Processo nº 00242/2023
Parecer nº 471/2023 CEC/RS
Projeto “APARTE FESTIVAL NATIVISTA QUERÊNCIA DO BUGIO 16ª EDIÇÃO” .
Neste ano de 2023, se completa 10 (dez) anos, da realização do 15º e mais recente APARTE do Festival Nativista "Querência do Bugio", que por motivos vários, mas especialmente o financeiro, ficou todo este lapso de tempo sem sua realização. Pois no corrente ano tem-se a intenção de retomar a realização do referido evento cultural com o 16º APARTE DO FESTIVAL NATIVISTA "QUERÊNCIA DO BUGIO" e, cabe aqui salientar que, nesta oportunidade, o Festival já possui uma empresa patrocinadora cuja Carta de Intenção em Patrocinar está nos anexos. Sua realização terá abrigo na sede social do CTG NEGRINHO DO PASTOREIO, no município de São Francisco de Assis-RS, chão repleto de cultura, terra de Tyrteu da Rocha Viana e João Otávio Nogueira Leiria, de um povo hospitaleiro apegado às tradições e apreciador da boa Música Nativista e de Fandango. No Festival "Querência do Bugio", concorrem composições inéditas, em duas linhas, qual sejam: Linha Campeira Nativista e a Linha com obras musicais no ritmo "Bugio", que se diga de passagem, é o único ritmo genuinamente do Estado do Rio Grande do Sul. Na Linha Campeira Nativista podemos encontrar vários ritmos como: canções, milongas, Chamamés, etc. Na Linha Bugio, como o próprio nome sugere, recebe-se apenas obras musicais no ritmo "BUGIO" visando difundir este ritmo que é patrimônio musical do Rio Grande do Sul, onde encontramos historiadores que afirmam que esse ritmo nasceu em São Francisco de Assis-RS através da gaita do folclórico Neneca Gomes. Outros historiadores, afirmam que a origem do ritmo "BUGIO", é dos Campos de Cima da Serra, mais precisamente da cidade de São Francisco de Paula-RS, através dos pioneiros acordeonistas Adelar e Honeyde Bertussi - "OS IRMÃOS BERTUSSI". O ritmo "Bugio" tem na sua criação a tentativa de imitar o ronco do animal bugio (Alouatta Guariba Clamitans), através do jogo de fole do acordeão. O primata Bugio, ainda existe nas matas do interior gaúcho e, na cidade de São Francisco de Assis-RS, chama a atenção, pois estão presentes nas árvores da praça central da cidade encantando a todos os munícipes e turistas. O 16º Aparte do Festival Nativista "Querência do Bugio", será marcante para o município e região, pois depois de 10 anos sem a sua execução, pretende-se trazer este evento ao cenário nativista novamente já que foi tradicional no município, tendo sido realizados 15 Apartes, e que sempre atraiu valorosos poetas, músicos, compositores, arranjadores e intérpretes de todas as regiões do Rio Grande do Sul e fora dele.
Após a obtenção da APROVAÇÃO do presente Projeto, será aberta as inscrições por um determinado período, para o recebimento das composições concorrentes. Encerrado o prazo de inscrições, de imediato passa-se à triagem das obras musicais recebidas. Serão escolhidas 14 (quatorze) obras da Fase Geral e 06 (seis) obras da Fase Local. As da Fase Geral, 10 (dez) irão à finalíssima e as da Fase Local, 4 (quatro). Estas obras serão distribuídas pelos dias em que será realizado o evento onde também se terá oito shows de artistas renomados no cenário artístico.
O projeto prevê: Confecção de 200 CDs e 200 DVDs, sendo disponibilizados 20 exemplares de cada para SEDAC ; 50 libretos; 8 shows de música nativista de grupos locais; 14 Premiações para canções da Fase Geral que passarem na triagem; 6 Premiações para canções da Fase Local que passarem na triagem; 10 Premiações para canções da Fase Geral que passarem à finalíssima; 4 Premiações para canções da Fase Local que passarem à finalíssima; 9 Premiações para composições que receberão os prêmios paralelos; 4 Premiações para composições musicais vencedoras; 1 Premiação para o vencedor(a) concurso criação da logomarca do Festival.
Na dimensão simbólica: o projeto está em conformidade com os requisitos, quanto aos aspectos simbólico e envolvimento da comunidade local. Na conceituação temática, o projeto tem a intenção de retomar a realização do referido evento cultural com o 16º APARTE DO FESTIVAL NATIVISTA "QUERÊNCIA DO BUGIO" depois de 10 anos da última realização, na busca em mantém viva a Música Tradicional Gaúcha e Nativista, através do incentivo aos atuais poetas e compositores, para que continuem o seu trabalho de compor letras e músicas que falam dos nossos usos, costumes e tradições. Na originalidade e inovação estética, o projeto se destaca ao trazer como diferencial a Linha Bugio, ritmo genuinamente gaúcho, para o qual é dado destaque dentro do evento.
Na dimensão cidadã: o projeto apresenta, relação com a comunidade local e enfatiza a importância da LIC como a melhor alternativa de financiamento e cita que sem ela com certeza a cultura não chegaria ao interior em regiões tão carentes de atrações culturais. Na Pluralidade, acessibilidade e inclusão, as instalações possuem acessibilidade, PPCI, envolvimento nas ações e premiações de jovens poetas, músicos, compositores, arranjadores e intérprete, num município pequeno e com cerca de 20 mil habitantes, onde a economia se baseia na produção agropecuária e pequenos estabelecimentos comerciais, o projeto busca promover o desenvolvimento cultural de São Francisco de Assis. O projeto não cita se terá contratação de intérprete de Libras e acessibilidade à PCDs. Na Democratização do acesso / gratuidade, o projeto será realizado em local de fácil acesso à população e estima-se a presença de um excelente público, tanto local, quanto regional durante o evento. Segundo o proponente, o ingresso será 01(um) Kg de alimento não perecível, cuja arrecadação será distribuída junto às entidades carentes do município.
Na dimensão econômica: o projeto se propõe a ser um difusor da Música Tradicional Gaúcha e Nativista, atingindo diferentes regiões do nosso Estado, diversos poetas, compositores, músicos, arranjadores, intérpretes e, principalmente, a comunidade Assisense. Na distribuição dos valores, apresenta planilha de custos bem equilibrada, as premiações pensadas de forma a fazer a distribuição de renda e valorização dos artistas participantes. No Investimento local / próprio, o projeto conta com espaço para a realização das atividades do festival.
Na relevância, o projeto apresenta relevância cultural em sua dimensão simbólica e cidadã.
Na oportunidade, o projeto oportuniza formação de plateia, geração de emprego e renda, difusão e fruição da cultura local através da Música Tradicional Gaúcha e Nativista. As canções classificadas à finalíssima, serão divulgadas nas plataformas digitais, em DVD e CD, buscando contribuir para abrir novos horizontes aos artistas vencedores.
Na viabilidade, o projeto demonstra total capacidade de execução, cita ter carta de intenção de patrocínio, porém não consta nos documentos anexos.
Em conclusão, o projeto “APARTE FESTIVAL NATIVISTA QUERÊNCIA DO BUGIO 16ª EDIÇÃO” foi recomendado a concorrer aos recursos disponíveis na priorização mensal, de acordo com o valor de R$ 205.000,00 (duzentos e cinco mil reais) solicitado pelo proponente junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 27 de junho de 2023.
Informe:
Sessão realizada dia 27 de junho de 2023.
A Comissão Especial II de Avaliação de Projetos do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, reuniu-se, com a presença de Ben Wilson Conceição Berardi, Celso Antonio Oliveira Fortes, Luciana Thomé, Nicolas Beidacki, Rejane Beatriz Verardo, Sergio Augusto Aenlhe Corrêa, Vera Cristina Meneghini. A reunião foi coordenada pelo conselheiro Sergio Augusto Aenlhe Corrêa e teve, como secretária a conselheira Rejane Beatriz Verardo.
O projeto obteve a nota nota final de 4,92 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada por unanimidade, tendo sido submetido à rodada de priorização de projetos no dia 12/07/23. De acordo com sua pontuação e os critérios de desempate, foi considerado não prioritário, retornando para arquivo.
Consuelo Vallandro
Presidente do CEC/RS
O projeto foi considerado recomendado para concorrer aos recursos disponíveis, obtendo a nota de 4,92 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada por unanimidade. Lembrando que o proponente pode solicitar o pedido de revisão da nota, conforme orientação do Pró-Cultura, ou aguardar que o projeto concorra aos recursos na rodada de priorização mensal.
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