Processo nº 00305/2022
Parecer nº 313/2022 CEC/RS
O projeto “1ª SEMANA MUNICIPAL DO TROPEIRO” é recomendado para avaliação coletiva.
1. O projeto em pauta, após realizada a análise pela equipe técnica do Pró-Cultura RS é considerado adequado quanto a sua proposta sendo recomendado para avaliação coletiva.
O projeto tem como produtor cultural CTG PRESILHA DO PAGO DA VIGIA, por contador RUI FRANCISCO FERREIRA RODRGUES, se classifica como Tradição e Folclore e não está vinculado à data fixa. O valor total do projeto é de R$ 120.050,00 (cento e vinte mil e cinquenta reais), sendo que R$ 23.850,00 (vinte e três mil oitocentos e cinquenta reais) são receitas de comercialização de bens e serviços, R$ 18.900,00 (dezoito mil e novecentos reais) de patrocínios e o valor solicitado a LIC é de R$ 77.300,00 (setenta e sete mil e trezentos reais).
O tropeirismo é um fenômeno mundial, originado na época em que o principal meio de transporte era a tração animal. A atividade tropeira pertence à época das trilhas em lugar das estradas, quando os rios eram vadeados nos passos e a produção dos agricultores precisava ser transportada a distantes centros consumidores.
O tropeirismo em Santa Bárbara do Sul teve início ainda na época das Missões jesuíticas, quando os padres esconderam o gado da região das Missões nas Vacaria dos Pinhais. Como era necessário alimentar a população das Reduções, frequentemente os missioneiros iam até Vacaria dos Pinhais buscar o gado para o abate e passavam pelos campos de Santa Bárbara, localizados no dorso da Coxilha Grande. Devido a topografia plana e a ausência de rios caldosos, a região de Santa Bárbara do Sul, ainda no século XVIII, foi um corredor de tropas durante o ciclo do tropeirismo jesuítico-guarani. Com a Conquista das Missões em 1801, e apropriação do gado das reduções, começam o movimento de tropeiros “paulistas” na região, pouco povoada, habitada somente por índios kaingang nos matos castelhanos e português. Após estas expedições, a antiga trilha das Missões (ente Cruz Alta e Vacaria) torna-se um intenso corredor de tropas rumo a São Paulo. Mas, somente a partir da década de 1820, com a fundação da Vila do Divino Espírito Santo da Cruz Alta, que os campos nativos da região de Santa Bárbara são apropriados por militares e tropeiros paulistas, para a formação de estâncias pastoris dedicadas a criação de muares que seriam comercializadas na Feira de Sorocaba. Através do tropeiro tivemos a formação de cidades e conjuntamente todo um contexto histórico que deve ser preservado para que não percamos nossas raízes culturais.
É o relatório.
2. Como podemos observar no relato apresentado o tropeirismo foi de suma importância para a formação desta região do Rio Grande do Sul bem como para o centro do pais. O projeto proposto é relevante para a cultura local, já que reafirma os costumes de uma época aventureira e desbravadora que resultou na fundação de dezenas de cidades oriundas dos pouso das tropas. A proposição visa desenvolver temáticas como: as Tropas, Tropeiros e o Tropeirismo - um movimento que transformou o Brasil, preparando um currículo base para formação e orientação de professores municipais para que o tema seja inserido no currículo pedagógico no município, reforçando as bases da cultura local. Pretende também realizar em Santa Bárbara do Sul palestras de qualificação, Tropeada Histórica e gravação de um documentário além do lançamento de um Livro sobre a temática abordada.
Os valores solicitados ao sistema LIC no montante de R$ 77.300,00 (setenta e sete mil e trezentos reais) podem ser considerados baixos se compararmos com projetos de atividades similares. Há um forte envolvimento da comunidade em torno desta temática e, além de tudo o que já foi citado, acrescenta-se diversas apresentações musicais com temáticas do tropeirismo, café e janta com comidas típicas da época, interprete de libras para as transmissões de lives, além do lançamento de uma revista contando esse passado histórico desta região, com a distribuição gratuita nas escolas.
3. Em conclusão, o projeto “1ª SEMANA MUNICIPAL DO TROPEIRO” é recomendado para avaliação coletiva, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar R$ 77.300,00 (setenta e sete mil e trezentos reais) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 18 de julho de 2022.
Léo Francisco Ribeiro de Souza
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10h do dia 19 de julho de 2022.
Presentes: 24 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Alexandre Silva Brito, Aline Rosa, Cristiano Laerton Goldschmidt, Elma Nunes Sant’Ana, Alice Inês Lorenzi Urbim, Luciana Thomé, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Maria Silveira Marques, Nicolas Beidacki, José Francisco Alves de Almeida, Paulo Leônidas Fernandes de Barros, Lucas Frota Strey, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Luciano Gomes Peixoto, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Luis Antônio Martins Pereira, Mario Augusto da Rosa Dutra, Plínio José Borges Mósca, Michele Bicca Rolim, Rafael Pavan dos Passos e Bianka de Freitas Biedrzycka Maduell.
Em razão do Of. Nº 152/2022 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 20/07/2022 e considerados prioritários.
Após a avaliação coletiva, que atribui o grau de prioridade aos projetos, o projeto é prioritário obtendo a nota final de 3,82 pontos.
Benhur Bortolotto
Presidente do CEC/RS
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