Processo nº 00614/2021
Parecer nº 022/2022 CEC/RS
O projeto “Grandes Histórias, Pequenos Formatos - 2022” é recomendado para financiamento pela LIC-RS.
1. Identificação do Projeto
Titulo do projeto: Grandes histórias, pequenos formatos – 2022
Processo: 00579/2021
Período de Realização: Evento não vinculado à data fixa.
Local de Realização: PORTO ALEGRE - Os quatro (04) filmes de curta-metragem aqui propostas poderão ter as suas gravações em qualquer município do Rio Grande do Sul, desde que respeitado o limite orçamentário estabelecido para cada um. Por este motivo, optamos por colocar aqui, apenas o município de Porto Alegre, cidade-sede da produtora proponente; CAÇAPAVA DO SUL - Possibiidade de município para gravação do filme "à noite, entre as árvores"; SÃO JOSÉ DOS AUSENTES - Possibilidade de município para gravação do filme "A fronteira"; MOSTARDAS - Possibilidade de município para gravação de cenas do filme "Golden record".
Área do Projeto: AUDIOVISUAL: Produção de vídeo
Classificação: Artes e Economia I - Criativa
Produtor Cultural: COLATERAL FILMES LTDA.
CEPC: 3877
Responsável Legal: EDUARDO PIRES CHRISTOFOLI
Função: Produtor Executivo
Equipe Principal
Nome do profissional/empresa: Eduardo Christofoli
Função: Produtor do projeto.
Nome do profissional/empresa: Tuane Maite
Função: Diretora de fotografia do curta-metragem "À noite, entre as árvores".
Nome do profissional/empresa: Taísa Ennes
Função: Diretora, roteirista e montadora do curta-metragem "A fronteira" e montadora do curta-metragem "Grão azul".
Nome do profissional/empresa: Rafael Duarte
Função: Diretor de fotografia dos curtas-metragens "A fronteira" e "Grão azul".
Nome do profissional/empresa: Leonardo Wittmann
Função: Diretor e roteirista do curta-metragem "À noite, entre as árvores".
Nome do profissional/empresa: Rafael Coelho
Função: Montador do curta-metragem "À noite, entre as arvores".
Nome do profissional/empresa: Filipe Barros
Função: Diretor e roteirista do curta-metragem "Golden record".
Nome do profissional/empresa: Eduardo Rosa
Função: Diretor de fotografia do curta-metragem "Golden record".
Nome do profissional/empresa: Joana Bernardes
Função: Montadora do curta-metragem "Golden record".
Contador: Monica Wildner
CRC: 093475/O
Recursos próprios do proponente: não há
Receitas previstas com a comercialização de bens e serviços: não há
Patrocínios ou doações, sem incentivo fiscal: não há
Receitas originárias de Prefeituras: não há
Receitas originárias de Leis de Incentivo Federal: não há
Valor Proposto para a LIC: R$ 345.873,00 (trezentos e quarenta e cinco mil e oitocentos e setenta e tres reais)
Valor Habilitado pelo SAT: R$ 340.673,00 (trezento e quarenta mil e seiscentos setenta e tres reais)
Segundo o SAT, “Realizada a análise pela equipe técnica do PRÓ-CULTURA, foi verificada a adequação da proposta ao enquadramento previsto na Instrução Normativa SEDAC 05/2020, art. 3°. Diante das informações apresentadas e observado o enquadramento da proposta, o projeto cultural é habilitado e encaminhado para avaliação do Conselho Estadual de Cultura – CEC.
É o relatório.
2. O projeto cultural na sua proposta afirma que “O projeto GRANDES HISTÓRIAS, PEQUENOS FORMATOS nasce com o propósito de fomentar a cena independente do audiovisual gaúcho com a proposta de produção de quatro filmes de curtas-metragens de realizadores(as) locais que terão como janela inicial de exibição o canal de TV por assinatura Prime Box Brazil e disponibilização gratuita, após a estreia, na internet. O objetivo aqui é dar conta de uma demanda de um grupo de profissionais que, hoje, encontram-se em um ´limbo profissional´, visto que ou não são atendidos pelos editais de fomento à atividade, ou não possuem recursos necessários para produção de seu próximo filme. Desta forma, este projeto pretende fomentar e incentivar carreiras, ao mesmo tempo que propõe contação de novas histórias, resgatando um dos modelos de produção com mais êxitos na história do audiovisual gaúcho.”.
Em sua dimensão simbólica o proponente justifica que “O projeto GRANDES HISTÓRIAS, PEQUENOS FORMATOS pretende dar voz a uma geração de cineastas que se encontra em um hiato de produção. O motivo para esta parada não é voluntária e sim porque este grupo não consegue se encaixar em nenhuma das pontas das atuais oportunidades de fomento disponíveis no mercado. Por serem diretores(as) que já possuem uma filmografia, ou seja, já realizaram filmes em suas carreiras, não podem inscrever um projeto em linhas de primeiro filme, ou seja, diretores estreantes. Porém, muitas vezes, mesmo este currículo um pouco mais robusto e premiado, também não lhes dá força para emplacarem seus primeiros projetos de longas-metragens, pois nestes editais, seus currículos ainda acabam sendo fracos quando comparados aos demais concorrentes. Assim, este projeto pretende, a partir de quatro (4) roteiros pré-selecionados pela proponente, fomentar a produção audiovisual independente do estado, incentivando realizadores a continuarem sua produção artística, fortalecendo seus currículos e permitindo que sejam mais competitivos dentro de seu próprio mercado.”.
Em sua justificativa de sua dimensão econômica ressalta o proponente que “o projeto GRANDES HISTÓRIAS, PEQUENOS FORMATOS justifica-se dentro desta solicitação de recursos da Lei de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Sul, porque tem o objetivo de movimentar o mercado audiovisual, não através de um projeto único, mas de um projeto continuado, movimentando a cada edição mais de 120 postos de trabalho diretos e mais de 300 indiretos e afetados, descentralizando recursos de uma pessoa contemplada para várias pessoas, seja diretamente, através de pagamento de bens e/ou serviços, seja indiretamente, através das famílias dos profissionais ligados a cada uma das produções.”.
No que corresponde a dimensão cidadã o projeto afirma que “ Segundo estudo da Kantar IBOPE Media, mais de 204 milhões de brasileiros consumiram conteúdo em vídeo na televisão, sendo mais de 7 horas diárias. Independente da forma de acesso, o brasileiro conectado se destaca em relação à média global quando o assunto é consumir conteúdo. Entre 2016 e 2019, a proponente deste projeto, a produtora Colateral Filmes, testou uma forma diferente de distribuição e exibição de filmes de curta-metragem. Ao invés de produzir obras que primeiro seriam exibidas em festivais de cinema, resolveu utilizar a internet como primeira janela de exibição. O resultado disso foram quase 1 milhão de pessoas impactadas pelas campanhas de lançamento de cada projeto.” E mais adiante afirma que” Para alcançar este objetivo, este projeto estabeleceu parceria com o canal Prime Box Brazil, um dos canais da programadora independente Box Brazil, e, após a estreia no canal, a liberação dos curtas-metragens na internet em página específica do projeto no site da proponente para serem acessados onde e quando quiser. Acreditamos que esta estratégia coloca os filmes aqui produzidos com o dinheiro público, mesmo que de maneira indireta, nas mãos de quem paga esta conta: o povo gaúcho. Não queremos restringi-los a poucas pessoas. Queremos colocar os curtas-metragens aqui produzidos nas mãos dos público a alguns cliques de distância, seja através da internet, seja através das exibições na grade do canal Prime Box Brazil.”.
3. Análise de Mérito
Os olhos do menino Salvatore, apelidado de Totó, giram fascinados ao acompanhar movimento do rolo de filme em Cinema Paradiso (Giuseppe Tornatore/ 1988), que é uma homenagem ao encantamento do cinema, que quando na infância e na juventude se impregna na pele, a acompanha sempre, como a potência luminosa de um projetor. Com sua imaginação fértil, o protagonista desde pequeno percebe que o cinema é uma linguagem potente, não só para criar coisas que não existem, como também para falar poeticamente da realidade.
O cinema é uma ferramenta de conhecimento de si próprio e o mundo, e os abismos entre a sétima arte e a vida real ficam cada vez menores com projetos que incentivem o jovem a conhecer o cinema e seu cotidiano, botar a mão na produção cinematográfica e enxergar uma realidade possível e realizável. Assim, o sonho realizado de Totó, o menino protagonista de Cinema Paradiso, não ficará tão distante e poderá ser alcançado por muitos jovens brasileiros.
Histórias nos ajudam a entender e fazer escolhas diante de um mundo cheio de incertezas e contradições. Quando contamos histórias no cinema, construímos pontes, inspiramos e abrimos novas oportunidades de colaboração. Por isso, os cineastas não cansam de contar histórias que mostram como a mudança pode partir de qualquer pessoa e como a força da ação se constrói no coletivo.
Justifica-se a importância e o mérito deste projeto por incentivar a carreira de quatro jovens realizadores oportunizando recursos para produção de novas obras de curta-metragem de forma a fortalecerem seus currículos para se tornarem mais competitivos na disputa por novos projetos.
Por outro lado, cumpre ressaltar que o projeto cultural “GRANDES HISTÓRIAS, PEQUENOS FORMATOS” está muito bem modelado e de fácil compreensão para sua avaliação, apresentando elementos conclusivos em seus anexos (roteiros, currículos, cartas de anuência, metodologia detalhada, orçamento,descrições técnicas, certidões, etc.), que confirmam a qualidade da proposição e que asseguram uma efetiva realização, o que contribui para credenciar esta proposta.
4. Em conclusão, o projeto “Grandes Histórias, Pequenos Formatos - 2022” é recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar R$ 340.673,00 (trezentos e quarenta mil e seiscentos setenta e três reais) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 17 de janeiro de 2022.
Paulo Leônidas Fernandes de Barros
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10h do dia 18 de janeiro de 2022.
Presentes: 24 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Alexandre Silva Brito, Aline Rosa, Cristiano Laerton Goldschmidt, Léo Francisco Ribeiro de Souza, Elma Nunes Sant’Ana, Alice Inês Lorenzi Urbim, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos Duarte, Nicolas Beidacki, José Francisco Alves de Almeida, Lucas Frota Strey, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Luciano Gomes Peixoto, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Luis Antônio Martins Pereira, Mario Augusto da Rosa Dutra, Vinicius Vieira de Souza, Michele Bicca Rolim, Rafael Pavan dos Passos e Bianka de Freitas Biedrzycka Maduell.
Em razão do Of. Nº 030/2022 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 19/01/2022 e considerados prioritários.
Após a avaliação coletiva, que atribui o grau de prioridade aos projetos, o projeto é prioritário obtendo a nota final de 3,14 pontos.
Benhur Bortolotto
Presidente do CEC/RS
Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul Departamento de Fomento Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS