Processo nº 00032/2021
Parecer nº 050/2021 CEC/RS
O projeto “BENTO JAZZ WINE FESTIVAL 1ª EDIÇÃO 2021” é recomendado para financiamento pela LIC-RS.
1. O Projeto
BENTO JAZZ WINE FESTIVAL 1ª EDIÇÃO 2021 foi cadastrado em 05/02/2021, habilitado e recomendado para financiamento pela LIC-RS. Foi analisado pelo SAT/SEDAC em 22/02/2021, sendo encaminhado para avaliação em 23/02/2021.
Produtor: Mateus Staniscuaski e cia Ltda.
CEPC: 6754
Período de Realização: Evento não vinculado à data fixa.
Área do projeto: Música.
Município – Bento Gonçalves/RS
Constam no projeto:
Carlos Augusto Oliveira Badia de Oliveira, função: Coordenação artística.
Felipe Faccioni, contador - CRC: 81785.
O projeto tem custo total no valor total de R$ 679.503.20, sendo R$ 409.543,20 via MinC, R$ 252.860,00 ,valor solicitado via LIC e R$ 17.100,00 em comercialização de ingressos.
Passou por duas diligências e por algumas adequações pelo SAT/SEDAC, tendo as alterações de alguns valores que foram readequados.
É o relatório.
2. O Projeto 1ª Edição do Bento Jazz Wine Festival, mesmo cadastrado sem data fixa, apresenta o período de realização nos dias 16, 17 e 18 de julho de 2021, com os shows principais e ações que vão de 15 a 18 de julho de 2021. A programação inclui apresentações do que há de mais representativo entre os trabalhos de artistas do jazz, sejam locais, nacionais ou internacionais. Os shows ocorrerão por toda cidade, mas as apresentações principais serão no entorno da Igreja de São Bento e na Fundação Casa das Artes de Bento Gonçalves, no Anfiteatro Ivo Antônio Da Rold.
Serão seis apresentações gratuitas de música instrumental com músicos locais, nacionais e internacionais ao ar livre.
Três apresentações de música instrumental na Fundação Casa das Artes com cobrança de ingressos a preços populares.
Três apresentações de música instrumental para crianças em um palco denominado Jazzkids.
Quatro apresentações de grupos locais de jazz em espaços de acesso público da cidade.
Dois debates sobre o mercado da música e da cultura (e sua relação com o turismo).
Três master classes com músicos consagrados.
Oito oficinas para professores e 20 para estudantes da rede municipal pública de ensino, os capacitando para a criação de um grupo de música instrumental da comunidade escolar da cidade; Debate sobre o mercado da produção cultural e musical em seus vários aspectos, inclusive em sua relação com o turismo, avaliando alternativas frente ao cenário econômico atual e promovendo um momento de troca de saberes e intercâmbio cultural; Difusão da música instrumental e, em especial, do gênero do jazz e sua pluralidade e relação com a música brasileira com os grupos e artistas como:
* Enzo Favata - saxofonista e compositor, vem da Sardenha, a ilha italiana do Mediterrâneo. Sua música é conhecida internacionalmente no mundo, classificado como um grande expoente e mais original do jazz mundial, Favata é considerado entre os músicos que melhor representam o encontro entre sua cultura e o jazz.
* Filó Machado - José Sérgio Machado, conhecido como Filó Machado, de Ribeirão Preto, é um cantor, compositor, arranjador, instrumentista e produtor brasileiro.
* Bixiga 70 (é uma banda brasileira que mistura elementos da música africana, afrobeat, brasileira, latina e do jazz formada em 2010).
* Sambaranda - é um grupo vocal a capela que, através de arranjos originais, traz a influência jazz para o melhor da música brasileira, tendo ganhado o maior prêmio do mundo de música à capela.
* Cristian Sperandir e grupo, Pianista, tecladista, compositor, arranjador e produtor musical.
* A música perto de mim, com o paulista Fabio Torres, músico, instrumentista, pianista.
* Renato Neto e Grupo, (ex. tecladista de Prince, Rod Stewart e Tim Maia).
* Orquestra Vila Lobos de Porto Alegre.
* Trio Corrente Formado em 2001 pela união do baterista Edu Ribeiro, do pianista Fabio Torres e do contrabaixista Paulo Paulelli, o Trio Corrente vem criando um som original, interpretando de forma única os clássicos do choro, da MPB e do seu crescente repertório autoral. Nas performances do Trio, aliam-se em um agradável equilíbrio solos virtuosísticos e momentos de rara sutileza. Foram ganhadores do Prêmio Grammy em 2014.
* Beto Hermann - iniciou sua carreira na década de 80, participando de vários festivais gaúchos e realizando espetáculos autorais em teatros da capital, já ultrapassou a marca de 30 espetáculos inéditos para crianças e adolescentes, sempre com foco na qualidade musical e cênica.
* Renato Borghetti.
Além de outros grupos locais não definidos.
Oficinas: Ministradas por Guilherme Ibias Sanches.
Serão oficinas basicamente de percussão e movimento, estruturadas na construção e execução de instrumentos de sucata, utilizando também percussão corporal.
Através de uma seleção previamente agendada entre crianças de entidades assistenciais e/ou da rede municipal de ensino, será montado um grupo que receberá as oficinas visando a montagem de espetáculo itinerante, que possa se apresentar em ruas, parques, teatros, festas, etc.
Quanto à proposta pedagógica em si, a metodologia que será aplicada na fase de implantação enfatizará o protagonismo e a comunicação, formalizando uma espécie de canal com cada integrante do grupo, professores e escolas.
Dimensão simbólica:
O vinho e o Jazz tem sido uma combinação perfeita tanto para os amantes dos vinhos quanto para os amantes do jazz, como se fossem feitos um para o outro. O Jazz é uma das trilhas musicais preferidas pelo público para estar associado ao vinho, pelo seu encaixe perfeito. Assim, a experiência de vivenciar a intensa sinergia de degustar uma bebida tão especial e saudável como o vinho, com o embalo magnífico de um bom Jazz é marcante. Trata-se de uma combinação que serve para aguçar e despertar ainda mais nossos sentidos. O vinho, assim como o jazz, tem notas. Ampliando a poesia desta experiência, não seria exagero afirmar que um vinho com jazz passa a ter notas de Miles Davis, Monk e Billie Holiday. Realizar um festival de Jazz em Bento Gonçalves parte de uma premissa básica: pertinência. Porque Bento Gonçalves, sendo a capital brasileira do vinho, tem total adequação de abrigar um festival de jazz que une estas duas grandes paixões. Portanto, há fundamento, coerência, legitimidade e total relevância na ideia de um festival de jazz em Bento. Ainda mais quando se une ao vinho (wine, em inglês).
No mundo inteiro existem inúmeros festivais que unem o jazz e o vinho e adotam o nome de “jazz&winefestival”. Este fato ilustra apropriadamente que a união do vinho com o jazz é uma ideia absolutamente consolidada. O uso do termo “wine” se justifica pela internacionalização tanto do Festival quanto da projeção da cidade mundo afora.
Dimensão econômica:
Bento Gonçalves tem no turismo uma de suas grandes forças econômicas. Seja no Enoturismo, seja no turismo de eventos, a cidade se diferencia por sua capacidade de atração de público do país todo, bem como do exterior. Além disso, Bento faz parte da associação “Città del Vino”, que reúne cidades produtoras de vinho na Europa, cerca de 480 comunidades, produtores responsáveis por 80% dos vinhedos italianos com certificação de origem. Dessa forma, sendo um pólo turístico relevante no Brasil, especialmente do chamado Enoturismo, um evento de música que mistura jazz e vinho possui absoluta coerência e aderência com o calendário anual de eventos da cidade. Os eventos realizados na Serra Gaúcha fomentam a cadeia produtiva da cultura, gerando oportunidades de emprego e renda. A mão de obra local é amplamente utilizada em serviços como recepção, segurança, limpeza, sonorização, iluminação, além dos artistas e produtores, obviamente. Para além da movimentação econômica diretamente ligada às atividades artísticas, está o fluxo turístico que influencia diversos outros setores ligados à gastronomia, à hotelaria, aos transportes, ao comércio, entre outros.
Dimensão cidadã:
O festival tem acesso democrático à sua programação pela realização de shows nacionais e internacionais em um palco ao ar livre, sem cobrança de ingressos, além de apresentações a preços populares (de R$ 15 a R$ 30). Mas este projeto vai muito além das atrações musicais: busca criar um ambiente no qual se vivencie, dialogue e forme plateias para a cultura na Serra Gaúcha. Além das apresentações para os adultos, um palco voltado para crianças, mostrando que jazz é para todos os públicos. A preocupação com a formação dos pequenos também é presente através da realização de capacitações com os professores da rede municipal, com o objetivo da formação de um grupo instrumental. Apresentações de grupos locais em espaços de acesso público, master classes com artistas da programação e debates sobre a economia da cultura completam o conjunto de ações – gratuito – que pretendem fazer com que a cidade de Bento Gonçalves respire cultura.
3.Condicionante
* Que o projeto, sendo ele neste formato presencial, siga as leis vigentes do Estado e dos Municípios para o combate da Covid-19.
4. Em conclusão, o projeto “BENTO JAZZ WINE FESTIVAL 1ª EDIÇÃO 2021” é recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar R$ 252.860,00 (Duzentos e cinquenta e dois mil, oitocentos e sessenta reais) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 24 de fevereiro de 2021.
Luciano Gomes Peixoto
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10h do dia 25 de fevereiro de 2021.
Presentes: 24 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bertolotto, Alexandre Silva Brito, Aline Rosa, Cristiano Laerton Goldschmidt, Léo Francisco Ribeiro de Souza, Elma Nunes Sant’Ana, Alice Inês Lorenzi Urbim, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos Duarte, Nicolas Beidacki, José Francisco Alves de Almeida, Paulo Leônidas Fernandes de Barros, Lucas Frota Strey, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Luis Antônio Martins Pereira, Mario Augusto da Rosa Dutra, Vinicius Vieira de Souza, Michele Bicca Rolim e Rafael Pavan dos Passos.
Em razão do Of. Nº 021/2021 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 26/02/2021 e considerados prioritários.
Após a avaliação coletiva, que atribui o grau de prioridade aos projetos, o projeto é prioritário obtendo a nota final de 4,43 pontos.
José Airton Machado Ortiz
Presidente do CEC/RS
Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul Departamento de Fomento Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS