Processo nº 01039/2022
Parecer nº 047/2023 CEC/RS
Projeto “BEIRA DO SOM” .
Projeto em consonância com os objetivos e ações voltas à dimensão simbólica, que visa contemplar diversos artistas porto-alegrenses de várias vertentes musicais, mostrando a produção musical da cidade e região metropolitana, buscando contemplar a igualdade de gêneros entre os aristas e bandas que fazem parte deste projeto, assim como no grupo de dançarinos que comporão o Flash Mob. Apesar de uma proposta de projeto na Orla do Guaíba, a ideia não apresenta inovação, uma vez que pretende realizar 17 apresentações musicais e mais uma apresentação FlashMob. Mesmo sendo algo voltado à música, o proponente poderia apresentar algo voltado à discussão do setor, roda de conversas, alguma oficina para a prática musical, já que o SOM é o personagem principal.
Ressalto, positivamente, a questão da pluralidade, uma vez que o proponente apresenta preocupação em oferecer a todos os públicos (ou para a grande maioria), possibilidades de apresentações que envolvam diversos estilos musicais. Cabe ainda avaliar positivamente, a contratação de músicos porto-alegrenses e da região metropolitana, valorizando a cadeia musical local.
No quesito acessibilidade, cabe destacar os locais onde serão realizados os shows, planos, com rampas de acesso, quando necessário e priorização das primeiras fileiras a pessoas com necessidades especiais, mobilidade reduzida e ou idosos. Para deficientes visuais, o projeto informa que as apresentações serão narradas em palco pelo apresentador e pelos próprios artistas. Para os deficientes auditivos, será disponibilizado intérprete de libras em palco garantindo acessibilidade a pessoas com deficiência auditiva.
Destaco ainda, a questão de oferecer serviço de acessibilidade às pessoas que apresentam espectros, síndromes ou doenças que gerem limitações aos conteúdos assim como pessoas que desconhecem as linguagens ou idiomas dos conteúdos. Faço um apontamento neste quesito: seria interessante o proponente apresentar uma proposta/ou organograma de como isso seria feito para este grupo de pessoas.
O projeto também informa que no local haverão itens de acessibilidade como cadeiras e banheiros químicos adaptados. Serão pagos com recursos de doação de patrocínios diretos sem incentivos.
A democratização do acesso, acessibilidade e impacto ambiental, estão com informações ampliadas na metodologia deste projeto. Como dito, o projeto é totalmente gratuito e aberto a todas as faixas etárias.
Os valores, em sua grande maioria, estão dentro do previsto. Apenas faço algumas observações quanto a disparidade no pagamento de alguns cachês de artistas. A observação é válida, uma vez que o proponente afirma que está valorizando a participação do músico porto-alegrense. Cabe salientar que, enquanto alguns receberão mais de R$ 14 mil para uma única apresentação, outros estarão recebendo apenas R$ 600 para também realizar uma apresentação.
Me chamou a atenção, algumas rubricas para pagamento de duas empresas “Efexis Marketing e Eventos e Mandala Assessoria”, lotados no mesmo endereço (Rua Dinarte Ribeiro, 171, bairro Moinhos de Vento – Porto Alegre). A Efexis receberia, no total, R$ 42,5 mil. Já a Mandala receberia R$ 24,5 mil, totalizando, juntas R$ 67 mil, o que representa 18% do valor total do projeto que é de R$ 359.310.
Porém, é valido ressaltar positivamente, que quase 75% do valor apontado para a realização do mesmo está direcionada a produção e execução. Desse valor, mais de 30% é voltado ao pagamento de cachês.
Apesar de não possuir investimento próprio, o projeto possui outras fontes de receita, R$ 20 mil, oriundas de doações e incentivos fiscais.
Considero um projeto extremamente relevante, uma vez que objetiva-se proporcionar à comunidade shows e espetáculos culturais locais e regionais de nível nacional e estadual, totalmente gratuitos, com democratização do acesso e acessibilidade, variando os estímulos musicais, estimulando o desenvolvimento das artes. A proposta em realizar os shows na Orla do Guaíba também é salutar, afinal, percebe-se, principalmente, aos finais de semana, que é um dos espaços mais visitados pelos portoalegrenses e visitantes.
Entendo que este seja um projeto relevantemente oportuno, mesmo sendo focado a um único segmento (música). A proposta de espalhar a atividade ao longo da Orla, por meio de quatro palcos, é algo muito positivo. Além disso, é uma proposta que se priorizada, deve ganhar força para próximas edições, deixando um legado à comunidade. O projeto já conta com a Manifestação de Interesse de Patrocínio no valor de R$ 250 mil, que corresponde a mais de 73% do valor solicitado, além de R$ 20 mil que serão oriundos de doações e incentivos fiscais.
Em conclusão, o projeto “BEIRA DO SOM” é recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar até R$ 339.310,00 (trezentos e trinta e nove mil e trezentos e dez reais) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 06 de janeiro de 2023.
Informe:
Sessão realizada dia 10 de janeiro de 2023.
A Comissão Especial I de Avaliação de Projetos do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, reuniu-se, com a presença de Anacarla Oliveira Flores, Cristiano Laerton Goldschmidt, Ivan Irineu Queiroz de Vasconcelos, Paulo Roberto Tavares, Ranieri Zilio Moriggi, Vitor Rolim de Mesquita. A reunião foi coordenada e secretariada pelo conselheiro Ranieri Zilio Moriggi.
O projeto obteve a nota final de 4,83 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada por unanimidade.
Conforme Resolução Interna 05/2022, os projetos foram submetidos à priorização de projetos nos dias 30/01/23 e 31/01/23 e, considerados não prioritários, retornam para arquivo.
Consuelo Vallandro
Presidente do CEC/RS
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