1º - Festival Sul Brasileiro de BluesProcesso: 18/1100-0001454-2 | Data de entrada: 10/07/2018 | Situação atual: Arquivado - Término dos prazos Área/Segmento cultural: ARTES INTEGRADAS Local de realização: PORTO ALEGRE, PORTO ALEGRE, PORTO ALEGRE |
Identificação: “Blues é mistura, é Jam. No Brasil confunde-se a música blues como sendo elitista; na realidade é muito pelo contrário. Ela vem da voz do povo. Do povo oprimido, marginalizado, discriminado. Originado na mistura do canto com o tambor. Originou o rock, hip-hop, o rap. É música para dançar, para sentir, para eviscerar.” Definido assim por Luciano Leães, um dos mais célebres pianistas blues da história do Rio Grande do Sul, fundador do Clube do Blues e que desde os 17 anos divide o palco com os maiores nomes do blues mundial, como Earl Thomas, Magic Slim, Carey Bell, John Primer e o grande Elton John, este projeto propõe essa “mistura” musical: unir o Blues Gaúcho, nas suas diversas vertentes – piano, guitarra, harmônica, popular, rural/raiz - com outros aspectos culturais de similar contexto social local, como o Tambor Africano, o Hip-Hop, as Danças Urbanas e o tão atual Slam. A partir do convívio com os grandes “bluezeiros” mundiais, Luciano aprendeu que o blues não se faz apenas na música; pelo contrário: o que mais importa e o que mais é valorizado é a integração social, a possibilidade de expressão popular, que é de onde provém o surgimento do próprio blues. Nascido no fim do século XIX nas canções entoadas durante o trabalho nas plantações de algodão no sul dos Estados Unidos, o blues apareceu como uma manifestação cultural e social própria do negro diante da segregação e da situação opressora. Seguindo a interpretação de cotidiano estabelecida por Michel de Certeau, propõe-se que o surgimento do blues relaciona-se com as táticas criadas por negros como forma de sobreviver à estratégia estabelecida pela ordem político-econômica vigente. No Brasil, paralelamente, outros ritmos e musicalidades refletem esta cultura afrodescendente que foram aos poucos também criadas como ferramentas culturais de afirmação do negro diante da sociedade colonial e como uma forma de se introduzir perante esta. Através da demonstração da resistência, intenção de mudança, recusa a um estado de subordinação e de anonimato. Trazendo para o contexto atual do sul do Brasil, este projeto propõe uma integração jamais vista em todo o território brasileiro. A proposta tem como base a banda Luciano Leães & the Big Chiefs que, em cada sessão (ou jam), irá inserir no palco as diversas cenas representadas neste mesmo meio social que originou o blues: artistas do próprio blues, cantores de Hip-Hop, grupos de tambores africanos, slammers e os dançarinos. Tudo isso se misturará nos palcos, sem ordem ou esquema definidos. Os convidados irão se misturar uns com os outros durante todo o espetáculo. Será uma verdadeira integração livre e orgânica com o local, com a arte e com a história. São previstos 3 encontros em 3 localidades porto-alegrenses: Esplanada da Restinga, praça Júlio Mesquita e Parque Farroupilha. Os nomes pensados para compôr este projeto são de grande notabilidade: Solon Fishbone, Fernando Noronha, Oly Jr, Ale Ravanello, Igor Prado, Martin Burguez, Luana Pacheco, Marina Garcia, Ana Lonardi, Naddo Pontes (de Naddo Entre Gigantes). Destaque ainda para Wee Willie Walker, histórico cantor de blues americano convidado a participar dos 3 shows e Tom Worrell, ilustre pianista também americano. Nos tambores africanos, o Alabê Oni. Na dança será invitado o Restinga Crew, popular grupo de danças urbanas da capital gaúcha. Os slammers serão indicados por Julio Souto, autor de “Combater a subcidadania disputando o jogo literário: uma contribuição ao estudo da Literatura Marginal Periférica”. No Hip-Hop, confirmamos Adriano Gangster, com seu reconhecido trabalho na Lomba do Pinheiro. No total são previstos 84 artistas diretos. Este projeto propõe o resgate da cultura blues no Rio Grande do Sul, a afirmação dos tambores, do hip-hop, das danças de rua e da poesia (slam). |
Período de realização: 07/12/2018 a 09/12/2018 | |
Valor aprovado: R$ 239.866,70 | Vigência da captação: 31/12/2019 |
Valor captado: R$ 0,00 | |
Valor liberado: R$ 0,00 | Prestação de contas Relatório Físico: 06/08/2019 |
Valor autorizado para execução: R$ 239.866,70 | Prestação de contas Relatório Financeiro: 06/08/2019 |
Consultar a Planilha de Aplicação |
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