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Consulta de Projetos Culturais


1º - ANTONIO CHIMANGO - 2014

Processo: 003507-11.00/14-0 | Data de entrada: 15/07/2014 | Situação atual: Arquivado - Indeferido
Produtor cultural: ALPHEU NEY GODINHO

Área/Segmento cultural: ARTES CÊNICAS: teatro

Local de realização: PORTO ALEGRE


Identificação:

O “poemeto campestre” (assim o classificou o próprio Ramiro Barcellos, seu autor, sob o pseudônimo de Amaro Juvenal) narra em sátira a ardilosa ascensão do todo poderoso Antônio Augusto Borges de Medeiros, então Presidente da Província do RS (tendo sido cinco vezes eleito para o cargo, nas eleições da República Velha), transmudado no personagem Antônio Chimango, um fracote sem vontade, submisso, incompetente: um anti-gaúcho modelar, segundo a imagem que os sul-rio-grandenses moldaram para si mesmos, imagem para cuja construção contribui, e não pouco, a obra de Ramiro. A intenção política de que revestira o poema, por algum tempo, prejudicou de certo modo a compreensão de seu valor literário, mas o tempo dissolveu o preconceito. Hoje, é reconhecida como obra importante dentro da “escola regionalista”. Em Antônio Chimango prevalece uma alternação de tons, dois eus diversos, refletindo necessariamente dois tipos de discurso: o do Autor, na parte descritiva das Rondas, que narram as peripécias do Capataz e seus tropeiros, na condução de uma tropa de gado; e o tom correspondente ao discurso do Tio Lautério quando relata a vida de Antônio Chimango. O tropeiro Lautério é a saborosa voz do povo, que acompanha de longe, e sem reação, as malas-artes do incorrigível Chimango, mas sem descrer nas soluções mágicas. Lautério apresenta-se como simples tropeiro entre os demais tropeiros, sem pretensões a herói da história. O herói é um figurão político, um mandachuva e dono do poder, o Antônio Chimango, cujas maquinações Lautério se encarrega de revelar. Além desses podemos destacar outros personagens fascinantes, como a Cigana, que prediz, com muita malícia, para Chimango, ainda guri, um futuro de velhaco e parasita bem sucedido. Deliciosa é também a participação da Professora, que ensina musicalmente as primeiras letras ao herói. Outro personagem importante é o Coronel Prates (codinome de Júlio Prates de Castilhos), dono da estância de São Pedro (alusão à Província de São Pedro do Rio Grande do Sul) e padrinho do herói e a quem este deverá suceder. Provavelmente o mais irônico, sarcástico e ferino dos personagens é Aureliano (um misto de Sade, Maquiavel e Molière) que, a mando do Coronel, ensina ao Chimango a arte de governar. A montagem cênica do projeto envolverá, diretamente, dezenas de profissionais, entre atores, bailarinos, cantores, corais, músicos, cenógrafos, figurinistas, coreógrafos e outros técnicos em artes cênicas e visuais. O espetáculo resultante desta montagem poderá ser assistido por espectadores de qualquer idade. A concretização do projeto sustenta-se, basicamente, no talento e experiência de quatro pessoas: o cineasta e escritor, Alpheu Godinho; o diretor de cena Marcelo Restori; o violinista e compositor, Arthur Barbosa e o músico e maestro, Tiago Flores; estes dois últimos com atuação e reconhecimento internacional. A obra requer o desempenho da reconhecida OSPA - Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, bem como seu Coral Sinfônico.

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