e L´insensé da França. O presente projeto também contempla a produção de textos e dossiês sobre grupos teatrais do interior do Estado, cobertura de alguns festivais realizados no interior e a realização de oficinas e encontros para a discussão do panorama teatral produzido no Rio Grande do Sul através do per corrimento de cinco cidades: Canoas, Caxias do Sul, Pelotas, Santa Maria e Uruguaiana. A proposta visa discutir o trabalho de grupos teatrais do interior gaúcho, além de contribuir para o estímulo do exercício da reflexão e da crítica teatral no estado.
Dos objetivos
Mapear, registrar em vídeos de diferentes formas e tamanhos; difundir o trabalho de grupos teatrais gaúchos; estimular também o exercício da reflexão e da avaliação crítica teatral no Rio Grande do Sul; produzir textos e dossiês sobre alguns grupos teatrais e alguns festivais de teatro do interior que estarão com acesso irrestrito ao público (online); realizar oficinas e encontros para a discussão sobre o panorama do teatro produzido pelos artistas gaúchos, em cinco cidades do Estado; e mapear os grupos teatrais do interior do Estado e seus meios de produção.
Das metas
Preparar cinco dossiês sobre cinco grupos de teatro; escrever textos e críticas sobre vinte e quatro espetáculos; realizar oito encontros e cinco oficinas; preparar um minidocumentário relatando esse processo de trabalho; e criar um portal AGORA-RS para a divulgação do material produzido.
É o relatório.
2. Os encontros, que o proponente chama de “eventos de resultados” acontecerão no festival de teatro de Uruguaiana, no festival de teatro de Santa Maria, mas não durante o festival, em momento à parte, o mesmo acontece com os encontros em Uruguaiana, Caxias do Sul, Pelotas e Canoas. A definição das cinco cidades: Canoas sediando há sete anos o Festival Internacional de Teatro (FESTIA), reúne grupos e espetáculos de teatro da região metropolitana de Porto Alegre, Viamão, Cachoeirinha, Alvorada, Guaíba, Esteio, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Campo Bom; Caxias do Sul sediando há 17 anos o festival de teatro Caxias em Cena, reúne grupos de Bento Gonçalves, Farroupilha, Veranópolis, Carlos Barbosa Garibaldi; Pelotas graças a UfPel com seus cursos, reunindo também as produções de Canguçu, Camaquã, Pântano Grande, Rio Grande e Jaguarão; Santa Maria sediando uma vez por ano dois festivais de teatro no seu mundo teatral universitário e pelo seu Festival de Teatro Independente de Santa Maria; e Uruguaiana sediando dois festivais de teatro por ano: Cena Livre e Festival de Teatro de Uruguaiana, reunindo grupos de Rosário do Sul, Dom Pedrito, Itaqui, Santa Rosa e até mesmo Paso de los Libres.
Levou- se em conta a distribuição geográfica estadual e a existência de cursos de Artes Cênicas, como a escola de teatro caxiense – Tem Gente Teatrando – com seus vinte e cinco anos de atividades pelas primorosas mãos da diretora de teatro e mestre em Artes Cênicas Zika Stockmann da Universidade de Santa Maria e da UfPel. Os encontros nas cidades que aglutinam os grupos de teatro servirão para conhecer os mesmos e coletar informações para oferecer as oficinas com aspectos específicos. O trabalho é de longa duração, de setembro do ano em curso a setembro de 2019, trata-se de estudar e de participar de festivais que têm suas datas esparramadas ao longo do calendário. Farta documentação será recolhida, selecionada, posta com método e processo de trabalho com o intuito de ser divulgada pelos diferentes tipos de comunicação online que, atualmente, existem no mundo virtual. As filmagens e os vídeos serão produzidos por um diretor, um cinegrafista e um sonorista que serão especialmente contratados para tais propósitos. Microvídeos, chamados “pílulas” de um minuto, apenas como isca para as redes sociais, minidocumentários sobre os encontros, documentários sobre os festivais, finalização de todo esse vasto material para o método de alta definição para formato web.
Somente essa parte do projeto cultural sob análise deste ilustre Conselho, representa o montante de gastos de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais), sem as despesas de alimentação, transporte e hospedagem. O projeto tem vários méritos: fazer os artistas do interior do Estado conhecerem-se entre si, compartilharem opiniões sobre seus trabalhos, vivências, métodos de criação; trazer essa soma de experiências desenvolvidas ao conhecimento dos artistas e das autoridades da área cultural do Estado, que estão localizadas em Porto Alegre e, sobretudo, o mérito de fazer o Brasil conhecer o teatro feito no interior do Rio Grande do Sul, desmistificando as obtusas manifestações clichês que os meios de comunicação de massa difundem sobre o povo do nosso Estado. Partimos da premissa “o conhecimento da arte feita com esmero e boas intenções, derruba a ignorância dos povos que não se conhecem, ou que apenas se conhecem por informações tendenciosas”.
Fazer conhecer a França, Chile, Oiapoque e Chuí; Campina Grande, Londrina, Piracicaba, Pirenópolis, Brasília, Palmas, Araxá, Colatina, e talvez o mundo. O nosso teatro, sob suas mais diversas formas: teatro de bonecos, teatro de caixa fechada, teatro infantil, teatro lambe-lambe, teatro para crianças; nossos autores, nossas casas de espetáculos, nossa cultura (pois a arte fala quem somos), me permite afirmar que voto a favor do projeto que cá temos em nossas mãos.
3. Entretanto, somos obrigados a reconhecer certas fragilidades do projeto: ausência da anuência dos grupos teatrais envolvidos no processo de trabalho; de cartas de anuência em relação aos espaços nos quais se darão os encontros (as oficinas e os festivais); a exclusão de gastos previstos com direitos autorais pelo uso de imagem dos participantes pertinentes ao projeto, como também, por ventura se há uso de obra musical nas cenas que serão documentadas; não está previsto na planilha de custos a autoração (design de menus de DVDs nem de CDs de áudio); ausência de especificação das regras de acessibilidade para os participantes das oficinas e dos encontros; ausência de menção de Plano de Prevenção Contra Incêndios nos locais onde realizar-se-ão os encontros e as oficinas; ausência com a preocupação de amplo acesso ao produto final, nem por LIBRAS, nem por audiodescrição, excluindo os surdos e cegos de usufruírem de um produto cultural patrocinado com dinheiro público arrecadado pelos impostos de todos os gaúchos, deficientes e não deficientes.
Propomos uma glosa linear de 30% (trinta por cento) sobre todo o valor do projeto, deixando a critério do proponente as fases do projeto em que a glosa será aplicada.
4. Em conclusão, o projeto Agora RS – Crítica Teatral – 2018 é recomendado para a avaliação coletiva, em razão de seu mérito, relevância e oportunidade, podendo captar recursos do Sistema LIC-RS até o valor de R$ 134.512,00 (cento e trinta e quatro mil e quinhentos e doze reais).
Porto Alegre, 15 de abril de 2018, ano do cinquentenário do Conselho Estadual de Cultura.
Plínio Mósca
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 17 de abril de 2018.
Presentes: 20 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Paula Simon Ribeiro, Ruben Francisco Oliveira, José Mariano Bersch, Erika Hanssen Madaleno, Paulo Cesar Campos de Campos, Gilberto Herschdorfer, Maria Silveira Marques, Liana Yara Richter, Luciano Fernandes, Claudio Trarbach, Dalila Adriana da Costa Lopes e Walter Galvani.
Não Acompanharam o Relator os Conselheiros: Luiz Carlos Sadowski da Silva e Antônio Carlos Côrtes.
Abstenções: Dael Luis Prestes Rodrigues, Marlise Nedel Machado, Rafael Pavan dos Passos e Élvio Pereira Vargas.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 25/04/2018 e considerados prioritários.
Marco Aurélio Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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