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1º - Viamão 300 Anos - 2022

Processo: 22/1100-0000699-1 | Data de entrada: 24/01/2022 | Situação atual: Encaminhado ao STC - PROA
Produtor cultural: Voz Cultural

Área/Segmento cultural: LITERATURA: Impressão de livro, revista e outros

Local de realização: VIAMÃO


Identificação:

Este projeto propõe a publicação do livro VIAMÃO 300 ANOS, reunindo artigos de diversos autores, com abordagens que vão da pré-história geológica do território viamonense, passando pelos principais aspectos históricos, geográficos, econômicos e ambientais que marcam esta que é uma das mais antigas entre as cidades gaúchas. A publicação terá três partes e será apresentada pelo editor da publicação, o experiente jornalista Elmar Bones que traz a tese de que Viamão fora marginalizado no processo de desenvolvimento depois da guerra Farroupilha por ter ficado ao lado dos revoltosos, sustentando por quase dez anos o famoso cerco a Porto Alegre, a muy leal e valerosa ao Império. Na primeira destas partes, a abordagem gira em torno da pré-história e da história do território, onde foi instalada a única Câmara da Província após a ocupação espanhola de Rio Grande, entre 1763 e 1772, motivo pelo qual Viamão é chamada também de Velha Capital. Este mesmo território onde se consolidou a colonização portuguesa era conhecido nos primórdios como Campos de Viamão, grande extensão de terras existentes ao Sul da Serra Geral que ia encontrar-se mais ao Sul com as pradarias da Banda Oriental. Nos seus primórdios, Viamão foi sede de grandes estâncias de gado concedidas a seus proprietários por meio de sesmarias, tendo como perímetro, até meados dos anos 1960 e 1970, um território que ia de Oeste a Leste do Campus da UFRGS, na Agronomia, até a divisa com Osório, antiga Conceição do Arroio, Palmares e Mostardas, quase já no litoral; e de Sul a Norte, do Guaíba e da Lagoa dos Patos, em Itapuã, até as divisas com Santo Antônio da Patrulha, Glorinha e Gravataí. PARTE 1 - A HISTÓRIA A presença indígena nesta história será abordada pelo historiador Tao Golin, ressaltando que, ao contrário do que tentou impregnar a historiografia oficial, os indígenas não só estavam em Viamão nos primórdios da colonização portuguesa como tiveram sua população aumentada com a vinda dos índios do Cacique Anjo para a aldeia das margens do rio Gravataí, logo após a guerra guaranítica. O proponente deste projeto, Vítor Ortiz (História/UFRGS), criador dos canais de podcast Histórias de Viamão e Desapaga POA, apresenta em seguida a diversidade dos povos formadores da Capela Grande de Nossa Senhora da Conceição de Viamão: imigrados de Laguna, expulsos de Colônia do Sacramento, indígenas que sempre estiveram, tropeiros paulistas que ganharam sesmaria, portugueses comerciantes e militares, ex-soldados trazidos do Rio e da Bahia para Rio Grande e de lá para Viamão, casais açorianos e, em seguida, uma grande quantidade de negros escravizados e livres, de diversas nações africanas e também crioulos, já nascidos no Brasil, vítimas da escravização. Uma série de verbetes e imagens históricas vão intercalando os textos de mais fôlego demonstrando registros destes 300 anos ainda presentes ou constatados, parte do gigantesco patrimônio cultural do município, testemunha de todo o processo de construção do Rio Grande de São Pedro, passando pela guerra Farroupilha, quando Viamão foi elevada à condição de Vila e rebatizada de Setembrina dos Farrapos, seguindo pela guerra Federalista, pela chamada “Revolução de 30” e pela era Vargas, até chegar aos anos de ditadura militar, a partir de 1964. PARTE 2 - O AMBIENTAL Como se sabe, Viamão é ainda, na atualidade, o maior município em extensão territorial da região metropolitana de Porto Alegre, com 1.497km2 de área. A pré-história e as características geológicas da região serão apresentadas nesta publicação pelo professor Rualdo Menegat (UFRGS), autor do Atlas Socioambiental de Porto Alegre, demonstrando, por exemplo, a exuberante presença de centenas de figueiras na paisagem viamonense, em decorrência da penetração da Mata Atlântica e sua extensão ao Sul através das várzeas deixadas com o recuo do Oceano Atlântico na mais recente transgressão marinha, ocorrida há cerca de 5 mil anos. Esta segunda parte, traz justamente estas características geomorfológicas e ambientais do território viamonense, ressaltando a importância de duas grandes reservas aí localizadas. Primeiramente, o Parque Estadual de Itapuã, resultante da luta liderada por José Lutzenberger contra as pedreiras que estavam destruindo os morros da região nos anos 1970. Parque este que conta com uma área de 5.566 hectares, destinado à proteção das belezas e recursos naturais, em especial a flora e a fauna, e à proteção dos sítios de valor histórico e arqueológico existentes naquela ponta, onde o Guaíba deságua na Lagoa dos Patos. Lugar este de encontro marcado pelo majestoso Farol de Itapuã. Ressalta-se aí a existência, em Viamão, de uma extraordinária fauna preservada pelo Parque e que se espalha muita vezes penetrando as várzeas das fazendas que margeiam a costa do Guaíba, da Lagoa do Casamento e da Lagoa do Palmar, destacando-se o bugio-ruivo (Aloutatta guariba), ameaçado de extinção, a lontra (Lontra longicaudis), o gato-maracajá (Leopardus wiedii), bem como aves migratórias como o maçarico-acanelado (Tryngites subruficollis), o suiriri (Tyrannus melancholicus) e a uma grande quantidade de Emas e Capivaras, estas últimas responsáveis pelo batismo do rio que divisa Viamão à Leste, o Capivari. Outra área de preservação existente no território viamonense que a publicação pretende ressaltar é a APA do Banhado Grande, que abrange parte dos biomas Pampa e Mata Atlântica e ocupa 2/3 da bacia hidrográfica do rio Gravataí, divisa de Viamão à Norte. A vegetação original é composta predominantemente de banhados e matas de restinga, sobre o solo arenosos da Coxilha das Lombas, que é uma região de paleodunas remanescente das transgressões e regressões marinhas. A criação desta APA teve como objetivo a proteção dos banhados formadores do rio Gravataí (Banhado Grande, Banhado do Chico Lomã e Banhado dos Pachecos). Atualmente, segundo o site da SEMA (https://www.sema.rs.gov.br/area-de-protecao-ambiental-do-banhado-grande), a APA possui em seu território áreas urbanas e de atividades agropastoris, predominando o cultivo de arroz. Parte deste arroz é de tipo orgânico, sem uso de agrotóxicos, produzido pelos assentados do Movimento Sem Terras, sendo a maior produção do gênero na América Latina. Outra característica ambiental do município de Viamão a ser destacada na publicação é a do subsolo, onde está escondido uma parcela substancial do grandioso aquífero guarani, numa região extremamente relevante para a manutenção desta reserva natural de água potável, tendo em vista a alta porosidade do solo das várzeas de Viamão próximas à região da Lagoa dos Patos. Além destas reservas, o município tem ainda o Parque Saint-Hilaire, de onde provinha o abastecimento de água potável de Porto Alegre por muitos anos e que ainda hoje é um dos maiores parques urbanos da região metropolitana. Outro fato interessante neste contexto, é a luta da comunidade pela preservação do Lago Tarumã. Um lago artificialmente criado nos anos 1950 durante a implantação do loteamento Tarumã, um dos precursores do gênero, destinado à atrair a elite porto-alegrense e que mais tarde foi ceder uma área para que o Governo do Estado construísse o famoso Autódromo de Tarumã. A luta atual pelo salvamento do referido lago explicita os conflitos entre o desenvolvimento e a preservação ambiental. Como descreveu o naturalista Auguste Saint-Hilaire em sua passagem pelo município em 1820, sobre o ponto central da cidade onde ainda hoje está a Igreja de Nossa Senhora da Conceição: “Viamão está encravada numa coxilha donde se descortina vasta extensão de campos levemente ondulados, no meio dos quais se levantam tufos de bosque.” (SAINT-HILAIRE, Auguste. Viagem ao Rio Grande do Sul. Martins Livreiro Editor, 2002) PARTE 3 - O POTENCIAL ECONÔMICO A parte 3 da publicação vai mostrar um município que poucos conhecem e a enorme transformação econômica que a cidade vem vivenciando, especialmente nas pequenas propriedades rurais do interior, inicialmente vendidas como sítios de lazer e que foram aos poucos se transformando em lugares de empreendimentos rurais de relevante potencial econômico. Viamão já foi uma das mais importantes regiões de produção hortifrutigranjeira e era considerada a bacia leiteira de Porto Alegre até meados dos anos 1960. O município já foi um dos grandes da pecuária estadual, com propriedades de vasta extensão territorial e grandes criações de gado. A Fazenda Boa Vista, por exemplo, uma das mais antigas, formada pela união de três sesmarias concedidas e ocupadas na primeira metade do século XVIII chegou a ter cerca de 30 mil cabeças, charqueada e curtume para a curtição do couro. Com a era industrial e o fenômeno do crescimento das metrópoles, a cidade viveu um longo ciclo de marginalização econômica, acentuada pelo fato de estar localizada a Leste da Capital Porto Alegre, tendo o eixo industrial do Estado se direcionado para a serra, a partir de Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Nos últimos anos, contudo, uma série de novos fenômenos decorrentes do avanço das tecnologias e das novas demandas do mercado metropolitano tem favorecido o desenvolvimento de negócios inovadores no município, que agora tem a oportunidade de se aproveitar da vasta área rural que manteve, das características ambientais preservadas e da qualidade dos alimentos e produtos coloniais que passou a produzir. Além do arroz orgânico do Assentamento Filhos de Sepé, o município é sede da Estância das Oliveiras, cujo azeite de oliva, produzido com oliveiras plantadas na região da Estância Grande, próxima a Tarumã, foi eleito O MELHOR DO HEMISFÉRIO SUL, em 2021, NO Concurso Mundial de Azeites EVO IOOC, na Itália. Além desta especiaria, inúmeras outras têm surgido nos últimos tempos, tendo como fonte centenas de sítios de lazer que se transformam em “sítios de fazer”, em propriedades produtivas e ecologicamente sustentáveis. Além do azeite de oliva, o município retoma a produção vinícola outrora consagrada com os vinhos da Adega Medieval, do vitinicultor Oscar Guglielmone, com novos produtos e novas vinícolas, como a Quinta Barroca da Tília, entre outros. Casos como estes dois últimos, dos vinhos e das oliveiras, vêm impulsionando a ideia de criação de uma nova rota turística na região metropolitana: o Caminho das Especiarias, que vêm articulando estes produtores, a Prefeitura e diversos outros agentes potenciais do setor. Um dos ícones deste Caminho das Especiarias é o Ecoresort Vila Ventura, que além de oferecer uma atraente programação com prática de arvorismo tem sido o lugar escolhido pelos grandes clubes de futebol como lugar de concentração dos jogadores, tendo se tornado nacionalmente conhecido durante a última Copa no Brasil, quando hospedou a seleção do Equador.

  Período de realização: 10/11/2022 a 31/01/2023  
Valor aprovado: R$ 297.050,00  Vigência da captação: 31/01/2023  
   
Valor captado: R$ 297.000,00   Consultar as Empresas Patrocinadoras
Valor liberado: R$ 297.000,00 Prestação de contas Relatório Físico: 01/04/2023 
Valor autorizado para execução: R$ 297.050,00 Prestação de contas Relatório Financeiro: 01/04/2023 
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