Processo nº 00268/2021
Parecer nº 270/2021 CEC/RS
O projeto “CINE ROCK 1ª EDIÇÃO 2021” é recomendado para financiamento pela LIC-RS.
1. O projeto passou pela análise técnica do sistema Pró-Cultura sendo encaminhado a este Conselho nos termos da legislação em vigor.
O produtor cultural é 6 Pro Eventos Empresariais Ltda, CEPC: 4175 localizada em Porto Alegre, sendo o responsável legal Rodrigo Vargas Machado, é co-realizador deste projeto a Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIR) cujo o Responsável Legal é Fatimarlei Lunardelli e a contabilidade está ao encargo de Fabrício Azevedo CRC: 89665
O projeto concorre na área de ARTES INTEGRADAS, não está vinculado à data fixa e pretende ser realizado na cidade de Porto Alegre.
O valor total do projeto é R$ 324.155,00 (trezentos e vinte e quatro mil e cento e cinquenta e cinco reais), deste valor, R$ 16.705,00 (Dezesseis mil e setecentos e cinco reais) serão provenientes da comercialização de bens e serviços e restante, R$ 307.450,00 (Trezentos e sete mil, quatrocentos e cinquenta reais) solicitados através da Lei de Incentivo a Cultura.
Apresentação:
O projeto Cine Rock, consiste numa mostra de 09 (nove) filmes, seguidos de shows musicais com bandas e grupos do Estado, em 05 (cinco) noites, de quarta a domingo, e na produção e lançamento de um livro cujo o título é 'OLHARES DA CRÍTICA SOBRE O CINEMA GAÚCHO' que traz reflexões críticas sobre importantes filmes do cinema gaúcho.
Dos 09 (nove) filmes a serem exibidos no projeto, 04 são filmes gaúchos, 02 filmes nacionais e 03 filmes internacionais, que tem como eixos a relação do cinema e com a música, destacando ainda a diversidade de gêneros musicais e das possibilidades de fazer cinema, ao apresentar filmes de ficção, documentários e biografias.
O local de realização é o Auditório Araújo Vianna, espaço que tem autorização especial da Secretaria Especial de Combate ao Covid-19 por obter a estrutura necessária para executar um evento seguro e capaz de atender todos os protocolos exigidos pelo Governo Estadual para combater o novo coronavirus.
Os filmes e grupos foram selecionado pela Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e pela Opinião Produtora, sendo eles: “Filme sobre um Bom Fim (2015)” de Boca Migotto seguindo de show banda Banda Defalla, ´Elis (2016) de Hugo Prata com show de Camila Lopez & O Arrastão (Tributo à Elis Regina), ´Yesterday´ de Danny Boyle com show da Banda Beatles no Acordeon, ´Chuck Berry - O Mito do Rock´ com show de Beto Bruno e grandes estrelas do rock gaúcho, ´Houve uma vez dois verões (2002)´ de Jorge Furtado com show da Banda Ultramen, ´Borghetti Yamandu (2018)´ de Rene Goya Filho com show de Renato Borghetti, CINEFLOYD tocando o disco The Dark Side of The Moon em sincronia com o filme ´O mágico de Oz (1939)´ de Victor Fleming, e ´Get On Up - A história de James Brown´ com show inédito da banda Motherfunky tocando James Brown e usando figurinos confeccionados somente para este show. Mais os filmes ´Mais uma canção´ de Rene Goya Filho e o documentário ´Cássia´ de Paulo Fontenelle. O projeto pretende ainda entregar um legado para a comunidade, através do livro ´OLHARES DA CRÍTICA SOBRE O CINEMA GAÚCHO´ com reflexões críticas sobre filmes importantes do cinema gaúcho, destacando aspectos técnicos, estéticos, narrativos, socioculturais e históricos relativos às obras. O que terá inicio a sua produção, durante a primeira etapa de realização do projeto, terá textos de autoria dos integrantes da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (Accirs) e de pesquisadores convidados. São os organizadores do livro, Daniel Feix, Fatimarlei Lunardelli, Ivonete Pinto, Mônica Kanitz e Rafael Valles, que definiram os títulos a partir de listas de cinco indicações de cada autor. A previsão de lançamento do livro é na ultima noite de atividades do projeto. Haverá distribuição de exemplares do mesmo, para bibliotecas de universidades públicas, espaços culturais de administração nacional e imprensa critica cinematográfica, os demais exemplares serão vendidos por preço quase de custo.
Os ingressos serão gratuitos e todos disponibilizados na plataforma Sympla para o público se inscrever, sem escolha de assentos, e respeitando os distanciamentos necessários previstos nos decretos de combate da covid-19.
Justificativa
Em sua dimensão simbólica, o projeto entende que o cinema deve ser arte para todos, gratuito e inclusivo. A iniciativa de adotar políticas públicas, como o fomento do Pró-Cultura RS, voltadas para a efetiva democratização dessa linguagem, pretende apresentar uma observação contextualizada sobre o acesso ao cinema. Pois, apesar da aparente trivialidade dessa atividade, assistir a um filme em um cinema, atualmente, não pode ser considerado um programa de baixo custo, o que dificulta o acesso das classes populares. O cinema pode ajudar a compreender quem somos e como somos representados. Ou seja, contribui na construção de identidades sociais. Além disso, a iniciativa é inédita.
O Cine Rock lançará também um livro com ênfase na reflexão crítica sobre a produção cinematográfica do Rio Grande do Sul reunindo a pluralidade de olhares dos críticos de cinema. Entre os autores há mulheres, negros, profissionais do interior, jovens, adultos experientes e mestres da crítica como Hélio Nascimento, Hiron Goidanich, Enéas de Souza e Luiz Carlos Merten. O livro oferecerá à sociedade e ao segmento cinematográfico nacional um registro crítico que valoriza este importante e premiado polo audiovisual brasileiro. Como medida de preservação da memória cultural gaúcha, a Accirs manterá 10% da tiragem como patrimônio da entidade para que esses livros possam ser distribuídos ao longo do tempo a bibliotecas, acervos e arquivos de universidades e de instituições dedicadas ao cinema. A tiragem remanescente será comercializada a preço acessível no valor de R$13,00, a ser destinada ao custeio da rubrica 1.22 na planilha financeira.
Quanto a dimensão econômica, a distribuição e o acesso da população às salas de cinema no Brasil, podem apresentar um reflexo da concentração socioeconômica e da desigualdade regional do país. Os resultados são os entraves que dificultam a democratização do cinema por conta dos valores dos ingressos – consequência da dominação da indústria cultural sobre as salas de exibição – e a frequência por um público com maior poder aquisitivo. O que se verifica é a crescente preferência pela forma doméstica de assistir aos filmes, em substituição à ida às salas de cinema. Existem duas razões interligadas para isso: a percepção de que a ida ao cinema tornou-se um programa relativamente caro e o aparecimento de alternativas de boa qualidade para assistir filmes em casa. O projeto Cine Rock, de maneira alguma quer apresentar o Auditório Araújo Vianna como alternativa às salas de cinema, mas sim, quer contribuir para a retomada da cultura de ir assistir filmes em salas especiais. O espaço hoje conta com locais que podem ter distanciamento social, liberação pela secretaria especial de combate ao covid (em bandeira vermelha). Ainda, tem a intenção de puxar a atenção às produções cinematográficas nacionais, e gerar emprego e renda para profissionais do audiovisual brasileiro e principalmente gaúchos.
Já em sua justificativa na dimensão cidadã, o Auditório Araújo Vianna por ser bem público tem um papel fundamental na promoção dessa política pública de cultura, oportunizando com este projeto acesso gratuito a sétima arte. A localização do espaço, por ser próximo a região central da cidade auxilia no acesso e a quantidade de assentos disponíveis (que terá relação direta com a bandeira estipulada pelo Governo do RS) propicia abrangência de público no alcance total do evento. Podendo chegar a mais de 5.000 pessoas beneficiadas diretamente com cultura gratuita se tivermos somente 1/3 da capacidade do local autorizada, dividido por todos os dias. Atividades recreativas como o cinema obedecem a fins lucrativos, mercantis e industriais. “Seus produtos buscam oferecer aos consumidores uma espécie de valor cultural, que ultrapassa a concepção de utilidade econômica convencional e incorpora conveniência artística, religiosa, estética, entre outras” (SOUZA; PIRES, 2012, p. 19). Nesse sentido, cabe aos governos, aos agentes culturais e aos próprios profissionais da indústria cinematográfica brasileira permitirem que o nosso cinema continue alcançando patamar de sucesso, aliando interesses de produtores, distribuidores e exibidores, além de fomentar as coproduções e a democratização do acesso.
Com a produção do livro, o maior legado será a própria publicação da reflexão crítica contemporânea sobre a extensa produção cinematográfica do Rio Grande do Sul. O livro permanecerá como fonte de debate e pesquisa sobre este importante segmento da economia criativa e do patrimônio cultural sul rio-grandense. De forma geral, o livro contribuirá com a divulgação do cinema gaúcho e cultivará a memória cinematográfica do estado.
É o relatório.
2. A proposta de aliar cinema e música, como formas artísticas complementares, em um espaço reconhecido como palco de grandes shows e que reunirá nomes de destaque na música urbana produzida em terras gaúchas, de forma gratuita e com todos os cuidados de combate à COVID-19, é muito bem vinda e oportuna, se justificando em sua dimensão simbólica, econômica e cidadã.
Este projeto promove arte, geração de renda e entusiasmo para os trabalhadores da cultura e para o publico participante, que começam a vislumbrar uma luz de superação, deste momento tão delicado que temos vivido.
No cronograma podemos verificar as etapas de desenvolvimento e a metodologia generosa em informações que nos possibilitam enxergar o projeto de forma objetiva e como pretendem alcançar seus objetivos.
Os cachês das bandas e os pagamentos aos técnicos se mostram de acordo com valores apresentados em projetos semelhantes, no entanto. Há também uma boa distribuição interna dos recursos, porém percebe-se valores expressivos nas rubricas 1.24 – locação do espaço e 1.25 e 1.26, respectivamente iluminação e sonorização, que somadas chegam a quase 1/3 do orçamento previsto, no entanto este relator considera que estas rubricas são fundamentais para a realização do projeto e se consideradas a quantidade de dias que aconteceram as atividades, os valores são justos e coerentes.
Todas as diligências do SAT foram respondidas a contento, há cartas de anuência da equipe, das bandas, das distribuidoras dos filmes, como também, orçamentos dos serviços técnicos e explicações e lista de distribuição dos livros.
3. Em conclusão, o projeto “CINE ROCK 1ª EDIÇÃO 2021” é recomendado para financiamento público em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar R$ 307.450,00 (Trezentos e sete mil, quatrocentos e cinquenta reais) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 11 de agosto de 2021.
Mario Augusto da Rosa Dutra
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10h do dia 13 de agosto de 2021.
Presentes: 23 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bertolotto, Alexandre Silva Brito, Aline Rosa, Cristiano Laerton Goldschmidt, Léo Francisco Ribeiro de Souza, Elma Nunes Sant’Ana, Alice Inês Lorenzi Urbim, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos Duarte, Nicolas Beidacki, José Francisco Alves de Almeida, Paulo Leônidas Fernandes de Barros, Lucas Frota Strey, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Luciano Gomes Peixoto, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Vinicius Vieira de Souza, Michele Bicca Rolim e Rafael Pavan dos Passos.
Em razão do Of. Nº 301/2021 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 24/08/2021 e considerados prioritários.
Após a avaliação coletiva, que atribui o grau de prioridade aos projetos, o projeto é prioritário obtendo a nota final de 3,91 pontos.
Benhur Bortolotto
Presidente do CEC/RS
Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul Departamento de Fomento Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS