Processo nº 00190/2023
Parecer nº 381/2023 CEC/RS
Projeto “CIRCUITO DE MÚSICA INSTRUMENTAL FANDANGUEIRA 1ª EDIÇÃO” .
O projeto cultural na sua proposta diz que “O Grupo musical Garotos do Fandango completa no ano de 2023 seus 40 anos, e desde sua fundação tem como uma de suas principais características propagar a música gaúcha instrumental.” E continua mais adiante “Visando difundir a música gaúcha instrumental no interior do Estado do Rio Grande do Sul, propõem-se a realização de 1 (uma) oficina de música instrumental fandangueira em escola pública mais 1 (um) show instrumental em praça pública em 10 (dez) cidades do noroeste do estado do Rio Grande do Sul.”
Em sua dimensão simbólica o proponente justifica que “Manter a arte da música tradicional fandangueira instrumental é de suma importância para a fomentação da nossa cultura, bem como servir de inspiração e incentivo à novos artistas que podem surgir no futuro, preservando assim a nossa história.”
Em sua justificativa de sua dimensão econômica ressalta o proponente que “O projeto visa fortalecer o mercado da música gaúcha que muito tem sofrido com as consequências causadas pela pandemia, algumas infelizmente irreversíveis, porém que aos poucos vão sendo reconstruídas com o apoio do Estado e do público em geral. Por isso serão beneficiados músicos gaúchos, equipes de sonorização e roadies, que permaneceram muito tempo sem poder exercer suas respectivas profissões.”
Justificando sua dimensão cidadã, o proponente descreve que “O projeto visa democratizar o acesso a este tipo de arte, uma vez que as orquestras, as sonatas e os shows instrumentais em geral concentram-se em sua grande maioria na região metropolitana do nosso estado, impossibilitando o acesso para o público de outras regiões, como é o caso da região noroeste de onde o grupo Garotos do Fandango pertence, escolhida para a realização deste primeiro circuito. Os shows e oficinas serão gratuitos, tornando-se acessível para o público de baixa renda. Os locais a serem escolhidos para a realização dos shows e das oficinas deverão permitir o acesso para pessoas com mobilidade reduzida. Todas as ações do projeto terão classificação livre para todos os públicos, permitindo que crianças, jovens, adultos e idosos possam compartilhar dessa mesma experiência, estimulando o espectador a prestigiar mais eventos de músicas instrumentais, contribuindo assim com a formação de plateia.”
Análise de Mérito
Na sua Conceituação Temática o projeto “1 - Circuito de Música Instrumental Fandangueira” apresenta poucos elementos na sua apresentação que demonstrem em sua curadoria a proposta afirmativa estética e conceitual e o significado da música instrumental fandangueira, além motivado pela ausência de elementos mais esclarecedores o projeto não apresenta elementos inovadores.
Em sua Dimensão Cidadã o projeto apresenta um aspecto bastante frágil em relação aos aspectos relacionados a inclusão e acessibilidade quando afirma que “Os locais a serem escolhidos para a realização dos shows e das oficinas deverão permitir o acesso para pessoas com mobilidade reduzida.” , mas não apresenta nenhum detalhamento sobre esta ação além apontarmos no projeto de outras estratégias de inclusão ausentes no projeto tais como a possibilidades o uso de linguagens de sinais LIBRAS ou mesmo o uso de legendas nos vídeos a serem produzidos, etc.
Na sua Dimensão Econômica o projeto apesar do seu impacto sócio-econômico nao apresenta uma identificação de número de profissionais envolvidos, cachês de profissionais, percentual previsto de recusos do projeto investidos em cada cidade, etc., deixando sem elementos consistentes que demonstrem o seu potencial ´sócio-econômico. Enfatizamos a grande concentração de recursos em somente tres rubricas, Renato Sidinei Gottardo 56973446000, Elias Gottardo 03374389007 e Renato Sidinei Gottardo 56973446000 (responsável cachê Garotos do Fandango)totalizando R$ 165.000,00 (cento e sessenta e cinco mil reais) equivalente a 82,5 % (oitenta e dois e meio por cento)do total de recurso solicitado no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais)na sua totalidade ao Sistema LIC. Apontamos também a ausência de qualquer manifestação de apoio institucional ou financeiros dos gestores públicos das cidades onde acontecerá o evento, cartas de interesse dos conselhos municipais ou investimento próprio.
Em sua Relevância projeto apresenta aspectos positivos que poderiam mais estruturados e potencializados se o projeto contivesse um plano de ação deste circuito, a identificação dos municipios, conexões com os gestores, a parametrização de expectadores, etc.
A Oportunidade passa pela transversalidades dos quesitos anteriores que sendo assim o presente projeto cultural não possibilita a sua nota máxima.
Em sua Viabilidade por não apresentar uma estratégia da execução do projeto, conceito pedagógico e historiográfico,indefinições de locais, estraégias e apoios dos gestores municipais, ausência de carta de interesse de apoiador da renúncia fiscal tornam seu potencial de execução sem a consistência necessária.
Ressaltamos que o projeto cultural “1 - Circuito de Música Instrumental Fandangueira” tem um grande potencial meritório e que deve ser mais aprofundado e elaborado para sua recomendação prioritária no Sistema, pois este propicia um momento singular nas comunidades trazendo uma atividade cultural numa evidente proposta de transformação e de comunhão social.
Em conclusão, o projeto “CIRCUITO DE MÚSICA INSTRUMENTAL FANDANGUEIRA 1ª EDIÇÃO” não foi recomendado a concorrer aos recursos disponíveis na priorização mensal.
Porto Alegre, 19 de maio de 2023.
Informe:
Sessão realizada dia 19 de maio de 2023.
A Comissão Especial de Avaliação de Projetos do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, reuniu-se, com a presença de Cristian Bernich, João Carlos Salgado de Los Santos, Maria Silveira Marques, Natalia Marin Pozzi, Neimar Pires Rodrigues, Paulo Leônidas Fernandes de Barros. A reunião foi coordenada pelo conselheiro Paulo Leônidas Fernandes de Barros e teve, como secretário a conselheira Natalia Marin Pozzi.
O projeto foi considerado não recomendado para concorrer aos recursos disponíveis, obtendo a nota de 3,58 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada por unanimidade. Lembrando que projetos com nota inferior a 4,00 não participam da priorização, podendo o proponente solicitar revisão da nota, conforme orientação do Pró-Cultura.
Consuelo Vallandro
Presidente do CEC/RS
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