Processo nº 19/1100-0237-0
Parecer nº 051/2019 CEC/RS
O projeto Poa Jazz Festival 2019 é recomendado para avaliação coletiva.
1. O projeto em tela, da área de Música, tem a produção cultural de Mateus Staniscuaski e Cia Ltda; a responsabilidade legal de Mateus Staniscuaski; a coordenação de programação de Adriana Martorano Comunicação Ltda; a coordenação artística do projeto e das oficinas é do músico Carlos Badia; e o contador é Roberto Oliveira Domingues. O período de realização será de 07 a 28 de novembro de 2019, em Porto Alegre, no Centro de Eventos do Barra Shopping Sul e as atividades formativas no Studio Clio. Não há recursos próprios do proponente. As receitas previstas com a comercialização de bens e serviços é de R$ 235.000,00 e receitas originárias do MinC, de R$ 693.017,60, sendo o valor proposto de R$ 360.000,00 e o habilitado pelo SAT de R$ 360.000,00.
É o relatório.
2. A programação inclui nove apresentações de jazz, equilibrando talentos locais e nacionais com atrações internacionais. Será o encontro do tradicional com o contemporâneo de reconhecida qualidade. Tudo com ingressos acessíveis. Serão colocados à venda 900 ingressos a R$ 90,00 (noventa reais) mais 1.200 meia entradas a R$ 45,00 (quarenta e cinco reais) gerando uma bilheteria de R$ 135.000,00 (cento e trinta mil reais). Haverá a distribuição de 300 ingressos para a Secretaria de Cultura, 300 para divulgação e mais 300 para os patrocinadores.
Os shows ocorrerão em três noites e devem atrair um público de 3.000 pessoas. Em paralelo, serão promovidas, gratuitamente, três oficinas/master classes com músicos que se apresentam no evento, possibilitando o contato do público com artistas experientes, e quatro debates sobre os desafios e possibilidades do mercado cultural. Também serão promovidos novos talentos do jazz, a ser realizado em parceria com outros quatro festivais do Brasil, destacando a importância do jazz e da música instrumental e ampliando a interação com outros festivais, instituições e organizações de fomento à música.
Programa: Já estão definidos os debates “O papel das leis de incentivo e editais na produção cultural”, “Carreiras no novo cenário musical”, “Políticas culturais” e “Produção Cultural, caminhos e desafios”. Faltam definir os palestrantes. Mas, segundo informam os produtores em carta de anuência, "serão convidados com reconhecida experiência nos temas abordados". Estão indefinidos também os temas e os palestrantes das três oficinas/master classes. Temos confirmada a apresentação dos grupos Quinteto Canjerana, Marcin Wasilewski Trio, da Polônia, Raiz de Pedra, Davina & The Vagabonds, dos Estados Unidos e, o ganhador do concurso Novos Talentos do Jazz, Combo 5por5. Não estão definidos quatro dos nove shows.
O Quinteto Canjerana, cuja origem se divide entre as cidades de Encantado, Lajeado e Farroupilha, tem como propósito compor e executar temas instrumentais de cunho nativista gaúcho aliado a arranjos inovadores trazidos de estudos de música contemporânea.
O Raiz de Pedra, um dos principais grupos instrumentais da música do Rio Grande do Sul nos anos 80, voltará a misturar o jazz, a música brasileira e o erudito em uma reunião única especialmente para o público do Poa Jazz Festival.
Sensação nos Estados Unidos, o grupo Davina & The Vagabonds apresentará em Porto Alegre, como é costume em seus shows, um recorte nos mais de 100 anos da música americana, além de composições originais. E Marcin Wasilewski Trio, um dos mais brilhantes nomes do jazz polonês, mesclará a tradição do jazz ao som contemporâneo.
Análise de mérito
O SAT realizou a análise técnica do projeto, verificou sua adequação à legislação vigente e concluiu que está regularmente habilitado para avaliação do Conselho Estadual de Cultura sobre o mérito cultural e sobre o grau de prioridade, nos termos do art. 7º §1º da Lei 13.490/2010. Em vista disso, me eximo de qualquer responsabilidade fora da alçada deste Conselho. Atenho-me apenas a analisar o mérito e o grau de prioridade do projeto.
O Poa Jazz Festival é um evento tradicional da cidade. Pela abrangência, demanda um sofisticado sistema de logística, envolvendo grande número de profissionais tanto nas áreas artísticas quanto técnica e operacional. A verba pública solicitada ao Estado responde por 30,3 por cento do orçamento total, um percentual adequado. Em vista do seu mérito cultural, merece o apoio financeiro dos gaúchos.
Justificando a dimensão simbólica do projeto, o produtor destaca que
A gravadora Universal Music realizou uma pesquisa que coloca em números aquilo que já era certeza e combustível para a equipe do Poa Jazz Festival continuar produzindo o evento, ano após ano: oito em cada 10 brasileiros têm grande paixão por música. Com toda a sua variedade de gêneros, composições e origens, a música tem a capacidade de emocionar, de representar e de reunir. Estas características ficam evidentes quando se observa a plateia em apresentações ao vivo, absorta na apreciação da música, da arte, da expressão de outras pessoas — que acaba sendo também sua. O jazz, em particular, tem muito a dizer.
Com raízes na música negra regionalista norte-americana, os improvisos e a fusão de ritmos formam um estilo musical criativo. Muitos artistas gaúchos fazem jazz e várias casas noturnas são ambientes jazzísticos, mas esse espaço deve ser ampliado. Desde 2014, o Poa Jazz Festival vem procurando suprir essa insuficiência. Entrou para o calendário oficial de eventos da capital e vem melhorando a cada edição. Há um cuidado constante para que o conjunto das atrações seja equilibrado no que se refere à apresentação do tradicional e do contemporâneo no cenário jazzístico.
A boa programação, assim como a paixão pelo jazz e o gosto por música de qualidade têm sido motivos relatados pelo público para prestigiar o festival que Zuza Homem de Mello, um dos jornalistas culturais mais ativos e respeitados do país, considera o melhor do Brasil. Todas essas características, que vêm fazendo bom nome do Poa Jazz Festival desde 2014, estarão refletidas e reforçadas na programação desta quinta edição.
O festival, no entanto, não se restringe às apresentações artísticas. Quer, também, contribuir com a promoção da cultura no estado e com a reflexão acerca de seus caminhos e alternativas. Isso será buscado com a viabilização de uma programação paralela composta por três master classes e quatro debates, atividades que vêm sendo realizadas com sucesso desde a primeira edição do Poa Jazz Festival.
Em sua dimensão econômica, o Poa Jazz Festival emprega centenas de profissionais necessários para que o evento ocorra com sucesso. Contratará artistas, produtores, recepcionistas, diretores de palco, iluminadores, técnicos de som, assistentes de produção (nas áreas de logística, hospedagem, credenciamento, transporte e outras), apresentador, carregadores, seguranças, serviços de limpeza, assessores de imprensa, designers, fotógrafos, cinegrafistas, profissionais para realização de pesquisa de satisfação. Trata-se de um espaço em que produtores se encontram e formam novas parcerias, músicos ganham visibilidade e são convidados para novos trabalhos, estudantes aprendem com profissionais mais experientes.
Em sua dimensão cidadã, o Poa Jazz Festival preocupa-se, a cada edição, de aproximar o público desta expressão artística e das discussões sobre a área cultural. O cuidado começa com a seleção dos locais onde ocorrerão as atividades — todos os espaços são acessíveis para cadeirantes ou pessoas com mobilidade reduzida — e continua na decisão sobre o preço dos ingressos. O desconto para músicos da cidade será concedido, o festival tem a certeza de que assistir grandes nomes do jazz terá enorme valor para os artistas beneficiados e contribuirá com o aperfeiçoamento de seus trabalhos. O mesmo pode ser dito em relação ao motivo pelo qual as master classes e os debates também estarão à disposição do público sem cobrança de ingressos. Será feita áudio descrição durante as três noites de evento e tradução em libras nos debates, democratizando o acesso.
3. Condicionante:
4. Em conclusão, o projeto Poa Jazz Festival 2019 é recomendado para a avaliação coletiva, em razão de seu mérito cultural – relevância e oportunidade – podendo vir a receber incentivos até o valor de R$
Favoráveis: Ivo Benfatto, Paula Simon Ribeiro, João Wianey Tonus, Plínio José Borges Mósca, José Édil de Lima Alves, Antônio Carlos Côrtes, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Dael Luis Prestes Rodrigues, Maria Silveira Marques, Jorge Luís Stocker Júnior, Marcelo Restori da Cunha, Dalila Adriana da Costa Lopes .
Contrários: Marlise Nedel Machado, Luis Antonio Martins Pereira, Paulo Cesar Campos de Campos e Gisele Pereira Meyer.
(trezentos e sessenta mil reais) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 19 de fevereiro de 2019.
Airton Ortiz
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 19 de fevereiro de 2019.
Presentes: 17 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros:Ivo Benfatto, Paula Simon Ribeiro, João Wianey Tonus, Plínio José Borges Mósca, José Édil de Lima Alves, Antônio Carlos Côrtes, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Dael Luis Prestes Rodrigues, Maria Silveira Marques, Jorge Luís Stocker Júnior, Marcelo Restori da Cunha, Dalila Adriana da Costa Lopes .
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 21/02/2019 e considerados prioritários.
Marco Aurélio Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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