Processo nº 18/1100-0001297-9
Parecer nº 392/2019 CEC/RS
O projeto “RESTAURAÇÃO - 1ª EDIÇÃO - 2019” é recomendado para a avaliação coletiva.
1. Identificação do projeto cultural:
Titulo do projeto: 1 ª EDIÇÃO RESTAURAçãO – 2019
Período de 15/11/2019 à 17/12/2019
Identificação do produtor cultural:
Produtor: Associação Sul Riograndense da Construção Civil
CEPC: 5840
Endereço: Avenida Augusto Meyer, 146 Bairro: Auxiliadora
CEP: 9055011
Município: PORTO ALEGRE Telefone: (51) 3021-3440
e-mail: vitor.ortiz.cultura@gmail.com
Responsável Legal: Aquiles Dal Molin Junior
Função: Administração financeira
Período de Realização:
15/11/2019 à 17/12/2019
Realização:
Área do Projeto: AUDIOVISUAL Prod. cinema em CURTA OU MÉDIA metragem
Município - PORTO ALEGRE e em diversos locais.
Realização: Gravações (dez diárias de gravação ao longo dos três meses da restauração) em Porto Alegre, Caxias e Pelotas.
Equipe Principal:
Nome do profissional: Jaime Lerner - Espectra Filmes
empresa: CNPJ: 90.960.774/0001-57 e-mail: jaime.a.lerner@gmail.com
Telefone: (51) 9116-8324
Função: Diretor, roteirista e diretor de fotografia.
Nome do profissional: Matilha Filmes - Bruno Carvalho
Pessoa Jurídica: CNPJ 13.150.554/0001-17
e-mail: bruno_palheta@hotmail.com Telefone: (51) 9116-8324
Função: Montador e editor.
Nome do profissional: Renan Franzen
Pessoa Jurídica: CNPJ 23.088.527/0001-15
e-mail: renanfranzen@gmail.com Telefone: (51) 9116-8324
Função: Composição da trilha
Nome do profissional: Voz Cultural
Pessoa Jurídica: CNPJ 20.666.950/0001-67
e-mail: vitor.ortiz.cultura@gmail.com Telefone: (51) 3307-8565
Função: Coordenação geral do projeto
Nome do profissional: Paulo Ratinecas - Maximarket Assessoria e Consultoria
Pessoa Jurídica: CNPJ 94.004.199/0001-70
e-mail: ratinecas@maximarket.com.br Telefone: (51) 9999-1157
Função: Captador de recursos
Função Contador: Roselaine Estrazulas Luis
CRC: RS-093684/O-9
e-mail: rose@lmgcontabil.com.br Telefone: (51) 9972-8846
Função: Contador:
O projeto audiovisual proposto tem como objetivo principal a realização de filme documentário de média metragem, em torno de 40 minutos, filmado na ocasião da restauração da escultura do Laçador de Antonio Caringi. Gravações em Porto Alegre, Pelotas e Caxias do Sul.
Seus objetivos específicos são resgatar a memória de um período chave na história do Brasil e do RS, na política e na esfera social e da história das artes, resgatar a memória de um dos importantes escultores gaúchos, Antônio Caringi, pesquisar sobre os vários matizes culturais que compõem a identidade riograndense, provocar reflexão sobre a expressão artística e os símbolos de identidade, promover a importância da preservação da memória e da cultura riograndense.
A justificativa do projeto é fundamentada a partir do projeto de restauração da escultura do Laçador onde foi identificada a importância de fazer algo além de um registro audiovisual das obras de restauração.
O proponente afirma que “pensou-se em um documentário que se tornasse uma obra artística cultural de relevância. Para isso convidamos o artista Jaime Lerner, cineasta premiado no Brasil e no exterior e que tem uma parcela importante de obras documentais que refletem sobre a relação cultura, história e espaço urbano”
Através deste documentário, o projeto pretende resgatar a memória de um período importante na história do país e do estado e levantar, de forma lúdica, reflexões sobre memória, identidade e a importância da arte para uma comunidade, temas que ganham ainda maior relevância no momento atual da discussão do papel do público e do privado na cultura. O lançamento do filme será realizado em cinco cidades: Porto Alegre, Caxias, Pelotas, Santo Ângelo e Santa Maria. Em todos os lançamentos haverá um debate, além da apresentação do filme, com participação do diretor ou de um dos membros da equipe principal e um convidado especial para falar sobre o monumento O Laçador ou sobre o tema proteção do patrimônio cultural, memória e monumentos públicos. Além de legendagem em libras, visando ampliar ainda mais o potencial de circulação da obra, o projeto pretende criar também uma versão de curta metragem (8-10 minutos).
O valor solicitado para financiamento Sistema LIC RS é de R$ 178.193,28.
É o relatório.
2. O projeto proposto é meritório e relevante pois claramente propicia uma ação audiovisual que promove o conhecimento cultural numa evidente proposta de transformação do espaço social e de interação social. A concepção do argumento proposto do documentário tem como seu personagem do filme, O Laçador, que transforma-o de objeto em sujeito, abrindo possibilidades promissoras para a realização com sucesso do projeto. Devemos ressaltar que além de uma proposta de execução do documentário bastante adequada, a sua equipe qualificada e experiente avaliza a expectativa de um resultado relevante e perene desta obra.
A figura do Laçador é um objeto- recordação, um objeto irredutivelmente material que codifica a memória coletiva. Estes objetos não são inertes e mudos, mas contam histórias e descrevem trajetórias. O Cinema é capaz de descobrir o valor que é inerente aos objetos: as camadas discursivas que tomam forma e a história de interações materiais que eles codificam. Estes objetos são escolhidos para serem contemplados porque existe uma expectativa, sobretudo através dos devaneios e da fantasia social. Tal expectativa é construída e mantida por uma variedade de práticas não turísticas, tais como o cinema, a televisão, a literatura, as publicações, a música, etc, que constroem e reforçam o “olhar” social.
O setor Audiovisual, integrante e protagonista da chamada “Economia Moderna“, merece uma atenção muito especial pois se constitui em uma das cadeias produtivas mais eficientes na relação entre investimento e a sua geração de emprego e renda. O setor Audiovisual é com certeza um dos poucos setores da economia brasileira que vêm crescendo sistematicamente acima do PIB com índices sempre superiores desde 2009. O público da indústria do Audiovisual (cinema, TVs Aberta e por assinatura e outras plataformas de mídia) cresce há anos consecutivos e a arrecadação quadruplicou nos últimos doze anos. O Audiovisual já gera mais emprego do que o turismo no Brasil e além de gerar cada vez mais empregos, pagar melhores salários do que outros setores da chamada “economia criativa”. A indústria audiovisual tem um potencial de crescimento acima dos outros setores da economia por estar associada à criatividade, traço da personalidade da nacionalidade brasileira.
O Cinema, por ser uma produção cultural colaborativa, é uma atividade geradora de trabalho e renda direta e indireta. Diretamente para os membros da equipe técnica, para os artistas, empresas prestadores de serviço de finalização de imagem e de som, transporte, alimentação e hospedagem, legendas, libras e divulgação. Indiretamente para uma cadeia que se fortalece com cada produção e se torna, em várias praças onde chega a se desenvolver, um fator de importância na economia local, criador de riquezas materiais e imateriais. Devemos ainda enfatizar que o projeto está ligado a outro projeto, o da restauração da estátua do Laçador, e é um mais um elo na economia da cultura gerada por este projeto como um todo.
O Rio Grande do Sul é - e afirma-se sem medo de equívoco - um estado com forte vocação para consolidar-se como um dos três primeiros polos de produção audiovisual do Brasil. Através da multiplicação de cursos de nível superior oferecidos pelas principais universidades em nosso estado encontra-se muitos programas de formação de profissionais em todo o território gaúcho. Tal mão de obra, formada a custos elevados para os cofres públicos, acabam migrando para outros estados da Federação, em busca de oportunidades de trabalho, hoje praticamente inexistente na forma de um mercado consolidado em nosso estado. Fomentar o cinema no Rio Grande do Sul é contribuir para o desenvolvimento de nossa sociedade com uma atividade de excepcional capacidade de gerar emprego e renda.
E por fim, afirmar que uma obra audiovisual tem o potencial de se relacionar com um número grande e diverso de plateias. No caso do projeto Restauração a proposta atua de duas maneiras exemplares: levando um tema regional – a identidade e a cultura do RS – para além da fronteira do Estado distribuído e veiculado nacionalmente e no exterior e também debatendo através da exibição do mesmo dentro das comunidades riograndenses, na capital e interior.
3. Condicionantes
Na liberação do recurso apresentar o plano de prevenção e proteção contra incêndio PPCI dos locais onde irá realizar as duas exibições. Também se condiciona a adoção das medidas de acessibilidade para as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e seus acompanhantes, e distribuídos em locais diversos, de boa visibilidade, respeitando as normas técnicas de acessibilidade em vigor. Nas contratações de artistas e técnicos profissionais seguir os termos da lei do artista 6533/decreto 82385 de 1978 e respeitar as normas de segurança do trabalho NR 10, NR 18 E NR 35.
4. Em conclusão, o projeto “Restauração – 1ª Edição - 2019” é recomendado para a avaliação coletiva em razão de seu mérito cultural – relevância e oportunidade – podendo receber incentivos até o valor de R$ 178.193,28 (cento e setenta e oito mil, cento e noventa a três reais e vinte e oito centavos) do Sistema Unificado de Apoio e Fomento à Cultura – Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 14 de outubro de 2019.
Paulo Leônidas Fernandes de Barros
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 14 de outubro de 2019.
Presentes: 22 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bortolotto, Ivo Benfatto, Paula Simon Ribeiro, Cristiano Laerton Goldschmidt, Gisele Pereira Meyer, Plínio José Borges Mósca, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Luis Antonio Martins Pereira, Gilberto Herschdorfer, Vitor André Rolim de Mesquita, Marlise Nedel Machado, Marcelo Restori da Cunha, Dalila Adriana da Costa Lopes e José Airton Machado Ortiz.
Abstenções: Rodrigo Adonis Barbieri, Jorge Luís Stocker Júnior e Moreno Brasil Barrios.
Impedimentos: Gabriela Kremer da Motta.
Ausentes no momento da votação: Vinicius Vieira de Souza.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 16/10/2019 e considerados prioritários.
José Édil de Lima Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul Departamento de Fomento Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS