Processo nº 19/1100-0001619-9
Parecer nº 442/2019 CEC/RS
O projeto “HPS - A VIDA SOBRE TUDO” é recomendado para avaliação coletiva.
1. Identificação do projeto cultural
Titulo do projeto: HPS - A VIDA SOBRE TUDO
Período de Realização: 24/06/2020 à 24/08/2020
Identificação do produtor cultural
Produtor: WILDSTUDIO DESIGN GRÁFICO LTDA – ME
CEPC: 6764
Endereço: RUA RAMIRO BARCELOS 1172 / sala 229
Bairro: RIO BRANCO
CEP: 90035002
Município: PORTO ALEGRE Telefone: (51) 3311-8379
e-mail: wildstudio@terra.com.br
Responsável Legal: Flávio Moreira Wild
Função: Proponente, Fotografo
Realização:
Área do Projeto: ARTES VISUAIS: fotografia
Município - PORTO ALEGRE e em diversos locais.
Realização: PORTO ALEGRE - Hospital de Pronto Socorro - Av. Osvaldo Aranha, 0. e PORTO ALEGRE - Pinacoteca Aldo Locatelli - Praça Montevideo, 10.
Equipe Principal
Nome do profissional/ empresa: Cartola Serviços e Produções
Ltda
CNPJ: 11.387.228/0001-00
e-mail: sebastiao@cartolaconteudo.com.br
Telefone: (51) 9994-0519
Função: Planejamento, produção de entrevistas, elaboração de cronograma,edição do livro, seleção de imagens, revisão ortográfica, gramatical e estrutural, adaptação de conteúdo para paineis das exposições, layout e criação de banners para exposições, catalogação e encaminhamento de ISBN da obra.
Nome do profissional/ empresa: Mais Além Produções Eireli
Pessoa Jurídica: 04.653.701/0001-80
e-mail: claudiadmutti@gmail.com
Telefone: (51) 9963-3695
Função: Administração do projeto e Captação de Recursos.
Nome do profissional/empresa: Wildstudio Design Gráfico Ltda
Pessoa Jurídica: CNPJ 03.952.606/0001-15
Telefone: (51) 9968-0374
Função: Proponente, criação do projeto gráfico, editoração do livro, ensaio
fotográfico no HPS, tratamento digital das imagens para o livro e exposições e cessão dos direitos das imagens.
Função Contador: SUZANA BARBOSA DA SILVA
CRC: 084456
e-mail: resconsultoriacontabil@gmail.com
Telefone: (51) 8413-0262
Descrição do projeto
O projeto HPS – A VIDA SOBRE TUDO é composto de um livro de arte, uma exposição na Pinacoteca Aldo Locatelli e uma exibição no saguão principal do HPS, reunindo a imersão do artista visual Flávio Wild nas dependências do hospital, mesclado à iconografia histórica da instituição. O conteúdo visual resultante dessa conexão será acompanhado por textos breves com depoimentos de personalidades gaúchas, usuários do hospital e colaboradores, bem como pesquisa histórica e prefácio da jornalista Liana Pithan.
Para chegar ao resultado desejado, Wild já passou 100 horas no HPS, com a devida autorização da direção do hospital. Este é o mais recente projeto do artista, que tem em seu portfólio nove Prêmios Açorianos de Literatura em design editorial, incluindo uma série de publicações relacionadas a Porto Alegre, como Theatro São Pedro - 150 Anos (2008), Usina do Gasômetro Centro Cultural (2002), Atlas Ambiental de Porto Alegre (1998), etc.
Com a imersão na rotina do HPS, a cidade e seus espaços é o foco do olhar do artista. Somente em 2018, foram mais de 1.000 cliques do fotógrafo no Hospital. O resultado o encorajou a planejar mais 100 horas de captação, imerso na rotina do HPS, a fim de completar seu ensaio.
A coleta de depoimentos e edição da obra ficará a cargo da Cartola - Agência de Conteúdo. O projeto prevê a impressão de 1.000 cópias do livro, as quais devem ser distribuídas gratuitamente para bibliotecas públicas e escolares, colaboradores, pacientes, entrevistados, usuários retratados no livro, jornalistas e formadores de opinião e dirigentes públicos da área da saúde. Ainda, exposição com 200 imagens selecionadas na Pinacoteca Aldo Locatelli, localizada na sede da prefeitura municipal, onde funcionou no final do século 19 e início do século 20 o primeiro serviço de assistência de urgência de Porto Alegre, embrião do HPS. E, por fim, totens expositivos no saguão do HPS com 40 imagens. Totalizando apenas acompanhantes de acidentados e enfermos ou visitantes do HPS que aguardam na área contígua da recepção, pelo local passam cerca de 1.000 pessoas por dia. O público total impactado pelo projeto durante todo o período de exposição será de 66 mil pessoas, sendo 60 mil no saguão, 2 mil na Pinacoteca e ao menos 4.000 mediante livros.
O valor solicitado para financiamento Sistema LIC/RS é de R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais).
É o relatório.
2. O projeto proposto é meritório e relevante, pois claramente propicia uma ação que promove o conhecimento cultural numa evidente proposta de transformação do espaço social e de interação social. A concepção do projeto proposto transforma a instituição Hospital Pronto Socorro de objeto em sujeito, abrindo possibilidades muito qualificadas para a realização com sucesso deste projeto. Além de uma proposta de execução bastante adequada, a sua equipe profissional e experiente avaliza a expectativa de um resultado relevante e perene.
A produção da obra e das exposições movimenta diferentes segmentos da economia criativa, incluindo escritório de design, agência de conteúdo, escritórios de produção e serviços culturais, serviços gráficos, entre outros.
A obra será publicada em um momento em que os cidadãos serão impactados pelo início das obras no hospital em 2020, e a publicação do livro pode acelerar o processo de entendimento do papel do HPS na cidade, bem como de tornar seu plano de expansão mais fluido.
E em uma das esquinas mais tradicionais de Porto Alegre, o Hospital Pronto Socorro HPS não é somente um prédio listado como patrimônio arquitetônico, mas, sem dúvida, também faz parte da história individual dos porto-alegrenses.
O prédio histórico do HPS, evidentemente hereditário do estilo Art Decó, projetado pelo arquiteto Christiano De La Paix Gelbert, arquiteto que trabalhou na Prefeitura Municipal de Porto Alegre (1925 a 1953), sendo um dos maiores nomes do período de transição entre o ecletismo e o modernismo e, consequentemente, da Art Decó Porto-Alegrense, um período de intensa atuação do poder publico municipal na construção da cidade. Christiano De La Paix Gelbert projetou também a Praça Otávio Rocha, as pontes da Avenida Ipiranga, o Centro de Saúde Modelo, e também foi o responsável pelo plano geral e boa parte dos pavilhões da Exposição do Centenário Farroupilha, além da belíssima sede da Prefeitura Nova, demonstrando assim a real importância arquitetônica da instituição HPS como patrimônio.
A sensação de identidade pessoal, reforçada pela arte e pela arquitetura, permite que nos envolvamos totalmente nas dimensões mentais de sonhos, imaginações e desejos. Edificações e cidades fornecem o horizonte para o entendimento e o confronto da condição existencial humana.
Mas o mais importante deste projeto é a intenção retratar a dimensão humana do maior e mais importante centro de atendimento de urgência e emergência do Rio Grande do Sul. Na rotina hospitalar, enfermeiros, pacientes e familiares, um olhar que no projeto objetiva transformar em imagens essas emoções presentes no hospital. Em meio à dor, ao desespero, à luta pela vida, , o artista se propõem a traçar uma narrativa comovente das emoções das epopeias diárias que se desenrolam no HPS.
Todo trabalho documental encerra duas naturezas distintas: de um lado, é o registro de algo que aconteceu no mundo; de outro lado, é narrativa, uma retórica consumada a partir do que foi registrado. Nenhuma obra se contenta em ser apenas registro. Possui também a ambição de ser uma história bem contada. A camada retórica que se sobrepõe ao material bruto, esse modo de contar o material, essa oscilação entre documento e representação, constituem a verdadeira chave da obra documental. A obra documental não pretende reproduzir o real, mas falar sobre ele.
Levar a arte ao espaço público, permitindo ao cidadão de todas as camadas sociais refletir sobre o que de fato se passa no interior do HPS é uma maneira de formar novos públicos para a expressão cultural. Ao mesmo tempo, permitir também a reflexão sobre o valor da vida e a importância da assistência pública, em um ambiente contextualizado, onde o público vive as sensações do próprio local. Ao seu tempo, a presença do livro em bibliotecas permitirá que a discussão sobre cuidados de saúde, serviço público e prevenção de acidentes e violência. Mais do que isso, a reflexão sobre a obra pode estimular, com a mediação de professores, a consciência cidadã, por meio da valorização da vida e de uma cultura de paz. Ao coletar os depoimentos de profissionais de saúde do HPS, bem como de pacientes, os redatores do livro pretendem privilegiar mensagens que estimulem a prevenção do trauma, bem como da não violência, contribuindo para a formação da cidadania dessa população jovem. E, ainda, servir de fonte de inspiração para formadores de opinião e políticas públicas, no sentido de incentivar a prevenção de mortes violentas e fatos geradores do trauma.
A publicação e as exibições previstas no projeto irão levar à comunidade de Porto Alegre um novo olhar sobre uma instituição que ocupa um espaço de relevo na história e no imaginário da cidade.
3. Em conclusão, o projeto “HPS - A Vida Sobre Tudo” é recomendado para a avaliação coletiva em razão de seu mérito cultural – relevância e oportunidade – podendo receber incentivos até o valor de R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) do Sistema Unificado de Apoio e Fomento à Cultura – Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 10 de dezembro de 2019.
Paulo Leônidas Fernandes de Barros
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 12 de dezembro de 2019.
Presentes: 18 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bortolotto, Ivo Benfatto, Paula Simon Ribeiro, Cristiano Laerton Goldschmidt, Gisele Pereira Meyer, Plínio José Borges Mósca, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos, Luis Antonio Martins Pereira, Gilberto Herschdorfer, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Jorge Luís Stocker Júnior, Marlise Nedel Machado, Dalila Adriana da Costa Lopes e José Airton Machado Ortiz.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 20/12/2019 e considerados prioritários.
José Édil de Lima Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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