Processo nº 00200/2021
Parecer nº 250/2021 CEC/RS
O projeto “ESCOLA DO CHIMARRÃO ITINERANTE” é recomendado para financiamento pela LIC-RS.
1. Produtor: INSTITUTO ESCOLA DO CHIMARRÃO
CEPC: 2970
Período de Realização: Evento não vinculado à data fixa.
Produtor Cultural: INSTITUTO ESCOLA DO CHIMARRÃO
Município: VENÂNCIO AIRES
Responsável Legal: LILIANE INÊS PAPPEN Função: Coordenador Geral
Área do Projeto: TRADIÇÃO E FOLCLORE
Local de realização: ENCANTADO - CTG Giuseppe Garibaldi /Encantado/RS, ESTRELA –
CTG RACA GAUDERIA CRUZEIRO DO SUL –ESTRELA
CTG PAGOS DE SAO RAFAEL -LAJEADO –
CTG BENTO GONCALVES- Lajeado-RS
MATO LEITÃO - C.T.G. QUERENCIA DA MATA
NOVA BRÉSCIA - CTG PAIXAO CORTES.
VENÂNCIO AIRES - DTG PIAZITO DA TRADICAO
- CTG QUERENCIA DO GAUCHO- WESTFALIA –
CTG QUERENCIA WESTFALIANA.
TEUTÔNIA - CTG RINCAO DAS ROCA SALES –
CTG TROPEIROS DA AMIZADE. ANTA GORDA –
CTG LANCA CRIOULA- ARROIO DO MEIO –
CTG QUERENCIA DO ARROIO DO MEIO SANTA CRUZ DO SUL –
CTG RINCAO DA ALEGRIA.
COTIPORÃ - C T G POUSADA DOS CARRETEIROS.
VH Produções Culturais e Artísticas Ltda /Função: Produção Executiva:
Instituto Escola do Chimarrão –Jurídica/ Função: Coordenador Função: Oficineiro Pedro Schwengber
Contador: André Fernando Gerlach CRC: 68610
Outros Participantes
O projeto cultural Escola do Chimarrão - Itinerante trata-se da realização de um circuito de oficinas culturais sobre o feitio do chimarrão, sua importância histórico-cultural e os benefícios da erva-mate para nossa saúde.
Serão 15 oficinas, em 15 CTGs de 15 cidades do interior gaúcho, com duração de 00:45min, ministradas por Pedro Schwengber do Instituto Escola do Chimarrão, entidade esta que tem 22 anos de fundação e tem colaborado muito para o desenvolvimento da cultura gaúcha.
Também teremos artistas locais em cada cidade que farão um show de encerramento após as oficinas, valorizando assim os talentos de cada cidade, fazendo um intercâmbio entre segmentos culturais. As oficinas terão 01:00 hora de duração e serão realizadas de forma mista quanto à interação com o público, ou seja, teremos a presença de público em cada local e também teremos a transmissão das 15 oficinas através da internet, na página do facebook da Escola do Chimarrão, no endereço: https://www.facebook.com/escoladochimarrao, possibilitando assim, que tenhamos público, mas, com segurança sanitária e distanciamento e também tenhamos multiplicado o acesso às oficinas através da internet.
Linguagens e práticas artísticas, referências estéticas, originalidade, importância simbólica, identitária e de pertencimento para a cultura local. O Chimarrão é a bebida oficial do Rio Grande do Sul, podemos distinguir um gaúcho em qualquer lugar do mundo pelo simples fato desta pessoa estar com uma cuia e uma bomba na mão.
Sendo assim, o chimarrão faz parte da identidade cultural do gaúcho. Juntamente com o churrasco, o carreteiro de charque e as lendas, o chimarrão é o que temos de mais autêntico em nossa Tradição e nosso Folclore, pois, sabemos que a Tradição e o Folclore passam de geração a geração, assim como o Chimarrão. Por esta razão, temos que manter esta chama viva no coração de todos os gaúchos e, assim como contamos histórias e lendas para crianças, é de suma importância levarmos o aprendizado do feitio e dos aspectos culturais do chimarrão para crianças de diversas cidades gaúchas, para que possamos seguir cultivando esta tradição. Em havendo 15 oficinas sobre o chimarrão, em 15 cidades diferentes do RS, estaremos possibilitando o aprendizado e a propagação do Chimarrão como parte da cultura e da história Gaúcha, mantendo esta Tradição por muitos anos, pois, é através das crianças de hoje que poderemos perpetuar nosso Folclore e nossa Tradição, deixando um legado importantíssimo para futuras gerações. As apresentações artísticas de talentos locais de cada cidade, darão a 3 de 9 possibilidade de promovermos artistas que muitas vezes não tem a oportunidade de mostrarem seus talentos, sendo assim, ao abrirmos as portas de nosso projeto para estes artistas, estaremos fomentando novas carreiras, tanto presencialmente, como através das transmissões pelas redes sociais, levando o trabalho de cada um, além das nossas fronteiras.
Dimensão econômica: aspectos relacionados à economia da cultura, geração de empregos e renda, fortalecimento da cadeia produtiva, formação de mercado para a cultura. Estamos passando por um momento difícil do mercado cultural, a pandemia reduziu quase que totalmente as atividades dos artistas, oficineiros e dos profissionais da cultura, causando uma série de problemas mercadológicos ao setor. Temos diversos talentos abandonando suas carreiras e indo para outros setores da economia para poderem sustentar suas famílias e empresas de estrutura se extinguindo. Nosso projeto pretende movimentar a cadeia produtiva do mercado cultural no sentido gerar renda ao Instituto com as oficinas, equipe de produção, estrutura e administração do projeto, trabalhadores da cultura que sofreram com a paralização das atividades culturais. A verba de locação dos 15 ctgs também contribuirá muito para que haja entrada de recursos para estas entidades que tiveram suas receitas reduzidas de forma drástica, porém, seguem com suas despesas fixas correndo mês a mês. Sendo assim, nossa iniciativa poderá amenizar os impactos que a pandemia teve no setor cultural e manter em nosso mercado grandes profissionais que serão muito importantes para a retomada da economia.
Dimensão cidadã: práticas de democratização do acesso, formação de plateia, medidas de acessibilidade, relação com a comunidade local. Nosso projeto será realizado de forma mista, teremos público presente e transmissão através da internet. Não cobraremos nenhum valor para o ingresso ao evento e não haverá nenhum tipo de restrição de acesso através das redes sociais. Queremos que milhares de pessoas possam acessar as oficinas e as apresentações artísticas, fazendo uma democratização cultural e tendo uma grande distribuição de conhecimento.
Realizar 15 oficinas sobre o feitio do chimarrão em 15 cidades diferentes, evidenciando a importância cultural do chimarrão dentro da tradição e do folclore gaúcho e 15 apresentações artísticas locais, levando conhecimento e cultura para diversas cidades do Rio Grande presencialmente e do Brasil e do mundo através da internet.
Desenvolver o mercado cultural gaúcho através da realização de oficinas culturais; Fomentar a tradição e o folclore gaúcho, através da conscientização da importância do chimarrão na cultura gaúcha; Dar oportunidade à 15 artistas das cidades visitadas pelo projeto mostrarem seus talentos através das redes sociais; Mostrar ao povo gaúcho a história do chimarrão e sua importância cultural; Divulgar o chimarrão, nosso folclore, nossa tradição e nossos usos e costumes.
A VH Produções Culturais e Artísticas tem a função de produção executiva, fazendo todos os contatos com os locais das oficinas e profissionais do projeto para marcação de datas, horários, montagem de estrutura e horários de início e final das lives. Após a sinalização de patrocínios, começaremos a divulgação do projeto, com ampla predominância das redes sociais, mas também faremos mídia radiofônica nas rádios locais de cada cidade, para dar visibilidade às oficinas. Temos o oficineiro Pedro Schwengber que faz parte dos quadros do INSTITUTO ESCOLA DO CHIMARRÃO e fará as oficinas em nome do Instituto. Faremos 15 oficinas em 15 CTgs de 15 cidades diferentes, fazendo assim uma ampla democratização cultural. Faremos a locação dos 15 ctgs com o valor de R$ 1.500,00, para cobrir as despesas de abertura dos locais e também servindo para injetar este recurso nas entidades que estão com suas atividades paradas devido a pandemia. Teremos a apresentação de artistas dos quadros dos ctgs, sem ônus financeiro ao projeto, pois são artistas amadores que estão começando suas carreiras artísticas dentro do ctg e serão definidos pelos ctgs no momento da execução do mesmo, sendo assim, daremos oportunidade e visibilidade para cada um que se apresentar, proporcionando o surgimento e o desenvolvimento do novos talentos. As oficinas tem duração de 01:00hora e serão realizadas com intervalos de 15 dias cada uma, com exceção do mês de setembro que terá 01 oficina por semana.
As oficinas serão realizadas de forma mista quanto à interação com o público, ou seja, teremos a presença de público em cada local, conforme regras sanitárias, mas, se houver restrição sanitária em qualquer local de execução, faremos as oficinas somente através da internet, garantindo assim, o cumprimento do objeto principal do projeto que são as oficinas, garantindo o acesso gratuito do público através da internet e mantendo os cuidados sanitários.
É o relatório.
2. Na Semana Farroupilha de 1998, foi lançado o Projeto ESCOLA DO CHIMARRÃO pela Ervateira Rainha dos Pampas de Linha Travessa, Venâncio Aires-RS, com o objetivo de difundir e estimular o hábito salutar do CHIMARRÃO, ampliando seu consumo e beneficiando, assim, toda a cadeia produtiva da erva-mate.
Este projeto tem o propósito educacional e cultural, revisitando e oportunizando tantas cidades e regiões onde mais uma vez o chimarrão é universal, elo do pensar dos mais diversos povos e portanto através desta infusão há um místico de união e coletividade levando através dos CTG’S sua história, legado e pertencimento da bebida símbolo do gaúcho. De “galpão em Galpão “ virtualmente o chimarrão chegará a comunidade cultural, porque foi assim seu nascedouro através de uma primeira prenda que levou como pesquisa de sua amostra folclórica a formulação através da história e pesquisa até chegar a criação da Escola do Chimarrão que de primeiro começa do CTG’S para as escolas na troca de conhecimento pedagógico e cultural. Foi pelas mãos dessa prenda Liliane Pappen que este Instituto começa a crescer de mão em mão como bem diz a base fundamental da cuia no elo mais profundo e universal do que nos compõem enquanto identidade cultural e geográfica.
Devido à repercussão e resultados altamente positivos alcançados com o trabalho desenvolvido em Escolas, Clubes de Serviços, Eventos, Bric da Redenção, etc, em 05 de julho de 2004 foi fundado a ONG INSTITUTO ESCOLA DO CHIMARRÃO, sendo desmembrada, então, da Ervateira Rainha dos Pampas, passando a atuar como Entidade Civil, dotada de personalidade jurídica própria, sem fins lucrativos, regido por estatuto próprio, desenvolvendo atividades culturais, educacionais e artísticas, cultuando as tradições gaúchas, especialmente na difusão do Chimarrão, resgatando-o como hábito cultural e patrimônio dos gaúchos e na pesquisa sobre a erva-mate, além de incrementar o Turismo, valorizando o Símbolo e Título do muncípio de Venâncio Aires como a Capital Nacional do Chimarrão, exercendo importante papel no desenvolvimento cultural, educacional, social e econômico também.
Desenvolver o mercado cultural gaúcho através da realização de oficinas culturais; Fomentar a tradição e o folclore gaúcho, através da conscientização da importância do chimarrão na cultura gaúcha; Dar oportunidade à 15 artistas das cidades visitadas pelo projeto mostrarem seus talentos através das redes sociais; Mostrar ao povo gaúcho a história do chimarrão e sua importância cultural; Divulgar o chimarrão, nosso folclore, nossa tradição e nossos usos e costumes para o mundo através da internet; Além da divulgação este projeto traz a valorização do artista local de cada cidade que passarão fomentados pelos CTG´S que compõem este projeto. O Chimarrão é universal, mas a base do projeto é regionalizado valorizando seus artistas e sua gente.
O INSTITUTO ESCOLA DO CHIMARRÃO integrou o grupo de 80 gaúchos que fizeram "tour" por 5 países da Europa: FRANÇA, ÁUSTRIA, ITÁLIA, ALEMANHA e ESPANHA, divulgando os usos e costumes gaúchos, tradições, trajes típicos, participando da Inauguração do CTG UNIÃO DOS IDEAIS, na França.
Uma constatação importante foi a curiosidade do europeu em relação aos trajes e costumes gaúchos, em especial, o CHIMARRÃO. Isto demonstra que as pessoas estão interessadas em saber mais sobre o Chimarrão, suas formas e propriedades. Esta bebida amarga, tão apreciada pelos gaúchos, tem realmente o poder de aproximar as pessoas.
Como diz Glaucus Saraiva no poema Chimarrão: Pra finalizar, a poesia mais conhecida de todas sobre o Chimarrão, de autoria do poeta, folclorista, historiador e tradicionalista Glaucus Saraiva:
“Amargo doce que eu sorvo Num beijo em lábios de prata. Tens o perfume da mata Molhada pelo sereno. E a cuia, seio moreno, Que passa de mão em mão Traduz, no meu chimarrão, Em sua simplicidade, A velha hospitalidade Da gente do meu rincão.
Trazes à minha lembrança, Neste teu sabor selvagem, A mística beberagem, Do feiticeiro charrua, E o perfil da lança nua, Encravada na coxilha, Apontando firme a trilha, Por onde rolou a história, Empoeirada de glórias, De tradição farroupilha.
Em teus últimos arrancos, Ao ronco do teu findar, Ouço um potro a corcovear, Na imensidão deste pampa, E em minha mente se estampa, Reboando nos confins , A voz febril dos clarins, Repinicando: “Avançar”! E então eu fico a pensar, Apertando o lábio, assim, Que o amargo está no fim, E a seiva forte que eu sinto, É o sangue de trinta e cinco, Que volta verde pra mim.”
“Acho que com isso fica claro, bem claro, que o Mate nada mais é do que uma Alquimia, na qual transformamos uma planta em uma bebida, a solidão em companhia, e um simples encontro entre pessoas em uma irmandade”.
E, que bom seria se todos o sangue das injustiças e guerras pudessem voltar verde como o elo da paz em tempos em que a intolerância, a desigualdade, está cada vez mais forte e que por momentos mateamos para amenizar o saber do pensar e aliviar as penas de tantas lutas diárias que nos inquietam.
3. Em conclusão, o projeto “ESCOLA DO CHIMARRÃO ITINERANTE” é recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar R$ 209.870,00 (duzentos e nove mil, oitocentos e setenta reais) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 01 de agosto de 2021.
Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos Duarte
Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10h do dia 09 de agosto de 2021.
Presentes: 24 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bertolotto, Alexandre Silva Brito, Cristiano Laerton Goldschmidt, Léo Francisco Ribeiro de Souza, Elma Nunes Sant’Ana, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Nicolas Beidacki, Paulo Leônidas Fernandes de Barros, Vitor André Rolim de Mesquita, Luciano Gomes Peixoto, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Mario Augusto da Rosa Dutra, Vinicius Vieira de Souza,
Não Acompanharam o Relator os Conselheiros: Aline Rosa, Alice Inês Lorenzi Urbim, Luis Antônio Martins Pereira, Michele Bicca Rolim e Rafael Pavan dos Passos.
Abstenções: Rodrigo Adonis Barbieri e Lucas Frota Strey.
Ausentes no Momento da Votação: José Francisco Alves de Almeida.
Em razão do Of. Nº 301/2021 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 11/08/2021 e considerados prioritários.
Após a avaliação coletiva, que atribui o grau de prioridade aos projetos, o projeto é prioritário obtendo a nota final de 2,86 pontos.
José Airton Machado Ortiz
Presidente do CEC/RS
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