Processo nº 18/1100-0002069-0
Parecer nº 438/2018 CEC/RS
O projeto FESTIVAL PORTO ALEGRENSE DE BANDAS INSTRUMENTAIS - 4ª EDIÇÃO - 2019 é recomendado para avaliação coletiva.
1. O projeto, classificado na área de Música, pretende promover a 4ª edição do Festival Porto Alegrense de Bandas Instrumentais, que será realizado de 26 a 29 de setembro de 2019, com o objetivo de difundir a música instrumental produzida no Brasil, principalmente no estado do RS, fomentando o intercâmbio entre bandas independentes, democratizando o acesso ao público através de entrada franca. Serão três dias de programação, com apresentação de 12 bandas (8 convidadas pela curadoria e quatro selecionadas através de edital para bandas locais) e duas atividades formativas para um público estimado de 5.000 pessoas.
A produção cultural é de Cuco Produções, CEPC 4099; e a contabiliade é da Maria Marlene Carvalho, CRC 26748.
Da programação
26 de setembro
14:00 - Oficina de Arranjos Musicais
18:00 - Oficina de Produção Musical
27 de setembro
28 de setembro
16:00 - Apresentação banda a ser selecionada
17:00 - Apresentação Jonathas Ferr
18:00 - Apresentação Sexteto Gaúcho
19:00 - Apresentação As Aventuras
20:00- Apresentação Quartabê
21:00 - Apresentação Osèturá
22:00 - Festa oficial do Festival
29 de setembro
17:00 - Apresentação banda a ser selecionada
18:00 - Apresentação Adriana de los Santos
19:00 - Apresentação banda a ser selecionada
20:00 - Apresentação Gilberto Oliveira
21:00 - Apresentação Letieres Quinteto
As diligências do SAT passaram pelo despacho saneador e o projeto foi habilitado.
RECURSOS:
Comercialização R$ 7.800,00
MinC: R$ 158.296,20
LIC: R$ 235.760,00
É o relatório
2. O projeto se apresenta formalmente elaborado e instruído com a documentação pertinente. A música popular brasileira moldou-se de diversas fontes, bem como das influências oriundas da cultura africana, sob o pálio de negros com origem em vários lugares daquele continente, e também da música dos nativos de diversas regiões do Brasil. Historiadores da música afirmam que o lundu (da África) possui grande influência na música popular brasileira e, também para o choro que é essencialmente instrumental, e considerado primeiro gênero popular urbano do Brasil. Entre principais choros "Desvairada", "Lamentos do Morro" e "Amoroso", "Brasileirinho" e "Pedacinho do Céu", "Odeon", "Lamento", "1 x 0", "André de Sapato Novo" (com Pixinguinha) e "Jurity", "Brejeiro", "Noites Cariocas" e "Flor do Abacate", "Bordões ao Luar" e "Intrigas no Boteco do Padilha", respectivamente. Embora geralmente conhecidos pelo Choro, a maioria dos Chorões compuseram músicas instrumentais em outros gêneros, como Chiquinha Gonzaga com o maxixe "Gaúcho (Corta-Jaca)" e a polca "Atraente" ou Pixinguinha com a valsa "Rosa".
E foi pensando em voz alta que faço conexão ao dever de conselheiro estadual de cultura. Holofotes do art. 34 do Regimento Interno no que concerne ao inciso
VIII- desempenhar funções consoantes os princípios e normas da Administração Pública.
Os recursos públicos estão no bojo daquele desempenho com independência estribada no inciso IX do referido Diploma Legal.
Investir recursos incentivados em eventos que visam a estimular a divulgação e apresentação de bandas é forma de ir ao encontro do pensamento do ex-ministro da cultura, Gilberto Gil: "O povo sabe o que quer, mas também quer o que não sabe". As bandas oportunizam a valorização da música instrumental. Sempre é bom gizar a importância que as bandas possuem no contexto social, do ponto de vista da cidadania. A sociedade recebe em contrapartida o próprio evento por meio da música de qualidade, sendo festival mola propulsora no elemento volitivo do saber. É inegável que o povo tem simpatia por bandas. Louvável e oportuna, a iniciativa deste Festival, que contribui decisivamente com a divulgação desse gênero de prática musical em nosso Estado.
É inarredável não lembrar o compositor Chico Buarque de Holanda e sua BANDA cujos vários intérpretes cantam descarnadamente. Mas fico com o saudoso cantor Agostinho dos Santos:
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas
Parou para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
3. Em conclusão, o projeto Festival Porto Alegrense de Bandas Instrumentais - 4ª Edição - 2019 é recomendado para a avaliação coletiva, em razão de seu mérito cultural – relevância e oportunidade – podendo vir a receber incentivos até o valor de R$ 235.760,00 (duzentos e trinta e cinco mil setecentos e sessenta reais) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 21 de novembro de 2018, ano do cinquentenário do Conselho Estadual de Cultura.
Antônio Carlos Côrtes
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 27 de novembro de 2018.
Presentes: 22 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Ivo Benfatto, Paula Simon Ribeiro, Gisele Pereira Meyer, Plínio José Borges Mósca, José Édil de Lima Alves, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Paulo Cesar Campos de Campos, Luis Antonio Martins Pereira, Dael Luis Prestes Rodrigues, Maria Silveira Marques, Liana Yara Richter, Jorge Luís Stocker Júnior, Artur Santos Daudt de Oliveira, Claudio Trarbach, Dalila Adriana da Costa Lopes, André Venzon e José Airton Machado Ortiz.
Abstenções: Marlise Nedel Machado.
Ausentes no Momento da Votação: Gilberto Herschdorfer e Marcelo Restori da Cunha.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 29/11/2018 e considerados prioritários.
Marco Aurélio Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul Departamento de Fomento Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS