Processo nº 00946/2022
Parecer nº 857/2022 CEC/RS
Projeto “ORQUESTRA JOVEM RECANTO MAESTRO ITINERANTE - 1ª EDIÇÃO - 2023”.
O projeto em questão pretende levar a Orquestra Jovem Recanto Maestro a circular por três cidades do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Esteio e Caxias do Sul, em estruturas a serem montadas em ruas ou praças dessas cidades. Além da circulação, será realizada uma oficina de musicalização por uma semana a jovens de 08 a 14 anos, de escolas públicas dessas cidades. Desta oficina, pretende-se selecionar um aluno por cidade, com o melhor desempenho e interesse no conteúdo, para ganharem uma bolsa de estudos para estudarem durante um ano junto aos alunos da OJRM-Orquestra Jovem Recanto Maestro, oferecendo também bolsas gratuitas para um aluno em cada cidade visitada. Estes serão convidados a estudar musicalização e instrumentos, com aulas híbridas, ou seja, online e presenciais, de duas a três vezes por semana, durante um ano, e terão ao menos uma aula por mês na cidade em que a Orquestra se encontra. Além disso, o projeto pretende fazer um intercâmbio nos dias de apresentações, trazendo o artista Ernesto Fagundes ao palco, para tocar junto com a Orquestra.
7.2 Objetivos Específicos: Circular por 3 cidades do Rio Grande do Sul; Realizar um intercâmbio com o artista Ernesto Fagundes; Disponibilizar 3 oficinas de musicalização para as cidades do projeto ( atender 90 jovens ao todo); Conceder 3 bolsas de estudos entre os jovens que realizarem as oficinas; Proporcionar a cada um dos três alunos bolsistas, 12 visitas à cidade São João de Polêsine; Possibilitar, a partir do ensino de música clássica e instrumental à crianças e jovens, o desenvolvimento do protagonismo responsável, desenvolvendo disciplina, foco, reconhecimento e satisfação com o próprio resultado alcançado; Ampliar o conhecimento e estudo da metodologia da OntoArte no Rio Grande do Sul. Cita Platão: “Primeiro, devemos educar a alma através da música”.
Na dimensão simbólica, o projeto agrega extrema relevância aliando arte e educação, estando de acordo com sua conceituação temática, ao propor através do ensino de música clássica e instrumental para crianças e jovens, despertar a importância da autorresponsabilidade, da valorização da sua vida e da disciplina para consigo e seus compromissos, o que na pedagogia chamamos de “desenvolver a autorregulação”, ou seja, através das aprendizagens vivenciadas com o ensino da música e com o grupo, desenvolver potencialidades, habilidades e o sentimento de pertencimento, na construção do conhecimento. Na originalidade e inovação estética, o projeto se destaca trazendo o conceito da OntoArte, movimento ligado à Ontopsicologia, que desenvolve o sentimento humanista e artístico, que faz com que o artista se expresse sobre a existência perante o mundo. Promover essa circulação, prevê beneficiar essas comunidades, que por muitas vezes, não tem acesso a arte.
Na dimensão cidadã, o projeto tem a preocupação com a pluralidade, acessibilidade e inclusão, quando oportuniza 3 bolsas de estudos que possibilitará a crianças e jovens em vulnerabilidade social o estudo da música, democratizando o acesso e o interesse pela música clássica. Como forma de viabilizar a acessibilidade física, os locais onde serão realizadas as ações, deverão contar com rampas de acesso, vagas de estacionamento para idosos, gestantes e/ou PCDs e prevê contratação de um tradutor em libras para pessoas com deficiência auditiva. No quesito democratização do acesso / gratuidade, o projeto propõe as apresentações ao ar livre, em espaço aberto em praças, locais de ampla circulação, oportunizando o acesso ao público em geral, ampliação de formação de plateia nas três cidades onde ocorrerão os espetáculos musicais. Trata-se de um projeto totalmente gratuito que estará contribuindo ativamente para o incentivo ao consumo da música, em especial à música clássica.
Na dimensão econômica, no quesito da distribuição dos valores, conforme apresenta na planilha de custos, o projeto proporcionará a geração de emprego e renda dos músicos da orquestra, artista convidado, professores, coordenação, equipes técnicas e pessoal de apoio, como também será realizada a locação de transporte, equipamentos, estrutura física para as apresentações e a contratação de serviços diversos, impactando setores econômicos da cidade. No Investimento local/próprio, o projeto não apresenta nenhuma carta de anuência e/ou aporte financeiro seja das prefeituras/empresas locais/regionais ou qualquer tipo de investimento próprio.
Na relevância, o projeto faz correlação da arte da música com a educação para a vida, trazendo o conceito da OntoArte, possibilitando a crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social o acesso e o estudo da música clássica, o que o torna extremamente relevante.
Na oportunidade, o projeto oportunizará para 90 educandos de escolas da rede pública de ensino, entre 8 e 14 anos de idade, 3 oficinas de musicalização para as cidades, 3 bolsas de estudos entre os jovens que realizarem as oficinas, 12 visitas à cidade São João de Polêsine, possibilita a partir do ensino de música clássica e instrumental às crianças e jovens, além de apresentações da OJRM abertas ao público em geral nas três cidades: Porto Alegre, Esteio e Caxias do Sul.
Na viabilidade, o projeto demostra ter capacidade de realização, porém não apresenta nenhuma carta de intenção de patrocínio ou se quer de apoio ou aporte financeiro, seja das prefeituras/empresas locais/regionais ou qualquer tipo de investimento próprio, o que reduz sua pontuação neste quesito.
Conclusão
O Projeto se destaca em sua dimensão simbólica e cidadã atendendo aos critérios na sua gratuidade e acessibilidade, com a preocupação de acessibilidade e inclusão, através do ensino da música clássica, beneficiar crianças e jovens de comunidades em 3 municípios distintos, que por muitas vezes, não tem acesso a arte. Nos quesitos relevância e oportunidade atende todos os requisitos para ter pontuação máxima. Por não apresentar nenhuma carta de intenção de patrocínio ou se quer de apoio ou aporte financeiro, seja das prefeituras/empresas locais/regionais ou qualquer tipo de investimento próprio, o que reduziu sua nota nos quesitos “viabilidade e dimensão econômica”.
Recomenda-se ao proponente apresentar: proposta pedagógica/metodologia detalhada de como vai se dar as aulas das oficinas, da seleção dos alunos bolsistas nas escolas, cartas de anuência das escolas e ou secretaria de educação nos municípios onde ocorrerá o projeto, carta de intenção de patrocínio com no mínimo 50% do valor total do projeto.
Em conclusão, o projeto “ORQUESTRA JOVEM RECANTO MAESTRO ITINERANTE - 1ª EDIÇÃO - 2023” é recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar até R$ 349.130,00 (trezentos e quarenta e nove mil e cento e trinta reais) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 15 de dezembro de 2022.
Informe:
Sessão realizada dia 15 de dezembro de 2022.
A Comissão Especial III de Avaliação de Projetos do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, reuniu-se, com a presença de Bruno Rosa do Nascimento, Douglas Barbosa Pinto de Moura, Geziel da Silva de Souza, Plínio José Borges Mósca, Renata Gastal Porto, Sandro Giordani. A reunião foi coordenada pelo conselheiro Geziel da Silva de Souza e teve, como secretário Bruno Rosa do Nascimento.
O projeto obteve a nota final de 4,00 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada por unanimidade.
Conforme Resolução Interna 05/2022, os projetos foram submetidos à priorização de projetos nos dias 30/01/23 e 31/01/23 e, considerados não prioritários, retornam para arquivo.
Consuelo Vallandro
Presidente do CEC/RS
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