Processo nº 00126/2020
Parecer nº 142/2020 CEC/RS
O projeto “13º Festival da Canção da Aliança Francesa 2020” é recomendado para a avaliação coletiva.
1. O “13º Festival da Canção Aliança Francesa 2020” é recomendado para a Avaliação Coletiva.
Produtor cultural: Centro Franco Brasileiro de Porto Alegre.
CEPC nº 4824.
Local de realização em Porto Alegre.
Atividade cultural não vinculada à data fixa, classificado como projeto cultural digital.
Área do projeto cultural: Música.
Valor total do projeto cultural: R$ 62.100,00 (sessenta e dois mil e cem reais), porém o proponente aporta recursos próprios de R$ 8.500,00 (oito mil e quinhentos reais) e portanto o projeto cultural solicita ao Sistema LIC-RS o financiamento de R$ 53.600,00 (cinquenta e três mil e seiscentos reais).
O festival não se restringe a ser apenas um divulgador da França, preocupa-se também em valorizar a pluralidade cultural embutida dentro da língua francesa, dando voz a países da África, Ásia, Oceania que também tem no seu atlas geográfico, nações de fala francesa. Marrocos, Argélia, Togo, Gabão, Vietnam, Nouvelle Caledonie, etc.
Através de uma live, dez músicas estarão concorrendo na final regional do festival e doze prêmios serão outorgados.
Quase quatorze por cento do valor total do projeto cultural são aportados pelo proponente.
Responsável legal pelo projeto: José Vicente Torre, com a função de coordenação geral.
Na equipe principal também está Muga Cultural, pessoa do tipo jurídica, com CNPJ nº 13.268.039/0001-36 com a função de coordenação administrativa.
O serviço de contabilidade está a cargo de Tais Garcia com CRC nº 069486.
O show que será transmitido on line acontecerá na sede da Aliança Francesa.
A dimensão cidadã está fundamentada no favorecimento do intercâmbio cultural e amplia as relações de amizade entre os povos. A música cantada em francês é fruto da cultura de vários países que tem entre si, o fato de serem falantes da língua francesa, o fato de serem países francófilos e tais músicas serem cantadas por artistas gaúchos.
A dimensão econômica, se fosse vista apenas pelo lado material, está evidenciada pela geração de renda para quatorze artistas e técnicos e a mesma dimensão econômica, se vista pelo lado subjetivo (será mesmo, senhoras e senhores que o dinheiro pode ter alma?), a dimensão econômica, então, está posta pela visibilidade da mídia, marketing, rede de contatos, interligações de conhecimentos.
A dimensão cidadã é praticada no momento em que este show chega aos lares locais, regionais, nacionais e internacionais, gratuitamente apresentado nas redes sociais. O show poderá ser assistido na Cruz Alta de Érico Veríssimo, na Goyaz Velha de Cora Coralina, no Crato de Raquel de Queiroz, em Santos da Pagu e em centenas de outras cidades.
Somos testemunhos e ao mesmo tempo construtores de um processo novo de se conceber a cultura.
Tão inusitado e surpreendente que ainda estamos tropeçando nele, tanto os artistas e técnicos mais renomados, como os produtores culturais mais bem-sucedidos e os artistas e técnicos iniciantes e os produtores que atuam o seu metier ainda por um prisma amador.
Durante a madrugada porto-alegrense na qual escrevemos este nosso parecer e nosso voto, nós fizemos a pergunta: Será que o RS agora entrará no mapa mundi da cultura global, ou já lá dentro desse mapa mundi sempre esteve e nós ainda não nos tínhamos dado conta?
Se o veículo da linguagem deste projeto cultural de música será uma língua estrangeira assaz internacional e classicamente relacionada à cultura, temos em mãos então uma bela oportunidade de fazer conhecer ao mundo uma gama de artistas gaúchos que de outro modo não estariam tendo essa oportunidade.
Entre os objetivos destaca-se:
- o estreitamento dos laços culturais do Brasil com países de fala francesa;
- premiar o concorrente vencedor com uma viagem que incluiu uma passagem aérea no trecho Porto Alegre – Paris e com seis dias de hospedagem;
- premiar outros nove finalistas com cachês individuais no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais).
No tópico 9 do projeto cultural, que aborda a metodologia do projeto (para os Conselheiros está na página três do projeto), somos informados que as inscrições para concorrer ao festival são gratuitas, acontecem do dia 21 de junho a 21 de agosto de 2020 e que a apresentação acontecerá no dia 30 de outubro, na sede da Aliança Francesa de Porto Alegre, evidentemente que obedecendo o regramento imposto pelas autoridades médicas do sistema público de saúde do estado do RS e ainda devendo obedecer a Resolução Normativa sobre o tema da Pandemia da Covid-19.
A apresentação será transmitida ao vivo pelas redes sociais e com a contratação de uma empresa de streaming web.
Os jurados que avaliarão os candidatos também estarão trabalhando on-line.
É o relatório.
2. Realizamos a separação dos custos e pagamentos que serão objetivados pelos recursos da lei de isenção fiscal para a cultura: Sistema LIC-RS, com a intenção de deixar claro para as senhoras e senhores Conselheiros e para as senhoras e senhores, estimados ouvintes, que nos acompanham pela transmissão de áudio, as despesas em duas listas diferentes.
Entretanto, antes de falar das listas de custos e gastos, gostaríamos de explicar o porquê de estarmos fazendo tais listas.
Como legado da nossa passagem de três anos e meio pelo CEC, deixamos para a SEDAC a sugestão, de no futuro, com os próximos projetos culturais virtuais, com os próximos projetos da nova temporária realidade, organizar a Planilha de Custos dos projetos culturais, tendo como princípio basilar a forma da separação da natureza dos gastos.
O pagamento pela mão de obra de um iluminador de um show, ou o pagamento do afinador de um piano, ou o cachê de um artista, não podem estar pendurados no custo de aluguel de um pedestal de um microfone ou do aluguel de um refletor.
Podemos fazer Arte até no palco escuro. Mas não podemos fazer Arte sem os artistas.
Este Projeto Cultural “13º Festival da Canção da Aliança Francesa 2020” é um diamante raro no coletivo dos projetos que nos chegam para analisar e votar.
Sabemos que não condiz com a natureza dos Direitos Humanos e aí destacamos também a natureza dos direitos trabalhistas dos artistas e técnicos dos espetáculos, estarem misturados com os pagamentos comprometidos com as coisas físicas que são os aparelhos alugados.
Fizemos, portanto, a releitura da Planilha de Custos, respeitando todos os valores apresentados pelo proponente cultural e construímos duas listas que no fundo representam a totalidade do projeto em questão.
A primeira lista falará do material que precisará ser alugado. O pagamento destes objetos está direcionado para os proprietários das empresas que alugam material ou espaços físicos:
- locação de estúdio para o ensaio dos participantes do festival: R$ 3.000,00 (três mil reais);
- aluguel de equipamentos para as apresentações: R$ 3.900,00 (três mil e novecentos reais);
- premiação para o primeiro lugar no festival, uma viagem composta por passagem aérea de Porto Alegre para Paris, com seis diárias de hospedagem: R$ 9.000,00 (nove mil reais);
- equipamento de EPI: R$ 500,00 (quinhentos reais);
- transmissão ao vivo via streaming web: R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais);
- tarifas bancárias: R$ 300,00 (trezentos reais)
- gastos de atividades relacionadas com anúncios em redes sociais, sites jornalísticos e spotify: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Total desta lista: R$ 24.200,00 (vinte e quatro mil e duzentos reais).
A segunda lista falará dos pagamentos para os recursos humanos que envolvem os artistas, técnicos e produtores e gestores, pois no nosso entender, sem essas figuras profissionais não existirá o sucesso que a cultura merece:
- assistente de produção: R$ 2.200,00 (dois mil e duzentos reais);
- direção musical: R$ 6.000,00 (seis mil reais);
- músicos que acompanham os candidatos: R$ 3.000,00 (três mil reais);
- técnico de som: R$ 400,00 (quatrocentos reais);
- iluminador: R$ 600,00 (seiscentos reais);
- fotógrafo: R$ 300,00 (trezentos reais);
- apresentador do show: R$ 500,00 (quinhentos reais);
- coordenador geral do projeto: 5 pagamentos mensais de R$ 1.000,00 (hum mil reais) durante o período de junho a outubro de 2020, perfazendo: R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
- coordenação administrativa: R$ 1.800,00 (um mil e oitocentos reais);
- remuneração pela captação de recursos: R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais);
- premiação para os nove finalistas do festival, sob a forma de pagamentos de cachês com o valor individual de R$ 500,00 (quinhentos reais): R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais);
- ECAD: R$ 2.000,00 (dois mil reais)
Total desta lista: R$ 28.200,00 (vinte e oito mil e duzentos reais).
Conforme comentamos anteriormente, este projeto cultural é um diamante raro no contexto do que atualmente recebemos para analisar.
3. Em conclusão, o projeto “13º Festival da Canção da Aliança Francesa 2020” é recomendado para a avaliação coletiva, em razão de seu mérito cultural – relevância e oportunidade - podendo vir a receber incentivos até o valor de R$ 53.600,00 (cinquenta e três mil e seiscentos reais) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 16 de julho de 2020. Quinquagésimo segundo ano do Conselho Estadual de Cultura do RS.
Plínio Mósca
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 16 de julho de 2020.
Presentes: 24 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bortolotto, Ivo Benfatto, Paula Simon Ribeiro, Cristiano Laerton Goldschmidt, Gisele Pereira Meyer, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos, Nicolas Beidacki, Paulo Leônidas Fernandes de Barros, Gilberto Herschdorfer, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Jorge Luís Stocker Júnior, Moreno Brasil Barrios, Marlise Nedel Machado, Marcelo Restori da Cunha, Vinicius Vieira de Souza, Dalila Adriana da Costa Lopes, Gabriela Kremer da Motta e José Airton Machado Ortiz.
Abstenções: Luis Antonio Martins Pereira.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 22/07/2020 e considerados prioritários.
Após a avaliação coletiva, que atribui o grau de prioridade aos projetos, o projeto é prioritário obtendo a nota final de 4,28 pontos.
José Édil de Lima Alves
Presidente do CEC/RS
Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul Departamento de Fomento Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS