Processo nº 18/1100-0001317-1
Parecer nº 301/2018 CEC/RS
O projeto 7º CANTO DE LUZ E 3ª LAMPARINA DA CANÇÃO GAÚCHA – 2018 é recomendado para avaliação coletiva.
1. Sob a produção cultural de Francisco E.M. Roloff – Impacto Desenvolvimento Cultural, CEPC 5600, o projeto em tela tem como responsável Legal Francisco Emílio Roloff, na função de proponente, produtor executivo. O projeto 7º Canto de Luz e 3ª Lamparina da Canção Gaúcha está inserido na área de Tradição e Folclore, e tem previsão de realização de 22 a 24 de novembro de 2018, em Ijuí, no CTG Clube Farroupilha. Na equipe principal constam ainda a pessoa jurídica de Associação Cultural Canto de Luz, na função de coordenação geral junto a Impacto e a Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes de Ijuí; e, Elcio Ceratti Junior, CRC 75287/O-0, como contador. Outros participantes: Valdir Heck, poder executivo, na função de realizador do evento. Receitas originárias do MinC - R$ 46.454,00; receitas originárias da Prefeitura - R$ 50.000,00; financiamento Sistema LIC/RS - R$ 221.123,00.
Realizada a análise técnica foi verificada adequação à legislação vigente, o projeto em tela está regularmente habilitado para avaliação deste Conselho, após o relato desta conselheira.
O festival nativista Canto de Luz, nascido em um município considerado “Berço da Tradição Gaúcha”, tem por finalidade resgatar e valorizar a música nativista. Desse modo, proporciona a interação entre diferentes ritmos, estilos e melodias, alcançando poetas, músicos, cantores e compositores em geral, dos mais diversos pontos do estado, do Brasil e de países sul-americanos.
A realização do 7º Canto de Luz e a 3ª Lamparina da Canção Gaúcha incentiva a criatividade poético-musical de compositores, intérpretes, arranjadores e instrumentistas, voltadas à temática e aos ritmos regionais do Rio Grande do Sul, ditos de raiz ou aqui aculturados, buscando sua integração à cultura musical do Brasil, promovendo um resgate dos valores históricos e culturais.Oportuniza a revelação de novos talentos e a divulgação de suas criações artísticas, especificamente voltadas à valorização da autêntica música gaúcha; criando uma consciência artística e cultural, evidenciando a diversidade existente no âmbito da música, valorizando os artistas participantes, incentivando novas formações musicais, promovendo a integração entre a comunidade e a cultura ao instigar a criação de novos espaços culturais alternativos, destacando, também, através da premiação do evento Canto de Luz e Lamparina da Canção da Canção, na nomenclatura de cada troféu, a importância da preservação da história do município de Ijuí.
A programação do evento está assim distribuída:
Dia 22 de novembro de 2018
20:00 - Abertura oficial do 7º Canto de Luz, com a presença de autoridades, comissão organizadora, comunidade e participantes.
20:30 - Apresentação das 05 (cinco) composições selecionadas para a fase local do festival.
21:00 - Apresentação das 10 (dez) composições selecionadas para a fase geral do festival.
23:00 - Show musical com Adair de Freitas.
Dia 23 de novembro
20:00 - Abertura da 2º noite do festival.
21:00 - Apresentação de 10 (dez) composições selecionadas para a fase geral do festival.
23:00 - Show musical instrumental com Instrumental Picumã.
23:50 - Anúncio das 4 (quatro) composições da fase local e das 12 (doze) composições da fase geral classificadas para a final do festival.
Dia 24 de novembro
14:00 - Abertura oficial da 3º Lamparina da Canção Gaúcha, com a presença de autoridades, comissão organizadora, comunidade e participantes.
20:00 - Abertura da noite final do festival, entrega da premiação da 3ª Lamparina da Canção Gaúcha e show com os vencedores.
21:00 - Apresentação das 16 (dezesseis) composições finalistas do festival.
23:00 - Show musical internacional de intervalo com Antonio Tarragó Ros.
23:50 - Anúncio das composições campeãs do festival e entrega de troféus e premiações; encerramento oficial do 7º Canto de Luz e 3ª Lamparina da Canção Gaúcha.
No que se refere à premiação em dinheiro e troféus, assim será distribuída;
1º lugar: 7º Canto de Luz - R$ 5.000,00 e Troféu Canto de Luz
2º lugar: 7º Canto de Luz - R$ 3.000,00 e Troféu Cultura Gaúcha
3º lugar: 7º Canto de Luz - R$ 2.000,00 e Troféu Etnia Polonesa
1º lugar local: 7º Canto de Luz - R$ 1.000,00 e Troféu Etnia Alemã
2º lugar local: 7º Canto de Luz -Troféu Etnia Portuguesa
3º lugar local: 7º Canto de Luz -Troféu Etnia Espanhola
1ºlugar mirim: 3ªLamparina da Canção -Troféu Trabuco de Taquara
2º lugar mirim: 3ªLamparina da Canção -Troféu Bruxinha de Pano
3º lugar mirim: 3ª Lamparina da Canção -Troféu Bodoque
Intérprete destaque mirim: 3ªLamparina da Canção -Troféu Bolita
1º lugar juvenil-: 3ªLamparina da Canção -Troféu Cavalinho de Pau
2º lugar juvenil: 3ªLamparina da Canção -Troféu Pandorga
3º lugar juvenil: 3ªLamparina da Canção -Troféu Cinco-Marias
Destaque juvenil: 3ªLamparina da Canção -Troféu Carro de Lomba
Melhor letra: 7º Canto de Luz -Troféu Etnia Holandesa
Melhor melodia: 7ºCanto de Luz -Troféu Etnia Árabe
Música mais popular: 7ºCanto de Luz -Troféu Etnia Austríaca
Melhor indumentária individual ou coletiva: 7ºCanto de Luz -Troféu Etnia Sueca
Melhor instrumentista: 7ºCanto de Luz -Troféu Etnia Italiana
Melhor arranjo instrumental: 7ºCanto de Luz -Troféu Etnia Leta
Melhor arranjo vocal: 7ºCanto de Luz -Troféu Etnia Afro-Brasileira
Melhor interpretação individual ou coletiva: 7ºCanto de Luz -R$ 500,00 e Troféu Etnia Japonesa
É o relatório.
2. A Colônia de Ijuhy foi fundada em 19 de outubro de 1890, Ijuhy significa na língua guarani, “Rio das Águas Claras” ou “Rio das Águas Divinas”.
A diversificação étnica está culturalmente integrada às tradições e costumes da região, onde demonstram com o orgulho o espírito de brasilidade. Em 1943, foi fundado em Ijuí (agora já sem o h e o y), a primeira Entidade Tradicionalista, que depois da fundação do 35º CTG, adotou no nome de Centro de Tradições Gaúchas. A cidade também é conhecida dentro do meio tradicionalista gaúcho em diversas modalidades individuais por possuir os primeiros vencedores da modalidade dança de salão no ENART (maior festival amador da América Latina) bicampeão do ENART (2007 e 2008) da modalidade chula. É nesta terra onde vivem e convivem mais de dezenove etnias que, de 22 a 24 de novembro de 2018, acontece o festival 7º Canto de Luz e a 3ª Lamparina da canção gaúcha.
Os festivais de música são um fenômeno da cultura brasileira com grande aceitação popular. No Rio Grande do Sul, esse fenômeno tomou corpo e forma de maneira singular desde o início dos anos 70. E, como o estado é marcado por um processo de identificação diferenciado em relação aos demais estados da federação, isso tem efeito em todas as práticas seja através da arte, seja no cotidiano dessas pessoas, visto que um dos elementos marcantes desse processo de identificação se materializa na música e na poesia produzidas pelos habitantes do sul do Brasil, sobretudo a música e a poesia construída ao longo de mais de quatro décadas nos festivais nativista que preenchem os palcos do Rio Grande do Sul quase todos os finais de semana nos mais diversos rincões desse estado.
Projetos culturais desta natureza fomentam o mercado de trabalho, seja na área fonográfica, pela produção de CDs, DVDs, ou na parte jornalística, produção, criação e execução dos festivais, além de alimentar a cadeia produtiva do mercado cultural, com o surgimento de novos valores no cenário musical.
O festival Canto de Luz e a Lamparina da Canção Gaúcha é um evento gratuito desde sua primeira edição, propiciando às diferentes camadas sociais o livre acesso. A comissão organizadora prima pela plena acessibilidade no evento, garantindo espaço especial para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida. Outra ação que vale destaque é a presença de uma intérprete de libras no palco do festival, valorizando a presença dos deficientes auditivos. É muito mais que um festival de músicas, pois seu significado vai além de um evento musical, ao nomear os troféus da 3ª Lamparina da Canção Gaúcha com o nome de brinquedos e brincadeiras antigas das crianças gaúchas e hoje esquecidas no tempo. É momento singular, uma oportunidade ímpar de resgatar, preservar e difundir a cultura que brota do seio do povo gaúcho, em uma releitura do passado com uma visão no futuro.
Sabemos que no meio gauchesco, principalmente nos CTGs, é muito comum a presença de crianças, algumas desde a mais tenra idade. Assim sendo, já nos primeiros anos de idade, estão dançando, cantando, declamado ou tocando algum instrumento musical. Desta forma, tornou-se normal a presença de crianças com menos de doze anos, participando dos eventos e sendo premiados em dinheiro pela organização dos mesmos. Mas, seguindo orientação deste Conselho, baseado no parecer da ex-conselheira Alexandra Carvalho da Motta, que aponta para não premiação em dinheiro às crianças menores de 12 anos, caso da categoria mirim, sugerimos que este valor, expresso no Regulamento da 3ª Lamparina da Canção Gaúcha, TÍTULO V DA PREMIAÇÃO, Art. 17. - A todos os intérpretes selecionados em triagem, será assegurado a título de Direito de Arena o valor de R$ 400,00 (quatrocentos reais) a ser pago após a passagem de som, em cheque nominal, ao responsável acompanhante portador de documento que assim o habilite, seguindo orientações do ECA, seja trocado, por exemplo, pelo pagamento de aulas de técnica vocal, de dicção, de interpretação, de violão, gaita, livros de literatura gaúcha ou outras atividades relacionadas com a cultura do Rio-grandense.
Embora o projeto 7º Canto de Luz e 3ª Lamparina da Canção Gaúcha – 2018 esteja muito bem estruturado quanto a objetivos, metas, programação, metodologia, projetos de acessibilidade, currículos, anuências, plano de impacto ambiental, regulamento do festival, da premiação e contrapartida da prefeitura de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) totalizando em torno de 23% (vinte e três por cento) do total solicitado ao Sistema Pró- Cultura do RS, nota-se, no entanto, a ausência do Alvará do Plano de Prevenção Contra Incêndio - APPCI.
Diante da ausência desta documentação, a liberação dos recursos para o projeto em tela fica condicionada à comprovação do atendimento, por parte do proponente junto ao gestor do sistema, no momento da liberação dos recursos.
3. Em conclusão, o projeto 7º Canto de Luz e 3ª Lamparina da Canção Gaúcha – 2018 é recomendado para avaliação coletiva, em razão do seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo receber incentivos até o valor de R$ 221.123,00 (duzentos e vinte e um mil, cento e vinte e três reais) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e fomento às Atividades Culturais- Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 27 de agosto de 2018, ano do cinquentenário do Conselho Estadual de Cultura do RS.
Maria Silveira Marques Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 29 de agosto de 2018.
Presentes: 21 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Paula Simon Ribeiro, Gisele Pereira Meyer, Plínio José Borges Mósca, José Édil de Lima Alves, Antônio Carlos Côrtes, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Paulo Cesar Campos de Campos, Luis Antonio Martins Pereira, Dael Luis Prestes Rodrigues, Gilberto Herschdorfer, Liana Yara Richter, Moreno Brasil Barrios, Marlise Nedel Machado, Marcelo Restori da Cunha, Claudio Trarbach, Dalila Adriana da Costa Lopes, André Venzon e José Airton Machado Ortiz.
Ausentes no Momento da Votação: Jorge Luís Stocker Júnior.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 29/08/2018 e considerados prioritários.
Marco Aurélio Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul Departamento de Fomento Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS