Processo nº 00699/2023
Parecer nº 988/2023 CEC/RS
Projeto “OS BOÊMIOS DA CIDADE BAIXA - 1ª EDIÇÃO - 2024” .
PARECER
Identificação
Projeto
Os Boêmios da Cidade baixa - 2024
Produtor Cultural
Bicho Campeiro
CEPC
11101
Município / RF
VIAMÃO - VIAMÃO - Vila Ventura - Rua Manoel Santana, 625 Passo da Branquinha Viamão, RS, NOVA SANTA RITA - - Parque Olmiro Brandão - Nova Santa Rita - RS, CEP 92480-000, Brasil.
Data realização
27/01/2024 à 06/10/2024
Protocolo SPI
Área/Segmento
ARTES CÊNICAS: teatro
Valor solicitado LIC
225.948,00
Valor total
249.948,00
Nota de prioridade final
4,28
Pedido de revisão indeferido. Mantida a planilha de custos inicial.
Planilha de pontuação original:
QUESITO
NOTA
Dimensão simbólica
5
3
Conceituação temática
2
Originalidade e inovação estética
Dimensão cidadã
Pluralidade, acessibilidade e inclusão
Democratização do acesso / gratuidade
Dimensão econômica
Distribuição dos valores
2,5
Investimento local / próprio
1,5
Viabilidade
Relevância
Oportunidade
1
Nota de Prioridade
Conclusão
Após análise do pedido de recurso a nota de prioridade permanece 4,28.
Em conclusão, o projeto “OS BOÊMIOS DA CIDADE BAIXA - 1ª EDIÇÃO - 2024” foi recomendado a concorrer aos recursos disponíveis na priorização mensal, de acordo com o valor de R$ 225.948,00 (duzentos e vinte e cinco mil e novecentos e quarenta e oito reais) solicitado pelo proponente junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 17 de outubro de 2023.
Informe:
Sessão realizada dia 17 de outubro de 2023.
A Comissão Emergencial de Avaliação de Projetos do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, reuniu-se, com a presença de Consuelo Vallandro Barbo, Douglas Barbosa Pinto de Moura, João Carlos Salgado de Los Santos, Neimar Pires Rodrigues. A reunião foi coordenada e secretariada pelo conselheiro Neimar Pires Rodrigues.
O projeto obteve a nota nota final de 4,28 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada por unanimidade, tendo sido submetido à rodada de priorização de projetos no dia 19/10/23. De acordo com sua pontuação e os critérios de desempate, foi considerado não prioritário, retornando para arquivo.
Alessandra Carvalho da Motta
Presidente do CEC/RS
Parecer nº 796/2023 CEC/RS
Nota de prioridade
Resumo do projeto
O projeto Os Boêmios da Cidade Baixa visa construir e apresentar um show de teatro musical que inclui música, canto, dança e atuação. As coreografias com diversos solos de dança serão criadas ao longo do processo em sintonia com a criação da trilha musical. O Roteiro que será criado para o espetáculo será livremente inspirado no musical RENT adaptando para uma temática rio-grandense dos anos 80/90 e terá como plano de fundo as dificuldade de viver da arte, os desafios de quem luta para ser aceito como é e o combate a todo tipo de preconceito, além de alguns temas que marcaram a época, como o desemprego, o uso de drogas, a homosexualidade, a liberação sexual e a AIDS. O elenco, que será buscado através de uma busca ativa em toda a região, vai ser escolhido através de audições, buscando caráter plural e inclusivo. Assim, o projeto dará oportunidade para bailarinos de escolas de danças do município de Viamão. A formação do elenco inclui aulas de atuação, expressão corporal, danças de salão, dança contemporânea estilos experimentais, acroyoga e folclore em 60 encontros e 3 etapas ao longo do período de produção, que terá 6 meses de duração. Serão realizadas 05 ensaios abertos em Viamão, 2 shows de pré-estreia (um em Viamão e outro em Nova Santa Rita) e 6 rodas de conversa, onde os artistas e produtores envolvidos no projeto conversam com o público convidado. Ao final dos ensaios abertos, um questionário eletrônico será enviado aos participantes para o grupo ter um retorno e aprimorar o espetáculo, que após esta fase buscará a própria sustentablidade.
Na dimensão simbólica: o projeto está em conformidade com os requisitos quanto aos aspectos simbólicos e de pertencimento da comunidade da região metropolitana, possui caráter formativo e de desenvolvimento da linguagem e contribui para universalizar o acesso à arte e à cultura e estimular o pensamento crítico e reflexivo em torno dos valores simbólicos, o que está de acordo com os objetivos do Plano Estadual de Cultura. Apresenta originalidade e inovação estética, pelo caráter de composição de um musical com esta temática.
Na dimensão cidadã: o projeto apresenta uma comissão da diversidade cuja coordenadora de igualdade racial é mulher, negra, agente cultural de Viamão, graduanda de Dança na UFRGS, ativista das causas de igualdade raciais e de gênero e irá acompanhar todo o processo de criação: das composições do espetáculo, à seleção de elenco e à montagem do show para torná-lo mais inclusivo. O projeto de modo geral, busca contemplar práticas de inclusão na sua estrutura como um todo tendo mulheres trabalhando na direção artística, na criação do roteiro, na criação das coreografias, além de haver um coordenador Geral pardo, um Maestro LGBTQIA+, dois profissionais de backstage PCD’s e outros colegas que vivem em vulnerabilidade social. Ainda, na Pluralidade, acessibilidade e inclusão, 5 artistas portadores de necessidades especiais serão selecionados. O projeto menciona uma pessoa cega e outra com dificuldade de locomoção para compor essa comissão a pluralidade e a inclusão em todo o processo de criação e execução do projeto. O espetáculo também trará para o debate no plano de fundo o racismo estrutural e a segregação que nunca deixou de acontecer, mas nos anos 80/90 dizimou parte da população negra e LGBTQIA+.
As instalações das apresentações possuem acessibilidade, e os portadores de necessidades especiais terão um espaço reservado em frente ao palco, com 20 lugares para os surdos sobre um tablado de madeira com caixas de som internas onde os graves farão o tablado vibrar conforme o som, esse tablado será revestido com carpete macio para que os surdos possam tirar seus calçados e sentir a vibração dos graves em seus pés enquanto assistem ao show. As 7 apresentações também contarão com audiodescrição e tradução em libras, com 2 intérpretes em sistema de revezamento. Todos os artistas também estarão de frente para o público falando com clareza para que também seja possível a leitura labial. Na Democratização do acesso / gratuidade, todas as apresentações serão gratuitas, e a comunidade escolar será convidada, assim como agentes culturais e integrantes dos pontos de cultura do município por meio da distribuição dos ingressos pelo CMC da cidade. Para o público em geral que vai assistir ao espetáculo em Viamão, existem 4 linhas de ônibus que passam em frente, possibilitando que o público chegue com facilidade aos ensaios abertos ou no show de pré estreia. Além disso, o projeto prevê um público de aproximadamente 500 pessoas para o Parque Olmiro Brandão em Nova Santa Rita.
Na dimensão econômica: o projeto prevê a contratação de mais de 100 empregos diretos e indiretos, sendo diretamente 55 trabalhadores da cultura: 35 artistas no palco e mais equipe de apoio, produção, administração, assistentes de palco, professores, coreógrafos, roteirista, operadores de som e iluminação e outras atividades essenciais. Haverá uma busca ativa por candidatos para participar do elenco, passando com carro de som nas vilas, com publicações patrocinadas nas redes sociais, divulgação através do conselho municipal de cultura, escolas de dança e espaços culturais do município, o que vai promover um intercâmbio entre artistas, fortalecendo a rede cultural na região. Os cenários e os adereços terão como base materiais novos comprados para os cursos, mas também materiais reaproveitados dos desfiles de carnaval, e a compra desses itens das escolas de samba gera renda para estas entidades e promove a sustentabilidade e o consumo consciente. Os cursos de criação e adaptação de alegorias, figurinos e adereços com baixo custo e materiais reaproveitados também serão abertos ao público, com mais 30 vagas para a comunidade artística do município para indicados através do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Viamão. Ainda, os lanches serão comprados de um CTG de Viamão, uma entidade sem fins lucrativos. Na distribuição dos valores, se encontra a grande falta do projeto: os cachês para os artistas de 1000 Reais para um trabalho de 6 meses de ensaios e 7 apresentações e o cachê de 350,00 para os músicos por apresentação, sem previsão de valores para os ensaios (pois supostamente virão “com as músicas já passadas”). O projeto afirma que após o financiamento de toda a etapa de criação, a comercialização do show fica economicamente viável, e a cada apresentação com venda de ingressos o lucro será dividido entre os artistas, e isto até pode ocorrer, mas a divisão inicial não aponta esta tendência, pois os diretores e criadores estão recebendo mais de 15 vezes o valor dos artistas. No Investimento local / próprio, o proponente aponta a cedência de espaço pelo Vila Ventura eco resort para toda a produção do show, bem como o serviço de equipe especializada de apoio para transportar as PCDs durante os 60 encontros a 150,00 cada encontro e o pagamento do kit lanche dos artistas, o que totaliza 24 mil Reais, cerca de 10% do valor total do projeto.
Na relevância, o projeto apresenta relevância por sua originalidade e pelo efeito na cadeia produtiva da cultura regional, deixa um legado para a comunidade local e apresenta carta de recomendação do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Viamão.
Na oportunidade, o projeto não atinge plenamente a dimensão econômica e contempla a região funcional mais favorecida neste ano, a RF1. Também infelizmente apresenta algumas lacunas entre o planejamento e o plano orçamentário, como a previsão orçamentária da divulgação pelas redes, o carro de som para a busca ativa, do workshop e do material para maquiagens, mesmo que este seja dado pela própria proponente. Ainda verifica-se que a anuência do Maestro, uma das principais figuras do espetáculo, está assinada pela autora da proposta.
Na viabilidade, o projeto demonstra capacidade de execução, com planejamento bem detalhado e adequado, bem como carta de intenção de patrocínio de empresa da região de “no mínimo 150 mil Reais”, mais de 50% do valor do projeto.
Planilha de pontuação
O Projeto foi relatado e avaliado pela comissão 2 de avaliação, obtendo Nota de Prioridade 4,28.
Recomendação ao proponente:
Louva-se a preocupação com a mobilização da cadeia produtiva da cultura local, mas esta deve se concretizar também nos valores ofertados aos artistas e músicos contratados.
Porto Alegre, 24 de setembro de 2023.
*Art.6º da IN 05/20: “A planilha de custos do projeto deverá ser detalhada, com itens que expressem com clareza a natureza e a quantificação dos custos, observando o princípio da economicidade e atendendo às seguintes condições: §1º Somente serão aceitos itens de custos indispensáveis para a realização do objeto do projeto e passíveis de comprovação de exclusividade.”
Sessão realizada dia 25 de setembro de 2023.
A Comissão Especial II de Avaliação de Projetos do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, reuniu-se, com a presença de Bruno Rosa do Nascimento, Consuelo Vallandro Barbo, Douglas Barbosa Pinto de Moura, João Carlos Salgado de Los Santos, Jussara Prates dos Santos Girardi, Neimar Pires Rodrigues, Rubia Ana Mossi Frizzo. A reunião foi coordenada pela conselheira Jussara Prates dos Santos Girardi e teve, como secretário o conselheiro Bruno Rosa do Nascimento.
O projeto foi considerado recomendado para concorrer aos recursos disponíveis, obtendo a nota de 4,28 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada por unanimidade. Lembrando que o proponente pode solicitar o pedido de revisão da nota, conforme orientação do Pró-Cultura, ou aguardar que o projeto concorra aos recursos na rodada de priorização mensal.
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