Processo nº 00024/2021
Parecer nº 074/2021 CECRS
O projeto “BAILE DA INCLUSÃO - DANÇA PARA TODOS” é recomendado para financiamento pela LIC/RS.
1. O projeto em tela tem como produtor cultural Odilon Brasil Dalla Porta, CEPC 6578, localizar-se-á na cidade de Porto Alegre, é da área de artes integradas e não está vinculado à data fixa.
Foi habilitado pelo SAT/SEDAC no valor R$ 245.600,00 (duzentos quarenta cinco mil e seiscentos reais), solicitados ao Sistema Pró-Cultura LIC/RS.
O projeto cultural Baile da Inclusão - Dança Para Todos será focado na inclusão de pessoas com necessidades especiais, no aspecto físico e mental, com enfoque na dança dos ritmos praticados no baile da cultura gaúcha. O conjunto musical Tchê Guri levará até três CTGS de três cidades gaúchas um professor de dança que ensinará pessoas com necessidades especiais e idosos oito ritmos dançados nos bailes gaúchos. O projeto será veiculado de forma gratuita nas plataformas digitais para que mais pessoas tenham acesso às aulas de dança.
O projeto tem como objetivo ensinar dança e ritmos gaúchos para pessoas com deficiência, através de um baile inclusivo e didático, levando este aprendizado para diversos cantos do Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo através da internet.
É o relatório.
2. As metas do projeto são a realização de três bailes da inclusão no: Centro de Tradições Gaúchas Pousada da Figueira em Porto Alegre, Centro de Tradições Gaúchas Pedro Serrano em Nova Hartz, Centro de Tradições Gaúchas Independência Gaúcha em Esteio, onde o grupo Tchê Guri irá tocar um repertório com ritmos variados para que pessoas com necessidades especiais e idosos possam aprender a dançar sob a orientação do oficineiro de dança Alexandre Ferreira de Lima. Será realizada a filmagem das aulas e, após a edição, a inserção do conteúdo em LIBRAS será postada nas redes sociais. Os bailes serão postados nas redes sociais do Grupo Tchê Guri de forma gratuita, em formato de web série. Durante a realização do baile não haverá público, somente os participantes da oficina.
Ao falar sobre a dimensão simbólica o proponente diz: “nosso Estado possui uma cultura ímpar, que se alicerça nas mais de 1700 entidades tradicionalistas que fazem parte do Movimento Tradicionalista Gaúcho, essa pujança cultural se manifesta em diversos segmentos da nossa cultura. Um dos segmentos de maior adesão e abrangência é a dança, onde temos concursos que envolvem mais de 2000 pessoas, como é o caso do ENART E DO FEGADAN. Possuímos centenas de profissionais que ensinam, coreografam e dançam nas invernadas de nossas entidades, o que faz da dança tradicional um mercado cultural de alta competividade e com uma grande geração de emprego e renda. Mas não são somente os profissionais da dança que tem o apreço por este segmento, também temos milhares de pessoas envolvidas de forma voluntária com as invernadas artísticas e, ainda temos o segmento da dança de salão, que além de fazer parte do lazer dos tradicionalistas, também é um mercado que movimenta diversos instrutores e professores, pois temos cursos de dança de salão por todos os cantos do Rio Grande. Levando em conta todo esse apreço que os gaúchos têm pela dança tradicional e regional, nossa iniciativa pretende reverenciar a qualidade da dança gaúcha, mas principalmente, fazer uma grande inclusão social através da arte, pois queremos ensinar dança de salão para pessoas com necessidades especiais e para os idosos. Temos a certeza que nosso projeto será de grande valia para a cultura gaúcha, pois estaremos usando a excelência da nossa dança e da música do Tchê Guri e proporcionará aos participantes das atividades a oportunidade de aprender dança de salão gratuitamente.”
No que diz respeito à dimensão econômica “o projeto contribuirá para o crescimento e o desenvolvimento do mercado cultural em 03 frentes: o setor da dança, onde estaremos proporcionando emprego e renda para o coreógrafo e instrutor do projeto, o setor musical, pois o grupo que irá realizar o baile estará movimentando toda a sua equipe em um período de retomada econômica, quando da execução do projeto, mantendo ativa um grande número de colaboradores que são necessários para colocar no palco um grupo da importância do Tchê Guri e estaremos fomentando o setor audiovisual, pois a equipe que irá filmar e transmitir o Baile da Inclusão também foi afetada pela pandemia, mas nossa iniciativa os proporcionará trabalho e renda. Também estaremos colaborando para que profissionais da produção e administração do projeto possam trabalhar e levar o sustento de suas famílias".
Na dimensão cidadã “nosso projeto será transmitido gratuitamente através da internet. Também não será cobrada inscrição para o Baile da Inclusão, ou seja, para aprender a dançar. Queremos que milhares de pessoas possam acessar as apresentações, fazendo uma democratização cultural ampla e formando plateia para o mercado cultural gaúcho. Através da presença de pessoas com deficiência e de idosos, estaremos proporcionando uma grande inclusão social. Teremos intérprete de libras e audiodescriçao, para que nossa inclusão esteja presente no baile e nas casas das pessoas que assistirão as transmissões”
Foi inserida nos anexos a metodologia da oficina de Dança que terão 14 vagas por edição com duas horas de duração. O trabalho consiste em aproveitamento e estimulação de movimentos. Entendendo cada limitação ou deficiência dos participantes, será feita uma análise de cada caso onde utilizaremos a realidade de cada um para que possamos organizar os movimentos mais usuais e para que se torne uma dança, junto a isso estimulando novas movimentações melhorando assim a coordenação motora e o raciocínio rítmico. O trabalho é feito individualmente com a ajuda de mais dois auxiliares da equipe do oficineiro, onde a atenção particular para cada caso será atendida. Trabalharemos ritmo, passos, compassos e estimulação muscular e motora, dentro de cada realidade. Serão visitadas as APES das três Cidades onde acontecerá o baile da inclusão para fazer o convite aos possíveis participantes.
Tendo em vista que o projeto prevê em uma de suas ações a realização da oficina de dança e gravação da live de forma presencial, recomenda-se que o Proponente realize o projeto seguindo os decretos do Município e do Estado em prevenção à Covid-19, que estarão vigentes no período da realização do evento, sendo observados os protocolos necessários para evitar a propagação do vírus.
O projeto possui mérito, relevância e oportunidade ao promover uma ação destinada às pessoas com necessidades especiais e idosas. A dança é um meio para promover a socialização, o respeito, a saúde, a autoconfiança, além de contribuir para o aumento da autoestima. Ademais, possibilita os mais variados estímulos para a experimentação de movimento, enriquecendo e auxiliando o desenvolvimento corporal dos alunos. É o diálogo do corpo com o mundo despertando sentimentos, sensações e emoções.
Segundo Arruda (1988), A arte do movimento, além de desenvolver as formas individuais e coletivas de expressão, de criatividade, de espontaneidade, concentração, autodisciplina, promove uma completa interação do indivíduo e um melhor relacionamento entre os homens”
3. Em conclusão, o projeto “Baile da Inclusão – Dança para todos” é recomendado para fins de financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar R$ 245.600,00 (duzentos quarenta cinco mil e seiscentos reais junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 16 de março de 2021.
Aline Rosa
Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10h do dia 19 de março de 2021.
Presentes: 24 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bertolotto, Alexandre Silva Brito, Aline Rosa, Cristiano Laerton Goldschmidt, Léo Francisco Ribeiro de Souza, Elma Nunes Sant’Ana, Alice Inês Lorenzi Urbim, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos Duarte, Nicolas Beidacki, José Francisco Alves de Almeida, Paulo Leônidas Fernandes de Barros, Lucas Frota Strey, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Luciano Gomes Peixoto, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Luis Antônio Martins Pereira, Mario Augusto da Rosa Dutra, Vinicius Vieira de Souza, Michele Bicca Rolim e Rafael Pavan dos Passos.
Não Acompanharam o Relator os Conselheiros:
Abstenções:
Impedimentos:
Ausentes no Momento da Votação:
Em razão do Of. Nº 021/2021 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 19/03/2021 e considerados prioritários.
Após a avaliação coletiva, que atribui o grau de prioridade aos projetos, o projeto é prioritário obtendo a nota final de 4,05 pontos.
José Airton Machado Ortiz
Presidente do CEC/RS
Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul Departamento de Fomento Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS