O projeto O SOM DO SURF – 1° edição é recomendado para financiamento pela LIC–RS.
1. O projeto O SOM DO SURF – 1° edição PROCESSO: 00188/2020 foi habilitado pelo SAT/SEDAC em 03 de março, sendo encaminhado ao CEC para esta conselheira em 4 de março de 2021.
A Área do Projeto é AUDIOVISUAL – PRODUÇÃO DE VÍDEO, não é vinculado à data fixa, e o projeto consiste em realizar uma série documental web plataforma, com conteúdo conectado – Youtube, Instagram e Facebook, no formato de exibição na internet. A dupla gaúcha Claus e Vanessa serão os apresentadores do Som do Surf que vão percorrer o litoral gaúcho e catarinense, atrás de quem consome e vive da música que embala uma tribo muito especial, os surfistas. Serão 6 capítulos com 15 minutos cada, o surf, a tribo, o som, as bandas, o mar e a noite, onde ouviremos relatos em formato de depoimentos de quem faz parte desse universo sonoro, como Tati Portella, Os Tatuíra, As Aventuras e Zaka Band.
A produtora cultural do projeto é 6 PRO EVENTOS EMPRESARIAIS LTDA, CEPC: 4175, sediada em Porto Alegre, cujo responsável legal é Rodrigo Machado. Também compõem a equipe principal do projeto: Agência Cuentos y Circo, com a função de roteirista, diretor de cena e direção geral de Fernando Puhlman, P.O.S. Publicidade, com a função de Captação de Patrocínio e Produção Executiva, Reclame Produtora de Áudio e Video Ltda, para criação de trilha e sound design para os episódios e Shamux Produção Musical Ltda, responsável pela direção artística, gravação, mixagem e masterização dos shows no estúdio, contando também com o contador Fabricio Azevedo.
Nas METAS do projeto estão:
Websérie para IGTV do Instagram de até 4 minutos, com 4 episódios
Websérie para Youtube de até 15 minutos com 6 episódios
6 lives para o Facebook.
O projeto em sua dimensão simbólica, aponta que “o conteúdo audiovisual tem hoje circulação por um longo período de tempo, podendo ser usufruído em diversas plataformas alcançando um público cada vez maior. E que esta atividade seja como vertente lúdica ou desportiva, tem sua própria dimensão cultural. Os surfistas tem seus fóruns de debate na rede, pintam e cuidam de suas pranchas, e procuram locais adequados para encontrar a onda perfeita. O surf teve início no Havaí como um passatempo entre os nativos e se tornou popular na década de 30 na Califórnia, na década de 70, inventaram as roupas de neoprene e a cultura surf se tornou um fenômeno global. O tema surf é associado a um estilo de vida, em que costumes, hábitos e aspectos comportamentais, são fatores vivenciados em comum pelos praticantes. Neste projeto serão documentados o consumo, fatores culturais, estilo e qualidade de vida, atividade física, e a relação ser humano e natureza”.
Quanto à dimensão econômica, “o surf movimenta uma economia que transpassa diversos segmentos. Desde a moda do surf, passando por costumes, alimentação e equipamentos. Rodrigo Segabinazzi, ressalta em sua tese de Mestrado “O estilo de vida da tribo do surfe e a cultura de consenso que a envolve”, que “as posses tem influência na construção de identidade do indivíduo que busca produtos para se associar a grupos ou sub-grupos em seu cotidiano. Considerando o mercado brasileiro do segmento, ele tem se mostrado tão atrativo quanto o de qualquer outro país cuja cultura surf esteja maciçamente presente, como Austrália e Estados Unidos. O documentário pretende fomentar a economia local que atende com serviços essas tribos e perpetua informações históricas de como evoluiu a prática desse esporte em nosso Estado. Comprometidos com o crescimento e fortalecimento do setor, neste projeto utilizaremos técnicos, artistas, insumos de produção gaúcha, ajudando a fortalecer a cadeia de produção audiovisual gaúcha. Buscando o desenvolvimento de profissionais locais, a equipe será formada por jovens realizadores de grande potencial, e com produtores culturais reconhecidos no mercado”.
Já na dimensão cidadã, “este projeto garante o amplo acesso da população de forma gratuita e democrática aos conteúdos nas diferentes plataformas da internet, incluindo a tradução e interpretação para Libras. As gravações serão produzidas em Porto Alegre, Torres, Xangrilá e Florianópolis, ainda a definir no roteiro. Buscando ter um alcance maior de espectadores, o projeto terá seu conteúdo amplamente veiculado nas redes sociais, e depois da exibição de todos os episódios na multiplataforma, será disponibilizado, como primeira exibição em tv aberta, na TVE RS. Além disso, o conteúdo abordado terá a participação da comunidade local envolvida com o surf, como esportistas, artistas, pessoas que prestam serviços para esta tribo, fortalecendo o sentimento de pertencimento, caracterizado pela partilha de significados, interesses e valores, envolvendo uma série de aspectos que os aproxima e os integra a um modo de viver, de se relacionar e de falar”.
Valor Total
R$ 315.983,00 [Trezentos e quinze mil e novecentos e oitenta e três reais] integralmente solicitados ao Sistema Pró-Cultura LIC RS.
É o relatório.
2. Na década de 70, para conhecer as melhores ondas e mapear o litoral do país, o surfista deveria ser um desbravador, levando uma vida simples e pacata junto às isoladas vilas de pescadores artesanais. E muitas praias no Rio Grande do Sul e Santa Catarina eram o exemplo perfeito desse cenário. Documentar a história do surf no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, aliada ao som do surf tem uma importância significativa no mercado audiovisual gaúcho, já que esta história do surf nunca foi resgatada neste formato. Vale destacar que os surfistas se socializam através de filmes, vídeos e revistas. O projeto apresenta uma planilha de custos equilibrada e um orçamento adequado para o mercado, sendo que cada episódio da websérie, terá um custo aproximado de 45 mil reais. A web série pretende mostrar o estilo de vida desta tribo, como se relaciona, onde se encontram, qual sua forma de apreciar a cultura e a preferência da música que está ligada ao esporte que praticam – o surf rock e o reggae -. Para uma melhor compreensão deste projeto multiplataforma é importante observar que o esporte contemporâneo tem despertado em seus praticantes a preferência por atividades mais livres e menos coercitivas, e o recuo dos valores competitivos. Esportes como o surf, praticados com pranchas, se baseiam em motivações focadas no prazer, na emoção e nas sensações imediatas. A partir disso, chega-se a uma nova sensibilidade esportiva, aprovando os prazeres sensitivos, a aventura, a estética das sensações, associando o bem-estar ao esporte lazer, e também ao esporte saúde, como afirma o filósofo francês, estudioso do consumo, Gilles Lipovetsky.
Ressalto, que em se tratando de gravações presenciais, é indispensável observar o contido no art. 1º, parágrafo único, da Resolução Nº 02/2020 do CEC RS, que condiciona a realização do projeto ao enquadramento às decisões legais das autoridades locais competentes no que se refere a medidas de enfrentamento a pandemia e também a leitura do Guia de Orientação para o Setor Audiovisual do RS elaborado pela APTC – Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do RS com acesso em: https://aptcrs.wordpress.com/2021/02/24/guia-de-orientacao-do-setor-audiovisual-versao-03/
3. Em conclusão, o projeto O SOM DO SURF – 1° edição é recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural (relevância e oportunidade), podendo captar R$ 315.983,00 [Trezentos e quinze mil e novecentos e oitenta e três reais], junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 14 de março de 2021.
Alice Urbim
Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10h do dia 16 de março de 2021.
Presentes: 24 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Alexandre Silva Brito, Aline Rosa, Cristiano Laerton Goldschmidt, Léo Francisco Ribeiro de Souza, Elma Nunes Sant’Ana, Alice Inês Lorenzi Urbim, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos Duarte, Nicolas Beidacki, José Francisco Alves de Almeida, Paulo Leônidas Fernandes de Barros, Lucas Frota Strey, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Luciano Gomes Peixoto, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Luis Antônio Martins Pereira, Mario Augusto da Rosa Dutra, Vinicius Vieira de Souza, Michele Bicca Rolim e Rafael Pavan dos Passos.
Não Acompanharam o Relator os Conselheiros:
Abstenções: Benhur Bertolotto
Impedimentos:
Ausentes no Momento da Votação:
Em razão do Of. Nº 021/2021 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 19/03/2021 e considerados prioritários.
Após a avaliação coletiva, que atribui o grau de prioridade aos projetos, o projeto é prioritário obtendo a nota final de 3,65 pontos.
José Airton Machado Ortiz
Presidente do CEC/RS
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