Processo nº 00209/2020
Parecer nº 252/2020 CEC/RS
O projeto “Natal do Morro 28 ª EDIÇÃO 2020”, em grau de recurso, é acolhido, sendo recomendado para financiamento pela LIC-RS.
1. O Projeto Natal no Morro 28 ª EDIÇÃO 2020, em grau de recurso, foi apresentado em 16.08.2020 e encaminhado ao CEC RS e a essa relatoria em 19.10.2020.
Produtor Cultural: Femate – Feira Comercial, Industrial e Cultural de Arvorezinha
Local de Realização - Arvorezinha
Evento não vinculado à data fixa.
É o relatório.
2. O proponente responde as questões feitas no primeiro parecer:
“Para sanarmos as dúvidas e apontamentos do parecer, destacamos que ao escrever o projeto ainda não sabíamos se seria possível a presença de público em eventos. Com isso, nossa proposta inicial era de que, se no momento de execução de realização do espetáculo fosse permitido público, realizaríamos o espetáculo ao vivo para os presentes, assim como sua transmissão através das mídias digitais do Natal no Morro. Porém, no decorrer dos meses, e percebendo que a pandemia não permitiria a presença de público, optamos em realizar a gravação do espetáculo e transmiti-la ao vivo nas plataformas digitais no dia 27 de novembro, e após realizarmos duas transmissões do espetáculo gravado nos dias 19 e 25 de dezembro. Informamos que a rubrica 1.13 – Cachê artístico – figuras, com o custo de R$ 5.000,00, é referente ao cachê da artista plástica da cidade que criará as figuras sacras em madeira naval, para compor o cenário do espetáculo. Como forma de elucidar melhor o trabalho desenvolvido, inserimos nos anexos fotos de algumas esculturas que já foram produzidas para espetáculos anteriores. Já em relação à participação do músico Rodrigo Soltton no espetáculo do Natal no Morro, informamos que a participação do músico encerra a cena do diálogo entre Maria e Isabel. O girar de um dos cenários traz o músico, em solo ao piano, para emoldurar a entrada dos 30 pequenos anjos camponeses e da atriz mais antiga do elenco: Josefina Bortollotto. Após o poema da atriz, Rodrigo interpretará Noite Feliz, em um arranjo especialmente composto para o espetáculo. O músico fará uma participação especial no espetáculo, sendo que este será gravado e transmitido em três oportunidades diferentes. Já em relação aos apontamentos referente ao espetáculo teatral, apresentamos a seguir mais informações sobre o mesmo: - Espetáculo Natalino: A história que eu escrevi Concepção (roteirista e diretor de palco): Pablo Capalonga, seu currículo foi inserido nos anexos. Sinopse: O aproximar-se de um novo dezembro anuncia, novamente, o natal em Arvorezinha. Os passos do burro, que conduz a Família Santa, deixam suas marcas sobre o Morro, que apresenta a história de Gabriel. Em meio a uma antiga sala de aula o menino depara-se com a seguinte tarefa entregue pelo professor: escrever, com as próprias palavras, a história do nascimento do Menino Jesus. A fantasia habitada na mente do garoto o leva a escrever uma história única, doce, e repleta de originalidade. Diante do nascimento do próprio irmãozinho, e vivendo em um mundo que passa por um momento difícil, Gabriel encontra-se diante de duas histórias parecidas, tendo que escrever apenas uma. A vida e a história se entrelaçam na mente do garoto, misturando as próprias linhas, em um espetáculo de alegria e emoção. Esta é a premissa do espetáculo natalino “A história que eu escrevi”. - Sobre o elenco: Formado por 93 pessoas, entre atores, cantores, dançarinos e músicos, o elenco compõem-se de cidadãos da comunidade que preparam-se tecnicamente, durante o ano, em oficinas de especialização. A participação dá-se de forma voluntária, agregando experiências e vivências que contribuem profundamente na formação pessoal de cada um. Possuem orientação e direção de equipe profissional, bem como técnicos de som, iluminadores, figurinistas, cenógrafos e maquiadores. Crianças, adolescentes, adultos e idosos adentram os vários palcos presentes no Morro, atuando no espetáculo que tem a duração de 1h35min. - Sobre a Concepção Cênica do espetáculo: O espetáculo contempla duas histórias que se cruzam a todo o momento: a chegada da família do Menino Jesus ao Morro, e os momentos que antecedem o seu nascimento, e a história do menino Gabriel, incumbido pelo professor, assim como seus colegas, de transcrever os fatos históricos para um pequeno livro. Diante deste argumento a cenografia apresenta-se em forma de um grande livro, que aberto, possui 2,20 de altura e 4,60 de largura. Cada página aberta por Gabriel apresenta um cenário da sua vida cotidiana ou da história sacra, como a sala de aula da escola, o interior da casa, um céu para as cenas de Maria ou para as brincadeiras das crianças ao ar livre, e uma estrebaria para a cena final com o presépio. Inserimos nos anexos os croquis do cenário. Este grande elemento central, torna-se um “coringa” por onde desfilam vários momentos e cenas, e aponta, durante todo o espetáculo, para a escrita e criação da história de Gabriel. O livro, como figura cênica principal, sublinha o desejo de valorizarse a escola, a educação e o estudo, assim como a criatividade e o espírito lúdico que estão presentes nas páginas do mesmo. Os figurinos caracterizam figuras simples do campo, concepção também presente nas roupas dos anjos, que vestem vestidos de algodão cru, ternos xadrezes e asas com palha de milho no lugar das penas. A trilha sonora, cantada por artistas da cidade, é original e especialmente composta para esta edição, tanto em letras como nos arranjos. O currículo do responsável pela trilha sonora está inserido nos anexos. A iluminação de Anilton e Tiago Souza pinta naturalmente cada ponta e canto do Morro, ligando a natureza aos cenários, e proporcionando à direção a possibilidade de deslocar as cenas rapidamente de um ponto ao outro, sem jamais perder a moldura da igreja ou da natureza em cada momento. É um elemento que produz extrema plasticidade ao espetáculo. Os adereços cênicos são produzidos de forma artesanal, com reaproveitamento de materiais e transformação de antigos objetos, em um pensar artístico consciente e evitando qualquer tipo de desperdício.”
Ao analisar as respostas enviadas, essa relatoria entende que foram sanadas as dúvidas levantadas no primeiro parecer.
O proponente teve a oportunidade de corrigir os equívocos apresentados no projeto e, sendo assim, Arvorezinha com certeza terá o seu esperado Natal do Morro, evento que a comunidade de quase 11 mil pessoas aguarda todos os anos por ser o maior evento da cidade e da região.
3. Em conclusão, o projeto “Natal do Morro 28ª Edição 2020”, em grau de recurso, é acolhido, sendo recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar R$ 179.800,00 (cento e setenta e nove mil e oitocentos reais) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura. Para fins de prioridade, fica estipulada a nota 5.
Porto Alegre, 25 de outubro de 2020.
Sandra H F Maciel
Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 28 de outubro de 2020.
Presentes: 22 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bertolotto, Alexandre Silva Brito, Aline Rosa, Cristiano Laerton Goldschmidt, Léo Francisco Ribeiro de Souza, Elma Nunes Sant’Ana, Daniela Giovana Corso, Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos Duarte, Nicolas Beidacki, José Franciso Alves de Almeida, Lucas Frota Strey, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Luciano Gomes Peixoto, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Luis Antônio Martins Pereira, Mario Augusto da Rosa Dutra, Vinicius Vieira de Souza, Michele Bicca Rolim e Rafael Pavan dos Passos.
José Airton Machado Ortiz
Presidente do CEC/RS
Parecer nº 233/2020 CEC/RS
O projeto “NATAL NO MORRO 28ª EDIÇÃO” não é recomendado para financiamento pela LIC-RS.
1. Este projeto está classificado na área da AUDIOVISUAL: PRODUÇÃO DE VÍDEO, Processo 209/2020, tendo como produtor cultural Femate - Feira Comercial, Industrial e Cultural de Arvorezinha, CEPC 6556, com sede em Arvorezinha, sendo o seu responsável legal Claudir Marin Fachinetto. Também participam as empresas Lume Organização de Eventos, na Coordenação Administrativa Financeira e Produção Executiva, e SX Serviços e Produções, responsável pela Coordenação Geral. A contabilidade está a cargo de Octaviano Rossi.
O evento propõe a produção, encenação, gravação e transmissão de espetáculo natalino no morro da Igreja Matriz São Batista em Arvorezinha. Em sua 28ª edição, o Natal no Morro terá o enredo intitulado “A história que eu escrevi”, que devido às imposições sanitárias deste ano, será um evento digital, onde estão previstas 3 apresentações (!?) a serem transmitidas pelo Facebook e Youtube, serem divulgados de forma online e física, por meio de anúncios impulsionados em redes sociais e jornal impresso.
Em sua dimensão simbólica a proposta destaca a “grande vocação para a cultura” da cidade, sobretudo pela colonização italiana, a recorrência deste evento e a beleza do local onde ele acontecerá. O proponente lembra que “Em busca de uma identidade para a cidade, em 1993, e com grande vocação para a cultura, principalmente das artes cênicas, foi realizada a primeira encenação”. Na dimensão econômica, é ressaltado que o “Natal no Morro sempre mobilizou a rede hoteleira e de restaurantes, bem como postos de combustíveis e demais comércios.” Para a dimensão cidadã, é comentada a democratização de conteúdos através da internet, fato que contribui para o “fortalecimento da cultura local, valorizando os costumes, elevando a autoestima dos artistas (gripo meu) e do público participante”.
O projeto está orçado em R$ 179.800,00, integralmente solicitados ao Sistema LIC/RS.
2. Apesar de estar associado a um evento tradicional e importante para a região, o projeto é deficiente em algumas informações fundamentais, sendo contraditório em alguns pontos, o que definitivamente prejudica a sua análise. Da mesma forma, o orçamento sugere sobreposição em certas atividades, fato que talvez onere desnecessariamente o empreendimento.
Em sua metodologia, a proposta descreve em detalhes as atividades técnicas e administrativas “necessárias” para a sua realização, porém não existem menções sobre o espetáculo do ponto de vista artístico, que no caso, é o aspecto mais relevante a ser contemplado. Ou seja, a infraestrutura é esclarecida de forma adequada, não ficando compreendido, todavia, o que exatamente será exibido, pois não existem elementos que ilustrem as atividades cênicas que serão gravadas, editadas e apresentadas.
Chama a atenção a existência de um único item, 1.13 “Cachê artístico – figuras” com custo de R$5.000,00, para a remuneração de atores (ou figurantes), constituindo apenas 2,8% do custo total. A sinopse anexada não permite precisar o número de artistas envolvidos na parte cênica, seus personagens ou tempo de atuação, o que compromete o nexo de outras rubricas significativas como figurinos e cenário, já definidas.
A própria inserção do conhecido músico Rodrigo Soltton, cujo cachê equivale a 1,9% do orçamento, é desconexa, visto que não se sabe a relação da sua apresentação como o todo. Neste sentido, convém trazer as palavras do proponente: “Informamos também que Rodrigo Soltton fará uma (grifo meu) participação especial no espetáculo teatral, em função disso, ele está na planilha orçamentária.”, entretanto, o projeto cita 3 apresentações da peça.
Quanto a esta questão, foram considerados os elementos levantados pelo parecer 164/2020 do SAT/SEDAC, que igualmente questiona os aportes técnicos aplicados ao projeto em relação à parte artística, como também pede esclarecimentos sobre se as apresentações serão ao vivo ou gravações.
Neste contexto, caso haja interesse do proponente em utilizar o expediente do RECURSO, abaixo são colocados os quesitos que devem ser atendidos, a fim de que se esclareçam as dúvidas indicadas:
apresentar a sinopse da peça;
determinar o número de atores e atrizes envolvidos, as respectivas remunerações e tempo de duração a peça;
definir a participação do músico Rodrigo Soltton no evento;
apresentar o currículo do diretor de palco e roteirista;
apresentar projeto ou croquis dos cenários;
apresentar currículo do responsável pela trilha sonora.
3. Em conclusão, o projeto “NATAL NO MORRO 28ª EDIÇÃO” não é recomendado para financiamento público.
Porto Alegre, 30 de setembro de 2020.
Rodrigo Adonis Barbieri
Conselheiro Relator
Sessão das 13h30min do dia 06 de outubro de 2020.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bertolotto, Alexandre Silva Brito, Aline Rosa, Léo Francisco Ribeiro de Souza, Elma Nunes Sant’Ana, Daniela Giovana Corso, Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos Duarte, Nicolas Beidacki, José Franciso Alves de Almeida, Luciano Gomes Peixoto, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Luis Antônio Martins Pereira, Mario Augusto da Rosa Dutra e Michele Bicca Rolim.
Não Acompanharam o Relator os Conselheiros: Sandra Helena Figueiredo Maciel, Vinicius Vieira de Souza e Vitor André Rolim de Mesquita.
Abstenções: Cristiano Laerton Goldschmidt, Lucas Frota Strey e Rafael Pavan dos Passos.
Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul Departamento de Fomento Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS