Processo nº 0411-1100/18-3
Parecer nº 130/2018 CEC/RS
O projeto 38ª COXILHA NATIVISTA - 2018 é recomendado para avaliação coletiva.
1. O projeto 38ª COXILHA NATIVISTA – 2018 está a cargo da produção cultural JBA Produções Culturais LTDA., CEPC: 4893, Irma Aiala Rodrigues, como responsável legal e Patrícia Hoffmeister, é a contadora. Da área da Música, o período de realização do projeto é 25 a 28 de julho de 2018, em Cruz Alta – RS.
Após passar pelo SAT, o projeto é habilitado e encaminhado a este Conselho nos termos da legislação vigente, e distribuído a esta conselheira no dia 14 de março de 2018.
Objetivo Geral
A realização da 38ª Edição da Coxilha Nativista visa preservar os valores de origem gaúcha: temas, ritmos, usos e costumes. Incentivar crianças e jovens a perpetuar nossas tradições musicais, oportunizando a descoberta de novos talentos, servir como um estímulo para o surgimento de outros festivais que incentivem a criatividade de compositores e intérpretes.
Metas
Apresentação das categorias Local, Geral e Piá Taludo;
Shows de Délcio Tavares, Maria Luiza Benites, Daniel Torres, Ângelo Franco e Manuela Martins.
Programação
Dia 25/07/2018
09:00 - Recepção e credenciamento dos músicos locais.
10:00 - Início das passagens de som
20:30 - Abertura oficial da Coxilha
21:00 - Início das apresentações da fase local com escolha das 3 melhores para a final
22:30 - Show Maria Luiza Benites
Dia 26/07/2018
09:00 - Recepção e credenciamento dos músicos das categorias Piá Taludo e Geral
19:00 - Show Manuela Martins
19:30 - Início das apresentações da categoria Piá Taludo
21:00 - Premiação dos vencedores Piá Taludo
21:30 - Apresentação da categoria geral 1º fase
23:30 - Show de encerramento – Délcio Tavares
Dia 27/07/2018
09:00 - Recepção e credenciamento dos músicos categorias
Piá e Geral
10:00 - Inicio das passagens de som
19:30 - Inicio das apresentações da categoria piá
20:30 - Premiação dos vencedores piá
21:00 - Show Ângelo Franco
22:00 - Apresentação da categoria geral 1º fase
Dia 28/07/2018
19:30 - Inicio das apresentações da categoria Piá
20:30 - Premiação dos vencedores Piá
21:30 - Apresentação da categoria geral e local (final)
23:30 - Premiação final da 38º Coxilha Nativista
00:00 - Show de encerramento – Daniel Torres
Aos participantes, haverá cachês para todas as composições classificadas para concorrer de acordo com o regulamento previamente disponibilizado, bem como premiação para os 1º, 2º e 3º lugares, além das premiações de Música Mais Popular, Melhor Letra, Melhor Melodia, Melhor Arranjo, Melhor Intérprete e Melhor Instrumentista. Dentro de sua programação, a 38ª Coxilha Nativista promove a Coxilha Piá, competição para crianças e jovens.
O festival da 38ª Coxilha Nativista acontece, tradicionalmente, em Cruz Alta, no Ginásio Municipal da cidade e no entorno, onde um segundo palco será montado, entre os dias 25 e 28 de julho de 2018, com entrada gratuita ao público, respeitando os limites de lotação do local conforme a liberação oficial do corpo de bombeiros, acatando todas as normas de segurança.
É o relatório.
2. Cruz Alta é um município brasileiro do Estado do Rio Grande do Sul, conhecido como município do Guarani, dos Tropeiros e de Érico Veríssimo. A história de Cruz Alta remonta ao final do século XVII, quando uma grande cruz de madeira foi erguida a mando do padre jesuíta Anton Sepp Von Rechegg, em 1698, em uma grande extensão de terras às margens de um arroio. A cruz alta tornou-se ponto de parada e de pouso para milhares de tropeiros oriundos das fronteiras com Argentina e Uruguai, que se dirigiam até a Feira de Sorocaba, Estado de São Paulo para comercialização dos animais muares.
Criada por uma Resolução Imperial em 11 de março de 1833, pelo presidente da Província da época, Manuel Antônio Galvão, Cruz Alta, tornou-se então um dos maiores e mais importantes municípios do Estado do Rio Grande do Sul.
Importantes personalidades gaúchas nasceram em Cruz Alta, como o escritor Erico Veríssimo, o político Júlio de Castilhos, o senador José Gomes Pinheiro Machado, os generais Salvador Pinheiro Machado e Firmino de Paula, o médico Heitor Annes Dias, o poeta Heitor Saldanha, o jornalista Justino Martins, e o artista plástico Saint Clair Cemin.
A Coxilha Nativista vem sendo considerado um dos maiores eventos da música nativista do Rio Grande do Sul, e desde o ano de 1981 é realizada sem interrupção no município.
O termo coxilha vem do espanhol chuchilla. Substantivo feminino, brasileirismo próprio do Rio Grande do Sul e, geograficamente, são montes de terra com elevações acentuadas. O termo nativista provém de nativo, natural. Sentimento de amor à terra natal, às coisas do pago.
O evento recebe participantes de todo o Brasil e países do MERCOSUL, desde que cumpram o que está previsto no regulamento. Durante o evento ocorre ainda a Coxilha Piá, categoria para crianças e jovens iniciantes. Haverá premiações para os 1º, 2º e 3º lugares, além das premiações de Música Mais Popular, Melhor Letra, Melhor Melodia, Melhor Arranjo, Melhor Intérprete e Melhor Instrumentista.
Nestas 37 edições da Coxilha Nativista, surgiu um elenco de grandes artistas, poetas, intérpretes e instrumentistas como: Mauro Moraes, Renato Borguethi, César Passarinho, João de Almeida Netto, Gujo Teixeira, Carlos Omar Villela Gomes, Mauro Marques, Mauro Ferreira, que colocaram no cenário regional verdadeiros clássicos da música sul-rio-grandense, como: Morocha, Entrando no Bororé, Vaquiano, Deixada Só, Açude, Batendo Água, Segredos do meu Cambicho, entre outras.
Atualmente, temos no Rio Grande do Sul, em média, 40 festivais de música, por ano, mas já houve época em que este número era muito mais, mesmo assim, os festivais fomentam o mercado de trabalho, seja na área fonográfica, pela produção de CDs, DVDs, ou na parte jornalística, produção, criação e execução dos festivais, fazendo com que eventos desta natureza, além de alimentar a cadeia produtiva do mercado cultural, faça surgir novos valores no cenário musical.
Além disso, a música e a poesia nativista do Rio Grande do Sul devem ser consideradas como elemento agregador da identidade do povo gaúcho, mostrando que esse estilo musical pode ser uma fonte de informação, e a partir desta constatação, contribuir com a história do Rio Grande do Sul, especialmente no ramo musical e poético.
Logo, o projeto 38ª Coxilha Nativista, que acontece em Cruz Alta, traz em seu bojo a proposta de um festival onde letra e música das canções concorrentes passeiam pelos mais variados ritmos do cancioneiro gaúcho e latino, contemplando assim, as preferências mais variadas do público que para lá se dirigem, tendo garantido seu acesso às dependências do Ginásio Municipal e a outros espaços onde ocorre o festival, gratuitamente.
3. Embora o projeto 38ª Coxilha Nativista, ocorra na cidade de Cruz Alta e esteja muito bem estruturado quanto aos objetivos, metas, programação, metodologia, currículos, anuências, regulamento do festival, premiação e a contrapartida da prefeitura de R$ 32, 000,00 (trinta e dois mil reais), totalizando em torno de 11% do valor total do projeto; são notórias a ausência de medidas de acessibilidade, de prevenção quanto ao impacto ambiental e informações mais detalhadas sobre o alvará de Prevenção Contra Incêndio - PPCI. Ainda que, em determinado momento, o proponente afirme que “será respeitado os limites de lotação do local de acordo com a liberação oficial do corpo de bombeiros, acatando todas as normas de segurança”.
Diante do exposto, no parágrafo acima, a liberação dos recursos para o projeto em tela fica condicionada à comprovação do atendimento às medidas anteriormente citadas, por parte do proponente junto ao gestor do sistema.
Seguindo orientação deste Conselho baseado no parecer da ex-conselheira Alexandra Carvalho da Motta, que aponta para não premiação em dinheiro às crianças menores de 12 anos, que o caso da categoria Piá, que este valor seja trocado, por exemplo, pelo pagamento de aulas de técnica vocal, de dicção, de interpretação, de violão, gaita ou outras atividades relacionadas à cultura do RS.
4. Em conclusão, o projeto 38ª Coxilha Nativista 2018 é recomendado para avaliação coletiva, em razão do seu Mérito Cultural, Relevância e Oportunidade, podendo receber incentivos até o valor de R$ 239.516,00 (duzentos e trinta e nove mil, quinhentos e dezesseis reais) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e fomento às Atividades Culturais - Pró-cultura RS.
Porto Alegre, 09 de abril de 2018, ano do cinquentenário do Conselho Estadual de Cultura do RS.
Maria Silveira Marques Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 09 de abril de 2018.
Presentes: 19 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Jaime Antônio Cimenti, Ruben Francisco Oliveira, José Mariano Bersch, Plínio José Borges Mósca, Élvio Pereira Vargas, Antônio Carlos Côrtes, Erika Hanssen Madaleno, Paulo Cesar Campos de Campos, Dael Luis Prestes Rodrigues, Gilberto Herschdorfer, Marlise Nedel Machado, Luciano Fernandes, Claudio Trarbach, Dalila Adriana da Costa Lopes, André Venzon e Walter Galvani.
Ausentes no Momento da Votação: Luiz Carlos Sadowski da Silva.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 12/04/2018 e considerados prioritários.
Marco Aurélio Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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