Processo nº 00074/2021
Parecer nº 177/2021 CEC/RS
O projeto “Museu do Tijolo – 2ª Edição - 2021” é recomendado para financiamento pela LIC-RS.
1. Trata este parecer de projeto da área de Espaço Cultural. O proponente é Associação dos Amigos dos Moinhos do Vale do Taquari, CEPC 3111. A equipe principal é composta por Diego Troian, Lume Organização de Eventos, Fundação de Apoio da UFRGS, Brasil Arquitetura e Centro Cultural Casa 7. O contador é Octaviano Rossi.
O projeto consiste na continuidade da etapa de acabamentos e mobiliário do Museu do Tijolo, no município de Arvorezinha. Nesta etapa estão incluídos o plano museológico, projeto museográfico e expográfico, sinalização e mobiliário para recepção, memorial e auditório.
Na dimensão simbólica, a proponente destaca a importância da cerâmica para o desenvolvimento do habitat humano, desde os elementos de alvenaria até utensílios e adornos. Aponta ainda a longa história da produção industrial cerâmica do Vale do Taquari, com suas antigas olarias.
No plano econômico, destaca a importância desta etapa para movimentar a indústria moveleira, e a abertura do Museu, no qual serão ministrados cursos entre outras atividades. Pretende-se que o museu integre o roteiro de turismo cultural da região, a qual já conta com o Caminho dos Moinhos e o Museu do Pão. Lembra a importância do museu para a preservação dos bens materiais e imateriais da região.
Na dimensão cidadã, salienta a importância da sociedade civil na construção e desenvolvimento das políticas culturais, e as atividades didáticas e recreativas voltadas aos estudantes a ser realizadas no museu, o qual contará com todos os itens de acessibilidade previstos nas normas, bem como áudio-guias e áudio-descrição, intérprete de libras e sistema de legendagem.
O projeto tem como única fonte de receitas o Sistema Pró-Cultura RS, ao qual solicita financiamento no valor de trezentos e quarenta e nove mil oitocentos e cinco reais.
É o relatório.
2. O plano museológico será realizado pelo Centro Cultural Casa 7, o qual também é responsável pela curadoria e produção de conteúdos, através da museóloga Eliane Muratore. A pesquisa de módulos expositivos e produção de conteúdos terá apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, cujas atividades estão previstas para ocorrer em nove meses.
O projeto museográfico e expográfico, e a sinalização estão a cargo do escritório Brasil Arquitetura, o qual também é o autor do projeto arquitetônico do Museu do Tijolo, e ainda do Museu do Pão em Ilópolis. O mobiliário será executado pela Marcenaria Baraúna, a partir de projetos dos arquitetos da Brasil Arquitetura.
O Museu da Cerâmica Vermelha, ou Museu do Tijolo, é uma importante iniciativa, pois se trata de material fundamental da arquitetura, sobretudo a arquitetura brasileira, para a qual a alvenaria ainda é o sistema construtivo mais utilizado. Contar a história deste elemento básico da nossa construção através de um museu localizado em uma das regiões com história na sua produção é particularmente importante. O Museu tem uma arquitetura de destaque, através do projeto da Brasil Arquitetura, dos arquitetos Marcelo Ferraz, Francisco Fanucci e equipe, o qual valoriza ainda mais o elemento construtivo, o qual é obviamente adotado para a construção do edifício, o qual é austero e singelo, simples, como a alvenaria de tijolos se apresenta em muitas das residências brasileiras, desde os mais pobres aos mais ricos dos brasileiros. O tijolo é, talvez, o mais democrático dos elementos construtivos, utilizado na autoconstrução e na construção de mais alta tecnologia.
Assim, o museu contará não só a história de um elemento construtivo da nossa arquitetura, como também a história do trabalho, da ocupação do nosso território (sobretudo o território urbano), a história de João, de José, do operário em construção, do oleiro que faz do barro a matéria prima fundamental das cidades brasileiras em seus espaços formais e informais, ou seja, conta a história elementar da urbanização brasileira.
Ainda que não possamos conhecer em profundidade o plano museológico, bem como o projeto museográfico e desenho final de cada elemento do mobiliário, a documentação apresentada, e o currículo dos profissionais envolvidos demonstram a capacidade de desenvolvimento adequado destas atividades.
3. Em conclusão, o projeto “Museu do Tijolo – 2ª Edição - 2021” é recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar R$ 349.805,00 (trezentos e quarenta e nove mil oitocentos e cinco reais) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 06 de junho de 2021.
Rafael Pavan dos Passos
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10h do dia 08 de junho de 2021.
Presentes: 24 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bertolotto, Alexandre Silva Brito, Aline Rosa, Cristiano Laerton Goldschmidt, Léo Francisco Ribeiro de Souza, Elma Nunes Sant’Ana, Alice Inês Lorenzi Urbim, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos Duarte, Nicolas Beidacki, José Francisco Alves de Almeida, Paulo Leônidas Fernandes de Barros, Lucas Frota Strey, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Luciano Gomes Peixoto, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Luis Antônio Martins Pereira, Mario Augusto da Rosa Dutra e Michele Bicca Rolim.
Ausentes no Momento da Votação: Vinicius Vieira de Souza.
Em razão do Of. Nº 151/2021 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 16/06/2021 e considerados prioritários.
Após a avaliação coletiva, que atribui o grau de prioridade aos projetos, o projeto é prioritário obtendo a nota final de 3,82 pontos.
José Airton Machado Ortiz
Presidente do CEC/RS
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