Processo n.º 00157/2023
Parecer n.º 380/2023 CEC/RS
Projeto “FLECHA ENVENENADA - 1ª EDIÇÃO - 2023”.
Projeto da área de música, a ser realizado no município de Porto Alegre, no período de 2 de dezembro de 2023 a 20 de janeiro de 2024.
A intenção da proposta é a produção de um álbum de oito faixas, elaborado pela DJ e produtora musical gaúcha, Paula Posada, intitulado “Flecha Envenenada”.
Além da produção, o projeto prevê ainda a realização de um videoclipe de uma das músicas do álbum, além de uma live com os profissionais envolvidos no projeto que abordará a temática da arte contemporânea indígena, um evento de lançamento em uma festa de rua, e a circulação do show no estado do Pará (BR) e Colômbia, buscando resgatar o território ancestral de sua família.
Conforme a proponente, as composições acontecerão em parceria com diversos convidados, e contarão com produções autorais da artista e releituras de temas regionais, condensando as principais referências que Posada acumulou durante sua trajetória artística como DJ e produtora musical.
A intenção do álbum de Paula Posada busca enaltecer e destacar sua ancestralidade, incorporando os ritmos que representam suas raízes, como o tecnobrega e o carimbó (Região Amazônica), junto de referências colombianas como o bullerengue e ritmos afroindígenas das regiões caribenhas.
Conceituação Temática – Considero a proposta apresentada bem conceituada, com objetivos bem específicos e determinados, que visam resgatar o trabalho da artista Paula Posada, bem como, buscar suas raízes, entendendo o Rio Grande do Sul como seu local de nascimento e de criação da sua própria identidade, ao qual mescla referências indígenas do sul do país, amazônicas e caribenhas. A proposta de produção de um álbum, gravação de videoclipe, live e lançamento, bem como uma turnê pelo Pará e a Colômbia, mostram a riqueza do conteúdo e do material que será apresentado pela artista.
Originalidade e Inovação Estética – quanto a este quesito, ressalto positivamente a mistura de referências étnicas que a proposta apresenta, saindo do que estamos acostumados a ver, que é a produção de álbuns voltados ao tradicionalismo, que também é positivo, no entanto, acaba tornando-se comum, em razão do grande número de trabalhos realizados. Já este, acaba oportunizando que mais pessoas conheça a história de outros povos, neste caso, referências indígenas do sul do país, amazônicas e caribenhas que, segundo a proponente, é violentamente silenciada, através do genocídio e do epistemicidio. O projeto é feito com base em uma profunda pesquisa da artista e acaba tornando-se inovador, uma vez que busca, além da produção de um álbum com oito músicas, a realização de uma live sobre a arte indígena contemporânea, junto com os artistas envolvidos no projeto, bem como um evento de lançamento em uma festa de rua, e a circulação do show no estado do Pará (BR) e Colômbia, buscando resgatar o território ancestral de sua família.
Pluralidade, acessibilidade e inclusão – Por tratar-se de um projeto que contempla áudio e vídeo, a proponente informa que como medida de acessibilidade, vai garantir o acesso a cadeirantes, e os materiais audiovisuais como teasers e demais produtos de divulgação contarão com legenda closed caption. Além disso, como prática de democratização do acesso e formação de novas plateias, o evento de rua previsto será 100% gratuito sem cobrança de ingressos, com ampla divulgação, a ser realizado em um espaço público, oferecendo a infraestrutura necessária para realização do evento, conforme orientações do Escritório de Eventos de POA. No quesito pluralidade, a proposta também é abrangente, uma vez que busca reconhecer, respeitar, proteger, valorizar e promover a diversidade étnica, já que envolve o gaúcho, o índio, o nordestino e o caribenho, povos que constroem a cultura do Rio Grande do Sul. Por se tratar de um projeto de áudio, não considerei a necessidade de inserção de intérprete em Libras.
Distribuição dos valores – Considero os valores bem divididos em todas as despesas propostas pelo projeto, em especial o pagamento de cachês de artistas convidados e de músicos que irão acompanhar a artista durante a realização do projeto.
Investimento local/próprio – O projeto não apresenta nenhum investimento local/próprio, ou seja, o projeto necessita de 100% do aporte financeiro da Lei de Incentivo à Cultura, porém, em razão de sua entrega, considero importante que a proposta obtenha recursos do sistema pró-cultura.
Relevância - Considero um projeto relevante, uma vez que pretende dar visibilidade a temática da arte contemporânea indígena do Sul do país, amazônicas e caribenhas. Uma proposta diferente, que busca enaltecer e destacar sua ancestralidade, incorporando os ritmos que representam suas raízes, como o tecnobrega e o carimbó (Região Amazônica), junto de referências colombianas como o bullerengue e ritmos afroindígenas das regiões caribenhas.
Oportunidade - É um projeto oportuno, que pela análise deste conselheiro relator, deve participar da priorização e ser contemplado com recursos do sistema Pró-Cultura, tanto pela sua coerência financeira, bem como pela intenção de mostrar à sociedade outras vertentes que ajudam na construção da cultura gaúcha. Além disso, é urgente o apoio a financiamentos de projetos que deem visibilidade a arte indígena e outros segmentos excluídos e, muitas vezes, marginalizados da sociedade.
Viabilidade - Conforme análise das documentações, encontrei uma carta de intenção de patrocínio da empresa Natura, sem a definição de valor, porém, garantindo o patrocínio, caso o projeto seja priorizado. Logo, entendo que este quesito também mereça nota integral.
Em conclusão, o projeto “FLECHA ENVENENADA - 1ª EDIÇÃO - 2023” foi recomendado a concorrer aos recursos disponíveis na priorização mensal, de acordo com o valor de R$ 135.000,00 (cento e trinta e cinco mil reais) solicitado pelo proponente junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 16 de maio de 2023.
Informe:
Sessão realizada dia 18 de maio de 2023.
A Comissão Especial I de Avaliação de Projetos do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, reuniu-se, com a presença de Anacarla Oliveira Flores, Cristiano Laerton Goldschmidt, Ivan Irineu Queiroz de Vasconcelos, Paulo Roberto Tavares, Ranieri Zilio Moriggi, Vitor Rolim de Mesquita. A reunião foi coordenada pelo conselheiro Paulo Roberto Tavares e teve, como secretário o conselheiro Ranieri Zilio Moriggi.
O projeto obteve a nota nota final de 5,00 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada por unanimidade, tendo sido submetido à rodada de priorização de projetos no dia 02/06/23. De acordo com sua pontuação e os critérios de desempate, foi considerado não prioritário, retornando para arquivo.
Consuelo Vallandro
Presidente do CEC/RS
Processo nº 00157/2023
Parecer nº 380/2023 CEC/RS
Projeto “FLECHA ENVENENADA - 1ª EDIÇÃO - 2023” .
Além do álbum, o projeto prevê ainda a produção de um videoclipe de uma das músicas do álbum, além da realização de uma live com os profissionais envolvidos no projeto que abordará a temática da arte contemporânea indígena, um evento de lançamento em uma festa de rua, e a circulação do show no estado do Pará (BR) e Colômbia, buscando resgatar o território ancestral de sua família.
O projeto foi considerado recomendado para concorrer aos recursos disponíveis, obtendo a nota de 5,00 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada por unanimidade. Lembrando que o proponente pode solicitar o pedido de revisão da nota, conforme orientação do Pró-Cultura, ou aguardar que o projeto concorra aos recursos na rodada de priorização mensal.
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