Processo nº 00515/2021
Parecer nº 442/2021 CEC/RS
O projeto “INDIVIDUAL CAMILA PROTO: HÁ ALGO QUE ECOA ENTRE A TERRA E A LÍNGUA – 1ª edição – 2021” é recomendado para financiamento pela LIC/RS.
1. O projeto CAMILA PROTO: HÁ ALGO QUE ECOA ENTRE A TERRA E A LÍNGUA - PROCESSO 515/2021, foi cadastrado em 14/10/2021, habilitado pelo SAT/SEDAC, em 25/10/2021, sendo encaminhado ao CEC para esta conselheira em 28/10/2021.
A área do Projeto é ARTES VISUAIS – ARTES, não é vinculado à data fixa, com previsão de realização em 2022.
Apresentação do Projeto
Realizar a primeira exposição individual da artista Camila Proto nas Salas Negras do Museu de Arte do Rio Grande do Sul; publicar um livro que acompanha e expande o evento expositivo; e desenvolver um material didático digital para ser distribuído para escolas da rede básica de ensino, tanto públicas quanto privadas
O responsável legal é Carina Dias de Borba, tendo como função proponente, gerente administrativa e financeira do projeto da Dias Produções Ltda de Porto Alegre, com CEPC de número 6402.
Na equipe principal, Camila Proto, como artista do projeto, Diego Hasse como curador da exposição, Carolina Grippa, como produtora do projeto. Como contador, Nelson Adriano Moraes. Como outros participantes, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, com o responsável legal Francisco Dalcol, na função de diretor-curador da instituição.
Nas METAS do projeto estão:
Produzir a exposição individual - Há algo que ecoa entre a Terra e a língua, produzir o material didático, realizar dois encontros virtuais, havendo uma troca com artista, curador e arte-educadora com professores de escolas públicas e particulares, produzir e imprimir 500 unidades do livro, disponibilizar e-book gratuitamente pelo site do MARGS e distribuir material didático digital para 50 escolas.
O projeto em sua dimensão simbólica:
Está claro como a relação entre tecnologia e arte é cada vez mais expoente na produção artística contemporânea. Para além das discussões sobre mídias e técnicas, fica explícito um anseio por parte dos artistas de entregar ao espaço expositivo, novas maneiras de engajar e provocar o público e estimular reflexões. Neste sentido, a proposta expositiva “Há algo que ecoa entre a Terra e a língua” apresenta duas obras de instalação interativas, as quais convidam o público a se relacionar diretamente com os trabalhos, mas levam em conta o âmbito semiótico das construções de sentidos.
A exposição apresenta a espectralidade do som como poder de persuasão, de infiltração, e inclusive como estratégia para pensar uma produção contemporânea capaz de estabelecer um campo efetivo de discussão crítico-política, no que tange suas dimensões sociais, culturais e ambientais.
Na instalação Ilha Sonora, parte-se da prerrogativa de que um som urbano produziu uma ilha no estuário que banha a cidade: Lago Guaíba. Já em Microerosões, questionam-se as escalas erosivas dos afetos e expressões cotidianas que temos com a paisagem que nos engloba e os seres que nos rodeiam. Logo, a dimensão simbólica ambiental que esta exposição apresenta para a cidade, é a de uma outra mirada à catástrofe ambiental que nos assola, a fim de instigar o público a pensar outras formas de estar, ser e de se relacionar no mundo contemporâneo
Quanto à dimensão econômica:
A mostra individual é um ponto de partida e de visibilidade para a poética da artista, que é considerada a mais jovem a ser contemplada, com uma exposição individual no Museu de Arte do Rio Grande do Sul. A artista, representa a nova geração de artistas contemporâneos riograndenses e as possibilidades de inovação dentro do sistema da arte e das instituições. A realização deste projeto, prevê a contratação de profissionais das áreas de comunicação, design, edição, montagem de exposição e marcenaria. Para a produção do livro, a editora local Azulejo Arte Impressa concentrará as funções de design, diagramação, impressão e publicação dos 500 exemplares impressos – para além da sua disponibilização online, em formato e-book de livre acesso e download. É importante salientar que a gráfica possui certificado FSC. Com isso, estimula-se a produção local de publicações no campo das artes. O mesmo ocorre no que tange à contratação da equipe de arte-educador responsável para a criação do material educativo. Ou seja, tal estratégia também serve como dispositivo incentivador da formação de profissionais e pesquisadores em artes visuais
Já na dimensão cidadã,
O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, local que abrigará a exposição, se encontra na Praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre. O próprio Museu já possuiu facilidades em sua construção para a acessibilidade, como rampas e elevador. A entrada ao museu é gratuita e há um núcleo educativo, com mediadores, que trabalham para uma aproximação do público com a arte, além de assegurar o apoio às escolas visitantes. Paralelo à estas atividades, também haverá a criação do material didático digital e os encontros com professores, para expor as potencialidades interdisciplinares da mostra. O livro que será publicado ao final da exposição, será distribuído em escolas, universidades, bibliotecas, museus, instituições culturais e para o público em geral interessado no assunto de forma gratuita. Também será disponibilizado o download gratuito do e-book, ampliando o acesso desse material para todo território nacional e internacional.
Valor Total
R$ 95.293,50 [noventa e cinco mil e duzentos e noventa três reais e cinquenta centavos], solicitados integralmente ao Sistema Pró-Cultura LIC RS.
É o relatório.
2. Pensar o som, é também pensar o mundo? Como enunciar e ouvir um mundo que, ao mesmo tempo em que se destrói, está a todo o momento se (re)inventando? Partindo dessas questões, este projeto apresenta desdobramentos da pesquisa poética de Camila Proto. A artista aposta na potência do som como meio para a resistência sócio-cultural e ambiental, bem como no seu potencial para a ativação da relação entre o público e as cidades.
Com curadoria de Diego Hasse, a exposição está prevista para acontecer no MARGS em 2022, conforme carta de anuência do diretor-curador do Margs, Francisco Dalcol. A mostra ocupará duas salas expositivas e ficará aberta para visitação durante 60 dias. Em cada uma das salas, o visitante terá uma experiência imersiva e tecnológico-interativa, por meio das instalações Ilha sonora e Microerosões, descritas em material anexo em um projeto expográfico com planta e representação. As instalações instigam o público a pensar outras formas de se relacionar com um mundo em constante transformação. Nesse sentido, como parte do processo expositivo, os espectadores serão convidados a criar dispositivos (visuais e/ou sonoros), procurando e registrando o que consideram “ilhas sonoras” e “microerosões” em seu dia-a-dia nas cidades. Como uma plataforma de ampliação da investigação dos ecos que o título do projeto sugere, tal solução intenta estimula a geração de novas experiências que aproximam a arte da vida digital cotidiana e uma (re)conexão do público com a cidade, após o longo período de distanciamento e isolamento social.
Camila Proto, é de Porto Alegre, artista multimídia, mestra em Artes Visuais pela UFRGS e doutoranda em Filosofia pela PUC-Rio. Sua pesquisa percorre o universo intersemiótico, tensionando as relações entre arte, ciência e filosofia. Em sua participação em exposições, destaca-se: o Circuito Universitário da Bienal Internacional de Curitiba (2017, Curitiba), o Prêmio de Arte Contemporânea da Aliança Francesa (2019 e 2020, Porto Alegre), o festival 10 Novas Frequências (2020, Rio de Janeiro), e a Exposição Internacional "ComCiência" (2019, Belo Horizonte). Em 2021, integra o comitê curatorial do Festival 7 KinoBeat.
Diego Hasse, o curador da exposição, é bacharel em História da Arte (UFRGS) e mestre em História, Teoria e Crítica da Arte . É membro do Grupo de Pesquisa CNPq "Arte em trânsito: viagens, derivas, deslocamentos”. Atualmente pesquisa dimensões críticas suscitadas pela relação entre arte e natureza. Integra o Comitê Curatorial da Galeria Ecarta (2020-2021). Foi curador da exposição "Salta d'água: dimensões críticas da paisagem" (2017), em conjunto com o Prof. Dr. Eduardo Veras. A mostra recebeu o destaque em Exposição Coletiva do XI Prêmio Açorianos (2018) e foi finalista nas categorias Jovem Curador, Memória e Curadoria.
Em se tratando de programação presencial, é indispensável observar o contido no art. 1º, parágrafo único, da Resolução Nº 02/2020 do CEC RS, que condiciona a realização do projeto ao enquadramento às decisões legais das autoridades locais competentes no que se refere a medidas de enfrentamento a pandemia.
3. Em conclusão, o projeto “INDIVIDUAL CAMILA PROTO: HÁ ALGO QUE ECOA ENTRE A TERRA E A LÍNGUA – 1ª edição – 2021” é recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar R$ 95.293,50 (noventa e cinco mil e duzentos e noventa três reais e cinquenta centavos) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 14 de novembro de 2021.
Alice Inês Lorenzi Urbim
Conselheira Relatora
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10h do dia 13 de novembro de 2021.
Presentes: 23 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Alexandre Silva Brito, Aline Rosa, Cristiano Laerton Goldschmidt, Léo Francisco Ribeiro de Souza, Elma Nunes Sant’Ana, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Nicolas Beidacki, José Francisco Alves de Almeida, Paulo Leônidas Fernandes de Barros, Lucas Frota Strey, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Luciano Gomes Peixoto, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Luis Antônio Martins Pereira, Mario Augusto da Rosa Dutra, Vinicius Vieira de Souza, Michele Bicca Rolim, Rafael Pavan dos Passos e José Airton Machado Ortiz.
O projeto foi considerado prioritário obtendo a nota final de 5,00 pontos.
Benhur Bortolotto
Presidente do CEC/RS
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