Processo nº 00615/2023
Parecer nº 616/2023 CEC/RS
Projeto “FLECHA ENVENENADA - 1ª EDIÇÃO - 2023” .
Dimensão Simbólica
Conceituação temática: Projeto Flecha envenenada pretende produzir um trabalho a partir de uma nova linguagem artística, mesclando influências eletrônicas, uma gravação de um álbum de 8 faixas, produção de videoclipe de um single do álbum, realização de uma live com artistas indígenas que abordará a temática da arte contemporânea indígena e 5 oficinas de noção de discotecagem de música, um evento de lançamento e circulação do show no estado do Pará e Colômbia, busca resgatar a ancestralidade de sua família nessa circulação. Há caráter educativo para troca de conhecimento e desenvolvimento da linguagem através da live, oficinas e na produção do álbum da autoria da proponente. No entanto esse trabalho proposto é de interesse pessoal da proponente, não tendo argumentos suficientes que deixará um legado para a plateia, onde deseja realizar a circulação conforme a descrição do projeto. Traz junto alguns anexos e histórico da proponente, porém faltando anexos importantíssimos para avaliação.
O projeto apresenta originalidade e inovação estética, propondo a preservação e valorização da ancestralidade familiar através de um álbum de autoria, oportuniza oficinas de conhecimentos da discotecagem musical e live com a temática da arte contemporânea. Apresenta anexos de patrocinador e equipe principal que comprovam eficiência na execução do projeto, porém com falta de anexos de outros profissionais mencionados no projeto proposto perde pontuação.
Dimensão Cidadã:
Pluralidade/ Acessibilidade e Inclusão: O Proponente afirma que a acessibilidade física a todos e qualquer público é garantida a cadeirantes, acessibilidade visual com materiais audiovisuais, legenda, tradutor de interprete de libras e apostilas em braile. Disponibiliza para acessibilidade de transtornos mentais salas amplas com janelas e portas de fácil acesso no local do evento, abordando acessibilidade universal. Porém falta anexos desses profissionais. Pluralidade ao oportunizar ser protagonista no grupo destaca grupos minoritários, liderado e composto por mulher indígena na composição técnica e artística, pessoas com PcD, quilombolas, negros, trans e LGBTQIAP+. Na inclusão o proponente afirma que ao público de PcDs terá um profissional de interprete de libras, legendagem, apostila de discotecagem em braile, no entanto essa informação não consta nos anexos do projeto nem a tomada de preço da impressão da apostila nem o conteúdo programático. Como forma de inclusão está o artista trans e PcD para um show, no entanto o profissional não apresenta a carta de anuência em anexo ao projeto. Não apresenta em anexo o plano de acessibilidade em geral. Portanto nesse quesito perdeu pontuação.
Democratização do Acesso/ Gratuidade: Como forma de democratizar o acesso no evento aos shows, assim como o lançamento do álbum disponibilizados em plataforma digital. Essa relatora percebeu que há falta de informações quanto a segurança no local, equipe de atendimento à saúde da população, e falta informações de cuidados em relação ao destino e coleta de resíduo produzido no local do evento. As oficinas e demais programação são totalmente gratuitas e destinadas ao público em geral com ampla divulgação do evento.
Dimensão Econômica
Distribuição de Valores: Conforme já citado na dimensão cidadã há falta do anexo da carta de anuência do profissional intérprete de libras 1.1. E algumas rubricas a definir e outras sem anexos o item 1.2 1.14, 1.5, 1.20, 1.22, 2,3. Ausência das cartas de intenção dos municípios envolvidos no projeto.
Investimento Local/Próprio: O proponente apresenta anexos de cartas de intenção de patrocínio e cartas de anuência do Conselho Municipal de Porto Alegre.
Relevância: O projeto é relevante para proponente por trazer a proposta de um álbum, oficinas e shows, porém a relevância se limita em interesses próprios da autoria.
Oportunidade: A proposta é oportunizar esses locais com o evento levando o entretenimento que conta a história da ancestralidade familiar indígena, gerando emprego e renda para os participantes, no entanto falta a anuência das pessoas envolvidas que farão parte da programação. Conforme apontamentos nas três dimensões esse quesito perde pontuação por ter relação direta relacionado um ao outro.
Viabilidade: É viável de execução por apresentar cartas de intenção de patrocínios e anuências do Conselho Municipal de Porto Alegre. No entanto, não há coerência entre objetivos principais, metodologia com a planilha orçamentária. No entanto, perde pontuação nesse quesito por faltas de informações nos anexos ao projeto.
Em conclusão, o projeto “FLECHA ENVENENADA - 1ª EDIÇÃO - 2023” não foi recomendado a concorrer aos recursos disponíveis na priorização mensal.
Porto Alegre, 27 de agosto de 2023.
Informe:
Sessão realizada dia 08 de setembro de 2023.
A Comissão Especial I de Avaliação de Projetos do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, reuniu-se, com a presença de Celso Antonio Oliveira Fortes, Geziel da Silva de Souza, Marcus Vinicius Jesus de Brito, Ranieri Zilio Moriggi, Vera Cristina Meneghini. A reunião foi coordenada pelo conselheiro Marcus Vinicius Jesus de Brito e teve, como secretário o conselheiro Geziel da Silva de Souza.
O projeto foi considerado não recomendado para concorrer aos recursos disponíveis, obtendo a nota de 3,19 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada por unanimidade. Lembrando que projetos com nota inferior a 4,00 não participam da priorização, podendo o proponente solicitar revisão da nota, conforme orientação do Pró-Cultura.
Alessandra Carvalho da Motta
Presidente do CEC/RS
Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul Departamento de Fomento Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS