Processo nº 00168/2020
Parecer nº 179/2020 CEC/RS
O projeto “PESQUISA HISTÓRICA DO MUSEU DO HIP HOP RS - 2020” é recomendado para financiamento pela LIC-RS.
1. PRODUTOR CULTURAL: RAFAEL DIOGO DOS SANTOS CEPC: 5893 LOCAL DE REALIZAÇÃO: PORTO ALEGRE PERÍODO DE REALIZAÇÃO:PERIODO NÃO ESTIPULADO.
ÁREA DO PROJETO: CULTURAS POPULARES
CLASSIFICAÇÃO: PROJETO CULTURAL DIGITAL
EQUIPE PRINCIPAL :RAFAEL DIOGO DOS SANTOS- PESSOA JURÍDICA
FUNÇÃO: COORDENADOR GERAL É A EMPRESA: LIÉGE DONIDA BIASOTTO ME PESSOA/JURÍDICA
FUNÇÃO: PRODUTORA EXECUTIVA /EMPRESA: ASSOCIAÇÃO DA CULTURA HIP HOP DE ESTEIO /PESSOA JURÍDICA - FUNÇÃO: CONTRATAÇÃO DE PESQUISADORES E ARTICULADORES
INSTITUTO FIDEDIGNA PESSOA JURÍDICA /FUNÇÃO: GERENCIAMENTO DE DADOS
KALUNGA PRODUÇÕES PESSOA JURÍDICA /FUNÇÃO: COORDENAÇÃO DAS REGIONAIS E PRODUÇÃO DOS FÓRUNS ONLINE
CONTADOR: IEDA DUARTE CRC: 59847/O
O projeto consiste na realização de pesquisa e mapeamento online da história do hip hop nas nove regiões funcionais do estado do através da realização de fóruns e do levantamento de manuscritos, depoimentos, discos, filmes e outros materiais. os resultados da pesquisa serão publicados online e no futuro, comporão o acervo do espaço físico do museu do hip hop, a ser inaugurado em 2021 em porto alegre.
O projeto é uma iniciativa da associação da cultura Hip Hop de esteio, gestora da casa da cultura hip hop de Esteio, que busca a celebração, preservação e o resgate da história do hip hop no estado do RS. A pesquisa nasce com a missão de garantir que as histórias possam ser contadas com precisão pelas pessoas que a criaram. O Hip Hop é um movimento de cultura juvenil que surgiu nos Estados Unidos, nos últimos anos da década de 1960, unindo práticas culturais dos jovens negros e latino-americanos nos guetos e ruas dos grandes centros urbanos.
O movimento é constituído pela linguagem artística da música (Rap – ritmo e poesia, pelos rappers e DJs), da dança (o Break) e das artes plásticas (Graffiti). O museu do Hip Hop RS visa oferecer aos visitantes uma “explosão do passado”, com uma experiência submersa no Rap e Hip Hop dos anos 70 e início dos anos 80, onde começaram batalhas de Rap, dance-offs e festas de bloco de DJ no estado do Rio Grande do Sul, tendo como ponto de partida a esquina democrática, localizada no cruzamento da Avenida Borges de Medeiros com a Rua dos Andradas, no coração da cidade de Porto Alegre.
Atualmente, o Hip Hop tem sido trabalhado em diversos projetos sociais e educativos por todo país, enfocando seus mais variados aspectos dentro das casas da cultura do gênero musical, que hoje são 30 em todo país, sendo a de Esteio a primeira do estado do Rio Grande do Sul e a mais sustentável da América Latina. Esses novos espaços criados pelos jovens que constituem o movimento Hip Hop brasileiro ajudam a construir uma outra visão sobre a vida dos adolescentes, jovens e adultos, permitindo que eles se vejam como protagonistas de ações propositivas que contribuam para soluções dos problemas de nossa sociedade ou para a transformação da ordem social. A proposta, nesse projeto, busca o mapeamento e a pesquisa histórica do Hip Hop nas nove regiões do estado do RS, tendo como referência as cidades de Porto Alegre, Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria, Santa Cruz, Santo Ângelo, Erechim e Tramandaí, preservando as características locais de cada movimento e engajando a comunidade de cada uma das regiões. Para isso, serão contratados articuladores e pesquisadores locais, e realizados fóruns online de maneira gratuita. O resultado da pesquisa irá compor o acervo online e posteriormente físico do museu do Hip Hop RS.
DIMENSÃO ECONÔMICA:
A preocupação com o equilíbrio territorial do desenvolvimento é um desafio cotidiano no processo de planejamento e implementação de políticas públicas e, por isso, é o objetivo estratégico do projeto. É necessário que sejam empreendidos diferentes esforços, que vão desde o ordenamento das regiões que concentram grandes contingentes populacionais atuantes e consumidores da cultura Hip Hop, até o estímulo ao desenvolvimento das potencialidades regionais, passando pela promoção da desconcentração do desenvolvimento econômico, pela melhoria da infraestrutura das cidades, pela qualificação da rede logística, dentre outros. Para que esses esforços em prol da construção do primeiro museu do Hip Hop da América do Sul se viabilizem com maior qualidade, primeiramente é preciso conhecer as particularidades de cada região, suas histórias, sua realidade e suas potencialidades, o que já vem sendo feito por inúmeros atores e atrizes da cultura Hip Hop e acadêmicos de diferentes instituições regionais, com foco principal nas periferias. Assim, o projeto visa sintetizar diagnósticos de estratégias e de proposições apresentados pelos estudos realizados acerca da cultura Hip Hop nas últimas décadas tanto pelos municípios, quanto pelas nove regiões que serão mapeadas para construção de acervo e preservação histórica. Para isso, serão contratados articuladores e pesquisadores locais, gerando emprego e renda para novos agentes e fortalecendo a cadeia produtiva nas nove regiões do estado: Porto Alegre, Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria, Santa Cruz, Santo Ângelo, Erechim e Tramandaí. Por vivenciarmos esta realidade, visamos potencializar o trabalho de projeção profissional dos produtos culturais e intelectuais provenientes da juventude do estado do Rio Grande do Sul para o mundo. É válido ressaltar que a pesquisa e o mapeamento realizados terão seus resultados disponibilizado em ambiente on-line, e podem servir como subsídio para que empresas e entidades públicas aprofundem a regionalização das políticas públicas para cultura, como já exemplificada no case sustentável e independente da casa da cultura Hip Hop de Esteio, e, consequentemente, ampliando a criação de novos mercados para a cultura Hip Hop nacional.
DIMENSÃO CIDADÃ:
A associação da cultura Hip Hop de Esteio vem aplicando tecnologias sociais inovadoras e de impacto em locais de vulnerabilidade social, onde atende anualmente mais de 4.000 jovens das periferias de Esteio e de outras cidades do estado do RS. A realização de fóruns on-line, prevista por esse projeto, possibilitará que as comunidades locais e periféricas do Estado se conheçam melhor, uma vez que convivem em uma mesma cidade e região, mas não interagem entre si, sendo uma oportunidade de estreitar relações sociais cotidianamente e estabelecer uma convivência harmônica. Ainda, a realização do projeto celebra e preserva a história da música e cultura Hip Hop em nível local e global, com o intuito de inspirar, capacitar e promover a compreensão do mundo que vivemos e queremos, propondo através dos fóruns on-line que serão realizados, uma integração comunitária entre os atores sociais, favorecendo uma mudança no meio em que vivem.
OBJETIVO GERAL:
De pesquisa de campo online para construção de acervo digital do museu do Hip Hop RS nas nove regiões funcionais do estado do Rio Grande do Sul.
Socializar a história da cultura Hip Hop como ferramenta mobilizadora e produtora de conhecimentos sobre a vida dos(as) jovens protagonistas do Brasil; difundir valores éticos e morais relacionados ao Hip Hop, incentivando a capacidade de autoexpressão, reforçando a autoestima e promovendo o exercício da cidadania através do respeito ao patrimônio cultural e ambiental de nossa região; criar ambientes favoráveis para o desenvolvimento de arte, cultura, lazer, entretenimento através do Hip Hop; visibilizar o tema da violência de gênero e o extermínio da juventude; apoiar mulheres do movimento Hip Hop; promover o intercâmbio entre os grupos de Hip Hop e a renovação dos movimentos culturais de nosso município e região; resgatar, através do Hip Hop, os talentos e o bom gosto pelos eventos que venham enriquecer a cultura local; proporcionar aos adeptos da cultura Hip Hop a oportunidade de serem vistos e reconhecidos por seus talentos; fomentar a indústria da música independente ligada ao movimento Hip Hop, valorizando os artistas locais independentes; criar unidade entre os elementos da cultura Hip Hop e seus respectivos protagonistas.
METODOLOGIA
O projeto será realizado ao longo de dez meses, onde será realizada a pesquisa e mapeamento histórico e a realização de fóruns online. No primeiro mês do projeto, serão contratados os coordenadores, pesquisadores e articuladores locais para produzirem e ministrarem os fóruns de Hip Hop on-line para jovens e adultos de comunidades periféricas das nove regiões funcionais do estado do Rio Grande do Sul, para construção do acervo via manuscritos, discos, filmes e a celebração da cultura Hip Hop. Os fóruns serão realizados nas cidades de Porto Alegre, Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria, Santa Cruz, Santo Ângelo, Erechim e Tramandaí, com o objetivo de coletar depoimentos, experiências e materiais para compor o acervo digital. As atividades serão online e gratuitas. Para a articulação e divulgação do projeto, serão construídas redes com bairros e periferias de todas as cidades mencionadas de modo online, na intenção de mobilizar e articular o máximo de participantes para os fóruns locais e construção do diagnóstico estadual sobre a cultura Hip Hop. A realização dos fóruns acontecerá ao longo de nove meses, nos turnos manhã e tarde de modo on-line, atendendo em reuniões por aplicativos lideranças do movimento e jovens amantes da cultura Hip Hop, sendo 03h30 (três horas e trinta minutos) por encontro, uma vez por município referencial, preferencialmente aos sábados. A associação da cultura Hip Hop de Esteio será a responsável pela contratação de pesquisadores e articuladores em cada região, que será realizada através de um chamamento público, com análise de currículo e experiências em projetos semelhantes. Essa equipe a ser contratada deverá apresentar mensalmente relatórios da pesquisa aos coordenadores, que organizarão o acervo digital do museu. O projeto terá como sede provisória o Vila Flores, que será a referência espacial para a realização de reuniões e condução dos fóruns online. O espaço também será um articulador estratégico na pesquisa e divulgação do projeto, através de suas redes e parceiros. Como divulgações, serão criadas peças gráficas digitais para redes sociais (Instagram e Facebook), vídeos institucionais e um site, onde estarão disponíveis as informações com relatório e diagnóstico da pesquisa digital ao final do projeto. Como funções da equipe: coordenação geral: responsável por todo o projeto, articulações institucionais, coordenação de todos os trabalhos e contratados; supervisão da execução do projeto gerenciamento de dados: realização de questionários da pesquisa a serem aplicadas, juntamente com o historiador, plataformas para aplicação, sistematização das informações recolhidas e criação de relatório e diagnóstico finais da pesquisa; produções audiovisuais: criação de vídeos institucionais para o projeto, que estarão no site e nas redes sociais; contratação de pesquisadores e articuladores: associação da cultura Hip Hop de Esteio via mediação dos contratos com pesquisadores e articuladores (pessoas físicas), pagamento de impostos e supervisão dos contratos individuais historiador; coordenação e montagem dos percursos da pesquisa, norteamento histórico, análise de dados juntamente com o gerenciamento de dados; coordenação das regionais e produtor dos fóruns online: coordenação dos pesquisadores e articuladores locais, conector entre os envolvidos, organização dos fóruns online. Produção executiva: responsável pelos pagamentos e organizações de documentos para prestação de contas financeira, elaboração da prestação de contas física e financeira e consultoria dos trâmites necessários na lei de incentivo à cultura e junto aos patrocinadores.
É o relatório.
2. O projeto, conforme explanado acima por seu proponente, consiste na realização de pesquisa e mapeamento on-line da história do Hip Hop nas nove regiões funcionais do estado do RS, através da realização de fóruns e do levantamento de manuscritos, depoimentos, discos, filmes e outros materiais. Os resultados da pesquisa serão publicados on-line e, no futuro, comporão o acervo do espaço físico do museu do Hip Hop, a ser inaugurado em 2021, em Porto Alegre. Cabe salientar a abnegação da Associação Cultural Hip Hop de Esteio, idealizadora e proponente deste projeto. Rafuaggi, sendo o idealizador e coordenador frente a esta associação, tem ao longo dos anos prestado um serviço à comunidade mais carente na reafirmação do Hip Hop e suas potencialidades em um estado onde a cultura popular de periferia é pouco difundida e valorizada. Nada mais cultural e perene do que este museu identitário para a perpetuação de que a cultura popular de periferia é uma mescla do saber com identidade, cultura e pertencimento. A cultura do Hip Hop se confunde no repente - talvez na simbiose -, bebendo na vertente das décimas de Jayme Caetano Braun, poeta que difundiu e propagou os versos em décimas de espinela. Além diso, quantos talentos se sobressaíram dessas comunidades pelo interior do RS, e quantos aprofundados, neste feito do primeiro museu de pesquisa histórica do Hip Hop com um gerenciamento historiográfico, beberam nesta fonte inesgotável do saber do repentista e da arte visual,cinematográfica com registros históricos? Faço esse contraponto do grande pajador Jayme Caetano Braun e do Hip Hop porque ambos se enraizaram no povo em diferentes comunidades.
Não tenho dúvida que, ao relatar este projeto, adentro nos primórdios da cultura de periferia e, ao mesmo tempo, na perenidade dos que depois de nós irão se enraizar no que chamamos de identidade de um povo e sua cultura em diferentes sentidos de cada região deste estado. Sendo assim, nos cabe abrir as varas do peito e trazer para si o que cada jovem tem em suas produções - que talvez não tem incentivo e nem fonte de inspiração para se espelhar. O museu de pesquisa histórica do Hip Hop do RS será este elo entre o que nos foi legado através da história, e poderemos dizer sim, aqui também, como em Nova York, teremos, programado para 2021, o nosso Museu do Hip Hop, cada um em seus moldes e enquadramentos juntamente com a aprofundada pesquisa de historiadores e lutadores por esta cultura que ainda é discriminada em nosso país.
3. Em conclusão, o projeto “PESQUISA HISTÓRICA DO MUSEU DO HIP HOP RS - 2020” é recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar R$ 240.000.00 (DUZENTOS E QUARENTA MIL REAIS) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura. Para fins de prioridade, fica estipulada a nota 5.
Porto Alegre, 25 de agosto de 2020.
Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos Duarte
Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 26 de agosto de 2020.
Presentes: 24 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bertolotto, Alexandre Silva Brito, Aline Rosa, Cristiano Laerton Goldschmidt, Carlos Medeiros de Mello, Elma Nunes Sant’Ana, Ivone Grassi Keske, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Nicolas Beidacki, José Franciso Alves de Almeida, Paulo Leônidas Fernandes de Barros, Lucas Frota Strey, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Luciano Gomes Peixoto, Luiz Carlos Sadowisk da Silva, Luis Antônio Martins Pereira, Mario Augusto da Rosa Dutra, Vinicius Vieira de Souza, Michele Bicca Rolim e Rafael Pavan dos Passos.
José Airton Machado Ortiz
Presidente do CEC/RS
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