Processo nº 18/1100-0001507-7
Parecer nº 445/2018 CEC/RS
O projeto OS SERRANOS: 50 ANOS! HISTÓRIA, MÚSICA E ANDANÇAS..., em grau de recurso, não é acolhido.
1. O projeto OS SERRANOS: 50 ANOS! HISTÓRIA, MÚSICA E ANDANÇAS tem a produção cultural do Conjunto Musical Os Serranos Ltda., CEPC 908, sob a responsabilidade de Edson Becker Dutra, na função de produtor. Como contador, Decio Bertoldo, CRC/RS 35.014; como escritor responsável, apresenta o jornalista José Augusto Bandeira de Barros. Inscrito na área de Literatura, o projeto consiste na publicação de mil (1.000) exemplares da obra comemorativa aos 50 anos da trajetória artístico-musical do grupo Os Serranos. O valor total solicitado ao Sistema Pró Cultura é de R$ 139.617,14 (cento e trinta e nove mil, seiscentos e dezessete reais, com catorze centavos), não havendo outras fontes de financiamento.
Segundo o proponente, o projeto busca realizar o registro histórico da música tradicionalista gaúcha através da história do grupo Os Serranos que tem 50 anos de divulgação da cultura gaúcha no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo. Esta publicação, afirma, será instrumento de cultura e história, pois as manifestações musicais e artísticas de nossa cultura revelam modos de perceber, sentir e articular significados e valores que orientam os diferentes tipos de relações entre os indivíduos na sociedade.
Em seu plano, o proponente pretende distribuir os mil (1.000) exemplares, entregando 100 para a SEDACTEL, 100 aos patrocinadores e outros 100 aos meios de comunicação; 700 exemplares terão distribuição gratuita para o público. Na programação constam dois eventos: coquetel de Lançamento da obra, às 19 horas, no dia 06 de julho de 2019, e o Lançamento na Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 06 de novembro de 2019. Não existe plano de comercialização. A obra será distribuída gratuitamente no estado do Rio Grande do Sul e em diversos outros locais do país e do mundo.
É o relatório.
2. O presente projeto já passou por este Colegiado em duas oportunidades; na primeira, em 16 de setembro do corrente ano, não foi recomendado para avaliação coletiva, sendo acolhido por ampla maioria, pois de 22 presentes, 14 acompanharam o voto do relator; 04 votaram contra o parecer, havendo uma abstenção, um impedimento e não votando o presidente da sessão; na segunda, em onze deste mês, o projeto foi recomendado à avaliação coletiva, mas rejeitado em votação, por 14 conselheiros, havendo um impedimento e uma ausência, com o presidente da sessão não votando. Agora, em nova distribuição, o projeto, em grau de recurso, chegou a este conselheiro em 13 de novembro deste mês.
Feita a leitura, constatou-se que houve pedido de diligência, datado de 27 de junho, em que o produtor responde as questões formuladas, em correspondência datada de 09 de julho de 2018.
Como houve uma segunda apreciação por este Conselho, em 28 de setembro de 2018, o produtor encaminhou correspondência, solicitando recurso ao parecer nº 335/2018 – CEC/RS.
No documento, o produtor divide em quatro partes as considerações que apresenta na tentativa de reverter a situação, sempre a partir de trechos com declaração do parecerista.
O projeto em tela é de grande relevância para divulgação do conjunto musical Os Serranos, conjunto este multipremiado não resta dúvida que trará muitas histórias sobre composições de grandes sucessos da banda, revelará aos leitores a história de superação do grupo, e sua importância para os grandes músicos talentosos em que ajudou a projetar na música gaúcha. (trecho retirado do Parecer).
No comentário, o produtor argumenta:
O projeto em questão pretende escrever um livro, que terá como mote a trajetória do grupo Os Serranos. A construção de um livro, leva-se em consideração uma trajetória, experiências e conhecimentos culturais. Diante do fato de que Os Serranos completará 50 anos de história, demontra a necessidade de publicar as relevâncias de todo o percurso. Não podemos minimizar a história apenas em divulgação, pelo contrário, é através do conhecimento vivido que podemos concretizar o que de fato ocorreu historicamente. O livro resgatará a história desde 1968. Ratificase que não será apenas a contação da importância do grupo ou da descoberta de grandes músicos talentosos, mas a inclusão e a significação cultural que o Os Serranos passaram.
No trecho citado, a redação, do ponto de vista gramatical, é apresentada de modo muito deficiente, pois há erros dos mais diversos, desde a simples revisão de palavras (demontra, por demonstra, Ratificase por Ratifica-se), até a falta das qualidades exigidas para o perfeito entendimento de uma comunicação escrita, como clareza, coerência, coesão, concisão, correção, objetividade e simplicidade. Senão, veja-se:
Na primeira oração, afirma-se:
“O projeto em questão pretende escrever um livro, que terá como mote a trajetória do grupo Os Serranos.”
Pergunta-se: Como o projeto poderá escrever um livro?
Se afirmarem que se trata de uma “metáfora” – concedamos o direito à dúvida –, a resposta viria já do filósofo inglês Thomas Hobbes, em seu Leviatã (São Paulo: Martin/Claret, 2014. Tradução de Rosina D’Angina, p. 39 e 40.), quando disserta sobre os abusos no emprego da linguagem. Diz T. Hobbes:
O uso comum da linguagem consiste em transformar nosso discurso mental em verbal; ou a série de pensamentos, em série de palavras; e isso com duas finalidades: uma delas é o registro das consequências de nossos pensamentos, que, passíveis de serem subtraídos da memória, podem, quando empreendemos uma nova tarefa, ser recordados por meio das palavras que os distinguiram.”
A seguir, baseado em tais premissas, estabelece quatro empregos que valorizam positivamente o uso da linguagem. Depois de nomeá-los, o pensador inglês, alerta para o risco no uso das palavras, afirmando: A esses empregos correspondem quatro abusos. E aponta: Segundo: quando usam as palavras metaforicamente, isto é, com outro sentido, diverso daquele com que foram criadas, para enganar aos outros.
Mesmo acreditando que não tenha havido nenhuma intenção de “enganar”, não se pode ignorar o erro em que incorreu o redator, ao qual se somam outros, talvez ainda mais graves.
Assim, a oração seguinte, “A construção de um livro, leva-se em consideração uma trajetória, experiências e conhecimentos culturais.”, está completamente desconexa. O primeiro tópico frasal, interrompido por uma vírgula: “A construção de um livro,” fica solto, pois não há verbo que a ele se relacione, visto o prosseguimento da frase afirmar: “leva-se em consideração experiências e conhecimentos culturais.” Ora, aqui está o emprego de uma frase que se utiliza do pronome “se”, como índice de indeterminação do sujeito. Basta perguntar: Quem leva em consideração experiências e conhecimentos culturais? Resposta: não se pode determinar, porquanto o “se” – índice de indeterminação do sujeito – remete a um sujeito impossível de ser identificado.
Na sequência, emprego de expressões semelhantes às analisadas, tornando o discurso de difícil compreensão.
Vejamos: “Diante do fato de que Os Serranos completará 50 anos de história, demontra a necessidade de publicar as relevâncias de todo o percurso.”
Qual o sentido do verbo demonstrar presente na frase?
Em redação mais simples, correta e objetiva, bastaria ter sido dito:
“O fato de Os Serranos completarem 50 anos de história demonstra a necessidade de se publicar os fatos relevantes de todo o percurso percorrido pelo grupo.”
Mas, não é razoável que se necessite de um intérprete para esclarecer o que o texto, ele mesmo, deveria esclarecer.
Ainda no mesmo parágrafo, as dificuldades para o entendimento não cessam. Observe-se:
“Não podemos minimizar a história apenas em divulgação, pelo contrário, é através do conhecimento vivido que podemos concretizar o que de fato ocorreu historicamente.”
Qual o sentido dessa frase? Francamente será complicado chegar-se a uma conclusão positiva sobre tal sentido.
Em prosseguimento, uma oração absoluta, compreensível, desde que se subentenda que o projeto fala de Os Serranos. Diz o texto:
“O livro resgatará a história (d’Os Serranos) desde 1968.”
Mas, já a frase seguinte retorna com os problemas encontrados anteriormente.
“Ratificase que não será apenas a contação da importância do grupo ou da descoberta de grandes músicos talentosos, mas a inclusão e a significação cultural que o Os Serranos passaram.”
A frase afirmativa começa com um erro de revisão, pode-se conceder: Ratificase. Mas a sequência raia ao absurdo: “. . . não será apenas a contação de importância do grupo ou da descoberta de grandes músicos talentosos, mas a inclusão e a significação cultural que Os Serranos passaram.”
Aqui, além do neologismo hoje muito em moda, “contação”, o emprego do verbo passar no perfeito do indicativo (passaram) deixa o leitor sem saber o real sentido pretendido pelo redator. A simples consulta a qualquer dicionário de definições, em língua portuguesa, indica a multiplicidade de sentidos do dito verbo. Ora, ao empregá-lo, o utente deve ter bem presente o que deseja comunicar, a fim de evitar possibilidade de entendimento diverso do que pretende. Neste caso específico, faltou clareza, uma das fundamentais propriedades da linguagem verbal.
E ao final do parágrafo, o leitor poderá indagar por que razão tudo foi escrito, uma vez que nada acrescenta ao que aparecera no trecho citado, nem contradiz o dito pelo parecerista que serviu de mote ao proponente.
Nos trechos subsequentes, se analisados como foi o primeiro, outros tantos equívocos serão encontrados, no conjunto comprometendo o proponente, seja pelos lugares comuns, seja pelas afirmações que não poderão ser demonstradas de modo inequívoco, como, para citar apenas duas, de que “o livro transformará a música gaúcha em arte universal” ou “A publicação concretizará a importância do livro para nossa sociedade, universalizando o acesso à leitura com o conhecimento de nossa história musical recente, garantindo que a obra chegue a todos os públicos e faixas etárias.”
Para o julgamento do mérito – escopo do que aqui se exige, indagando-se sobre a relevância e sobre a oportunidade –, não há qualquer elemento que possa ser aproveitado positivamente.
Pelo contrário.
Procurando contestar a afirmação do parecerista:
Mas o projeto carece de relevância de oportunidade, atividades que assegure a fruição cultural, contemple a participação efetiva de público, no item 12.2 plano de distribuição não faz referência de como será feita a distribuição aos 700 livros para o público, no item 1.6 faz referência de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) ao lançamento do livro, mas não faz referência como pretende fazer com que o público possa participar deste Lançamento. (trecho retirado do Parecer).
O arrazoado inicia por uma tergiversação, assim expressa:
“50 anos de história é considerada uma relevância de oportunidade, já que, contará e situará os leitores no período histórico. A fruição cultural será através do lançamento (aberto e divulgado a todos) além da presença na Feira do Livro. Motivo pelo qual o projeto apresenta plano de divulgação, para maior fruir e democratizar o acesso.”
Deixando de lado a redação e os problemas que apresenta para o entendimento, como na frase: “para maior fruir e democratizar o acesso”, e examinando-se o referido ‘plano de divulgação’, vê-se:
Peça de distribuição
Destino
Quantidade
Livro Os Serranos: 50 Anos! História, música, andanças...
meios de comunicação
100
SEDACTEL
patrocinadores
público
700
O promotor prossegue: “Lembrando ainda, que o grupo Os Serranos divulgará o acesso ao livro em emissoras de TV e rádio (totalizando mais de 200 emissoras). Todas as distribuições serão documentadas e enviadas à Secretaria de Estado da Cultura, Esporte, Turismo de Lazer.”
Claro, o que se quis dizer é que “Os Serranos divulgarão, por meio de emissoras de TV e de rádio (totalizando mais de 200 emissoras), o acesso ao livro.” Mas onde estarão os ditos livros? Isso e só isso que deveria ter ficado esclarecido, não é respondido.
No corpo do projeto, item 11 - Programação, lê-se:
Hora
Descrição do evento
Data
20 h
Coquetel de lançamento do livro “Os Serranos: 50 Anos! História, música e andanças...”
06/07/2019
19 h
Lançamento do livro: ““Os Serranos: 50 Anos! História, música e andanças...” na Feira do Livro de Porto Alegre.
06/11/2019
O local destinado ao coquetel não está citado, mas já há data, em 2019, para o lançamento na Feira do Livro, em Porto Alegre, muito embora a direção da Câmara Estadual do Livro, responsável pela organização da dita Feira, tenha afirmado a este relator, no dia 20 de novembro de 2018, que ainda não se ocupou da programação para o próximo ano.
Ainda sobre o assunto em tela, o jornalista contratado para escrever o livro, em missiva datada de 19 de abril de 2018, e apenso ao projeto, afirma:
“Item 11 - Coordenação do lançamento do livro. Neste item, farei o planejamento de como o livro será lançado, após estar pronto. Entrarei em contato com livrarias e com a organização da Feira do Livro de Porto Alegre, para decidir onde e como a obra será lançada.”
Face à tais informações, pode-se afirmar que, no mínimo, faltou comunicação entre o produtor do projeto e o autor do livro para ajustarem os discursos.
E nada mais. Vale dizer, não houve resposta ao questionamento do relator.
No item subsequente, depois de transcrever a palavra do parecerista:
Mesmo entendendo a importância do grupo musical Os Serranos, é relevante que os projetos, que pleiteiam recursos públicos, valorizem a formação de plateia, as manifestações culturais e a troca de experiências com o público. Este conselheiro entende que o projeto faltou com esta valorização. O projeto deve apresentar possibilidade de ações mais democrática(s), voltada à oportunidade de acesso e do envolvimento do público. A literatura é um grande potencial transformador e uma grande ferramenta de inclusão social. (trecho retirado do parecer), o produtor desenvolve um longo arrazoado:
“Manifestações culturais são obtidas de várias maneiras, ou seja, diferentes linguagens, formas verbais, escritas, imagens, entre outros. A área que o projeto se encontra é literatura: impressão de livros. A literatura é considerada o uso estético da linguagem escrita, demonstrando a arte literária. Diante disso, a formação de plateia se dará através das trocas de experiências, ou seja, o diálogo na Feira do Livro.
Segundo o Plano Nacional do Livro e Leitura, os princípios norteadores são: O livro deve ocupar lugar de destaque no imaginário coletivo da população; o acesso ao livro deve expandir-se através das bibliotecas e pontos de leitura com a criação de mais espaços e a dinamização do acesso às novas tecnologias; o preço do livro deve ser acessível a toda população. O projeto em questão além de proporcionar o destaque ao imaginário, garantirá a expansão, pois distribuirá gratuitamente todos os livros conforme o plano de distribuição. Além disso, proporcionará a efetivação das ações que integram o Plano Estadual de Cultura, sendo elas: 2.2. Proteger a diversidade enquanto elemento constitutivo do produto e não um agregador de valor, impedindo a utilização de suas variantes como elemento de coisificação das tradições e culturas populares. 2.11 – Promover ações de educação para o patrimônio, voltadas para a compreensão e o significado do patrimônio e da memória coletiva, em suas diversas manifestações como fundamento da cidadania, da identidade e da diversidade cultural. 2.13 – Ampliar os programas voltados à realização de seminários, à publicação de livros, revistas, jornais e outros impressos culturais, ao uso da mídia eletrônica e da internet, para a produção e a difusão da crítica artística e cultural, privilegiando as iniciativas independentes que contribuam para a regionalização e a promoção da diversidade. Diante do exposto, garantimos que a construção identitária do Rio Grande do Sul envolve vários povos e várias histórias. Os 50 anos do Grupo Os Serranos é um período dentre os acontecimentos. Os relatos proporcionarão não somente aos fãs, mas aos leitores, aproximarem-se da cultura, atual e antiga. Levando-se em consideração o percurso deste Grupo que foi e é de grande contribuição cultural ao Rio Grande do Sul. Enfatiza-se que, no livro, será contada a história da evolução dos bailes gaúchos, dos fandangos que, quando OS SERRANOS começaram, eram tocados somente de duas gaitas, uma bateria e pandeiro. Tendo um só amplificador de 30 watts e duas pequenas caixas de som. Hoje, há toda uma estrutura, toda uma produção, igualando os nossos eventos tradicionalistas aos grandes eventos nacionais. Essa evolução, desde a compra de modernos equipamentos até a aquisição de um ônibus zero km, em 1976, será contada no livro. Isso mostra, a coragem, a crença dos Serranos no potencial das nossas tradições e da própria música gaúcha, como um espetáculo. Solidificando-a, como um meio de vida profissional. Hoje, como sabemos, a maioria dos Grupos Musicais tradicionalistas, tem a sua estrutura baseada nessa precursora e sábia orientação. Contar a história dos SERRANOS em seus 50 anos em um livro, é uma oportunidade ímpar, de registar literariamente toda uma evolução de espetáculos que envolvem a música gaúcha. Será um documento comprobatório da luta, do trabalho, da visão, da persistência, do investimento e da vitória desses homens que, dando vasa ao seu talento, preferiram ao invés de outro estilo, dedicar-se de corpo e alma, à composição e execução de músicas autenticamente representativas da gente do Rio Grande. É portanto, oportuno e justificável tal investimento, pois o livro, se escrito e lançado, tornarse-á um valioso documentário de uma história brilhante e vitoriosa, não só de seus protagonistas, mas também da própria cultura do sul. Cultura essa que, valentemente, resiste a todas as influências da grande mídia do centro do país e do conglomerado internacional. OS SERRANOS foram, são e serão sempre, "um conjunto que se orgulha de ser e permanecer, gaúcho"!!!”
Com a devida vênia, como entender a definição de que “A literatura é considerada o uso estético da linguagem escrita, demonstrando a arte literária.” E qual a razão para tentar uma definição de literatura? E o que se pode dizer em relação à frase que complementa o raciocínio precedente: “Diante disso, a formação de plateia se dará através das trocas de experiências, ou seja, o diálogo na Feira do Livro.”?
Comentar detalhadamente o prosseguimento do discurso do proponente seria, praticamente, um incansável repetir as mesmas observações anteriores. Assim sendo, por não ter encontrado nada que justifique a existência razoável de algum mérito cultural, estribado na relevância e na oportunidade, mesmo face à candente e educada solicitação para que sejam alteradas as conclusões “evidenciadas no respeitável parecer”, o voto deste parecerista é de que o presente projeto seja rejeitado pelo pleno deste Conselho, como já ocorreu nas duas vezes anteriores em que por aqui passou.
Pelo exposto, por não demonstrar relevância com a publicação de um livro com mil exemplares, sendo setecentos destinados ao público em geral, embora gratuitamente, mas sem qualquer plano de distribuição, e sem comprovar, ou, pelo menos, apontar para indícios de oportunidade com a publicação de obra tão resumida em exemplares à disposição do público, e sem se comentar aqui o valor solicitado para a execução, não acolhemos o recurso.
3. Em conclusão, o projeto Os Serranos: 50 Anos! História, Música e Andanças ..., em grau de recurso, não é acolhido.
Porto Alegre, 26 de novembro de 2018, ano do cinquentenário do Conselho Estadual de Cultura.
José Édil de Lima Alves
Conselheiro Relator
Informe:
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
Recurso não acolhido pelo Pleno
Sessão das 13h30min do dia 27 de novembro de 2018.
Presentes: 22 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Ivo Benfatto, Paula Simon Ribeiro, Gisele Pereira Meyer, Plínio José Borges Mósca, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Luis Antonio Martins Pereira, Dael Luis Prestes Rodrigues, Maria Silveira Marques, Liana Yara Richter, Jorge Luís Stocker Júnior, Artur Santos Daudt de Oliveira, Marlise Nedel Machado, Claudio Trarbach, Dalila Adriana da Costa Lopes, André Venzon e José Airton Machado Ortiz.
Abstenções: Paulo Cesar Campos de Campos.
Impedimentos: Antônio Carlos Côrtes.
Ausentes no Momento da Votação: Gilberto Herschdorfer e Marcelo Restori da Cunha.
Marco Aurélio Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
Parecer nº 335/2018 CEC/RS
O projeto OS SERRANOS: 50 ANOS! HISTÓRIA, MÚSICA E ANDANÇAS... não é recomendado para a avaliação coletiva.
1. O projeto passou pela analise técnica do sistema Pró-Cultura e foi habilitado pela Secretaria de Estado da Cultura, Esporte, Turismo e Lazer sendo encaminhado a este Conselho. O projeto OS SERRANOS: 50 ANOS! HISTÓRIA, MÚSICA E ANDANÇAS... tem como produtor cultural: conjunto musical Os Serranos LTDA., CEPC 908; contador: Decio Bertoldo, CRC/RS 35.014; e, escritor responsável: José Augusto Bandeira de Barros. CPF: 815163120-15. Da área da Literatura, o projeto consiste na publicação de 1.000 exemplares da obra comemorativa dos 50 anos do grupo Os Serranos. O valor total do projeto é de R$ 139.617,14 não havendo outras formas de financiamento. O projeto busca o registro histórico da música tradicionalista gaúcha através da história do grupo Os Serranos, que tem 50 anos de divulgação da cultura gaúcha no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo. Plano de distribuição: entrega de 100 exemplares para SEDACTEL, 100 exemplares aos patrocinadores e 100 exemplares aos meios de comunicação e 700 exemplares para o público. Na programação constam dois eventos: 1) coquetel de Lançamento da obra, às 19 horas, no dia 06 de julho de 2019, e 2) Lançamento do livro, às 20 horas, na Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 06 de novembro de 2019. Não existindo plano de comercialização. Este livro aguçará no público, que acompanha o grupo, a prática da leitura como instrumento de conhecimento de nossa cultura e da história musical recente do nosso estado que se entrelaça com a história do grupo. A obra será distribuída gratuitamente em todo o estado do Rio Grande do Sul e em diversos locais do país e do mundo.
Objetivo geral:
Objetivos específicos:
2. O projeto apresenta muitos documentos em seus anexos que facilita sua análise. O projeto em tela é de grande relevância para divulgação do conjunto musical Os Serranos, conjunto este multipremiado não resta dúvida que trará muitas histórias sobre composições de grandes sucessos da banda, revelará aos leitores a história de superação do grupo, e sua importância para os grandes músicos talentosos em que ajudou a projetar na música gaúcha. Mas, quando acessamos as fontes de financiamento público se estabelece uma rede de parceria, onde investir na cultura é investir no desenvolvimento humano e esta participação coletiva e democrática desperta a formação de leitores e ampliação de público. Mas o projeto carece de relevância de oportunidade, atividades que assegure a fruição cultural, contemple a participação efetiva de público, no item 12.2 plano de distribuição não faz referência de como será feita a distribuição aos 700 livros para o público, no item 1.6 faz referência de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) ao lançamento do livro, mas não faz referência como pretende fazer com que o público possa participar deste Lançamento.
3. Mesmo entendendo a importância do grupo musical Os Serranos é relevante que os projetos que pleiteiam recursos públicos, valorizem a formação de plateia, as manifestações culturais e a troca de experiências com o público. Este conselheiro entende que o projeto faltou com esta valorização. O projeto deve apresentar possibilidade de ações mais democrática, voltada à oportunidade de acesso e do envolvimento do público. A literatura é um grande potencial transformador e uma grande ferramenta de inclusão social.
4. Em conclusão, o projeto Os Serranos: 50 Anos! Historia, Musicas e Andanças... não é recomendado para a avaliação coletiva.
Porto Alegre, 16 de setembro de 2018, ano do cinquentenário do Conselho Estadual de Cultura.
Luis Antonio Martins Pereira
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
Sessão das 13h30min do dia 17 de setembro 2018.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Jaime Antônio Cimenti, Ruben Francisco Oliveira, Gisele Pereira Meyer, Plínio José Borges Mósca, José Édil de Lima Alves, Paulo Cesar Campos de Campos, Liana Yara Richter, Jorge Luís Stocker Júnior, Moreno Brasil Barrios, Marlise Nedel Machado, Marcelo Restori da Cunha, Claudio Trarbach, Dalila Adriana da Costa Lopes e André Venzon.
Não Acompanharam o Relator os Conselheiros: Paula Simon Ribeiro, Maria Silveira Marques, Dael Luis Prestes Rodrigues e Gilberto Herschdorfer.
Abstenções: Ivo Benfatto.
Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul Departamento de Fomento Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS