Processo nº 00998/2022
Parecer nº 859/2022 CEC/RS
Projeto “TERRITÓRIO DE CULTURAS CAMPEIRAS - 3ª EDIÇÃO - 2023”.
O Território de Culturas Campeiras é um projeto que se encaminha para a sua terceira edição, sempre contando com uma programação diversa e plural. Realizado na ETA (Escola Técnica de Agricultura), localizada na cidade de Viamão, é um evento de imensa importância para a comunidade local. É preciso, primeiramente, entender a geografia e a formação social da escola: por lá reside uma grande quantidade de pessoas, que habitam os seus ranchos; também, a presença constante dos moradores do Passo do Vigário, onde a escola se localiza. É inevitável, dessa forma, que a ETA tenha características próprias e que estas influenciem quem a orbita. Foi pensando nisso que este evento teve início, com seu planejamento ainda em 2019, e a sua primeira edição sendo realizada em meio a pandemia do Coronavírus, apenas de forma virtual (l1nq.com/cMM85). Ano passado, de forma presencial, foi realizada a sua segunda edição (l1nq.com/SiWao). Marcando os 112 anos desta fundamental instituição de ensino do Rio Grande do Sul que traz em sua essência o campeirismo do povo ancestral gaúcho, assim colaborando e fortalecendo para a perpetuação destas tradições. A programação do evento irá englobar 05 apresentações e 02 oficinas. Serão realizadas apresentações de dança, de humor, oficinas de declamação e gaita e shows musicais, sendo elas Jairo Terra, Guitarra, Alma e Garganta, Guri de Uruguaiana, Cadica Cia de Danças e Adriana de Los Santos. Toda a programação possuirá entrada franca, tendo como público-alvo a comunidade da ETA e demais moradores da cidade de Viamão e região. Estima-se um público de cerca de 3 mil pessoas.
Obs.: O projeto aqui em tela trata-se de uma reapresentação, após seu arquivamento/não-prioritário em 07 de outubro de 2022.
Na dimensão simbólica, o projeto traz na sua conceituação temática, como eixo principal o “campeirismo” como cultura, arte e legado, representado na presença do artesanato, das manualidades, da música, das rodas de violão e da contação de histórias. Na originalidade e inovação estética, busca inovar além de proporcionar “formação” aos presentes, também oportuniza oficinas práticas para a atual geração de alunos da ETA o “legado artístico do homem do campo e do galpão”.
Na dimensão cidadã, a ETA contém atualmente em seu corpo discente alunos especiais com deficiências cognitivas, tendo o projeto a preocupação com a pluralidade, acessibilidade e inclusão, garantindo a acessibilidade universal na sua programação, intérprete de libras, espaço para uma oficina de gaita/depoimento com o músico farroupilhense Alexandre Batisti, cego de nascimento, para contar sua experiência nos palcos nativistas a partir de sua deficiência. Na Democratização do acesso/gratuidade, o projeto terá suas atividades totalmente gratuitas.
Na dimensão econômica, o projeto apresenta no investimento local/próprio carta de intenção de patrocínio no valor de R$ 100.000,00 da Coopernorte - cooperativa de energia elétrica local, parceira deste projeto desde a sua primeira edição. No quesito distribuição dos valores, desde a sua primeira edição, atrações locais são convidadas para participar, mas não apenas isso, são atrações que um dia também foram estudantes da escola.
Na relevância, o projeto traz na essência da sua proposta a valorização das raízes e tradições campeiras, buscando fazer o repasse e a perpetuação da cultura e identidade da ancestralidade do povo gaúcho.
Na oportunidade, o projeto oportuniza a distribuição e geração de renda aos artistas, técnicos, contratação de estrutura física e demais serviços para realização do evento, além de oportunizar de forma gratuita a comunidade local e região o acesso as atividades do projeto, com estimativa de um público de cerca de 3 mil pessoas.
Na viabilidade, o projeto apresenta carta de intenção de patrocínio da empresa Coopernorte - cooperativa de energia elétrica no valor de R$ 100.000,00 que corresponde a 75% do valor total do projeto R$142, 445,00 e carta de anuência de apoio do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Viamão, o que viabiliza a sua realização.
Conclusão
O Projeto se destaca em sua dimensão simbólica, cidadã e econômica, atendendo aos critérios na sua gratuidade e acessibilidade, com a preocupação de acessibilidade e inclusão, e busca inovar proporcionando aos visitantes a experiência de participar de atividades alusivas aos hábitos e às tradições, resgatando suas raízes, mantendo a cultura viva e valorizando os hábitos e as tradições gaúchas da lida campeira. Nos quesitos relevância, oportunidade e viabilidade, atende todos os requisitos para ter pontuação máxima.
Em conclusão, o projeto “TERRITÓRIO DE CULTURAS CAMPEIRAS - 3ª EDIÇÃO - 2023” é recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar até R$ 142.445,00 (cento e quarenta e dois mil e quatrocentos e quarenta e cinco reais) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 15 de dezembro de 2022.
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão realizada dia 15 de dezembro de 2022.
A Comissão Especial II de Avaliação de Projetos do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, reuniu-se, com a presença de Ben Wilson Conceição Berardi, Luciana Thomé, Nicolas Beidacki, Rejane Beatriz Verardo, Rodrigo Lentino Machado, Sergio Augusto Aenlhe Corrêa, Vera Cristina Meneghini. A reunião foi coordenada pelo conselheiro Sergio Augusto Aenlhe Corrêa e teve, como secretária a conselheira Rejane Beatriz Verardo.
O projeto foi considerado prioritário obtendo a nota final de 5,00 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada por unanimidade.
Consuelo Vallandro
Presidente do CEC/RS
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