Processo nº 19/1100-0000460-7
Parecer nº 228/2019 CEC/RS
O projeto JOÃO AMBIENTE – AGORA É A HORA DE UM MUNDO MELHOR, em grau de recurso, não é acolhido.
1. Sendo a quarta vez que este projeto passa por esta mesa, tomo a liberdade de poupar os conselheiros e conselheiras de um relatório pormenorizado, visto qualquer dos três anteriores servirem perfeitamente para o propósito a que se exige.
A proponente é Patrícia Luceiro de Oliveira - ME. O presente projeto é da área do Audiovisual: produção de cinema em curta ou média metragem e seu período de realizção é de 1º de setembro a 31 de janeiro de 2020, na cidade de Porto Alegre. O financiamento solicitado pela proponente do projeto ao Sistema Pró-Cultura: R$ 228.000,00, não havendo solicitação a qualquer outro órgão financiador nem aporte de qualquer outra fonte.
É o relatório.
2. Das vezes anteriores que este projeto foi apreciado neste coletivo, em duas, embora a recomendação para a apreciação coletiva, a maioria posicionou-se de forma contrária ao voto; no outro parecer à recomendação foi de não apreciação pelo coletivo, o que a maioria acompanhou. Assim, nas três ocasiões anteriores o projeto não foi recomendado à apreciação. Agora, na condição de recurso, a produtora retorna, solicitando uma reavaliação, tendo acrescentado um texto de seis páginas, assinado por Airton Soares que se apresenta como diretor e representante legal, embora não haja firma reconhecida. Inicia o assinante por dizer:
"Considerando que o projeto teve manifestações de empatia em torno de sua proposta pelos três conselheiros relatores, as quais reproduzimos alguns trechos: Parecer nº 099/2019 - "O projeto apresenta proposta relevante na Área Audiovisual, com bom mérito cultural e oportunidade." Parecer nº 137/2019 - "O projeto tem uma temática importante..." "Não restam dúvidas que a temática é importante, e que os jovens se beneficiariam com as informações sobre meio ambiente que o mesmo, se realizado, traria." Parecer nº 183/2019 - "Projetos que tem como pano de fundo questões ambientais são cada vez necessários, principalmente quando voltados para crianças e adolescentes para que, num futuro próximo, mais e mais pessoas tenham consciência da limitação dos recursos naturais e da necessidade de poupá-los." Considerando que várias dúvidas já foram elucidadas pelo próprio conselho através da manifestação do conselheiro relator; Vimos por meio desta solicitar reavaliar o projeto como "recomendado par a avaliação coletiva" com base nas seguintes justificativas (...)". Na sequência elenca as que julga necessárias e suficientes, o que não nada mais é do que o apresentado no corpo do projeto original. No conjunto, mantém o valor solicitado, sem qualquer referência aos cortes apontados no Parecer nº 183/2019. Também chama atenção haver Cartas de Anuência da Assessoria Contábil, do roteirista, do diretor e do produtor execuivo, mas não há Carta de Anuência da produtora do elenco, protagonista e coadjuvante, todas na pessoa de Simone Alves Butolli, nem dos demais envolvidos, em número significativo, todos nominados por cargo e/ou função. Também se fala em FAMÍLIA MODELO e em personagens, mas não há referência a não ser a uma personagem protagonista e uma coadjuvante, como acima foi dito, sem referência a ator masculino adulto e ator (es) infantil (is) e ou juvenil (is), que dariam sentido ao conceito de família. Também nos portfólios do diretor e da produtora, alguns senões. Naquelas duas referências: "Festa da Uva 80 Anos. A Celebração de uma Identidade" e "Caxias do Sul - Tradição e Inovação de um Povo", ambos com boa fotografia, mas sem qualquer ficha técnica, além da citação do diretor (Airton Soares) e Produção Executiva (Elias Rosa); neste, também duas, mas em uma não se consegue acesso, no outro, "Copa Fifa 2014", nenhuma ficha técnica e fotografia de má qualidade. Por essas razões, o projeto não se habilita à recomendação pela deficiências técnicas nas peças apresentadas em anexo. Contudo, no essencial, mérito, não há elementos que justifiquem oportunidade, seja pelos valores altos e quantidade de técnicos que, consultados pessoas do meio, julgam excessivos, seja pela quase obviedade do assunto, desdobrados sem novidades convincentes.
3. Em conclusão, o projeto João Ambiente – Agora É A Hora de Um Mundo Melhor, em grau de recurso, não é acolhido.
Porto Alegre, 07 de junho de 2019.
José Édil de Lima Alves
Conselheiro Relator
Informe:
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
Recurso não acolhido pelo Pleno
Sessão das 13h30min do dia 10 de junho 2019.
Presentes: 19 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Maria Liege Nardi, Paula Simon Ribeiro, Gisele Pereira Meyer, Plínio José Borges Mósca, Antônio Carlos Côrtes, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Paulo Cesar Campos de Campos, Luis Antonio Martins Pereira, Liana Yara Richter, Jorge Luís Stocker Júnior, Marlise Nedel Machado, Marcelo Restori da Cunha, Gabriela Kremer da Motta e José Airton Machado Ortiz.
Não Acompanharam o Relator os Conselheiros: Dalila Adriana da Costa Lopes e Gilberto Herschdorfer.
Ausentes no Momento da Votação: Ivo Benfatto.
Marco Aurélio Alves
Presidente do CEC/RS
Parecer nº 137/2019 CEC/RS
O projeto JOÃO AMBIENTE – AGORA É A HORA DE UM MUNDO MELHOR não é recomendado para avaliação coletiva.
1. O projeto João Ambiente – agora é a hora de um mundo melhor, habilitado pela Secretaria de Estado da Cultura e encaminhado a este Conselho, nos termos da legislação em vigor, trata de uma realização inserido na área de Áudio Visual: produção em curta ou média metragem.
Sob a produção cultural de Patrícia Luceiro de Oliveira, CEPC 4794, o projeto está previsto para ser realizado de 1º de setembro de 2019 a 31 de janeiro de 2020 em Porto Alegre. Na equipe principal figuram Airton Soares, na função de diretor de cena; Elias da Rosa, na função de produtor executivo; Paula Taitelbaum, na função de roteirista; Andrea Gravina Azevedo, CRC 48349, como contadora.
Apresentação:
Na apresentação o produtor nos informa que
o projeto consiste na produção do filme ambiental “João Ambiente – agora é a hora de um mundo melhor” de 15 minutos de duração, destinado a crianças, jovens e estudantes. De forma didática, o filme ambiental aborda as principais questões de sustentabilidade, como: preservação ambiental, reciclagem, coleta e separação seletiva de lixo, preservação dos recursos hídricos, consumo consciente de energia e demais assuntos pertinentes ao universo do meio ambiente e sustentabilidade. O filme será exibido em TV paga, Internet, em mostras e festivais ambientais além de ser distribuído em escolas públicas, bibliotecas e arquivos históricos atingindo cerca de 5.000 crianças e jovens estudantes e indiretamente mais de 50.000 pessoas nas famílias.
Justificativa do projeto:
Dimensão Simbólica: linguagens e práticas artísticas, referências estéticas
Exibir um filme ambiental com foco nas questões de meio ambiente e sustentabilidade e ir ao encontro do público-alvo para difundir seus objetivos é uma enorme contribuição para o desenvolvimento humano, auxiliando na busca de uma consciência ecológica das futuras gerações. O projeto proporciona conhecimento através da arte, primordial para o crescimento e aprimoramento de nossa espécie. A contribuição ao desenvolvimento cultural para a comunidade gaúcha será fazer as pessoas pensarem e refletirem.
No campo dimensão econômica, o proponente informa que, neste projeto,
As crianças e jovens são os principais agentes para a preservação ambiental, através de atitudes que farão do meio ambiente prioridade indispensável para a vida humana. Através de um filme atrativo e principalmente de fácil entendimento, são apresentadas as principais questões do tema. Visando o equilíbrio do planeta, o projeto investe na educação e na cultura como ferramentas básicas para a conscientização e atitude, deixando um legado para o futuro e consequente desenvolvimento do país.
Dimensão cidadã: neste campo, além de outras considerações, o proponente diz que “A estratégia de captação de recursos visa viabilizar a realização do projeto utilizando como mecanismos a lei Estadual de Incentivo à Cultura. Desta maneira, estaremos habilitando investidores estaduais para que o produto final chegue às comunidades gaúchas. A produção de cinema no RS se solidifica a cada ano e a Lei Estadual de Incentivo à Cultura é um instrumento importante para tornar os projetos uma realidade (...).”
Objetivo geral
Produzir o filme ambiental “João Ambiente – Agora é Hora de um Mundo Melhor”, em Porto Alegre, com elenco, família modelo, além de produção de imagens de cobertura, gerando empregos e receitas para o município. Toda a produção acontece a morto Alegre com profissionais gaúchos. O filme tem exibição na TV paga e TV aberta.
Objetivos específicos
1 - Difundir uma consciência ecológica para a busca de equilíbrio do planeta, através da produção do filme ambiental “João Ambiente – Agora é Hora de um Mundo Melhor”. Para fazer uma imersão nos temas, João Ambiente, apresentador animado inspirado no João de Barro, pássaro brasileiro conhecido por produzir suas casas em barro, e sua amiga, tartaruga Teca, apresentam a família Modelo. Mostrando ações práticas e estimulando de forma inclusiva a todos os espectadores para que as ações de sustentabilidade e meio ambiente façam parte de nossas vidas cotidianamente.
2 - O filme ambiental aborda temas importantes do nosso cotidiano como o consumo correto da água, a coleta seletiva de lixo e os desperdícios de energia elétrica, entre outros, usando uma linguagem moderna e atual para que possa atingir seu público alvo: crianças e adolescentes de 01 a 16 anos, procurando formar cidadãos mais conscientes.
Financiamento
O valor total do projeto é de R$ 228.000,00, totalmente solicitado à LIC.
Não tem receitas originárias da Prefeitura.
Não tem recursos próprios nem outros aportes ou patrocínios sem incentivo.
2. O projeto tem uma temática importante e atual semelhante a outros que tem solicitado incentivos à LIC e sido analisados nesta mesa. Outros similares com o mesmo tema têm sido desenvolvidos com custos muito menores.
Na apresentação, o produtor explica sua intenção de produzir um filme ambiental abordando as questões relativas a este tão atual, e nas três dimensões da cultura justifica sua importância.
Não restam dúvidas que a temática é importante, e que os jovens se beneficiariam com as informações sobre meio ambiente que o mesmo, se realizado, traria.
No entanto, no formato em que se encontra, o projeto parece ser muito mais uma proposta da área da publicidade, ainda que contena alguma "educação" ambiental, do que um projeto realmente artístico-cultural. Os portifólios e o roteiro anexados substanciam esta percepção.
Além disso, este projeto peca pelo exagero de funções que se sobrepõem, listadas na planilha de custos, onde os menores cachês, na realidade, são o do elenco, protagonista e coadjuvante, com valores muitos menores se fazem ótimos curta-metragens.
São tantas funções descritas na metodologia que esta analista buscou informações do que se tratava, e o que executariam tantos colaboradores, ou se haveria necessidade de tantas especificidades, já que inúmeros projetos deste segmento são analisados com frequência por este Pleno, com muito menos técnicos envolvidos e com uma planilha de custos muito mais enxuta.
Em razão destas discrepâncias e considerando o momento financeiro atual, considera-se que o projeto não é oportuno e assim sendo, fica prejudicada a avaliação de mérito.
3. Em conclusão, o projeto João Ambiente – Agora É A Hora de Um Mundo Melhor não é recomendado para a avaliação coletiva.
Porto Alegre, 19 de abril de 2019.
Paula Simon Ribeiro
Conselheira Relatora
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
Sessão das 13h30min do dia 20 de maio 2019.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Maria Liege Nardi, Ivo Benfatto, Gisele Pereira Meyer, José Édil de Lima Alves, Paulo Cesar Campos de Campos, Luis Antonio Martins Pereira, Liana Yara Richter, Jorge Luís Stocker Júnior, Moreno Brasil Barrios, Marlise Nedel Machado, Marcelo Restori da Cunha e Gabriela Kremer da Motta.
Não Acompanharam o Relator os Conselheiros: Claudio Trarbach, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Dalila Adriana da Costa Lopes, Antônio Carlos Côrtes e Gilberto Herschdorfer.
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