1º - Rap in Cena Online - 2020

Processo: 20/1100-0001172-2 | Data de entrada: 27/08/2020 | Situação atual: Arquivado - Término dos prazos
Produtor cultural: 6 PRO EVENTOS EMPRESARIAIS LTDA

Área/Segmento cultural: MÚSICA

Local de realização: PORTO ALEGRE

Identificação:

Somos artistas da periferia, artistas da rua. A esperança de que o crime não compensa é nós. Eles tudo falam que é legal, tem vontade de sair do morro, mas não podem. A gente sabe de coisa que você não acredita (...). Converso com adolescentes de 16 e 17 anos, coisas que eles não se abrem nem pro pai. Eles se espelham na nossa música. É uma questão de dançar e se conscientizar.\" (Mauro Mateus dos Santos, Sabotage, 1973 - 2003, em entrevista ao programa SOBCONTROLE/2002. O Rap é a crônica do cotidiano que uma parcela da população negligencia. É uma descrição tão fidedigna da realidade que não à toa um dos discos mais clássicos do Rap Nacional recebeu o título de Raio X do Brasil. O Rap reúne multidões para fazer a crítica à sociedade, para falar de consciência, de política, de música, de diversão, de dança e de grafite É incontestavelmente um agente de transformação cultural, na medida em que, além do valor estético inerente de uma obra musical, pode ser uma peça informativa, uma vez que os mestres de cerimônia são cronistas de histórias reais e imaginadas, histórias da rua, como diria Sabotage, histórias que determinam valores e caráter. O termo Rap é um acrônimo para rhythm and poetry (ritmo e poesia). Teve origem nos sound systems jamaicanos na década de 1960. Durante as ondas migratórias da década seguinte, foi levado na bagagem dos jamaicanos até os Estados Unidos, mais especificamente e não por acaso os bairros pobres de Nova Iorque. Jovens de origens afro-diaspórica e hispânica, em busca de uma sonoridade nova, deram um significativo impulso ao Rap. \"Oprimidos e socialmente discriminados etnicamente, instalam-se nos guetos a fim de resgatarem a sua cultura como forma de resistência nessa receita em busca da felicidade e manutenção de sua identidade\" (SANTOS, MENDOZA E ELIAS, 2003, p.5). No Brasil, o Rap se consolidou na produção de artistas como RZO, Racionais MCs, Xis, Sabotage, 509-E etc. Uma parte da sociedade mostrou resistência ao estilo, considerado uma subcultura violenta como ocorre com toda expressão artística de origem negra e popular. Hoje, porém, o Rap transita em todas as classes sociais, sendo inclusive reconhecido como cânone da cultura e indicado como referência obrigatória em exames de vestibular. Com o advento do streaming, ele já não tem mais fronteiras para transmitir a mensagem, as histórias de cada quebrada e de todas as quebradas, com ritmo e poesia, da maneira como cada um enxerga o mundo. O Festival Rap in Cena, evento nascido no Rio Grande do Sul, é o maior evento do segmento do Brasil. Mais de 24 eventos realizados, mais de 30 DJ sets apresentados, 80 artistas convidados e um número significativo que ultrapassa as 43 mil pessoas alcançadas. Os festivais de música estão suspensos pela segurança do público, dos artistas e da equipe técnica e de produção. Entretanto, o evento Rap In Cena sempre foi mais do que um festival, representa um ponto de encontro para debater temas urgentes sob o pretexto de fazer música. Apresentamos o projeto Rap in Cena Online que, com o poder da música, busca respeito a temas como raça, gênero, política, sociedade etc., que talvez estejam ainda mais urgentes durante a pandemia de COVID-19. Os shows serão no formato \"LIVE\" com os seguintes artistas: OROCHI, FROID, FBC, KANT, EBONY, BATALHA DO OLIMPO, BATALHA DA ALDEIA, RAFUAGI, TRULIN, CRISTAL, IVS, NITRO DI, LAYPOLD, NICOLAS WALTER, POETAS VIVOS, DROPPING, MIKA, JOB - SLS, SIK 011, DJ MILKSHAKE, DJ SAULIT, DJ COCH, DJ MAURINHO, E MARIANA MARMONTEL, apresentações artísticas e bate-papos transmitidos gratuitamente pelo Youtube para o Brasil inteiro. Serão seis atrações por dia, com apresentação ancorada pelo comunicador gaúcho Luka Pumes, que fará um bate papo com os artistas antes das apresentações. Durante a transmissão, teremos tradução simultânea para LIBRAS e usaremos a tecnologia de QR CODE para doações que serão destinadas à ONG Associação da Cultura Hip Hop, de Esteio.